Trilha Sonora escrita por LEvans


Capítulo 11
Capítulo 10 - I don't wanna miss a thing


Notas iniciais do capítulo

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Passei o resto da noite relendo aquela conversa entre mim e Harry. Havia uma carga de sugestitivade nela que me deixava curiosamente excitada. Era como se eu estivesse acabado de sair de uma competição de ciclismo, onde a adrenalina corria por minhas veias sem piedade, fazendo meu corpo inteiro tremer em expectativa a algo que eu não sabia se existia. E suas últimas mensagens… Ouvi a música que ele dissera estar ouvindo e ela se tornou mais uma em minha playlist que só fazia crescer desde quando havíamos iniciado o que se tornou um hábito.

Aquela conversa foi como dar carta branca para o início das nossas provocações. Elas voltaram com força total, quase como se não tivessem parado e, embora não housse seus olhos em mim e nem aquele seu sorrisinho de lado nada inocente, era como se ele estivesse mais próximo do que jamais estivemos desde a nossa primeira troca de mensagens.

Luna me lançava olhares acusadores todas as vezes que eu lembrava de alguma provocação de Harry e sorria, porque era simplesmente impossil não fazê-lo. Mas ela apenas dava de ombros todas as vezes que eu retribuia seu olhar com um levantar de sobrancelhas, perguntando se havia algo de errado naquilo. Ela me mostrava a língua e depois sorria, como se dissesse “se você está feliz, eu também estou”. Deus, eu me casaria com ela se eu não fosse totalmente hétero.  

Eu havia contado a ela sobre meu momento com Dino em seu carro e do meu novo trauma incluindo Rony e a namorada no sofá de casa. Luna riu muito sobre a última parte, mas disse que eles haviam nascido um para o outro por alguma coisa envolvendo signos, astros e sua amizade com Hermione no Facebook; não me preocupei em entender.

—Acho que ele está querendo algo a mais, Gin -disse ela sobre Dino. -e o horóscopo diz que ele está preferindo relacionamento duradouros do que encontros sem compromisso.

—Ele nunca demonstrou querer mais. -falei, repassando na minha cabeça todos os nossos encontros.

O garçom que nos atendia trouxe nosso almoço, interrompendo momentaneamente nossa conversa. Dividíamos uma mesa num dos restaurantes perto da nossa faculdade. Esperamos ele terminar de colocar tudo em nossa frente para voltarmos a falar.  

—Seria tão ruim assim? -quis saber ela.

—É só que eu nunca me imaginei tendo mais do que já existe entre eu e ele. -falei sincera. Quando eu saía com Dino, era sempre muito divertido, mas havia algo que me impedia de pensar num futuro que envolvesse eu, ele,  presentes do dia dos namorados e repartição de pizza. Algo que eu não precisava dizer em voz alta. Luna sabia.

—O que você vai fazer se ele, você sabe, insistir?

Dei de ombros,  e comecei a brincar com minha comida.

—Não quero magoá-lo -comentei, e ela assentiu, concordando com o que eu quis dizer.

Depois do nosso almoço, corri para a linha de metrô mais próxima. Eu tinha uma entrevista marcada em um dos jornais da cidade. Existia um pouco de nervosismo dentro de mim, o que me fez esquecer de Dino pelo tempo em que me ocupei respondendo perguntas e mostrando alguns textos jornalísticos que eu já havia escrito. A ideia de poder trabalhar naquele jornal me fazia querer dar pulinhos e sorrir feito uma boba, mas tentei controlar meus pensamentos. Eu estava otimista -Luna sempre dizia que atraía coisas positivas-, mas não queria subir muito alto, pois a queda poderia ser mais desastrosa depois.

Mais tarde, cheguei em casa exausta, mas satisfeita com o modo que eu havia me saído na entrevista. Rony estava sentado no sofá, um dos pés apoiados na mesinha de centro que a mamãe amava. Ele falava com alguém no telefone.

—Espera um pouco aí, cara. -disse meu irmão, virando-se na minha direção. -como foi a entrevista?

Sorri, pois ele me fazia a mesma pergunta toda vez que sabia que eu tinha uma nova oportunidade de emprego a vista.

—Foi legal. O jornal é um sonho. -comentei, e olhei para o aparelho em sua mão. -tá falando com quem?

—Harry. -disse ele, e sorri pois as provocações que havíamos trocado na noite anterior tomaram imediatamente minha mente. -a vaga já é sua, pirralha. Eles não vão ser burros e te deixar escapar.

—Obrigada pelo voto de confiança, Rony -ele deu de ombros, como fazia sempre que eu demonstrava algum carinho. -vou subir.

Ele colocou o telefone de volta na orelha e eu comecei a caminhar em direção as escadas, porém, Rony me chamou outra vez, fazendo-me olhá-lo novamente.

—Harry quer falar com você -ele me estendeu o telefone. Sua expressão era de quem não se importava, mas eu podia ver curiosidade em seus olhos.

Tentando parecer absolutamente normal, dei de ombros e dei alguns passos até envolver o aparelho com uma de minhas mãos. Rony passou por mim e murmurou algo que envolvia comida, e sumiu em direção a cozinha. Eu, no entanto, encarei o telefone em minhas mãos por uns segundos. Tudo o que eu pensava é que Harry e eu nunca havíamos nos falado através de ligações, nem mesmo por chamada de voz. O que será que ele queria falar comigo?

Levei o telefone até o meu ouvido, e voltei novamente para as escadas, sunbindo os degraus. Eu ouvia barulho de talheres vindo da cozinha me dizendo que a conversa de Rony com Harry já havia terminado. Agora era a minha vez.

—Harry? -perguntei, e me senti um pouco estúpida. Era ele do outro lado da linha, não havia motivos para perguntar.

Sapinha!—exclamou, e sorri ao ouvir sua voz. Eu não sabia que eu sentia tanta falta dela até aquele momento.

—Não, é a Gin. Talvez você tenha ligado para o número errado -zombei, enquanto entrava em meu quarto e fechava a porta atrás de mim.

Não, tenho certeza que eu disquei certo, sapinha. -pelo seu tom de voz, pude perceber que ele estava sorrindo. -como foi no jornal?

Larguei minha bolsa na cadeira em frente a minha escrivaninha e liguei meu computador, esperando colocar algo para tocar como eu sempre fazia.

—Foi bem, eu acho. Se eles me quiserem, vão me ligar até o fim de semana.

Eles vão querer você, Gin. Só burros não iriam. —mordi o lábio frente a sua frase. Digitei a senha do meu computador com a mão que não segurava o telefone e acessei minha pasta de música.

—Como andam as coisas aí? -eu quase nunca perguntava da sua vida nos EUA, mas extranhamente, era como se todo o assunto que tínhamos nas mensagens tivesse me fugido, e eu não pensei em outra coisa para perguntar.

Como sempre. Mas tivemos quase uma aula prática. Foi legal, a Minerva me adora!

—Alguma colega de turma? -perguntei, meu sorriso já falhando enquanto colocava qualquer música para tocar.

Não, é a professora. Ela é bem velha já, quase uma lenda viva. —eu sorri novamente me levantando da cadeira e me jogando em minha cama.  

Pelos próximos 30 minutos, Harry me falou como suas aulas funcionavam e de como o campus em que ele estava era grande. Ele havia feito alguns amigos que o convidavam para uma gelada nos fins de semana, mas a maior parte do tempo ele ficava estudando. Era engraçado, pois no tempo em que ele estudava junto com meu irmão, ele nunca havia sido do tipo CDF, mas eu sabia que ele possuía um cerébro por de baixo daqueles cabelos bagunçados, afinal, Rony nunca teria passado em física sem auxílio alheio na hora das provas.

Eles não tem o nosso gosto musical, sapinha. Eu estava quase indo lá conectar meu celular na caixa de som. Pelo menos ia todo mundo dormir ouvindo música boa.  -disse ele, quando a conversa chegou nos seus vizinhos fãs de vodka, maconha e músicas questionáveis.

—Você nunca foi convidado para ir lá?

Já, eu fui só uma vez. Mas não posso acabar com a minha boa imagem, não acha?—brincou, me fazendo revirar os olhos.

—E você tem uma?

Claro que tenho. Tem uma aureola na minha cabeça, Gin.  Você só não viu porque estava preocupada demais admirando o que tem em baixo. Não que você tenha alguma culpa, claro. —outra música começou a tocar no quarto, enquanto eu ria em cima da minha cama.

—Você é um grande convencido! -acusei, e ouvi sua risada rouca pelo telefone.

Realista, Gin. Apenas realista!

Eu não queria encerrar aquela conversa, mas ao olhar para minhas pernas, lembrei que eu ainda vestia a mesma roupa de quando eu havia chegado. A necessidade de um banho me assolou.

—Harry, se importa se voltarmos para as mensagens agora? -perguntei, levantando-me da cama. -preciso me trocar.

Claro que não, sapinha. Não precisa nem perguntar, você sempre pode tirar a roupa. —mordi o lábio frente sua frase.

—Obrigada, fico feliz em saber disso! -comentei, num entusiasmo forçado, fazendo-o rir.

Eu também.

—Vou desligar agora. -falei, me sentindo uma boba por não quer fazer aquilo primeiro.

Você tira primeiro a calça ou a camisa?—perguntou, e eu ri alto.

—Tchau, Harry!

Tchau, sapinha. -disse ele, e eu pude perceber novamente que ele sorria. Me perguntei se era um daqueles sorrisos de lado que eu amava. - E gostei do que você está ouvindo!—disse ele, referindo-se a música que agora tocava em meu computador. Ele desligou o aparelho logo depois e eu o joguei em cima do colchão, já levantando minha blusa.

Não demorou nem dois minutos para meu celular apitar. Peguei-o dentro da minha bolsa e vislumbrei na leta que Harry havia me mandado uma mensagem de voz. Franzi o cenho, porque ele nunca havia feito aquilo antes, mas não hesitei em ouvi-la. A voz de Harry cantarolando um trecho da música que eu estava ouvindo chegou nos meus ouvidos me fazendo jogar a cabeça pra trás em minha risada, pois estava claro que ele não havia nascido para cantar.

 

Gin W: Você não sabe essa música!

 

Eu não ia perder a oportunidade de implicar com ele. Uma mensagem sua chegou segundos depois da minha.

 

Harry, O metido: É claro que eu sei.

Gin W: Ah, é? Então qual é o próximo verso?

 

Desafiei, esperando receber mais uma mensagem de voz. No entanto, Harry prefriu digitar.

 

Harry, O metido: I'd still miss you, baby. And I don't wanna miss a thiiiiiiing!

Gin W: Pensei que você fosse cantar.

Harry, O metido: E estragar a música com a minha voz ridícula? Não, sapinha. Eu sou bom em muitas coisas, mas cantar não é uma delas. Eu tinha que ter um defeito, não é?

Gin W: Você tem mais de um, ou esqueceu do ego inflado?

Harry, O metido: Você é uma sapinha malévola.

 

Ri mais uma vez com sua mensagem. Eu não era exatamente uma pessoa sorridente, mas Harry tinha a capacidade de me arrancar todos os sorrisos que quisesse. E eu adorava. Meu celular voltou a apitar alguns minutos depois.

 

Harry, O metido: Estou esperando.

 

Sua mensagem me fez franzir o cenho. Esperando o que? Digitei meus pensamentos, e sua resposta veio logo depois.

 

Harry, O metido: Você completar a música!

 

E então passei boa parte da madrugada trocando letras de músicas com Harry. Parecia incrivelmente besta, eu sei, contudo, haviam músicas de letras realmente engraçadas, mas outras que, mesmo que eu soubesse que não eram as palavras de Harry, faziam meu coração bater mais rápido só pela mensagem ser dele. No outro dia, ao abrir uma das minhas redes sociais, havia uma postagem dele que mostrava que ele estava ouvindo a mesma música que ele cantara pra mim na noite anterior. O sorriso em meus lábios foi totalmente involuntário ao ver um emoji de um sapo acompanhando a letra da música, e “curti” a postagem somente para que ele soubesse que eu havia visto.

Fiquei por um tempo rindo dos comentários brincalhões de seus amigos na postagem, mas eu tinha que ir para a faculdade, de modo que fui obrigada a deixar de lado o mundo virtual. Peguei carona com meu pai até meu campus e fui direto para a aula.

O dia passou e eu tentei pegar meu celular o mínimo possível. Eu não queria ficar encarando-o feito uma boba esperando alguma ligação do jornal, então procurei me distrair adiantando meus estudos para uma prova que eu teria na semana seguinte. No fim, quando cheguei em casa, não havia nenhuma ligação perdida nas minhas notificações, e tentei não ficar cabisbaixa. Fora apenas mais uma entrevista, ainda haviam outras pela frente.

Dino me convidou para sair no dia seguinte. Foi a primeira vez que nós falávamos desde o momento esquisito em seu carro. Eu aceitei seu convite, sabendo que eu havia tomado uma decisão na noite anterior, quando demorei a dormir e resolvi não evitar mais o que eu sabia que aconteceria em algum momento.                    

Eu gostava de sair com Dino, contudo, todas as vezes que nos beijávamos, meu corpo, mente e coração faziam questão de me lembrar de Harry, e de como tudo era muito melhor com ele. Era inevitável, mas eu tentava ignorar aquela sensação nostálgica que insistia em me atingir. E, toda vez que eu me dava conta disso, reconhecia que eu não estava sendo a pessoa mais justa. Dino parecia gostar cada vez mais de mim, enquanto eu pensava em outra pessoa enquanto o beijava e, quanto mais eu refletia sobre, mais eu pensava que eu tinha que tomar uma atitude que muito provavelmente o magoaria. Mas ia tudo contra mim continuar com aquilo. O momento em seu carro foi uma demonstração clara de que esperava um futuro, mas eu não poderia lhe dar.   

Ao me arrumar para meu encontro com Dino naquela noite, eu tentava encontrar as palavras certas em minha mente. Eu sabia que ficaria um clima estranho, porém eu não podia adiar aquilo. Mas, ao mesmo tempo em que eu não queria estar com Dino, eu não queria esperar por Harry, porque no fundo eu sentia de que estava o fazendo, e tentei me convencer de que o único motivo por estar prestes a terminar o que eu tinha naquela noite se resumia apenas a mim.

—Será que podemos conversar um pouco? -perguntei, assim que terminamos nosso jantar. Ele havia me levado a um restaurante mexicano que havia inaugurado recentemente.

—Gin… Eu não sei. Eu acho que não vou gostar muito do que você tem pra me dizer. -falou ele, sincero, e eu soube que eu havia deixado transparecer meu estado de espírito desde quando eu chegara.

—Provavelmente não, mas espero que você entenda...

—Foi alguma coisa que eu fiz? -quis saber, me interrompendo.

—Não, você é ótimo. -garanti, colocando uma mecha de meu cabelo para trás de minha orelha.

—Eu te adoro, Gin, e estou gostando mesmo do que tá acontecendo entre a gente -seus olhos me diziam que ele estava falando a verdade. No entanto, o sorriso em seus lábios sumiu ao ver minha expressão, e eu soube que ele havia entendido tudo. -mas não está sendo igual pra você -não foi uma pergunta, mas continuei sustentando seu olhar.

—Eu nunca quis te magoar. -falei, pois não conseguia pensar em mais nada. Dino assentiu, e até o garçom trazer a conta, ficamos em completo silêncio.

Ele se ofereceu para me levar em casa, mas preferi voltar de taxi e me despedi com um beijo no rosto. O caminho até minha casa foi usado para eu confirmar comigo mesma  de que o que eu tinha feito era mesmo a melhor opção e que eu não me arrependeria mais tarde. Eu precisava superar Harry, mas eu não queria acabar com as nossas trocas de mensagens e muito menos estar com outra pessoa somente para me convencer de que eu não possuía mais sentimentos por ele. No fim das contas, eu sabia que  era uma completa mentira. Eu não podia mais beijar Dino procurando Harry, e eu sabia que provavelmente continuaria o fazendo se eu estivesse com qualquer outra pessoa.

Assim, ao descer do táxi e caminhar até minha casa, eu estava convencida que a partir dali, seria eu, eu mesma e Ginny Weasley. Não que eu fosse me fechar para relacionamentos amorosos, mas sim focar no que eu realmente queria como futura jornalista e fazer de tudo para alcançar minhas metas. Eu estava completamente convencida do que eu iria fazer, até que, antes de alcançar a fechadura da porta da sala, me dei conta de que fora exatamente o que Harry fizera.

Ri com a minha constatação. Eu havia ficado triste com sua partida, porém eu nunca seria capaz de condená-lo, mesmo depois de ter sido o culpado por despertar pássaros dentro de mim após nos beijarmos. Mas eu fora sua cúmplice, e não me arrependia em nada por isso.

As provas bimestrais vieram logo. Depois delas, o natal e o ano novo. Toda agitação comum de final de ano fez com que eu desse uma pausa na procura por emprego e que eu parasse de checar meus email mais de duas vezes por dia esperando uma resposta do jornal; me foquei unicamente nos trabalhos infinitos da faculdade, mas nada interferiu nas minhas conversas com Harry. James e Lily iam visitá-lo durante a folga para a virada do ano, e ele parecia feliz demais ao pedir minha opinião sobre um presente para a mãe. No fim, ele optou  por um lenço vinho lindo que entraria para a coleção da ruiva.  

No último dia do ano, eu mandei uma mensagem lhe desejando feliz ano novo na hora exata em que eu sabia que o relógio de onde ele estava marcava 00h. Me surpreendi quando, horas depois, recebi sua mensagem me desejando o mesmo no momento em que papai abria uma garrafa de champagne. Nunca havíamos nos atentado muito para o fuso horário, mas saber que ele havia o feito naquele dia, assim como eu, fez surgir um sorriso bobo em meu rosto.

Em janeiro, voltei com minha busca por um trabalho. As comemorações de fim de ano haviam me deixado confiante, e Luna dizia que meu horóscopo havia começado o ano muito bem. Dessa vez, eu sentia toda a coisa de energia positiva também, então resolvi esquecer a entrevista do jornal -sim, eu ainda pensava nela- e mirar em novos alvos.   

No mês seguinte, porém, para meu completo êxtase, o jornal me ligou. Eu havia conseguido o emprego. Eu mal pude acreditar, foram dias encarando meu celular sem receber nenhuma ligação e, quando finalmente aconteceu, o sorriso que brotou nos meus lábios mal cabia no meu rosto. Mandei imediatamente uma mensagem para Luna e para Rony. Sorri feito uma boba, mas eu não me importava. Eu tinha um emprego em um jornal conceituado da cidade, e eu não poderia estar mais orgulhosa de mim mesma por isso.

Rony, Hermione, Luna e eu saímos para comemorar na sexta a noite. Meu sorriso era tão grande que até as implicâncias costumeiras do meu irmão comigo não me afetaram. Eu sabia que ele estava feliz por mim, e perdi as contas de quantas vezes ele depositou um beijo no topo da minha cabeça enquanto bebíamos em pé ao redor da nossa mesa pequena e redonda, típica de casas noturnas iguais a que estávamos.

—Me dá isso aqui, ruivinho -fingi uma tosse quando Hermione chamou meu irmão por aquele apelido, tirando as chaves do carro de seus jeans -vocês bebem, eu dirijo.  

—Adoro quando você é assim, toda mandona. É super sexy, sabia? -Luna e eu nos entreolhamos, sabendo que o que meu irmão dissera à namorada era para sair em um volume bem mais baixo se não fosse a bebida.

—Que tal vocês irem para um motel? -sugeri, pegando meu copo e bebericando minha bebida.

Rony olhou maliciosamente para Hermione, como se tivesse adorado a minha ideia. Ela, porém, corou, mas isso não a impediu de lançar um olhar “você-é-a-pior-cunhada-do-mundo” na minha direção.

—Essa é a sua noite, Gin. Viemos comemorar com você e por você! -disse ela, e eu lhe lancei um beijo logo depois. O alcool já havia despertado a Gin mais desinibida dentro de mim.

—Tô adorando a energia desse lugar -comentou Luna, e a vi lançar um sorriso em direção a um moreno atraente na beira da pista de dança.

—E eu te adoro, sua louca! Vai lá pegar essa gato, vai!

Hermione riu ao lado do meu irmão, que procurava com os olhos o protagonista da nossa conversa.

—Apesar de saber que esse é o seu lado alcoólico falando, eu vou. Foi um ótimo conselho. -respondeu Luna, piscando para mim antes de ir em direção a pista de dança.

Eu exclamei um “uhuul” e bebi em comemoração. Fiquei olhando minha amiga por um tempo, rindo do seu jeito excêntrico de dançar, mas seu acompanhante parecia estar gostando muito de tudo. Minha bexiga começou a me incomodar depois de mais três bebidas, e larguei meu copo vazio em cima da mesa.

—Onde você vai? -perguntou Hermione.

—Banheiro -respondi, pegando minha bolsa em cima da mesa.

—É melhor eu ir com você. -disse ela, e meu irmão concordou.  

—Naaaah, não precisa, Mione. Cuida desse bebezão aí, ele precisa mais de você.

Não esperei por uma resposta e dei as costas para os dois, indo na direção que uma placa rosa neon indicava. Eu estava um pouco tonta, mas consegui andar sem dificuldades. Depois de desviar de um grupo de amigas e de rir em resposta a uma cantada barata engraçada demais pra mim, entrei no banheiro, adentrando em uma das cabines.

Meu celular tremeu quando eu terminava de enxaguar minhas mãos na pia em frente ao espelho. Sequei-as e não hesitei em pegar o aparelho de dentro da minha bolsa, o sorrisinho em meus lábios indicando que eu já sabia de quem era.

 

Harry, O metido: Parabéns pelo emprego, sapinha!!!

 

Não nos falamos nos últimos dois dias, o que me deu a certeza de que meu irmão havia contado a ele. Digitei rapidamente uma resposta.

 

Gin W: Obrighads!!!

 

Ri de mim mesma quando vi que havia errado na digitação, e corrigi a palavra logo depois. No entanto, meu erro não passou despercebido por ele.

 

Harry, O metido: Sou só eu, Gin. Não precisa ficar nervosa ao responder as minhas mensagens :)

Gin W: Não tô nerbosa, tô feliz!!!

          Nervosa*

Harry, O metido: Você bebeu, sapinha?

 

Rolei os olhos com a sua pergunta, e resolvi ignorá-la antes de escrever mais uma mensagem.

 

Gin W: Andei penxando… se eu sou o sapo, então você é a princesa!

Harry, O metido: hahaha isso é ótimo, porque nessa história a princesa beija o sapo.

 

Franzi o cenho, não sabendo bem aonde ele queria chegar com aquilo. Pelas minhas contas, nós já havíamos nos beijado duas vezes, então eu deveria ter virado príncipe há muito tempo.  

 

Gin W: Tá querendo dizer que se eu não virei príncipe, então serei eternamente um sapo???

Harry, O metido: Não, tô querendo dizer que as outras vezes não devem ter sido do jeito que tem que ser, então acho que tenho que tentar outra vez.

Gin W: Então você tem que me beijar de nocvo?

 

Eu não estava nem um pouco preocupada com o quão direta eu estava sendo. Me apoiei na pia atrás de mim e mordi o lábio, impaciente por sua resposta.

 

Harry, O metido: Seguindo essa lógica, sim, sapinha. :)  

 

Um sorriso malicioso surgiu nos meus lábios e digitei literalmente a primeira coisa que veio me veio na cabeça.

 

Gin W: Adorei essa lógica, você deveria pensar nela sempre. Volta logo pra gente se beijar, eu já tô cansada de ser sapo!!

Beijos!


Enviei a mensagem sem hesitar e joguei meu celular de volta para dentro da minha bolsa. Uma música que eu gostava muito começou a tocar, eu não poderia perder a oportunidade de dançá-la com Luna, assim, no outro segundo eu já me encaminhava para fora daquele banheiro. Eu tinha que continuar comemorando minha conquista. Eu falaria com Harry no outro dia.   


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Notas finais do capítulo

Heey!! Esse capítulo foi grandinho, então estou perdoada pela demora, né? Espero que sim!! kkkk
Finalmente a Gin vai começar a trabalhar! Eu amei escrever esse capítulo e, como vcs podem ver, as provocações entre o nosso casal preferido voltaram com força totaal!! ADORO
Estou muito curiosa para saber o que vocês acharam, então me contem tudo nos comentários, ok?
Um grande beijo e até o próximo!! ♥



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