James Arthur – Can I be him? (eu posso ser ele?)

I swear that every word you sing (eu juro que a cada palavras que você canta)

You wrote them for me (você escreveu-as para mim)

Like it was a private show (como se fosse um show privado)

But I know you never saw me (mas eu sei que você nunca me viu)

When the lights come on and I'm on my own (quando as luzes se acenderem e eu estiver sozinho)

Will you be there to sing it again? (você estará lá para cantar isso novamente?)

Could I be the one you talk about in all your stories? (eu posso ser a único que você fala em todas as suas histórias?)

Can I be the one? (eu posso ser o único?)

Pov Kate

“Always”… Eu recordava aquelas palavras assim que Rick fechou a porta. Merda, como eu fui estragar tudo? Eu tinha tido um motivo, mas esse motivo seria suficiente para Rick me perdoar? Eu sinta-a tanto a sua falta… Do seu cheiro, das suas mãos percorrendo o meu corpo enquanto os seus olhos compenetravam na minha alma lendo todos os meus medos e anseios.

Estava me sentindo mal de mais. Agora que havia voltado, precisava de esclarecer tudo. Por mais medo que isso me causasse. Eu poderia perder Castle de vez, mas não poderia mais esconder a verdade dele.

Cheguei a casa exausta emocionalmente. Josh me veio abraçar, enquanto o pequeno Rafa corre para mim atirando-se para os meus braços. Como era bom eu puder ter essa criança nos meus braços. Era gostoso de mais o seu amor incondicional e, sinceramente, era meu filho que nunca me deixava desistir de tudo. Por quantas vezes que pensei em baixar os braços, largar o emprego e ficar bêbeda até esquecer de tudo? Mas depois vejo esse garotinho lindo me alegrando e ele me faz lembrar tanto do pai. Do verdadeiro pai. Castle. Aquela energia contagiante, aquele sorriso torto e malandro. Até mesmo aquelas graçolas carregadas de ironia.

Esses dois se completariam.

—Mamãe eu fiz um desenho para você!!!! – Rafa me puxa pelo braço apressado. Sou obrigada a segui-lo até ao quarto.

Josh ri, enquanto coloca a mesa para o jantar.

O pequeno me leva até ao seu quarto e me mostrar um desenho com dois bonequinhos. Um mais pequeno e outro maior, o que aparentava ser um pai e um filho num parque.

—Esse é meu papai verdadeiro! – Ele aponta para o boneco maior. – Eu vi ele no parque, mãmae!

Aquilo me petrificou. Desde sempre que Raphael nunca chamou Josh de pai e isso o deixava perturbado, mas eu não podia fazer nada. Talvez fosse intuito de criança. Eu sempre tinha dito para ele que seu pai era Josh, mas Rafa nunca parecia convencido. Sentei-me na cama, mas antes encostei a porta do quarto.

—Filho, vem cá por favor. – Eu peço e de seguida o pequeno se senta ao meu lado, pousando a cabeça nas minhas pernas e me encarando.

—Eu sei que o Josh não é meu papai… - Ele brinca com um urso de pelúcia que eu lhe tinha dado no aniversário.

—Porque você não acha isso? – Eu pergunto, encarando o garoto.

—Porque os papais amam seus filhos, não é? – Ele me olha enquanto eu faço festas no seu cabelos macio.

—E Josh te ama, meu filho. – Eu o tranquilizo.

—Não ama não, mãmae. – Ele diz convencido, deixando-me desconfiada.

—Como você pode dizer isso? Ele é tão amigo de você, Rafa…

—Papais de verdade não dão surras… - Ele diz com a lágrima no canto do olho. De repente meu mundo parou.

—Como assim, Rafa?

—Ele me deu uma surra ontem, mãmae… Porque eu fui pegar um suco da geladeira…

—O QUÊ? – Eu pergunto nervosa. – Rafa, espera aqui a mãmae já vem.

Eu dou um beijo na tua testa, tentando lhe passar alguma segurança que nada iria correr mal. Dirigi-me até á sala carregando a minha arma da NYPD e o encontro Josh me olhando-me com medo.

—Tudo bem, amor?

—SAIA DA MINHA CASA AGORA! – Eu grito, aproximando-me dele e encostando a arma junto da barriga dele.

—Kate! Têm calma, amor, o que aconteceu? – Ele pergunta, tremendo.

—Da próxima vez que você ousar tocar num fio de cabelo de meu filho eu te mato! – Eu sussurro no seu ouvido para que Rafa não pudesse ouvir os gritos.

—Nosso filho! – Ele exclama.

—Não! Você sabe perfeitamente que ele não é seu filho! Agora… Desapareça antes que eu me arrependa e atire em você agora mesmo!

Eu ameaço fazendo ele fugir num ápice. Rafa apareceu assim que se apercebeu que alguém saiu.

—Mãmae o Josh foi embora? – Ele se aproxima, bocejando.

—Sim, meu amor e não vai voltar a te machucar. Eu prometo. – Eu abraço o pequeno que acaba adormecendo no meu colo. Acabei por o deitar na cama e depois chorei. Chorei tudo o que precisava. Chorei por tudo.

Peguei no celular, discando o número de Rick, pensando se ligaria ou não.

Pov Castle

Chovia lá fora. A chuva era uma boa companhia para mim. Eu e Meredith tivemos uma discussão tão grande ainda há pouco que perdia o sono por completo. Fiquei pensando em Kate desde que ela foi ter comigo. Isso quer dizer que ela se importava ainda ou não? Meu coração queria acreditar que sim, mas minha cabeça me proibia disso.

Voltei discando o número de Kate, mas não queria ligar. Porque seria eu a ligar? Porque seria eu sempre correndo atrás dela? Corria atrás dele por três anos e ela nunca deu para mim uma satisfação. Cansei de ser bobo.

Nesse preciso momento meu celular toca e não podia acreditar que estava lendo: Kate.

Hesitei um pouco, mas acabei por atender.

Silêncio. Ambos suspirámos ao mesmo tempo.

—Está mesmo a pensar em si. – Falamos ao mesmo tempo e depois demos uma pequena gargalhada. Era habitual, desde sempre, falarmos ao mesmo tempo por diversas vezes.

—Espero que não esteja pensando que fui uma completa idiota, porque fui.

—Por acaso estava mesmo pensando isso. – Eu confesso.

—Sei que não chega, mas me perdoe…

—Kate… Porquê? – Eu pergunto, encarando o teto escurecido pela noite.

—Ah Rick… Quem me dera que fosse assim tão fácil explicar.

—E quem disse que eu gosto de explicações fáceis?

—Tive tantas saudades suas… Está doendo de mais ficar sem você… Merda! Falhei completamente e só queria que soubesse o quanto arrependida eu estou, mas…

—5 minutos e estou ai. Beijo.

Eu desligo a chamada sem mesmo ouvir o que ela estava dizendo. Precisava ver essa mulher. Agora. Afinal era a mulher da minha vida.