Trilha Sonora escrita por LEvans


Capítulo 4
Capítulo 03- Trying not to love you


Notas iniciais do capítulo

Olááá!! Mais um capítulo de TS pra vcs! Espero que gostem, pois eu ameei escrever esse capítulo!
Até lá em baixo!
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Os minutos até a casa em que estávamos hospedados foram feitos em um completo silêncio por minha parte. Rony parecia ter caído em uma espécie de torpor, e não parava de comentar que Hermione era a garota mais bonita que ele já havia conhecido. Harry, no entanto, agia completamente normal, mas notei que seus olhares não se voltaram para mim pelo resto do tempo em que ficamos juntos.

Quando adentramos na sala silenciosa, subimos as escadas tentando não fazer muitos ruídos e desejei uma boa noite baixinho ao chegar na porta do quarto em que eu ocupava, entrando sem esperar por uma resposta. Eu não sabia o que havia acontecido dentro daquele carro, mas meu coração insistia em se manter acelerado, de modo que fechar os olhos sem pensar naqueles dedos em minha pele e em olhos verdes encarando minha boca foi um desafio que só me deixou cair no sono a poucas horas antes do nascer do sol.

A volta para casa foi tranquila. Como eu havia dormido pouco na noite anterior, tirei um cochilo no banco traseiro de Harry. Nos momentos em que eu mantive meus olhos abertos, porém, minhas íris encontraram as suas pelo retrovisor mais vezes do que eu poderia me lembrar estando em um estado de sonolência. No entanto, em todos os meus momentos de lucidez eu pude distinguir as músicas que tocavam no carro, e não demorei muito para constatar que todas haviam sido indicações minhas. Nem o ronco de Rony abafando as melodias foi capaz de tirar o sorriso que permaneceu em meus lábios até o final da viagem.

Os meses que faltavam para o final do ano letivo passaram como num piscar de olhos, e em nenhum deles tive mais momentos com Harry que me fizessem suspirar, embora sonhos envolvendo o que poderia ter acontecido se meu irmão não tivesse entrado naquele carro me atormentassem frequentemente. Continuamos trocando indicações de músicas e nos poucos momentos em que nos esbarravámos, eu notava seu olhar em mim, se sestificando que as marcas de meu biquini ainda estavam ali quando eu vestia uma blusa que deixasse meus ombros e busto a mostra, e admirando outras partes que a Gin de 15 anos não tinha.

Se Rony havia notado os olhares de seu melhor amigo sobre mim, ele não disse nada. Não era como se eu demonstrasse algo que denunciaria Harry, pois eu gostava demais de ser objeto de análise de seus olhos. Já havia me escondido por muito tempo durante os dois primeiros anos após nos conhecermos, agora eu já não me importava com nada, nem no quão sugestivo alguns sorrisos que eu o lançava quando pegava seus olhos em mim parecia.  

Apesar de tudo, eu repetia para mim mesma que seus olhares não significavam nada. Nossas conversas continuaram como eram antes, e nos tornamos muito mais próximos do que costumávamos ser, mas nenhuma ação sua demonstrava que ele queria ultrapassar os limites de uma amizade. Ainda sim, ficava cada vez mais difícil não se apaixonar por Harry Potter quando ele era… Bem, ele.

O jeito que ele sempre apoiava Rony, incentivando-o a ligar para Hermione,  o modo como tratava meus pais, sempre carinhoso com minha mãe que adorava ser bajulada, seus sorrisos encantadores, seus cabelos rebeldes… tudo nele me atraía fortemente, e eu lutava para impedir que o que havia dentro de mim não evoluisse. Então, eu procurava agir e tratá-lo da forma mais natural possível sempre que nos encontravámos, esforçando-me para que nenhum sinal da atração que eu sentia por ele refletisse em outras ações que não os sorrisos que trocávamos naquelas provocações mútuas que seus olhares em mim iniciavam.

Em junho, chegou minha carta de admissão na faculdade que eu queria, no curso que eu queria, de modo que meus pensamentos tiraram férias de Harry e deram enfoque unicamente nas novidades que o curso de jornalismo trazia. Eu comecei a passar tempo demais na faculdade, conhecendo o campus e pessoas novas, discutindo as matérias e rindo com Luna, mas, em setembro, quando tudo se normalizou e o ano letivo finalmente começou, as noites voltaram a ser dele, porque eu simplesmente não conseguia evitar.

Como agora eu passava mais tempo fora de casa, nossos encontros se restringiam a finais de semana em que ele e meu irmão abdicavam das distrações noturnas para jogar vídeo game. Para o desprazer de Rony, eu era muito boa em jogos que envolviam armas e bombas, então ele nunca me avisava de seus campeonatos com Harry. O covarde não queria correr o risco de perder pra mim logo na frente do melhor amigo. No entanto, seu plano foi por água abaixo quando Luna ligou para desmarcar nosso cinema em uma noite, e acabei me juntando ao dois homens que pareciam querer entrar na televisão do quarto do meu irmão.

—O que você tá fazendo aqui? -perguntou Rony, pausando o jogo quando entrei no quarto despreocupadamente.

—Nossa, bom saber que minha presença é detestável pra você. Pena que eu não me importo. -respondi, largando minhas sandálias ao lado de sua cama de casal e me sentando na mesma, apoiando as costas em um travesseiro. -Oi, Harry.

Ele havia se afastado para que eu não caísse da cama direto para o chão, de modo que acabou ficando entre mim e Rony.

—Como vai, Gin? -ele sorriu pra mim que, ao contrário do ruivo ao seu lado, não parecia se importar com a minha presença - quer jogar?

—Ei, você se esqueceu da nossa aposta? -meu irmão se intrometeu, chamando a atenção do amigo. -você não vai fugir dessa, cara. E você pode ficar aqui, pirralha, só não atrapalha.

—Eu não quero atrapalhar, eu quero jogar. -respondi, esticando minhas pernas que meu vestido não escondia no colchão e cruzando meus tornozelos. -O que vocês apostaram?

—Pizza. -respondeu Harry, olhando rapidamente para o pingente em forma de sapinho em minha tornozeleira. -você sabe jogar?

—Não. Eu sei vencer. -Rony revirou os olhos frente a minha afirmação, mas não se deu ao trabalho de me contradizer. -e eu topo a pizza, tô morrendo de fome e não tem nada na geladeira. Além disso, tudo é mais gostoso quando não sai do meu bolso.

—Tá bom, você pode ficar com o terceiro controle. -disse Rony, embora seu semblante não demonstrasse nenhuma satisfação em me ter ali. Sorte que, bem lá no fundo, eu sabia que ele me amava.

—Prometo não ganhar muito rápido de você, Roniquinho.

—Você é tão engraçadinha… -ele pegou o terceiro controle em cima de seu criado mudo e passou para Harry que o entregou a mim.

—Você sabe mirar? -perguntou ele, seus olhos verdes demonstrando dúvida quanto ao meu talento.

—Eu deixo você me perguntar isso quando você e Rony estiverem contando as moedas para a pizza. -peguei o controle de sua mão e olhei para a TV, notando que seus olhos se demoraram um pouco mais em mim antes de olhar na mesma direção que eu.

Rony mexeu nas configurações do jogo que, mesmo sendo novo pra mim, não diminuiu minha autoconfiança. Ao meu lado, senti Harry relaxar mais no colchão, arrumando a almofada em suas costas e esticando as pernas antes dobradas, fazendo com que uma ficasse inteiramente colada na minha. Me perguntei se ele sabia dos efeitos que poderia causar em mim, mas se Harry pensava que eu iria me distrair com aquilo, ele estava muito enganado.

Meus olhos ficaram ligados na televisão e, segundos depois, o mata mata começou. Fiz questão de ignorar todos os resmungos de Rony enquanto eu superava obstáculos primeiro que ele e alcançava artefatos que tínhamos que pegar. Harry, no entanto, se manteve impassível, mas nem sua tranquilidade foi o suficiente para me distrair.

20 minutos mais tarde, a tela de Rony e Harry ficavam vermelhas enquanto um troféu surgia na minha, juntamente com o meu sorriso triunfante que não me dei o trabalho de esconder. Larguei o controle e me estiquei em direção ao celular de Rony que carregava ao meu lado, pegando o aparelho e entregando para um adversário que eu tinha que reconhecer como bom, mas não o suficiente para me derrotar.

—Meu sabor preferido é marguerita. -anuncei, o sorrisinho presunçoso se negando a sair dos meus lábios. Do outro lado da cama, Rony bufava, se levantando do colchão ao mesmo tempo em que eu me virava para Harry. -você pode me fazer aquela pergunta agora.

—Eu faria se a resposta não tivesse me matado segundos atrás. -suas sobrancelhas levantadas e seu sorriso demonstravam que ele ainda estava surpreso, causando uma onde de satisfação maior em mim.

—Isso foi sorte, pentelha -comentou Rony, pegando o celular das mãos do amigo, e eu revirei os olhos.

—Tudo bem, Rony, eu sei o quanto deve ser difícil admitir que a sua irmã mais nova é melhor que você no seu passatempo preferido.

—Vou pedir a pizza. -respondeu ele, ignorando minhas palavras.

Harry e eu ficamos em silêncio enquanto Rony fazia o pedido. Harry pegou a carteira no bolso e tirou de lá algumas notas para entregar ao meu irmão que parecia não aguentar ver o sorriso ainda estampado na minha cara, anunciando minha vitória.

—Puta que pariu -resmungou Rony, tapando o celular com uma das mãos para que a pessoa do outro lado não ouvisse suas palavras sujas. -eles não fazem entregas hoje.

—Então vai buscar, porque a pizza de marguerita desse lugar é a melhor que tem e você sabe que a das outras pizzarias não são iguais. -respondi, cruzando os braços. Eu já salivava pela minha pizza preferida e, se eu havia entrado naquela aposta e ganhado, eu lutaria por ela nem que eu tivesse que fazer Rony ir buscá-la a pé.

Meu irmão me olhou com cara de poucos amigos e confirmou o pedido, desligando o celular logo depois.

—Essa pizza vai te dar tanta dor de barriga, Gin, que você vai deixar o seu estômago naquele banheiro. -amaldiçoou Rony, abrindo seu guarda-roupa em busca de suas chinelas.

—Ai, como você é dramático.

Harry riu e buscou algo em um de seus bolsos, que segundos depois descobri ser a chave de seu carro.

—Toma, cara -Harry jogou as chaves na direção de Rony, que conseguiu pegá-las ainda no ar. -e traz umas geladas pra gente.

Meu irmão pareceu se animar com o fato de ir dirigindo, ele adorava estar no controle de um carro e eu sabia que ele estava juntando dinheiro para comprar o seu. A solidariedade de Harry pareceu ascender a animação de Rony e, quando ele nos deixou sozinhos no quarto, parecia que ele ia buscar a melhor pizza de sua vida, não o que havia perdido numa aposta.

Não demorou pouco mais de meio segundo para notar que Harry e eu estávamos sozinhos não apenas em casa, mas no quarto de Rony, em cima de uma cama e sentados um do lado do outro. Eu sabia que provavelmente nada aconteceria, pois meu irmão estaria de volta logo logo, no entanto, um frio na barriga não deixou de me atormentar e meus sentidos ficaram muito mais aguçados em relação a qualquer movimento que ele pudesse fazer, até mesmo o subir e descer de seu peito que indicavam sua respiração.

—Eu não sabia que você era tão boa. -disse ele, segundos depois em que ouvimos o motor de seu carro sendo ligado lá fora. Ele parecia muito confortável sentado ao meu lado, de modo que não havia razões para que eu não ficasse do mesmo modo.

—Aah, mas se você ainda duvida das minhas habilidades, posso te matar outras quinhentas vezes, não tem problema. -falei, fazendo-o rir.

—Não, acho que uma vez foi o suficiente. De traumatizado já basta o Rony!

—Mas eu tava pensando em mostrar pessoalmente, eu deixo até você ser meu alvo -olhei para ele desafiadoramente, esperando por uma resposta que não demorou muito a ser proferida.

—Naaah, tem que ser algo mais chamativo, tipo a cabeça do Rony.

Nossa risadas fizeram com que o colchão sacudisse junto com nossos corpos, abafando a musiquinha do jogo que vinha da televisão. Fazia muito tempo que não conversávamos decentemente, e não notei que eu havia sentido tanta falta até estarmos ali, rindo do meu irmão e na cama do meu irmão. Tal motivo quase me fez sentir uma péssima irmã. Quase.

Nossas respirações demoraram alguns minutos a se regularem, os quais passamos em silêncio. O fato de estarmos sozinhos pesou mais em minha mente e não pude deixar de lembrar do momento em seu carro, meses atrás, que ainda me causava arrepios e me dispertava pensamentos muitos sensíveis aos ouvidos de meu irmão.

Senti o colchão afundar ao meu lado e olhei para Harry, vendo-o se levantar e ir em diração ao aparelho do videogame. Eu, porém, me mantive no mesmo lugar, observando seus movimentos enquanto ele desligava o aparelho.

—Você me confirmou uma teoria. -disse ele, pegando os controles na cama e colocando-os em cima do criado mudo de Rony.

—Que teoria? -perguntei, curiosa.

—De que não tem nada mais sexy do que uma mulher que sabe atirar. -sua resposta me pegou completamente de surpresa, mas ri com a sua constatação.

—É mesmo? Nesse caso, muito obrigada. É sempre uma honra poder atirar em você -brinquei, e o acompanhei com os olhos enquanto ele dava a volta no colchão para parar bem ao meu lado e pegar o controle que eu havia usado.

—Mas eu tenho que tirar a prova na vida real -ele me olhou como se estivesse esperando que eu fizesse algo. Não entendo bem aonde ele queria chegar, franzi o cenho.  

—Você preferiu fugir da ideia segundos atrás - lembrei. Além disso, não é como se tivéssemos uma arma.

—Não temos uma arma, mas temos o dardo do seu irmão atrás da porta, e eu duvido que a sua mira nesse jogo seja melhor que a minha. -explicou, presunçosamente, ao mesmo tempo em que pegava uma das minhas mãos e me puxava, forçando-me a levantar.

—Isso tudo é por que você perdeu pra mim? -adorei a sensação das nossas mãos dadas, mas o contato só durou até que ele me arrastasse em direção a porta do quarto do Rony, a qual foi fechada logo depois, revelando seu dardo pendurado na madeira.

—Não, isso tudo é porque eu sou um cara competitivo.

—É a mesma coisa.

—Não é não. -teimou, fazendo-me rir. Ele caminhou até o dardo e tirou as pequenas flechas pontiagudas que estavam pregadas nele, voltando ao meu lado logo depois. -Aprecie o show.

Haviam três pequenas flechas em suas mãos, ou seja, três chances que ele tinha para me surpreender. Cruzei os braços ao seu lado e esperei, seria ótimo rir depois. No entanto, Harry lançou duas flechas no ponto central do círculo colorido junto a porta, e a terceira se prendeu bem no limite da área mais difícil do que as outras mais próxima das extremidades.

Quando terminou, Harry olhou pra mim, como se me desafiasse a dizer alguma coisa que ia contra ao que ele havia acabado de fazer. E, ao contrário do que eu esperava, ele não disse nada para se enaltecer, apenas caminhou até o dardo e tirou as três pequenas flechas de lá para poder me entregar logo depois. Seus olhos e sorriso me lançavam um desafio mudo do qual eu não queria fugir, mas também não queria fazer feio.

Segurei uma das flechas em minha mão direita e olhei para o dardo, amaldiçoando-me por não ter reparado na postura que Harry havia adotado antes de lançá-las. Eu literalmente atiraria no escuro, pois, diferentemente do videogame, eu não possuía habilidades nenhuma naquele jogo. Mas, desistir não era uma opção pra mim. Não era como se tivéssemos feito uma aposta, e agradeci mentalmente por ele não ter tido tal ideia, pois acertar na área central do círculo colado a porta era uma possibilidade tão grande quanto a de Rony admitir que eu era muito melhor que ele em seu jogo preferido.

Apertei os olhos e prendi minha respiração lançando o primeiro dardo logo depois. O alvo era claro, mas seu destino foi outro, e não precisei olhar para Harry para saber que havia um sorriso nada solidário em seus lábios ao ver a pequena flecha bater na porta e ir parar no chão. Me recusei a dar o braço a torcer, até mesmo quando minha segunda chance deu tão errado quanto a primeira. Na terceira e última chance, porém, Harry foi incapaz de prender a risada em sua garganta, e suspirei ao ver a flecha parar no tapete do quarto.

—Aposto que não parece mais tão “sexy” assim. -falei, embora houvesse um sorrisinho em meus lábios -talvez, se você fosse o alvo...

—Nada disso, eu já morri no jogo, seria um desperdício morrer na vida real também. Você vai ter que aceitar que eu sou melhor que você no dardo, Gin. -ponderou, pegando as flechas do chão e lançando-as novamente no circulo. Ele sorriu ao acertar as três flechas dentro do círculo menor.

—Por que eu tenho que aceitar uma derrota se você não aceitou a sua? -perguntou, eu não ia deixar que ele esquecesse da sua derrota para mim tão facilmente.

—Porque eu posso ser apenas bom no videogame, mas você é péssima no dardo -explicou, como se fosse óbvio, me fazendo revirar os olhos.

—Eu sou bem mais baixa que você e o dardo está muito alto, estou em desvantagem!

—É tudo uma questão de posicionamento, Gin. -ele foi até o dardos e puxou as três pequenas flechas que há poucos segundos ele havia lançado. -Vem cá.

Ele segurou no meu braço e me puxou, fazendo com que eu ficasse posicionada bem na sua frente. Ficamos tão perto que eu podia sentir sua respiração em meu cabelo mas, apesar disso, tentei me manter focada.

—Olhe para o círculo menor, bem no centro. -ele falou, sua voz um pouco mais baixa como se o silêncio fosse essencial para obter êxito naquele jogo.

—Acho que isso eu já sabia.

—Concentre-se, Gin. -falou, e me mantive calada. Senti uma de suas mãos alcançarem a minha direita e colocar nela uma das três pequenas flechas. -como você tem que mirar com os olhos, você tem que manter a sua mão na altura deles, assim. -ele levantou minha mãe, flexionando meu braço direito até que meus dedos que envolviam o objeto pontiagudo estivesse  no mesmo nível que meus olhos, bem ao lado de meu rosto.

—E agora eu lanço? -perguntei, mas eu sabia que erraria antes mesmo de mover meu braço, porque a respiração de Harry estava agora perto demais de meu pescoço, balançando as mechas de meu cabelo que ali caíam.

—Ainda não. -senti meu cabelo sendo arrastado para meu ombro esquerdo, deixando o lado direito de meu pescoço sentir a respiração de Harry agora sem nenhuma barreira. Meu corpo se arrepiou imediatamente, e a mão que segurança a pequena flecha deve ter balançado, pois ele a segurou logo depois, mantendo-a no lugar. -fique parada.

E eu obedeci, mas era muito difícil me manter imóvel tendo-o tão próximo de mim. Minha respiração se tornou pesada, e quase me movi quando senti suas duas mãos em minha cintura, como se estivesse se certificando de que eu me manteria parada. Então, uma delas começou a descer, e tive que abrir a boca para sugar mais ar para dentro de meus pulmões porque, de repente, respirar ficou muito difícil.. Senti seu toque ir lentamente em direção a lateral de minha coxa direita ainda por cima do tecido fino de meu vestido, mas logo ela tocava diretamente em minha pele e, imediatamente, algo dentro de mim pulsou.

Senti a mão que tocava na pele de minha coxa, a pouco mais de um palmo de meu joelho, exercer uma pressão leve sobre minha perna, obrigando-me a levá-la para trás.

—Essa perna é o seu apoio. -sua voz agora não passava de um sussurro, e pude perceber, através das lufadas de ar que eu sentia em minha pele que sua respiração também estava pesada. Ele apertou minha coxa, como se estivesse me indicando de qual perna ele estava falando, e achei que eu não fosse mais conseguir me manter imóvel com o arrepio que aquilo me causou.

A mão em minha perna subiu, e prendi a respiração quando ela avançou para debaixo de meu vestido solto. No entanto, no meio do caminho ele parou, e tirou sua mão escondida sob o tecido, voltando a posicioná-la em minha cintura onde senti um aperto mais firme que fez minha respiração falhar mais uma vez.

Eu tinha certeza de que a mão que segurava a flecha não mantinha mais o objeto no nível de meus olhos, pois meu braço começou a fraquejar a cada vez que eu sentia a respiração de Harry em meu pescoço, e algum aperto firme de suas mãos. Mas quem se importava? A última chance que eu tinha de acertar aquele dardo desapareceu quando senti a ponta do nariz do melhor amigo do meu irmão correr por meu pescoço, numa carícia leve, mas que me causou sensações extrondosas.

—Harry…-seu nome saiu em meio a um suspiro de minha boca.

—Você é muito cheirosa, Gin. -declarou ele, seus lábios sob a pele sensivel de meu ombro.

Então, senti ele se mover, suas mãos correndo por minha cintura, entortando meu vestido até que ele estivesse parado bem em minha frente, seus olhos verdes encarando profundamente os meus.

—Prenda a respiração. -ele disse, olhando para os meus lábios enquanto eu fazia o que ele falava. Suas mãos ainda estavam firmes em minha cintura, mas havia um pequeno espaço de ar entre nós que eu queria muito destruir. No entanto, me mantive imóvel, assim como ele dissera para eu ficar, até que ele voltou a falar, seus olhos subindo por meu rosto até se voltarem novamente para minhas íris. -pode lançar, Gin.

Soltei ao ar que antes estava preso em meus pulmões. A flecha em minha mão direita caiu e foi parar em algum lugar do qual eu não me importava, tampouco Harry. Eu não queria mais acertar aquele dardo, meu alvo agora era outro e me olhava como se eu também fosse o dele, de modo que nenhum de nós dois foi capaz de impedir que nossos corpos se unissem, eliminando aquele fio de ar que antes nos separava.

E os lábios de Harry encontraram os meus segundos depois.


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Notas finais do capítulo

Alguém aí querendo me matar por ter terminado o cap justamente aí? hihihi
O que acham que vai acontecer agora? Será que o Rony vai pegar eles??
Bom, pessoal, obrigada pelos comentários fofos!! Eles me inspiram demais e espero continuar os recebendo! Adoro saber o que vocês estão achando!
Um grande beijo e até o próximo ♥