Miraculous - Defensores de Paris escrita por Blue Blur


Capítulo 3
Surveillance


Notas iniciais do capítulo

Após ter interceptado uma reunião de criminosos, Ladybug e Chat Noir decidiram enfrentar os criminosos e interceptar o carregamento de armas. O que parece ser apenas uma negociação criminosa pode acabar sendo, na verdade, apenas a ponta de um iceberg. Um iceberg que talvez seja grande demais para apenas dois heróis destruírem.



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No dia seguinte, às três da manhã, no depósito abandonado da rua champs-Elysées, havia cerca de 25 a 30 homens armados patrulhando o enorme depósito, enquanto três mafiosos, aparentemente os chefes da operação, negociavam com um quarto sujeito, vestido de punk, o mesmo da negociação com Peu Tressages. Porém, o que os mafiosos não sabiam é que estavam sendo vigiados pelos dois super-heróis de Paris: Ladybug e Chat Noir haviam conseguido nocautear dois mafiosos que estavam de tocaia do lado de fora e se infiltraram sem chamar atenção. Os três mafiosos-chefes vestiam roupas diferentes, ao passo que todos os capangas pareciam usar o mesmo traje de aparência paramilitar: calça camuflada estilo urbano, colete blindado, camisa preta sem mangas e coturnos. Alguns usavam acessórios extras, como óculos escuros, bonés e outras coisas. Outra coisa curiosa é que todos os mafiosos portavam um símbolo (https://image.freepik.com/free-icon/surveillance-eye-symbol_318-52486.jpg), alguns o tinham tatuado no braço, outros usavam estampado na camisa e outros haviam pichado por cima do colete.

Os três chefes eram os únicos que vestiam ternos: aquele que Ladybug reconheceu como Peu Tressages vestia um terno azul marinho com uma gravata azul com bolinhas brancas. O segundo, vestia um terno amarelo-areia com estampa xadrez, um chapéu da mesma cor, mas sem a estampa. O segundo chefe também tinha uma cicatriz atravessando a lateral do olho esquerdo, que por pouco não o cegava. O terceiro usava um terno preto, com gravata vermelha e óculos escuros. Aparentava ser o mais velho dos três por suas rugas, ou talvez elas fossem uma consequência do fumo, já que ele estava com um charuto cubano na boca.

O punk da negociação de antes se aproximou do cara da cicatriz, que tomou a iniciativa.

(Cara da cicatriz): Temos aqui, nesses caixotes atrás de mim, várias metralhadoras M249. Disparam 800 balas por minuto e possuem refrigeração a ar. Elas também incluem um espaço para lança-granadas e já têm miras ACOG inclusas.

Os heróis estavam preocupados, e com razão: Metralhadoras M249 são equipamentos de uso exclusivamente militar. Se criminosos normais usassem essas armas, as coisas ficariam fora de controle.

(Ladybug, cochichando para Chat Noir): Nós temos que recuperar essas armas.

(Punk, se dirigindo ao cara da cicatriz): Presque Rien, você realmente sabe como conseguir uns brinquedinhos maneiros, hein cara? Foi um prazer fazer negócios com a Surveillance.

(Presque Rien): Obrigado, pena que não podemos dizer o mesmo de você.

(Punk, confuso): Que conversa é essa, cara? Eu trouxe o dinheiro completo, eu fiz minha parte!

(Cara do charuto): Não fez não. Você se esqueceu daquilo que é mais importante na hora de fazer negócios com nossa organização: Surveillance est la clé de notre succès.

A frase dita pelo mafioso com charuto significava “A vigilância é a chave do nosso sucesso”. Tratava-se de um trocadilho muito bem feito com o nome da organização e a palavra “vigilância”, em francês.

(Punk, mais assustado ainda): Drygut, do que você está falando?

(Drygut): O lugar onde você se encontrou com Peu Tressages da primeira vez não era seguro, a joaninha e o gato preto acabaram entrando aqui! Dois dos meus homens foram derrubados, e eu sei disso porque todos os nossos capangas têm sensores cardíacos.

Todos os capangas da sala pegaram os fuzis, submetralhadoras, pistolas e tudo o mais e apontaram para o teto.

(Drygut, levantando a voz): Agora escute Ladybug! Estamos em maior número, e mais bem armados. Você tem duas opções: ou nos enfrenta, ou tenta fugir. Não garanto sua sobrevivência em nenhuma das duas.

(Chat Noir, cochichando para Ladybug): Ainda podemos derrubá-los, Mylady. Vem comigo.

Enquanto os capangas revistavam o lugar, Chat Noir viu três deles indo para um ponto isolado. Como o herói felino tinha visão noturna, decidiu atacar primeiro. Sozinho, ele enfrentou e derrubou os três com vários golpes de bastão. Um quarto tentou emboscar Chat Noir por trás, mas Ladybug acertou o ioiô no tornozelo dele e o puxou com tudo para cima, depois o soltou e o capanga levou uma queda que o nocauteou.

(Presque Rien): Atrás deles, não deixem que escapem!

Os disparos de fuzis já haviam começado, e o clima estava mais tenso do que nunca. Ladybug saltou sobre um capanga armado com um Uzi e o nocauteou com um soco na nuca. Outro apareceu com uma pistola, mas um ioiô enroscado em sua mão fez ele largar a pistola. A heroína aproveitou para dar um chute no queixo do capanga desarmado.

Porém, Ladybug baixou a guarda num momento crucial e foi agarrada pelo pescoço e derrubada. No momento seguinte, um capanga com máscara de esqui estava em cima dela, estrangulando-a. Ladybug começou a se arrepender de ter tentado enfrentar uma organização mafiosa quase sozinha quando sentiu sua vista se escurecer, mas bem nesse momento o atacante foi derrubado com um golpe de bastão na nuca.

(Chat Noir, ajudando Ladybug a se levantar): Você está bem, bugboo?

(Ladybug, ofegante): Estou. Obrigada, Chat. Te devo uma.

E ela acabou pagando bem mais rápido do que esperava: quando estavam prestes a se separar, um sujeito parrudo agarrou o gato preto pelos ombros e o jogou por cima de alguns caixotes. Quando Chat Noir se deu conta do que estava acontecendo, estava tendo que segurar um canivete apontado para seu pescoço. Mas uma chave de pernas no pescoço do capanga, desferida por duas pernas cobertas com um traje de joaninha, derrubou ele no chão.

(Chat Noir, sorrindo): Pelo visto estamos quites. Que pena, eu queria que isso tivesse durado mais.

Ladybug revirou os olhos para a mania que seu parceiro tinha de fazer piadinhas nos piores momentos possíveis, mas antes que desse alguma resposta, Ladybug viu Presque Rien, Peu Tressages e Drygut se preparando para fugir, e não era para menos: todo aquele tiroteio havia atraído a atenção da polícia, e as sirenes já estavam bem altas. Os três mafiosos já estavam ordenando seus homens a recolherem o carregamento quando os dois heróis apareceram. Porém, o trio respondeu com tiros de pistola, que felizmente não acertaram os alvos. O punk que estava interessado na negociação tentou derrubar Ladybug no braço, mas tomou uma surra bonita. Enquanto isso, Chat Noir já estava prestes a saltar no caminhão onde os três mafiosos fugiam, mas que surpresa desagradável: dois guarda-costas saltaram de lá em cima do herói felino. Pior, os dois eram especialistas em combate corpo-a-corpo. A força policial, liderada por Charlotte, já havia entrado no prédio, e a capitã em pessoa estava se encarregando de finalizar os poucos meliantes que tentavam futilmente oferecer resistência, armada apenas com seu cassetete. Ladybug percebeu que estava ficando sem tempo e foi ajudar o parceiro e, depois de um pouco de esforço, os dois heróis conseguiram derrubar os guarda-costas restantes.

(Chat Noir): As armas estão seguras, agora já podemos ir.

(Ladybug): Que bom, a polícia acabou de entrar. Não podemos correr o risco de Charlotte...

BANG! BANG! BANG!

Ladybug foi atingida por três tiros de pistola nas costas e caiu no chão. Chat Noir, cego de fúria, viu que o atirador era o mesmo punk que Ladybug havia enfrentado antes e partiu para cima dele, enchendo-o de murros. Só parou quando ouviu o som de uma Glock sendo engatilhada, daí ele levantou o rosto e viu Charlotte, mirando nele.

(Charlotte): Chat Noir, você está preso.

 O herói felino começou a recuar lentamente para perto de sua parceira, e viu que ela ainda não mexia um músculo. Com seus rápidos reflexos, usou o Cataclismo num interruptor próximo, deixando a policial no escuro. Então ele pegou a parceira no colo e fugiu dali o mais rápido possível.

Chat Noir só parou quando já estava perto de sua casa, então resolveu checar sua parceira. Surpreendentemente, Ladybug não estava sangrando, apesar das marcas das balas serem visíveis no traje.

(Chat Noir, suspirando aliviado): Você me matou de susto, mylady.

(Ladybug, gemendo): Mas não pense que o fato das balas não terem entrado faz isso doer menos.

(Chat Noir): Quer que eu te ajude a chegar em casa?

(Ladybug): Chat, não me leve a mal, mas você sabe muito bem o que penso a respeito.

O parceiro de Ladybug ficou calado, ele lembrou que havia jurado não tentar descobrir a identidade secreta de sua parceira.

(Ladybug, sorrindo): Eu estou bem, gatinho, consigo chegar em casa sozinha.

Chat Noir se separou de sua companheira, ainda reticente. Destransformado, o herói voltou a ser Adrien Agreste.

(Plagg): Minha nossa, que noite! Ei, Adrien, Adrien, você está bem?

(Adrien, abalado): Toma Plagg, pega teu queijo fedido.

Normalmente, Plagg ficava feliz quando recebia queijo, mas depois de ver o estado de espírito de seu amigo...

(Plagg): Adrien, se você quiser desabafar...

(Adrien, falando de uma forma seca): Eu não quero falar sobre isso, Plagg.

Adrien se jogou sobre a cama, tentando dormir. Mas quem disse que conseguiu? Toda a adrenalina ainda corria solta por suas veias, e a visão de sua lady sendo baleada o atormentava profundamente.

Enquanto isso, na padaria Dupain-Cheng, Marinette estava preocupada com Tikki. Apesar da dor que sentia nas costas, a garota mestiça percebia que sua kwami parecia estar sofrendo mais: ela estava encolhida, sem dizer nada, apenas soltando gemidos, com uma expressão facial de dor visível.

(Marinette, preocupada): Tikki, Tikki!

(Tikki, gemendo): Marinette... eu não estou nada bem...

(Marinette, com um sorriso nervoso): Tikki, olha, pega um biscoito, vai... (fica séria ao ver que Tikki não reage) Tikki, por favor, não faz isso comigo!

(Tikki, ainda muito fraca): Marinette, eu preciso que você me leve até o mestre Fu.

(Marinette): Mas Tikki, estamos no meio da madrugada! Eu nem sei se o mestre Fu está acordado!

Mas Marinette não teve muita escolha, lhe partia o coração ver a pequena Tikki naquele estado. Discretamente, ela se vestiu e, no meio da noite, foi correndo encontrar o Mestre Fu. Algumas batidas na porta e o ancião chinês atendeu.

(Mestre Fu): Marinette, o que você faz aqui? Estamos no meio da madrugada!

(Marinette): Mestre, eu preciso de sua ajuda urgente! A Tikki não está nada bem!

Os dois entraram e o ancião examinou a pequena kwami e notou que ela estava ferida nas costas.

(Mestre Fu, sério): Marinette, com quem você estava lutando no meio da madrugada?

(Marinette): Com... com criminosos.

(Mestre Fu, espantado): O quê?

(Marinette): Depois que eu derrotei o eletrochoque, eu acabei ouvindo uma conversa entre criminosos, e eu tinha que intercepta-los!

(Mestre Fu, sério): Marinette, isso foi muito perigoso! Você devia ter deixado esse trabalho para a polícia.

(Marinette): Mas mestre Fu, você não entende! Eles tinham armamento militar, a polícia não ia dar conta do recado.

Essa última frase arregalou os olhos do mestre Fu. Apesar do que acontecera com Marinette, sua atitude impulsiva havia tido motivos de sobra.

(Mestre Fu): Entendo. Agora, se me der licença, vou cuidar de Tikki.

Mestre Fu se retirou, carregando a pequena kwami nos braços. Enquanto esperava, Marinette ouvia o som de um gongo sendo tocado ritmicamente. Os minutos pareciam horas, mas alguns minutos depois, lá estava Mestre Fu, sorridente, e das costas dele saiu Tikki, totalmente curada, abraçando sua amiga humana.

(Mestre Fu): Marinette, agora você deve tomar mais cuidado. Vá para sua casa, você ainda precisa tentar dormir um pouco.

(Marinette): Tenho a impressão de que vou estar caindo de sono amanhã.

Marinette voltou para casa, feliz e exausta. Se jogou na cama e tudo o que ela mais queria era esquecer aquela noite.

Enquanto isso, mestre Fu ainda estava pensando bastante sobre o que tinha acontecido. Ele se voltou para seu gramofone falso, onde guardava a caixa dos Miraculous. Ele abriu a caixa e deu uma longa olhada antes de fechá-la. Lá estavam o colar da raposa, o prendedor de cabelos da abelha e, na sua mão, a pulseira da tartaruga. Estes eram os Miraculous que ainda estavam sob posse dele.

(Mestre Fu): Ladybug pode acabar enfrentando um inimigo muito mais forte do que pensa. Ela e Chat Noir podem não conseguir vencer sozinhos.


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Notas finais do capítulo

Originalmente, este capítulo seria bem maior, contando inclusive com mais um akumatizado, mas decidi deixá-lo para o próximo capítulo. Achei estranho ninguém ter comentado no capítulo do Eletrochoque, porque antes todos pareciam estar empolgados com essa fanfic. Estou escrevendo porque achei que seria legal, mas se tiverem críticas construtivas para fazer, sou todo ouvidos.
A propósito, lembra aquilo que perguntei sobre a Queen Bee nas notas finais do capítulo anterior? Ainda queria que vocês mandassem suas teorias. E se vocês quiserem mandar teorias sobre os mafiosos dessa fanfic e sobre a Surveillance, podem mandar. Quero saber exatamente o que vocês pensam, para colocar mais tempero nesta história.
Acho que daqui para frente vou reduzir o tamanho dos capítulos. Acho que assim atualizo mais rápido e torno a trama mais envolvente. O que acham?



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