Pov Kate

Estava tudo acontecendo rápido demais. Como o Rafa estava chamando Rick de pai?

—E ai bonitão? - Rick se aproxima não se apercebendo do que se estava passando. – A gente se está encontrando de novo?

Os dois se aproximam, fazendo o meu coração encolher.

—Mãmae, eu o vi no parque!! – Rafa se aproxima de mim e vi que Rick petrificou ao ouvir o pequeno me chamar de mãe. – Eu sei que ele é o meu papai!  

Eu estava gelada. Castle estava de igual forma. Os dois nos olhamos transmitindo uma data de sensações só pelo olhar.

Pov Castle

Tudo se começou a encaixar como um puzzle na minha cabeça. Kate ficou grávida de mim e se foi. Comecei ficando demasiado perturbado com essa ideia. Fiquei ainda mais perturbado lembrando que ela tinha aquele namorado nojento a quem ela assumiu ser o falso pai do meu filho.

Os pensamentos estavam vindo uns atrás dos outros e meu mundo pareceu querer desabar. Agora tudo fazia sentido… Quando eu vi o pequeno no parque e ele correu atrás de mim me chamando de papai… eu logo reconheci aqueles olhos… Minha nossa, Kate! Como você me escondeu isto?

—Rick… - Ela me chama. Eu a encaro desiludido, mas não queria discutir em frente do pequeno, porque com certeza teríamos muito para discutir.

—Vá deitar o pequeno. – Eu peço.

—Vocês não vão se separar pois não? – O pequeno nos olha, triste, fazendo-me ganhar um enorme carinho por ele. Me aproximei, tentando esquecer por breves momentos tudo isto.

—Como você sabe que eu sou seu papai? – Eu me agacho, ficando da sua altura, olhando nos seus olhos.

—Porque um dia eu vi mãmae chorando olhando uma fotografia e esperei ela virar costas para puder ver quem estava deixando minha mãmae triste… ai eu vi você. – O pequeno me explica.

—E como você concluiu que era eu seu pai? – Eu fico curioso, agarrando as suas pequenas mãos. Eu já amava esta criança, sem mesmo ainda ter entrado na vida dela.

—Porque nessa mesma noite mãmae discutiu com Josh e eu percebi tudo. – Ele me olha intensamente com um certo brilho nos olhos, me prendendo nele.

—Você é um espertinho portanto? – Eu sorrio, fazendo ele rir.

—Mãmae disse que eu saia ao meu papai! – Ele ri, fazendo piada.

Eu e Kate sorrimos simultaneamente e acabamos nos olhando com uma certa ternura. De repente foi como se tudo ficasse perfeito. Eu, Kate e nosso filho.

—Rafa, está na hora de deitar. – Beckett fala, finalmente, engolindo em seco.

—Papai… - O pequeno se dirige a mim. – Você estará aqui pela manhã?

As lágrimas embaciaram os meus olhos, mas consegui contê-las. Este sentimento era soberbo e meu peito não estava conseguindo conter tamanha felicidade e mágoa ao mesmo tempo. Como Kate me foi esconder uma coisa destas? Um filho?

—Sim, estarei preparando panquecas. – Eu dei um pequeno beijo na sua testa, tranquilizando-o.

—Eu adoro panquecas!

O pequeno se despede de mim e eu fico sentado na sala, esperando por Kate que tinha ido deitar o meu filho. Eu tinha um filho. De Kate… Aparentemente era tudo com o que eu sonhava há três anos atrás… e pelos vistos ainda continuava sonhando com isso, mas desta ez era real. Mas porquê?

Eu estava tão furioso, por Beckett me ter escondido a verdade. Mas por outro lado só queria tê-la na minha cama e acabar de vez com esta saudade.

Queria pensar em alguma coisa, mas estava tanto passando pela minha cabeça que estava sendo difícil centrar a minha atenção sobre o que eu falaria para Kate.

Ao fim de um tempo, ouço os seus passos se aproximarem. As luzes estavam apagadas.

—Pode sentar? – Eu peço, olhando a rua através da grande janela.

Eu sinto o peso do seu corpo sentar ao meu lado, enquanto as lágrimas rolavam pela sua cara. Sem precisar olhar para ela sabia que estava chorando. Eu conhecia demasiado bem essa mulher.

—Me desculpa.

Eu deixo ela falar. Queria ouvir uma explicação. Não que houvesse uma, mas eu gostaria saber o porquê. Algo que, no meio da desilusão, me reconfortasse.  

—Sei lá, Rick… Foi tudo junto… Eu era dançarina de pole, tive medo de ter alguém me perseguindo… Depois tive medo por si, sempre teve tantas mulheres e depois não queria estragar sua vida de escritor solitário a que tanto estava habituado… Pensei em abortar, tenho uma profissão perigosa que põe minha vida em risco todos os dias… Cheguei mesmo sendo baleada em Washington no início da gravidez… Mudou tudo de repente, Rick! Que merda, eu fiquei em pânico. Senti-me sozinha e perdida e fugi. Se devida ter fugido? Mentindo? Claro que não, mas…

Os seus soluços acompanhados pelas lágrimas estavam apertando o meu coração. Agarrei na sua mão.

—Eu me sinto uma merda, Rick! Senti tanto a sua falta… Pensei tanto em voltar, eu ligar, mas tive tanto medo… Medo que não quisesse mais saber de mim! Medo que tivesse com um ódio de mim, porque eu estou sentindo ódio de mim mesma…

—Shiu…— Eu me viro para ela, limpando as suas lágrimas.

—Como é que você consegue se quer olhar para mim? – Os seus olhos brilhantes das lágrimas me encaram.

—Porque você é linda.  – Eu sorrio, fazendo-a corar e chorar ainda mais. – Desde quando você está tão chorona? – Eu brinco, limpando novamente as suas lágrimas com os meus polegares.

—Desde que percebi que arruinei tudo aquilo que tínhamos de melhor: o nosso amor. – Ela responde.

—Eu estou aqui, não estou? – Eu coloco a sua mecha de cabelo atrás da sua orelha, como sempre fazia.

—Agora quem tem medo que vá embora sou eu. – Ela confessa, me olhando intensamente, fazendo me apaixonar por ela novamente.

—Kate… Faz amor comigo.

Eu peço, me aproximando cada vez mais dos seus lábios. Amanhã eu poderia estar cateado, mas eu amava essa mulher e precisava dela mais do que eu pensava.