Mary Eldrich entre dois Potters escrita por Corvinete


Capítulo 1
A descoberta


Notas iniciais do capítulo

Mary era apenas uma garota normal
Até o seu aniversário de onze anos
Agora ela sabe que é especial
E terá que mudar de planos



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Cho Chang estava temerosa. Ainda não havia cotado ao seu esposo, Thomas Eldrich, que era uma bruxa e que havia a possibilidade de que Mary, a filha do casal, também o fosse. A garota, que completou onze anos em 15 de maio, ainda não havia demonstrado habilidades mágicas. Mas a oriental, no fundo, sabia que mais cedo ou mais tarde teria que revelar tudo ao marido.

O casal se conheceu de uma maneira inesperada. Cho estava saindo do aeroporto e retornando à sua casa depois de ter ido a um congresso de protéticos nos EUA quando esbarrou num rapaz alto, de cabelos castanhos e olhos claros. No primeiro momento, pensou se tratar de seu ex, o famosíssimo bruxo Harry Potter, mas prestando mais atenção, concluiu que o rapaz com quem se esbarrara se parecia mais com o ator Hugh Grant do que com o seu ex-namorado.

— Perdoe-me – disse ela – estou com pressa, não te vi passar.

— Tudo bem – disse ele, enquanto a ajudava com as coisas que caíram – eu também me distraí, estava pensando se faria um lanche ou seguiria na minha dieta.

— Dieta? Um homem tão forte e bonito como você não precisa de dieta – disse Cho, que sempre gostou de jogar charme para os rapazes.

— Ah, mas eu preciso sim – respondeu ele, dando uma risada sem jeito – estou tentando virar vegetariano, mas a carne é fraca...

—Entendo, pra mim também foi difícil no começo, mas depois me acostumei. O primeiro mês é o mais complicado, mas com o tempo, o seu organismo vai deixando de sentir necessidade de comer proteína animal.

— Nossa, você é vegetariana? – indagou ele, surpreso – Que legal!

— Sou vegetariana há três anos, com muito orgulho! E se quiser ajuda pra se livrar de vez dos maus hábitos, eu posso te levar a um restaurante perto daqui que só serve comida vegetariana. Sempre que chego de uma longa viagem e estou com preguiça de cozinhar, vou até lá.

— Obrigado. Meu nome é Thomas Eldrich, e o seu?

— Cho Chang. Prazer em conhecê-lo, senhor Eldrich.

— O prazer é todo meu, senhorita, mas pode me chamar de Tom.

Depois daquele encontro, os dois nunca mais se separaram. Namoraram por pouco tempo, uns sete meses, pois Tom não quis esperar muito e resolveu pedir Cho em casamento o quanto antes. Sabia que aquela era a mulher da sua vida e que queria ficar ao lado dela para sempre.

O nascimento da filha do casal também não foi muito demorado. A criança nasceu exatamente um ano após o casamento. Tom escolhera o nome, Mary, em homenagem à sua mãe, que falecera quando ele tinha apenas oito anos. E assim foi passando o tempo, Mary crescia forte e saudável, mas tinha uma aparência muito incomum entre as garotas. Herdou os traços orientais e os cabelos escuros de sua mãe, mas também herdou os olhos claros de seu pai. Sua aparência exótica chegou a despertar o interesse de um olheiro de uma agência de modelos mirins, mas Cho, que não queria uma vida de fama e exposição para sua família, não aceitou a proposta.

A menina ficou um pouco triste, pois diferente da mãe, gostava de se exibir tirando selfies em seu smartphone e postar suas fotos em suas redes sociais, que juntas, contavam com quase dois mil seguidores, mas aceitou a decisão de sua mãe. Era uma garota obediente, gentil, esperta e generosa, que também gostava de saber que despertava o interesse dos garotos.

A vida dos Eldrich corria normalmente, até que um dia uma carta diferente apareceu na caixa de correio da família. Como remetente, aparecia uma escola chamada Hogwarts e era endereçada à Mary. Thomas não entendeu o porquê daquilo tudo e entrou, um pouco confuso.

— Querida – falou Tom, com um semblante esquisito – chegou essa carta aqui de uma tal de Hogwarts para nossa filha.

Ao ouvir estas palavras, Cho empalideceu. O dia que mais temia e tanto adiava havia chegado.

— Deixa eu ver – disse ela, muito nervosa, enquanto tomava a carta das mãos do marido. Suas mãos tremiam, e Cho teve dificuldades em abrir o envelope. Leu o conteúdo da carta e caiu sentada na cadeira, desnorteada.

— Meu bem, o que foi?

— Tom, preciso te contar uma coisa. É sobre mim. Ou melhor, sobre nós.

E Tom ouviu pacientemente toda a história da vida de Cho. Que ela era uma bruxa. Que ela havia estudado em Hogwarts. Que ela havia deixado de lado sua vida e seus poderes para viver uma vida pacata em Londres logo depois da famosa Batalha de Hogwarts. Contou sobre como havia se encantado pela profissão de protética e aberto seu escritório num subúrbio londrino. Contou sobre como se sentia feliz por tê-lo conhecido e do seu medo de ser abandonada por ele se ele soubesse quem ela era de verdade. Disse que não poderia fazer feitiços na presença de trouxas, por isso ficou mais fácil esconder suas habilidades. E contou também que não imaginava que Mary havia herdado seus poderes e que ela receberia a carta mais esperada pelas famílias bruxas inglesas: a admissão em Hogwarts, a escola de magia mais famosa do mundo.

— Cho, de verdade, eu não me importaria se você fosse bruxa, feiticeira, vampira ou qualquer coisa mágica. Eu te amo, mas você sabe que eu não suporto mentiras. Estou muito decepcionado com você.

— Me perdoa, Tom, eu não queria mentir pra você, mas eu fui adiando, adiando, até que um dia eu simplesmente resolvi esquecer meu passado, minhas origens...

— Eu sei, mas você esqueceu de um detalhe: Mary. Ela certamente não sabe que é uma bruxa e nós temos que contar tudo a ela, já que sua vida mudará drasticamente.

— Tem razão, querido – disse Cho, conformada – espero que ela reaja bem.

Os dois foram até o quarto de Mary e contaram tudo. Inicialmente, ela ficou surpresa, afinal, não tinha uma boa imagem dos bruxos (só conhecia as bruxas malvadas das histórias infantis), mas Cho foi explicando que não era bem assim, que a maioria dos bruxos é boa pessoa e não quer fazer mal aos trouxas, e que ela aprenderia muito mais coisas sobre os bruxos, seus feitos e como controlar seus poderes em Hogwarts, sua nova escola.

Mary ficou um pouco frustrada em saber que não iria para a Saint George, escola secundária para onde iriam todos os seus amigos, mas seu pai disse que Hogwarts certamente era uma escola tão boa quanto a Saint George, que ela poderia fazer novos amigos lá e ainda desenvolver suas habilidades especiais até então desconhecidas.

— Lá eles devem ensinar a fazer poções mágicas, a ficar invisível... – gracejou ele.

Cho sorriu e explicou que nem tudo ela poderia conseguir com poções, e que em Hogwarts ela receberia uma melhor orientação a respeito do universo bruxo.


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Notas finais do capítulo

Mary agora sabe que tem o dom da magia
Mas sua mãe enganou seu pai e ele não gostou nada
Nossa heroína recebe a notícia com alegria
E dá início à uma nova jornada



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