[22:30- Rota 38? - Terça-feira]

            Nesse exato momento, eu acho que ainda estamos na rota 38, mas com o cair da noite acabamos nos perdendo e agora a única coisa que vejo é mato e mais mato.

            -Como viemos parar aqui? -Resmungava Purple.

            -A questão não é como, mas sim onde?! -Afirmei.

            Daisy andava se arrastando, o que mantinha ela firme era Gengar que a empurrava. -Estou com sono.

            -Todos estamos.

            Continuamos andando às cegas, sem saber para onde ir, para nossa sorte no meio da floresta, encontramos uma cabana, não parecia ter ninguém morando lá. Então seguimos até ela para nos abrigar, e eu tinha a leve sensação de já ter visto isso acontecer.

            -Finalmente. -Purple largou sua mochila e se sentou ao lado dela. -Não tem energia elétrica mas já dá para passar a noite.

            Larguei a incubadora no chão da cabana e fiquei olhando diretamente para o ovo, as vezes ele parecia tremer. -O que vai chocar disso aqui?

            -Você realmente não sabe? -Disse Purple tirando o sobretudo preto.

            -E como eu poderia saber?

            -Você tem uma pokedex, use ela. -Até que faz sentido isso que Purple falou.

            Peguei a pokedex e apontei para o ovo. -Nenhum registro pokemon encontrado. -Disse ela

            -Não dê certo.

            -Deve ser porque está escuro, quem sabe amanha de dia você não descobre.

            O vento sobrou forte do lado de fora e a cabana pareceu que não aguentaria nem um sopro forte. -Nossa, que vento frio. -Rogério já estava deitado em seu saco de dormir. -O ovo vai ficar bem mesmo com todo esse vento soprando?

            -Vai sim. -Saquei a pokebola de Granbull. -Granbull. -A pokebola se abriu trazendo o feixe de luz branco que em seguida se tornou vermelho e retornou para a pokebola. -Oque?! Granbull! -Tentei novamente e dessa vez deu certo, Granbull apareceu diante de nós com uma cara de quem comeu e não gostou.

            -WRFH... -Arfou ele ao cruzar os braços.

            -Granbull, pode nos ajudar a manter o ovo quente hoje. -Granbull ficou me encarando, acho que ele não queria nem chegar perto do ovo. -Para com a cara de tacho, não somos mais tão desconhecidos, eu sei que você é educado e vai cuidar desse ovo. -Granbull revirou os olhos e destampou a incubadora pegando o ovo.

            -Você parece ter problemas com esse pokemon.

            Purple em parte estava certa, mas se compararmos o Granbull de agora com o que eu capturei a alguns capítulos atrás, ainda é o mesmo Granbull, porem bem menos assassino. -Obrigado Granbull. -Ele nem ao menos me olhou, apenas virou de costas ao deitar próximo a mim e abraçou o ovo.

            O vento continuou soprando forte a noite toda, as vezes eu acabava acordando devido ao sol do vento, e via Granbull deitado abraçado com o ovo, eu sei que se tentar encostar no Granbull talvez ele ainda tente me arrancar um pedaço, mas sei também que eu e ele estamos mais amigos eu acho. Eu sinto isso.

            [10:10- Rota 38? - Quarta-feira]

            Na manhã seguinte, ainda dormindo, eu senti uma grande falta de ar como se estivessem esmagando meus pulmões, e isso me levou a abrir os olhos. -Granbull? -Eu ainda estava sonolento, mas mesmo assim descobri o porquê da falta de ar, Granbull estava sentado sobre meu peito me olhando como se fosse meu superior ou algo do tipo.

            -Dream. -Disse Rogério. -Dê uma olhada dentro do seu saco de dormir.

            E então eu percebi algum tipo de elevação dentro do meu saco de dormir, Granbull saiu de cima de mim e por isso consegui me mover. -O que é isso? -Falei assustado.

            -Pena que você perdeu, mas na hora que começou acontecer, fizemos questão de colocar ele perto do seu rosto para você ser a primeira coisa que ele visse.

            -Do que você está falando? -Rogério arrumou os óculos no rosto.

            -O ovo rachou.

            Senti meu coração dar um pulo, então em algum momento enquanto eu dormia o pokemon nasceu, e eles fizeram questão de fazer o pokemon gravar meu rosto como seu dono.

            Sai lentamente do saco de dormir para não acordar o pokemon, deixando apenas o volume dele ali dentro.

            -Ele e bom bonitinho tio. -Disse Daisy.

            -Na verdade era bem obvio que esse pokemon nasceria, ele é igual a coloração do ovo.

            Me sentei ao lado do saco de dormir e fiquei observando, pensando em qual seria o pokemon e quando pensei em ver qual era, o pokemon se moveu, andando na direção da saída do saco, quando ele ficou próximo eu vi uma grande orelha em um tom marrom claro aparecer, em seguida mais uma e com dificuldade ele colocou o rosto para fora e sorriu ao me ver.

            -Eevee. -Realmente, ao ver a cor de um Eevee e comparar com o ovo, era muito obvio. -Oi pequeno! -Falei ao pegar Eevee.

            -ivee! -Ele sorria enquanto eu o abraçava.

            [13:02- Rota 38? - Quarta-feira]

            Após o almoço, tirando Granbull e Croconaw, chamei o restante do pessoal para conhecer Eevee.

            -Pessoal, esse é nosso novo companheiro. -Eevee os olhava sorridente, e meus pokemon o cumprimentaram, até cafune fizerem no mais novo membro.

            -Ee. -Eevee foi na direção de Granbull, e o mesmo apenas se afastou dele.

            A situação estava engraçada, Granbull andava de um lado ao outro na cabana e Eevee o seguia, no fim Granbull se rendeu e pegou Eevee o acariciando.

            Acho que Eevee sabe que Granbull me ajudou a cuidar dele enquanto ovo, na verdade é até divertido ver o grande e rabugento Granbull ser carinhoso.

            -Vamos indo? -Purple vestiu seu casaco e pegou sua mochila. -É um longo caminho até Goldenrod.

            -Certo, vamos indo pessoal, temos que ir para Olivine, e mais adiante para Goldenrod.

            Recolhi meus pokemon, e coloquei Eevee na mochila assim como fazia com Totodile, ele acabou de sair do ovo e acho que ele merece respirar ar puro.

            E então seguimos andando pela floresta onde finalmente depois de muito, nós encontramos uma placa a beira de uma estrada, escrito "ROTA 39", agora estávamos mais próximos de Olivine.