Miraculous - Defensores de Paris escrita por Blue Blur


Capítulo 4
Satírico


Notas iniciais do capítulo

Depois do incidente envolvendo a máfia Surveillance, Marinette e Adrien tiveram uma péssima noite de sono. No dia seguinte, Adrien acorda com um péssimo humor. Bom, pelo menos a escola de Adrien acaba recebendo a visita de um habilidoso comediante, capaz de fazer até o mais carrancudo dos seres rir. O que poderia dar errado?



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Conforme ela mesma previra, Marinette acordou acabada no dia seguinte: as olheiras eram bastante visíveis e ela teve que se esforçar para se levantar depois que o despertador tocou. Ela tomou banho, se vestiu e foi comer. Sua expressão exausta não passou despercebida do olhar de seus pais.

(Tom, colocando a mão no ombro da filha): Marinette, por que você está com essa cara de cansaço.

Marinette nem parou para pensar no que fez a seguir: ainda abalada pela luta da noite anterior, seu primeiro instinto ao sentir o braço forte de um homem em seus ombros foi de tentar aplicar uma torção. Sabine tomou um susto ao ver Marinette tentando aplicar uma imobilização no próprio pai.

(Sabine, assustada): Marinette, o que você pensa que está fazendo?

(Marinette, percebendo a gravidade da situação): Ah, meu Deus. Pai, eu sinto muito, eu não queria...

(Tom): Não, deixa para lá. Você realmente deve estar muito tensa com alguma prova.

(Marinette, nervosa): Isso, isso, eu acabei dormindo mal porque fiquei estudando para uma avaliação que vai ter..... Que coisa, não?

(Sabine, um pouco mais aliviada): Bem Marinette, agora você deve terminar de se arrumar e ir para a escola. (beija a filha) Eu te amo, filha.

(Marinette): Também te amo, mãe.

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Por coincidência, Marinette acabou chegando na escola juntamente com Adrien, e percebeu que ele estava muito mal-humorado, com um olhar fuzilante, como se estivesse com raiva de alguém. Ele também tinha olheiras, sinal de que também teve uma péssima noite de sono. Diego viu os dois chegando e foi recebe-los com o celular nas mãos, sinal de que tinha alguma coisa interessante para mostrar. Primeiro o garoto mexicano quis mostrar para Adrien.

(Diego): Adrien, rapaz, tu não vais acreditar no que eu vi hoje na televisão. Saca só, a Ladybug e o Chat Noir atacaram um depósito cheio de bandi...

A última coisa que Adrien queria era algo que o fizesse lembrar da tragédia que quase ocorreu com sua parceira, e ele fez questão de deixar isso bem claro, da pior forma possível. O modelo deu um empurrão em Diego e tratou de esbravejar:

(Adrien): Me deixa, Diego! Eu não estou com cabeça para essas besteiras!

(Diego, espantado): Janfle! (“Puxa vida”, em mexicano) Quer maracujina, estressado?

(Marinette, indo defender o Adrien): Diego, o Adrien trabalha como modelo. É um trabalho estressante. Agora me mostra, o que é tão interessante aí?

(Diego, voltando a ficar empolgado): A Alya deu um jeito de compilar a reportagem de hoje do jornal no Ladyblog! Saca só isso.

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Gravação em vídeo

(Repórter): Na madrugada de hoje, houve um tumulto num depósito abandonado na Champs-Élyssees. A polícia encontrou dezenas de suspeitos, com ferimentos indicando combate corpo a corpo, e alguns caixotes com metralhadoras modelo M249. Os suspeitos, que foram conduzidos para a delegacia, relatam ter sido atacados pelos super-heróis Ladybug e Chat Noir.

(Charlotte): De fato, eu encontrei Chat Noir enfrentando um suspeito vestido como punk. Ele estava esmurrando o elemento quando eu cheguei. Não consegui prendê-lo porque ele deu um jeito de destruir o interruptor.

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Diego interrompeu a gravação quando viu que Marinette estava pálida.

(Diego, sem entender): Marinette, você está bem?

(Marinette, muito nervosa): Sim, estou. É que deve ter sido meio perigoso para a Ladybug enfrentar todos esses criminosos estando sozinha. Eu fiquei nervosa.

(Diego, despreocupado): É da Ladybug que estamos falando. Se ela consegue dar conta de um monte de akumatizados, é óbvio que ela vai chutar os traseiros de uns vagabundos com uma mão amarrada nas costas.

A confiança exacerbada de Diego na heroína pintada só fazia deixa-la mais nervosa ainda. Felizmente, o sinal tocou e Marinette pôde ir para a sala de aula sem ter que continuar falando sobre aquele assunto incômodo. Na classe, Marinette sentou do lado da amiga Alya. Surpreendentemente, Diego estava sentado do lado de Alya, ao invés de estar com o Nino e o Adrien.

(Marinette): Diego? Você não ia se sentar com o Adrien?

(Diego): Está brincando? Você não viu o que acabou de fazer: Só porque o Nathaniel esbarrou nele, el pendejo (“o idiota”, gíria mexicana) soltou os cachorros no coitado.

(Alya): Pois é, o cara está muito estressado hoje.

O diretor Damocles entrou na sala, dando fim às conversas paralelas que estavam acontecendo.

(Damocles): Turma, tenho uma surpresa para vocês: hoje, nosso colégio recebeu a visita do senhor Émile Charpentier. Ele disse que está em turnê pela França e que gostaria de realizar uma apresentação hoje na nossa escola. Por isso, gostaria que todos se dirigissem ao auditório.

Todo mundo começou a vibrar, menos Adrien, que ainda estava mau-humorado, e Diego, que não fazia ideia de quem era o cara.

(Diego): Marinette, quem é esse tal de Émile Charpentier?

Marinette ficou animada, tão animada que nem estava mais perturbada pela noite anterior.

(Marinette): Émile Charpentier é um dos maiores comediantes da França. Ele é conhecido nacional e internacionalmente por suas sátiras. Eu tenho aqui uns vídeos dele muito hilários. (carrega um dos vídeos) Nesse vídeo ele está imitando um político brasileiro.

(Émile, falando com uma voz grossa): É só você não roubar, não matar e não praticar crimes, que você não vai preso! (vários brasileiros começam a rir, mas outros começam a vaiar) Eu só não vaio vocês de volta porque vocês não merecem!

(Marinette, mostrando outro vídeo): Aqui, ele está imitando um cantor norte-americano.

(Émile, se requebrando e cantando com uma voz fininha): Ouououououou beibi, beibi, beibi! OOOOOOOOOUUUUUUU!!!

(Diego e Marinette): HAHAHAHAHAHAHAHA!!!

(Marinette, enxugando as lágrimas de riso): Agora olha esse, ele tá imitando um personagem de desenho japonês!

(Émile, usando um kimono laranja): AAAAAAAAAHHHHHHHHH!!! (Émile faz tantos sons de esforço que acaba soltando um indiscreto som de pum)

(Diego): Qué chingón! (Que bacana!)

E no auditório, todos os alunos da classe estavam reunidos, quando o próprio diretor Damocles fez a apresentação do comediante.

(Damocles): Prezados alunos do colégio François-Dupont, eu lhes apresento o mestre da arte da sátira, Émile Charpentier.

O auditório inteiro começou a rir quando viu a roupa que Émile usava: uma camiseta branca com uma camisa de botões por cima, uma camisa amarela cheia de flores verdes, um bermudão azul e sapatênis. O comediante era branco, com olhos pretos e usava um topete castanho bem indiscreto.

(Émile, dando pulos de empolgação): E aí, galerinha do François-Dupont! Vocês estão prontos para a comédia?

(Platéia): SIM!!!

(Émile): Eu não ouvi direito!

(Platéia): ESTAMOS, ÉMILE!!!

Todos começaram a se entreolhar, segurando os risos. Até Adrien estava suavizando a expressão, pelo que Nino percebeu.

(Émile): E agora, vamos à caixa de surpresas do Monsieur Charpentier para ver quem será a(s) vítima(s) de nossa próxima sátira!

A caixa que Émile pegou era grande, em forma de paralelepípedo e com tatuagens customizadas de pontos de interrogação, cada uma diferente da outra: A tampa era pintada com a interrogação dos blocos do Super Mario, a face voltada para a plateia era pintada com as interrogações do Charada, o vilão do Batman, e as outras faces não estavam visíveis. O comediante enfiou a mão com tudo e tirou de lá um ioiô... com estampa de joaninha. Quando ele estava recolhendo o fio, alguém de dentro da caixa começou a puxar.

(Émile, fingindo estar aborrecido): Ei, que ideia é essa de puxar o fio do meu ioiô e...

Quando o comediante olhou dentro da caixa, um miado estridente de gato cortou a plateia, e um gato preto começou a atacar o comediante, deixando o rosto dele todo arranhado. Lógico que os arranhões eram falsos, mas alguns alunos começaram a desconfiar dos objetos tirados da caixa.

(Chloe): Espera um pouco! Ioiô com estampa de joaninha...? Um gato preto...?

(Rose): Espera, o senhor Charpentier não está pensando em...?

(Ivan): Caramba, dessa vez ele está passando dos limites!

(Kim): Eu não acredito que ele vai fazer isso. Pago pra ver!

(Alix): Se ele vai fazer o que estou pensando, ou ele tem muita coragem, ou muita cara de pau.

(Émile): Por que vocês se calaram do nada? É só porque eu peguei um ioiô com estampa de joaninha e um gato preto? Aaaaahhhhh, entendi! Vocês acham que eu vou tirar sarro dos nossos heróis de Paris.

Todos ficaram surpresos. É sério que Émile, o comediante famoso por suas sátiras ácidas estava dizendo que não ia fazer uma SÁTIRA???

(Émile, sério): Eles são os heróis de Paris, pessoal. Sabem, há limites quem ninguém, nem mesmo um comediante como eu, deve ultrapassar. E um deles é o respeito aos nossos heróis. Principalmente depois do que fizeram, ontem: enfrentaram cerca de 30 criminosos armados com fuzis, sozinhos! Ladybug, se você estiver me ouvindo, saiba que eu admiro muito sua coragem...

Todos começaram a sorrir, quem diria que um comediante, famoso por satirizar tudo e todos, faria uma homenagem tão singela quanto essa? Para se ter uma ideia, até mesmo a Chloe estava se levantando e se preparando para bater palmas, quando de repente...

(Émile): Você tem muita coragem para sair por aí salvando Paris, usando um pijama de joaninha.

E morreu o clima. Quase todo o auditório veio abaixo na base das gargalhadas. Mesmo quem estava reticente com as piadinhas que sairiam agora gargalhava como se não houvesse amanhã.

(Chloe, furiosa): C-C-Como ele se atreve...?

(Émile): Poxa Ladybug, você não lê gibis? O Superman sempre sai com aquela capa imponente e o brasão da casa El em seu peito! O símbolo da esperança! O Batman, cara, ele inspira o terror! (faz voz grossa) Temam a justiça do Cavaleiro das Trevas! E você usando um pijaminha que parece ter saído de um brechó para combater o crime?

(Alya, furiosa): Ninguém fala da Ladybug assim na minha frente!

(Diego): BWAHAHAHAHAHAHA!!! (olha a expressão séria de Alya) Desculpa Alya, é que... é que... UHUHUHUHAHAHAHAHAHA!!! “PIJAMINHA”!!!

O clima do auditório estava dividido: um monte de gente se rasgava em gargalhadas com as piadas de Émile, enquanto outros levavam para o lado pessoal. E Émile queria mais era ver aquele circo pegar fogo.

(Émile): Até o Chat Noir tem um traje bacana, pena que ele age de um jeito meio tosco às vezes. (Imita a voz do Chat Noir) “Oh, mylady, você está num belo tom de vermelho hoje!”, “Bugboo, eu preciso te dizer uma coisa. Eu estou muitíssimo apaixonado por você! ” (Émile pega o ioiô e começa a imitar a Ladybug) “Chat Noir, a gente tem que prender os traficantes de armas. Menos papo e mais ação! (Émile volta a imitar Chat Noir). Então permita-me ser um homem de ação *começa a encenar um beijo bem tosco*.

Adrien não estava nada feliz com aquilo. Claro que tinha muita gente aborrecida com as piadas de Émile (e tantas outras gargalhando histericamente), mas o problema é que Adrien É o Chat Noir, e ele não estava em seu melhor dia.

(Émile): Outra coisa Ladybug, você devia experimentar usar outra arma. Já pensou num chicote? Ou num arco e flecha? Porque eu não levo fé em você lutando com um brinquedinho. Já pensou se ao invés de ter que enfrentar um palhaço tosco que solta bolhas de sabão ou uma nerd que controla a internet, você tivesse que lutar contra mafiosos, ou algo do tipo? Você ia acabar mais ou menos assim. *Tátátátátátátátátátátátátátátá* (Finge que foi baleado e cai no chão)

Ok, agora isso se tornou pessoal para Adrien. Émile não apenas insultou sua lady como tirou sarro do acidente que ela sofreu na noite anterior. O garoto saiu bufando da sala, e junto com ele havia saído também Marinette, Chloe e Diego. Adrien foi para o banheiro masculino, Marinette foi para o feminino. Chloe iria para a sala se não tivesse visto Diego gargalhando feito uma criança.

(Chloe, se dirigindo ao Diego): Bonito, hein, Señor Diego! Muito bonito!

(Diego, controlando o riso): Bonito, eu não sei, mas é hilário. Com certeza é! “brinquedinho de criança”, caaaaara, eu vou rir disso até 2036.

(Chloe, séria): Você acha engraçado um palhaço estúpido ridicularizar a heroína que te salvou, Rei Poderoso?

(Diego, meio constrangido): Ei, pera aí Chloe, a Ladybug é uma heroína. Não é como se ela fosse ligar para besteirinhas como essa. Além disso, ela nunca vai saber disso, não é como se ela REALMENTE estudasse aqui.

(Chloe, mais séria ainda): Ah, então só é engraçado porque a Ladybug não está ouvindo as coisas horríveis que estão falando dela? Então você concorda que são brincadeiras de mau gosto e ofensivas?

(Diego, mais constrangido ainda): Não, não é isso, é que...

(Chloe): Eu já chamei muitas pessoas de idiotas, mas você certamente é o maior de todos...

Chloe foi embora, ainda séria. Diego não acreditava no que havia acontecido: ele havia tomado sermão da garota mais petulante e encrenqueira da classe? Sériozão?

(Diego, com a consciência pesada): Eu não acredito que tomei sermão da metida da Chloe... E eu não acredito que, no final das contas, ela tinha razão! A Ladybug me salva e eu retribuo rindo da cara dela? Como é que eu pude ser tão idiota?

Enquanto isso, no banheiro masculino, Adrien estava tão furioso que até seu Kwami estava assustado com aquilo.

(Adrien, vociferando): Plagg, me transforma agora!

(Plagg, amedrontado): Olha cara, eu sei que você está bravo com o comediante, mas isso não é uma boa ideia! Lembra do que aconteceu com a Volpina e...

(Adrien, vociferando): PLAGG, MOSTRAR AS GARRAS!!!

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Marinette estava magoada, de verdade. Talvez ela estivesse mais emotiva por causa da má noite de sono, mas ver toda a escola rindo de seu trabalho como super-heroína sendo ridicularizado certamente não foi uma experiência agradável.

(Tikki, tentando levantar o astral de Marinette): Mari, não fica assim não. Aquele comediante é um mala mesmo...

(Marinette): Será que todo mundo realmente me acha ridícula, Tikki? Estava todo mundo rindo de mim...

(Tikki): Olha, mesmo com todas aquelas piadas, eu sei que no fundo aquele comediante te admira.

Nesse momento, Marinette viu Chat Noir andando com passos duros para o auditório. Pelo olhar furioso, ela sabia que aquilo não era um bom sinal.

(Marinette, determinada): Quer saber? Admirada ou não, eu sou a heroína de Paris, e vou fazer meu trabalho. TIKKI, TRANSFORMAR!!! YEAH!!!

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Quando Ladybug ia entrar no auditório, a coisa já estava bem feia: Chat Noir estava segurando o comediante pelo colarinho, arrastando ele para fora e apertando-o contra a parede perto da porta.

(Chat Noir, furioso): Vai, seu estrupício! Conta mais das suas piadas! Diz que eu sou um idiota apaixonado ou que a Ladybug é ridícula! Fala isso na minha cara!

(Émile, sem fôlego): Eu s-s-sou só um comediante! Eu satirizo todo mundo! Até o presidente dos EUA eu já satirizei, sabe? “Vamos construir esse muro para não deixarmos mais entrar tanto burrito e taco em nossa terra de hot-dogs...” He.. hehe...

A resposta de Chat Noir foi uma joelhada no estômago do comediante, e se Ladybug não intervisse, as coisas iriam piorar.

(Ladybug): Chat Noir, chega! O que você pensa que está fazendo?

(Chat Noir): Esse idiota está me fazendo de palhaço, para todo mundo aqui ver!

(Ladybug): Isso não é desculpa para você bater nele!

(Chat Noir): Ele zombou do que aconteceu... ontem à noite.

(Ladybug, mais calma): Eu sei, Chat Noir... Mas nós somos heróis, nossa missão é proteger os parisienses. Você se lembra do erro que eu cometi com a Volpina? Quer carregar a mesma culpa que eu carrego?

Chat Noir se acalmou e parou para pensar no que fizera, depois largou o comediante no chão. Seu olhar de fúria havia dado lugar a um de arrependimento.

(Chat Noir, arrependido): Desculpa pelo mal jeito, cara. Eu tive um dia péssimo hoje, sabe?

(Émile, com raiva): E obrigado por estragar o meu, seu animal imundo!

Émile saiu dali com raiva, e os alunos saíram do auditório para ver o que estava acontecendo.

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Enquanto isso, do esconderijo de Hawkmoth...

(Hawkmoth): Ah, por que está tão sério, meu caro comediante? Eu sei o porquê, um herói sem senso de humor estragou o seu show e o agrediu por nada. Mas isso é um crime contra a arte da comédia, um crime pelo qual ele deve pagar (aciona o akuma). Voe para lá, meu pequeno akuma do mal. Vamos colocar no rosto dele um sorriso.

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Émile já estava saindo da escola, quando a borboleta negra pousou eu um broche em formato de flor que ele usava. Daí a máscara de mariposa apareceu em seu rosto.

(Hawkmoth): Satírico, eu sou Hawkmoth. Você foi humilhado por conta de sua habilidade em fazer piadas, mas agora você tem poderes para fazer dessa escola o palco para sua piada mortal. Tudo o que eu peço é que me traga os Miraculous de Ladybug e Chat Noir.

(Émile): Eu quero ver esse circo pegar fogo!

Uma névoa negra envolveu Émile. Seu traje agora era uma calça e um terno amarelos, com uma gravata que, ironicamente, tinha estampa de joaninha. Sua cabeça estava verde, seus cabelos estavam roxos e ele tinha um largo sorriso pintado de vermelho.

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Ironicamente, Ladybug e Chat Noir estavam caminhando em direção ao mesmo lugar onde estava o Satírico. Lá, o akumatizado os aguardava com um revólver apontado, um revólver com um cano ridiculamente longo.

(Chat Noir): Cuidado, Ladybug!

Os dois saltaram para o lado para se esquivar do disparo, que estourou com a força de uma granada.

(Ladybug): Ufa, essa foi por...

Antes que a heroína pintada pudesse terminar a frase, ela e Chat Noir foram atingidos por uma luva de boxe enorme, que havia saído de dentro de uma caixa de surpresas.

(Satírico): Alguém pediu uma encomenda de barata pintada e esmagada? Ela acabou de chegar!

Para piorar as coisas, os alunos tinham ouvido a explosão e já haviam chegado para ver o que estava acontecendo. Sério, por que esse povo de desenho tem que ser sempre tão curioso?

(Ladybug): Chat Noir, olha o broche dele! Eu acho que é lá que está o akuma.

(Chat Noir): Mylady, escuta: vamos ter que tirá-lo daqui ou esses alunos vão se machucar.

(Satírico): Ah, por que vocês estão tão sérios? Sorriam, estavam rindo desses heróis de meia tigela antes, não estavam? Pois eu vou fazer com que continuem rindo deles.

Ladybug e Chat Noir avançaram com tudo contra Satírico, atirando-o para o lado de fora do colégio. Vendo que os heróis já estavam com suas armas em punhos, Satírico meteu a mão dentro do terno e tirou... um pé de cabra.

(Satírico): Vou rachar a cuca de vocês, e garanto que não tem nenhum poço mágico para revivê-los.

E a cena já estava montada: novamente Ladybug e Chat Noir enfrentando um akumatizado em frente ao François Dupont, com todos os alunos da classe da Marinette olhando a cena e o mesmo velhinho chinês estranho, do outro lado da rua, vendo tudo. Enquanto isso, Chat Noir dividiu seu bastão em duas partes e foi o primeiro a ir para cima do akumatizado. Satírico, de forma surpreendente mostrou ser um lutador e tanto, usando seu pé de cabra para bloquear os ataques do felino de forma bem habilidosa. Ladybug usou o ioiô para prender o braço que Satírico usava para manusear o pé-de-cabra, mas o akumatizado levou a mão livre até o broche de flor.

(Satírico): Dá um sorriso, pintadinha.

O broche de flor espirrou spray de pimenta... em jato. Ladybug deu um grito ao sentir seu rosto ardendo. Logo depois acabou levando um chute nas costelas.

(Satírico): Eu disse para sorrir, sua tapada, não chorar!

Satírico ergueu o pé de cabra para acertar Ladybug, mas Chat Noir agarrou o vilão por trás e o imobilizou. Satírico ficou lutando para se soltar. O objeto akumatizado estava exposto, mas Ladybug ainda estava incapaz de se levantar e agir.

(Chloe, apreensiva): Anda Ladybug, pega o objeto akumatizado. O Chat Noir não vai aguentar muito tempo!

(Ladybug, com a mão nos olhos): Meu rosto... ainda está ardendo muito! Não vou conseguir pegar o broche!

(Chloe): O broche! É isso!

Em um impulso de coragem, a garota loira saltou sobre o akumatizado e arrancou o broche de lá. Porém, Satírico também conseguiu se libertar, derrubou Chat Noir com um golpe de pé de cabra. Depois largou a ferramenta, pegou um canivete e foi reivindicar o que era seu: agarrou a garota e colocou a lâmina da faca perto da boca dela

(Satírico, com um sorriso sinistro): Diga-me, garotinha, alguma vez você já dançou com um akuma em plena luz do dia?

Outro golpe de pé de cabra, dessa vez para derrubar Satírico, e por incrível que pareça, lá estava novamente Diego, com sua mania de querer enfrentar akumas sozinho. Bom, mas dessa vez ele foi bem mais sucedido: Chloe quebrou o broche, e Ladybug, já recuperada, purificou o Akuma.

(Ladybug): Tchau tchau, borboletinha. MIRACULOUS LADYBUG!!!

Como a heroína não havia usado o talismã, ela teve que lançar o ioiô para cima, para consertar a bagunça. Agora, Émile Charpentier já havia voltado ao normal, e ficou meio constrangido ao ver quem estava na sua frente.

(Émile Charpentier): L-L-Ladybug? O q-q-que você faz aqui?

(Ladybug, mandando indiretas): Ah, você sabe, só estou salvando sua pele usando meu brinquedinho de criança e meu pijaminha comprado em um brechó.

(Émile, constrangido): Você ouviu as piadas, não ouviu?

(Ladybug): É, eu estava de patrulha por aí, quando comecei a ouvir umas gargalhadas histéricas, depois senti minhas orelhas queimando, daí eu me infiltrei e vi você falando umas coisas bem desagradáveis a meu respeito. Escuta Émile, eu sei que você só quer fazer o seu trabalho, mas o meu trabalho é coisa séria também! Eu tomei três tiros ontem e passei a madrugada em claro para pegar aqueles bandidos.

(Émile, espantado): P-Puxa, eu não sabia. Sinto muito pelas piadas que fiz com vocês. De verdade

(Chat Noir): Tudo bem, aceito suas desculpas.

(Ladybug): Agora pede desculpas para ele, Chat Noir.

(Chat Noir): Mas por quê? (Ladybug olha bem sério para o parceiro) Está bem, desculpa pela joelhada, e por ter estragado seu show.

(Émile): Ah, deixa disso. Eu vou participar de uma turnê, o que teve hoje foi só um aquecimento.

(Ladybug): Bem, nós dois já temos que ir, então até logo.

Nesse momento, Diego teve um “estalo”: Ladybug disse que já sabia das piadinhas, e Chat Noir também sabia.

(Diego, pensando intrigado): Como eles ficaram sabendo das tais piadinhas? Será que eles... Não, Ladybug e Chat Noir são super-heróis, de jeito nenhum eles seriam meus colegas de classe. Na verdade, não tem a menor chance deles sequer serem alunos daqui... ou será que tem?

Enquanto os dois heróis iam embora, o velhinho chinês de antes permanecia ali, do outro lado da rua, observando discretamente, mais com muita curiosidade Chloe e Diego.

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No fim do dia, Marinette voltou para casa, ansiosa para dormir depois da noite anterior mal dormida. Ela jantou, escovou os dentes, mas antes de se deitar, teve que ver uma coisa: Ela sabia que Émile Charpentier iria fazer sua primeira apresentação naquela noite e quis dar uma olhada rápida na internet. E que surpresa: Dessa vez, o alvo das sátiras era ninguém menos... que ele mesmo.

(Émile): É irônico como a vida dá voltas: Hoje de manhã, eu rindo do traje da Ladybug para depois ficar vestido de banana. É mole? Outra coisa, cabelos roxos? Eu fiquei parecendo uma uva estragada!

É mole? Outra coisa, cabelos roxos? Eu fiquei parecendo uma uva estragada!

(Tikki): Que bom que tudo acabou bem.

(Marinette): É, e no final das contas, nosso Satírico aprendeu que, às vezes, é melhor levar certas coisas a sério.

(Tikki): E também a aprender a rir um pouco mais de si, ao invés dos outros.

(Marinette): Hehehe, essa foi boa mesmo. Mas agora... eu só quero dormir... Boa noite Tikki.

(Tikki): Boa noite, Marinette.


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Notas finais do capítulo

A inspiração para esse capítulo veio de um vídeo no YouTube, chamado "Isso é basicamente Miraculous Ladybug". No vídeo, um youtuber faz uma sátira com a série da heroína pintada, zoando com tudo, desde os nomes até a aparência dos vilões e a personalidade de Hawk Moth (eu me rasguei de rir na parte que ele chama o Adrien Agreste de "Fagúncio Figueiredo"). Era curioso porque tinha muitos fãs de ML que curtiram o vídeo e outros que deram pití, que nem crianças. Daí eu me inspirei nisso para criar o Satírico, ah, eu também me inspirei em um famoso personagem dos quadrinhos, saberiam dizer qual?

Agradeço à leitora Sófis Block por ter me dado a teoria envolvendo a Chloe, porque teve grande influência no papel que a garota exerceu nesse capítulo. A propósito, aconselho os leitores a voltarem para o capítulo do Eletrochoque e lerem tudo de novo, porque assim como os Thomas Astruc foi deixando as pontinhas soltas que ligaram Chloe ao Miraculous da Abelha, eu também estou deixando minhas pontinhas soltas, e não estou me referindo à Chloe.

Também aceito sugestões de capítulos e de vilões akumatizados. Quanto mais gente participar nos comentários, mais motivado me sinto para escrever.



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