[12:00 – Olivine –Centro pokemon - Sexta-feira]

            Estávamos almoçando no centro pokemon quando escutamos e vimos uma grande movimentação perto da entrada, mas especificamente do lado do balcão onde a Joy costuma ficar.

            Sem hesitar, seguimos para ver do que se tratava.

            -O que está acontecendo? –Daisy parecia tão curiosa quanto nós.

            -É por causa de uma máquina que está em teste. –Disse Joy se aproximando. –Não pensei que causaria tanta euforia.

            -Maquina em teste? –Fiquei meio confuso e surpreso por ser só um teste.

            -Sim, pelo o que os cientistas disseram, ela revela os ataques que seu pokemon pode usar e não sabe disso.

            Rogério, Purple e eu, ficamos encarando a Joy por alguns segundos e então corremos em direção a máquina.

            Eu me espremia em meio aos treinadores, e quando tomei espaço consegui ver a máquina. Ela parecia uma grande geladeira, com uma entrada no centro e logo em cima uma tela grande com um aviso de “insira sua pokebola aqui.” E uma flecha apontando na direção da entrada. –Com licença! –Falei ao pegar a pokebola de Granbull. –Vamos ver o mais forte primeiro. –Inseri a pokebola no local indicado, e logo que coloquei no local, um grande flash cobriu a pokebola e uma mensagem apareceu.

            “Obrigado, os resultados da analise logo estarão prontos.”

            -Não fica pronto na hora? –Perguntei.

            -Não. Ela entrega o resultado depois de meia hora. –Disse uma treinadora que usava uma boina branca com um laço vermelho, usava maria-chiquinha, vestia um macacão e o mais notável era seu Azumarill.

            -Ah, então vou ter que esperar mesmo.

            A tarde continuou passando, o movimento de treinadores e apenas moradores em frente a máquina continuava o mesmo, e o fato de demorar só me deixava mais ansioso para saber sobre Granbull.

            [14:00 – Olivine –Centro pokemon - Sexta-feira]

            -Interessante. –Disse Rogério ao entrar no quarto. –Treecko pode usar Shadow Ball...

            -Já posso pegar o resultado! –Falei empolgado.

            -Sim eu- -Passei correndo por Rogério e segui até a máquina. –Como retiro o relatório?!

            -Coloca a pokebola no mesmo lugar de antes, que se esse pokemon do devido treinador já ter sido analisado, ela imprime o relatório. –Purple estava sentada lendo vários papeis.

            Fiz o que ela falou e então a máquina cuspiu uma folha a4 de uma entrada logo abaixo de onde se coloca a pokebola, puxei empolgado. –Mimic? Só um golpe?

            -Mimic não é ruim, ele permite copiar o golpe do oponente.

            Olhei para Purple que amaçou e largou os papeis na lixeira a seu lado. –Mas é apenas um golpe...

            -Não deveria estar surpreso, Granbull já está na fase adulta, é normal não ter muitos golpes. –Ela veio até mim. –Mas claro, isso são os golpes que ele pode usar e não sabe, isso não quer dizer que ele está impedido de aprender outros golpes por contra própria.

            -Que mal pergunte, o que eram aqueles papeis que você amaçou?

            -Os relatórios de todos meus pokemon é claro.

            Como não pensei nisso antes, fui até Croconaw que brincava com Daisy, e pedi para ele retornar para a pokebola, fiz o mesmo com Eevee que brincava saltitante.

            Mais tarde no mesmo dia, lá está eu, sentado na cama do quarto lendo os ataques de meus pokemon.

            Revisei cada lista várias vezes, tinha várias coisas escritas, mas priorizei os ataques que estavam mais ou menos assim:

            Croconaw - LEVEL: 22.

            Ataques ocultos: Nenhum

            Marril – LEVEL 12.

            Ataques ocultos: Moon blast. Dazzling gleam

            Granbull –LEVEL 42.

            Ataques ocultos: Mimic

            Eevee –LEVEL 02.

            Ataques ocultos: Cut, Scratch, Lovely Kiss, Night Slash, Psico beam.

            Teddyursa –LEVEL 27

            Ataques ocultos: Hyper Beam, Aura Sphere, Force Palm.

            Trapinch –LEVEL 32.

            Ataques ocultos: Bite, Rock tomb.

            E bom, é que acabei descobrindo o Level que cada pokemon estava. -Muito útil essa máquina. –Conclui.

            -O mais interessante é que essa máquina revela que não é o pokemon que é fraco, mas sim o treinador.  

            Purple sendo inconveniente como sempre. –Isso é verdade, mas mostra que posso me fortalecer cada vez mais.

            -Você não se acha otimista demais? Mesmo perdendo você continua feliz! Como isso?

            -Eu me pergunto isso também Purple. –Disse Rogério. –E é exatamente isso que me inspira em Dream, não sou muito confiante e ver a forma que ele enfrenta as ocasiões, me inspira e me dá força para continuar.

            Purple era meio irritada, pelo menos parecia. –Eu não entendo, ser forte te faz forte.

            -Em parte sim, mas estudo também é uma forma de se fortalecer.

            Eu estava pressentindo uma briga se aproximando. –Ei, parem. –Falei inutilmente.

            -Eu acho que não, fortalecer o cérebro é ótimo mas duvido que supere força bruta.

            -Purple. –Rogério coçou o topo da cabeça. –Não estou querendo brigar nem nada, e quero guardar forças para batalhar no ginásio.

            -Bem, mas agora estou interessada! Me mostre o que seus estudos podem fazer.

            -Okay. Eu mostro durante uma batalha no Ginásio, você me acompanha e vê eu batalhar.

            -Certo, vamos ao ginásio!

            -Não agora. –Dando de ombros Rogério se dirigiu para o dormitório.

            -EI! COMO ASSIM! NÃO ME DEIXA FALANDO SOZINHA!

            Dessa forma, Rogério mostrava que podia ser sério ou até mesmo frio, foi engraçado ver ele sair como se nada estivesse acontecendo.

            -E você! –Purple apontou o dedo para mim. –Uma batalha! Agora!

            -Nah... –Segui os passos de Rogério e fu para o dormitório.

            Deixando Purple e Daisy para traz, eu consegui escutar Purple desafiar Daisy para uma batalha. Depois disso não escutei mais nada.

            ...

            -Purple é meio irritante as vezes. –Disse Rogério ao me ver entrar no quarto.

            -Admito que sim, mas isso faz parte do espirito competidor dela.

            -Dream... Você é forte... você é minha inspiração.

            Que assunto estranho. –Essa conversa de novo?

            -Bem, acho que eu sou apenas mais um fazendo parte da sua jornada.

            -Oque? Como assim?

            -É Dream. –Ele se sentou na cama. –Eu parti para fazer minha jornada, e agora me sinto mais como um personagem secundário da sua história.

            Não foi ele que quis vir comigo? –Rogério... isso é estranho, mas você está a pouco tempo comigo, mas sinto que é alguém que vai fazer parte da minha vida, e outra. Você nem parece aquele menino indeciso que conheci a alguns dias, você mudou bastante em pouco tempo.

            O rosto dele corou um pouco. –Ah... bem... eu me sinto a mesma coisa.

            -Você se inspira em mim não é mesmo?

            -Sim.

            -Então, você me vê lamentando ou reclamando das coisas?

            -Sim. –O tiro saiu pela culatra.

            -O que quero dizer é, se inspire em mim e tome forças para fazer sua própria história, na qual eu seja um personagem secundário. –Rogério ficou me olhando e assentiu que sim, me senti um velho dando conselhos aos netos, na verdade me senti mais como a Rose dando lição de moral.

            BLAM! —Fez a porta do quarto quando Purple a abriu delicadamente.

            -TIREM ESSE MONSTRO DE PERTO DE MIM! –Purple puxou Daisy para dentro do quarto.

            -Oque?

            -Eu ganhei! –Disse Daisy saltitante.

            -Gengar! –Gengar ria da cara de Purple, flutuando em volta dela.

            -Você perdeu para Daisy? –Literalmente, espanto era oque descrevia a expressão de Rogério. –Como?

            -Purple! Eu batalhei contra Daisy só de brincadeira! E ela é apenas uma garotinha com um Gengar! –Ela não podia ter perdido para minha sobrinha, não mesmo.

            -Você acha?! Você sabia que ela tirou um relatório para Gengar e Spinarak? –Geralmente papel costuma ser leve, mas com a força que Purple arremessou eles no meu rosto, senti o nariz quase quebrar.

            Arrumei os papeis e fui direto nos ataques.

            Gengar - LEVEL: 98.

            Ataques em uso: Shadow ball, Shadow Punch, Nightmare, Sludge Wave, Toxic, Cross Chop, Dark Void....

            A lista de golpes era tá grande que nem fiz questão de terminar.

            -Ela tirou um relatório de golpes que o Gengar sabe usar! Me explica como ela fez isso?! E olha o LEVEL desse Gengar! –Depois de ler o relatório, eu até entendia a indignação de Purple.

            -Daisy como você tirou isso?

            -Não sei tio, eu só tirei.

            -Viu! Ela só tirou o relatório e agora sabe o nome de todos os golpes desse Gengar, e só achei isso porque revirei o lixo da recepção atrás de respostas depois que apanhei dela.

            -Essa menininha vai ser tão boa quanto a mãe dela. –Rogério estava certo, se Purple realmente perdeu, Daisy tem talento para ser uma ótima treinadora.

            -Eu não acredito! –Purple saiu pela porta resmungando algumas coisas.

            -Daisy? Oque você fez?

            -Nada tio, Purple pediu para lutar contra mim e eu fiz isso só isso.

            E assim, com uma frase infantil e inocente com erros, que Daisy deixou de forma clara que apenas batalhou, e assim lembrei da frase que May falou durante o torneio de Mohogamy.

            “Em uma batalha pokemon, não existe adulto ou criança. Em uma batalha pokemon, somos todos iguais.”

            E realmente, essa frase nunca fez tanto sentido.