Miraculous - Defensores de Paris escrita por Blue Blur


Capítulo 25
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

A batalha por Paris se encerrou. Hawk Moth foi derrotado. Agora Adrien deve resolver com seu pai questões ignoradas por muito tempo. Além disso, Mestre Fu contata os quatro heróis para fazer um comunicado importante a eles.



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Passaram-se vários minutos desde que Ladybug havia levado Adrien para o hospital para tratar do ferimento que ele recebeu de Hawk Moth. Felizmente, os médicos disseram que o corte não era tão profundo, apesar de ter sido desferido com um sabre. Após ter sido realizado o procedimento padrão e Adrien agora estava estável, na cama do hospital, e ao seu lado estava Ladybug. Ela percebeu que o antigo parceiro estava bastante triste, e motivo era perfeitamente compreensível.

(Adrien, nervoso): Eu não acredito que meu pai fez aquilo, Marinette. Ele... ele me atacou com um sabre! Eu sou o filho dele e ele me atacou sem hesitar

(Ladybug, assustada): Adrien, por favor, fala baixo! Se alguém escutar você, seu pai pode ir preso!

(Adrien, com raiva): Que se dane! Ele merece apodrecer na cadeia pelo que fez! Marinette, ele contratou a máf... *hmphfmpfhmpfmhpmfhpmfhpmfh*

Ladybug meteu a mão na boca do garoto transtornado, Adrien simplesmente não estava pensando direito. Claro que o pai dele tinha errado, na verdade “errado” era pouco para descrever o que ele fez, mas o que Adrien estava prestes a fazer seria como derramar salmoura numa ferida aberta.

(Ladybug, séria): Agora já chega Adrien! Escuta, se o seu pai for preso, o que é que você vai fazer depois, hein? Quem vai cuidar de você?

(Adrien, voltando a falar): Meu pai nunca cuidou de mim de verdade, a Natalie foi muito mais presente do que ele! Eu poderia ficar muito bem com ela.

(Ladybug): Você seria feliz? Porque até então você era infeliz, sempre dizia o quanto queria que seu pai fosse mais presente... olha Adrien, eu simplesmente não sei o que dizer. No seu lugar, eu estaria igualmente furiosa, mas pense um pouco: se você condenar seu pai, vai terminar de destruir sua família. Você está agindo assim agora porque está com raiva, não aja sem pensar. Foi por agir por impulso que eu quase fiquei inválida, e foi por isso que seu pai te atacou daquele jeito.

A expressão de Adrien se suavizou, de fato Ladybug tinha razão. Claro que ele ainda estava com raiva do pai, mas de fato ele não queria correr o risco de destruir a própria vida por uma decisão impulsiva.

(Ladybug): Adrien escuta, quando você se recuperar, eu quero que você me encontre nesse endereço *entrega um pequeno cartãozinho*. Nós vamos precisar nos reunir com o...

Alguém interrompeu a conversa batendo na porta. Quem a abriu era justamente o pai de Adrien. Ao ver que o filho estava conversando com Ladybug, Gabriel fez menção de sair.

(Adrien): Entra pai, eu quero conversar com você.

(Ladybug): Eu vou deixá-los a sós.

Ladybug saiu do quarto, ainda meio preocupada com o tipo de conversa que os dois teriam. Mas isso ela teria que deixar nas mãos de Adrien, porque ainda havia alguém que ela precisava rever.

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(Gabriel): Eu sinto muito por todo o mal que eu causei, filho. Eu agi sem pensar, eu não queria ter te machucado.

(Adrien): E todas as pessoas que você machucou antes de me machucar? Você teria parado se não tivesse descoberto que eu era o Chat Noir.

(Gabriel): *suspiro* Não filho, não teria... eu agi muito errado. Estava tão obcecado em trazer sua mãe de volta que não parei para pensar nas consequências.

(Adrien): Pai...? Desde que a mãe sumiu você passou a ser extremamente ausente... eu só queria ter você perto de mim!

A fala do garoto denotava tristeza e mágoa. Gabriel já tinha visto o filho triste outras vezes, mas nunca daquele jeito.

(Gabriel): Todo o tempo que fiquei longe de você... ele não vai voltar... mas se você estiver disposto a me dar uma segunda chance, eu prometo que vou mudar, vou fazer o possível para compensar minhas falhas. Então, você me perdoa?

(Adrien): Me dá um abraço, pai.

Pai e filho fizeram as pazes e se abraçaram. Tudo o que Gabriel mais queria era se esquecer daquele pesadelo sem fim e voltar a ser feliz com Adrien.

(Adrien): Pai, a propósito, o que você fez com seu Miraculous?

(Gabriel): Eu dei para Ladybug. Nunca mais quero voltar a ser Hawk Moth. A partir de agora, serei apenas seu pai.

— É bom ouvir isso, senhor Agreste.

Alguém havia acabado de entrar no quarto e havia ouvido justamente a parte comprometedora que dizia respeito ao Miraculous de Hawk Moth. Curiosamente, era o mesmo velhinho chinês que Adrien ajudou no dia que ganhou seu Miraculous.

(Adrien): Aí, eu conheço você!

(Velhinho chinês): Conhece? Eu não diria isso, tem muita coisa sobre mim que você não sabe.

(Gabriel): Quem é você? O que faz aqui?

(Velhinho chinês): Sou apenas um amigo do seu filho. Olhe, não se preocupe, se você quiser que eu saia, eu sairei, só preciso que você me faça um favor: dê uma olhada nessa bela miniatura de lanterna chinesa. Ah, Adrien, se eu fosse você eu fecharia os olhos agora.

O velhinho mostrou para o pai de Adrien uma bela miniatura de uma lanterna chinesa branca. Ao ver que Adrien havia fechado os olhos, o velhinho também fechou os olhos e deu uma balançada de leve na lanterninha, fazendo ela soltar um flash no rosto do homem à sua frente.

(Velhinho chinês): Agora me escute, senhor Agreste: Seu filho estava andando pela rua quando foi atacado por arruaceiros, por isso ele está ferido, eu salvei seu filho. Caso não me conheça, sou Niakamo-Fu, mas pode me chamar apenas de senhor Fu, sou o novo professor de chinês do seu filho. Ah, o mais importante: Você nunca foi Hawk Moth, seu filho não é o Chat Noir e você não faz ideia de quem é Ladybug por trás da máscara, nem ela nem qualquer um dos heróis mascarados de Paris... e você também devia passar mais tempo com seu filho.

Adrien não entendeu absolutamente nada, mas achou aquela cena bem familiar, quase coisa de filme de agente secreto e alienígena.

(Adrien): Ei, senhor Fu, antes de ir, pode me dizer onde fica esse endereço *mostra o cartão que recebeu de Marinette*

(Mestre Fu): Ah sim, é lá que fica o lugar onde você vai receber suas aulas de chinês. Apareça o mais breve possível lá.

Adrien estava confuso, não havia entendido nada do que aquele senhor havia feito, mas resolveu testar uma coisa com seu pai.

(Adrien): Pai, como você conseguiu o seu Miraculous?

(Gabriel, confuso): O quê?

(Adrien): O Miraculous, o seu broche. Sabe, aquele que te transformava em Hawk Moth?

(Gabriel, mais confuso ainda): Do que você está falando, Adrien? Quem raios é Hawk Moth?

(Adrien): Nada não, esquece. Só mais uma coisa, você se lembra do que me prometeu ainda pouco, né?

(Gabriel): Sim, eu prometi que passaria mais tempo com você. Desde que sua mãe desapareceu eu passei a ser mais ausente, mas eu prometo que as coisas irão mudar daqui para frente.

Adrien deu apenas um sorriso, mas por dentro estava pulando de alegria: seu pai não se recordava mais de nada relacionado aos Miraculous, mas ainda se lembrava de sua promessa de ser um pai melhor e mais presente. Aquele de fato seria um recomeço na vida do garoto.

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Enquanto Adrien e Gabriel faziam as pazes, Ladybug agora estava no quarto de Charlotte. A policial estava acordada, já havia passado pelo tratamento e estava se recuperando. Ladybug estava um tanto admirada com a rapidez da recuperação de Charlotte.

(Ladybug): Como você se recuperou tão rápido? Eu pensei que...

(Charlotte): É, eu também pensei. Quando os médicos tiraram minhas roupas, eles descobriram que as balas tinham me perfurado apenas superficialmente. Eram balas akumatizadas, por isso conseguiram atravessar meu colete, mesmo sem calibre suficiente. Felizmente, não estavam energizadas o bastante, pelo que parece.

(Ladybug): Fico feliz em ouvir isso.

(Charlotte): Diga-me Ladybug: nós conseguimos? Paris está salva?

Ladybug deu um largo sorriso e estendeu a mão, segurando o Miraculous da Mariposa.

(Ladybug): Os dois chefes da máfia já foram presos, Chat Noir e eu derrotamos Hawk Moth e removemos o Miraculous dele. Acabou, Charlotte. Paris está pacificada.

(Charlotte): Quem era Hawk Moth por trás daquela máscara? A primeira coisa que vou fazer será caçá-lo e prendê-lo.

Ladybug se sentiu desconfortável, conhecia melhor do que ninguém a determinação de integridade de Charlotte, mas não podia deixar que ela arruinasse a única chance de Adrien e o pai serem felizes juntos depois de tudo o que aconteceu. Não houve jeito: a heroína mentiu na cara dura.

(Ladybug): Não havia ninguém por trás da máscara, uma vez que eu removi o broche, Hawk Moth foi engolido por uma névoa negra e desapareceu. Agora eu vou levar esse broche para um lugar seguro.

(Charlotte): É bom ouvir isso, confio que você fará um bom trabalho, Ladybug.

Enquanto conversavam, Ladybug olhou pela janela e viu que os primeiros raios de sol já estavam surgindo. A batalha havia durado a noite inteira, mesmo assim a heroína não tinha sono. Talvez o efeito das pílulas que Mestre Fu criou estivesse afetando não só a kwami, mas ela também. Mesmo assim, Ladybug ouviu alguns bipes, mostrando que a transformação não duraria para sempre. Além disso, a heroína sabia que tinha que retornar o mais rápido possível para casa.

(Ladybug): Charlotte, eu tenho que ir embora. Minha transformação está acabando e não quero deixar meus pais preocupados, então tenho que voltar antes que descubram que sumi.

(Charlotte): Espera Ladybug... sei que você tem motivos de sobra para se manter no anonimato... mas eu sou uma agente da polícia, eu tenho família assim como você. Você pode confiar em mim, e eu sei que posso confiar em você. Você sabe quem eu sou, mas eu não sei quem você é de verdade?

Ladybug sorriu, ela sabia de fato que podia confiar na policial, sabia que ela merecia saber a verdade.

(Ladybug): Por que você tem tanta admiração por mim?

(Charlotte): Por que você é a heroína de Paris! Você é uma garota especial!

(Ladybug): Como você mesma disse, Charlotte: heróis são pessoas que fazem o que é necessário, enfrentando as consequências. Isso inspira as pessoas a lutarem pelo amanhã. Você também é uma heroína, assim como eu. Não porque bate em bandidos ou porque atira em mafiosos, mas porque você inspira as pessoas, assim como inspirou aquela garota cadeirante que foi atacada por um akumatizado.

Ao dizer isso, Ladybug se retirou do quarto e também foi embora do hospital. Charlotte ficou boquiaberta, como era possível Ladybug saber daquelas coisas todas? De repente, cenas do passado começaram a surgir em sua mente: Charlotte conhecia muito bem a garota cadeirante atacada pelo akumatizado. Coincidentemente, foi essa mesma garota a única garota que ouviu a frase que Ladybug repetiu ainda há pouco.

Mas a essa altura do campeonato, Charlotte não acreditava mais em coincidências. Para a capitã da polícia, não havia mais mistérios, aquele simples diálogo já havia lhe revelado quem era Ladybug por trás da máscara.

(Charlotte, sorrindo): Marinette Dupain-Cheng.

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Em outro quarto, Queen Bee estava do lado de Diego. O rapaz mexicano havia acabado de acordar e estava feliz em ver a parceira do lado dele.

(Queen Bee): Oi Diego.

(Diego): Há quanto tempo eu perdi minha transformação?

(Queen Bee): No momento em que eu te trouxe para cá você já havia voltado ao normal.

(Diego, sorrindo): Você se sente, sei lá, frustrada por ver quem o Chapolin Colorado é de verdade?

Queen Bee estava de pé, mas resolveu se sentar na cama para ficar mais perto do amigo.

(Queen Bee, sorrindo): Não, por algum motivo, você é exatamente como eu esperava...

(Diego, rindo): Olha só, se você vai falar alguma coisa sobre eu ser aloprado ou fazer um monte de piadinhas toscas, então...

(Queen Bee): ... sempre querendo ser o herói, sempre colocando os outros acima de você mesmo.

Diego ficou sério, ele jurava que a parceira ia fazer algum gracejo, mas ele realmente viu que ela estava falando sério. Ela gostava muito dele, tipo, muito mesmo. Diego notou que a heroína estava segurando a mão dele com uma certa firmeza. Talvez fosse só impressão dele, mas ele também notou que ela estava corando levemente.

(Queen Bee): Você quase me matou do coração, sabia?

(Diego): Desculpa Bee, prometo que não faço mais isso.

Diego notou algo estranho na postura da parceira: ela costumava falar denotando muita autoconfiança, mas agora ela estava falando de forma vaga e insegura. O olhar dela também estava muito estranho.

(Queen Bee): Você sabe que eu me importo muito com você, não sabe?

Diego ficava se perguntando aonde Queen Bee queria chegar com todo aquele diálogo. O garoto não tinha a menor experiência se tratando de compreender as garotas.

(Queen Bee): Às vezes, parece que você é o único que me compreende de fato. Na primeira vez que eu te conheci, eu te humilhei publicamente por você ter arriscado seu pescoço para proteger uma garota de um akumatizado e, em troca, ter recebido uma bofetada. Quando trabalhamos juntos pela primeira vez, eu te desrespeitei e te tratei mal. Mesmo assim, você voltou para me ajudar quando eu mais precisava.

Diego teve uma epifania, um momento de clareza: Queen Bee acabara de dizer que o humilhou no dia em que tentou proteger Lila do Eletrochoque. Mas quem de fato fez isso foi...

(Diego): Chloe Bourgeois? Quer dizer que a minha parceira é a filha do prefeito de Paris?

Queen Bee removeu seu prendedor de cabelos, revelando sua identidade secreta.

(Chloe): Sim, sou eu mesma.

(Diego): Eu voltei para te ajudar com a Inquisidora, você também fez o mesmo quando eu estava precisando ser levado para o hospital. Você sabe quem eu sou por trás da máscara, eu também sei quem você é. Parece que estamos quites, não é mesmo?

(Chloe): Não Diego, ainda não estamos.

Chloe queria revelar o que sentia de verdade. Era engraçado: ela sempre foi apaixonada pelo Adrien desde que se conhecia por gente. Então, do nada, ela vira uma heroína, ganha um parceiro e começa a ter sentimentos estranhos por ele. Quer dizer, o cara agia de forma aloprada, cômica, caricata, tosca, infantil, sem falar que, por trás do traje de herói, ele era um nerd que tinha uns trejeitos bem estranhos, e mesmo assim conseguiu cativá-la.

Não, cativá-la era pouco perante o que ele fez com ela, ele a transformou: ela deixou de ser a garota mimada e arrogante que todos conheciam para se tornar uma pessoa de coração nobre, independentemente de estar ou não com o traje da Queen Bee. Ela aproximou seu rosto do rosto dele, queria profundamente estreitar seu relacionamento com ele, passar para o próximo nível de intimidade.

Mas não foi o que aconteceu, o garoto colocou o dedo indicador bloqueando os lábios da garota. O olhar de Diego parecia dizer “desculpe, eu não queria que fosse assim”.

(Diego, meio triste): Desculpa, Beeblade, não vai rolar. Olha, não me leve a mal, você é uma garota incrível, eu gosto muito de você..., mas meu coração já tem uma dona. Escuta, não fique chateada comigo, eu não queria que fosse assim. Você é uma garota bonita, popular, tenho certeza de que vai achar outro garoto para ficar com você, de preferência um que não seja um nerd cheio de manias estranhas como eu, hehehe.

(Chloe, sorrindo sem graça): Diego, para com isso, você não é estranho!

(Diego, sorrindo): Pfff, você que pensa. Sabe quando as pessoas passam por um dilema normal e são confrontados por um anjinho e um diabinho? Pois é, eu sou confrontado pelo Gyra e pelo Sammy. Às vezes pela Karen e pela Franz, ou pela doutora Éffis e pelo Ultra-Tom, ou pelo...

(Chloe, confusa): Diego, pera um pouco, quem raios é Gyra, Sammy, doutora Karen, esse povinho aí?

(Diego): Tá vendo? Você não entende minhas referências. É disso que estou falando.

Diego percebeu que Chloe ficou chateada pelo que ele fez e ficou chateado também. Ele não queria deixa-la triste, mas ele não tinha culpa se ela acabou criando uma visão errônea dele. Chloe, por outro lado, quis sumir dali. Era meio constrangedor ficar perto de um rapaz que ela tentou beijar e acabou não correspondendo.

(Chloe): Diego, eu salvei ela, sua kwami.

Chloe estendeu as mãos e mostrou Tuggi, que já estava acordando. Tuggi foi voando na direção do amigo humano e “abraçou” a bochecha dele.

(Tuggi): Awwwn Diego, que bom que você acordou! Quando eu percebi que você havia caído de vez eu fiquei me sentindo tão mal!

(Diego, sorrindo): Agora já está tudo bem, Tuggi. Nós vencemos. Quando eu chegar em casa, eu prometo que vou te estufar inteirinha, você merece, companheira.

(Tuggi): Obrigada, Diego. Ah, já ia me esquecendo: obrigada, senhorita Bour...

Chloe já tinha saído do quarto fazia tempo. A porta novamente voltou a se abrir, dessa vez era Lila que queria ver o amigo. Tuggi tratou de se esconder atrás de uma bancada.

(Lila, sorrindo): Diego, você acordou. Como está?

(Diego): Estou bem, na medida do possível. Vou receber alta em algumas horas. Pelo visto meus poderes de não-letalidade contribuíram na minha recuperação.

(Lila, desviando o olhar): Diego, sobre tudo o que aconteceu entre nós... será que você poderia...?

(Diego, falando suavemente): Shhhh, não vamos mais falar sobre isso. Você provou quem é de fato, Lila. Você, mesmo estando desarmada, arriscou sua pele só para me ajudar. Como eu poderia pedir prova maior de lealdade do que essa?

Lila sentiu a mão do garoto afagar-lhe os cabelos. Ela ficou olhando para os olhos do garoto, com ternura, e deu um sorriso.

(Diego, falando com seriedade): Eu é quem devo desculpas. Eu devia ter falado com você, investigado a situação mais a fundo. Em vez disso, te acusei sem hesitar por um momento. Eu fui covarde o bastante para trazer seu passado à tona só para te atingir. Me perdoa, Lila? Por favor!

Lila ficou encarando o jovem mexicano, com a expressão séria.

(Lila, séria): Diego, olhe fixamente nos meus olhos.

Diego ficou encarando enquanto Lila se aproximava de forma intimidadora, até que o rapaz foi surpreendido por outro beijo da italiana. Ela realmente sentia algo por ele, e ele sentia algo por ela.

(Lila, sorrindo): Agora você sabe a resposta.

(Diego, constrangido): Lila... eu q-quero saber... *gasp*

(Lila, sorrindo): Siiiiim???

(Diego, constrangido): Lila, v-você... *gasp*, q-quer ser... *cof*

(Lila, sorrindo): Siiiim???

(Diego, da cor de um tomate): ... m-m-minha na-na-na-mo-mo...

Lila colocou o dedo indicador na boca de Diego, para que ele silenciasse. Em seguida, deu outro beijo nele. Os dois ficaram ali, juntos, se beijando, por um curto momento que pareceu uma pequena eternidade.

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Algumas horas haviam se passado, agora já era de tarde. Não houve aula no colégio François Dupont por conta de toda a crise que ocorreu em Paris, crise que, felizmente, já estava sendo resolvida. Mas ainda havia uma coisa a ser resolvida: os quatro kwamis, Tikki, Plagg, Beezy e Tuggi haviam avisado seus mestres para que comparecessem num mesmo endereço. Os quatro entraram no que parecia ser uma academia de yoga. Lá dentro, estava um velhinho chinês.

O mesmo velhinho chinês que conheceram no dia em que receberam seus Miraculous.

(Mestre Fu): Olá Ladybug, Chat Noir, Queen Bee e Chapolin Colorado. Eu estava esperando por vocês.

(Adrien): Peraí, você sabe quem somos nós?

(Mestre Fu): Naturalmente, fui eu que dei os Miraculous para vocês. Eu me chamo Mestre Fu.

(Diego): Suspeitei desde o princípio.

(Chloe): Por que estamos aqui reunidos?

(Mestre Fu): Suponho que, a essa altura do campeonato, vocês já se conheçam sem as máscaras. Não é mesmo?

(Marinette): Sim, todos nos conhecemos.

(Chloe): Marinette, eu nunca imaginei que você pudesse ser a Ladybug. Eu... eu me sinto até mal pelo jeito que eu te tratei todos esses anos! Você pode me perdoar?

(Marinette, sorrindo): Espere aí, então se eu não fosse a Ladybug você continuaria me tratando mal?

(Chloe, séria):Marinette!

(Marinette): É brincadeira, Chloe. Eu perdoo você. Desde que você e o Diego começaram a nos ajudar, eu aprendi a ver as pessoas com uma ótica diferente... sempre esperando o melhor delas.

(Adrien): Como é que um dos meus melhores amigos era um herói irritante que vivia pegando no meu pé?

(Diego): Do mesmo jeito que meu melhor amigo era um super-herói que vivia fazendo piadinhas toscas.

(Adrien): Não tenho culpa. Meu pai raramente me deixava conversar com gente da minha idade. Praticamente todo meu comportamento como herói foi extraído de gibis e mangás.

(Diego): Comigo foi quase isso também.

Os dois começaram a gargalhar como se aquela fosse a piada mais engraçada do mundo

(Mestre Fu): Vocês realmente fizeram um bom trabalho defendendo Paris, meus jovens.

(Marinette): A propósito, mestre Fu, aqui está o Miraculous de Hawk Moth.

(Mestre Fu, pegando o broche): Bom trabalho, jovem Ladybug, agora eu irei guarda-lo. Espero que algum dia Noroo possa ter um mestre de bom coração, ele merece. Agora, eu pedi que vocês viessem aqui para lhes comunicar uma coisa importante. Agora que Paris está salva dos akumas de Hawk Moth, vocês não precisam mais agir como heróis. Podem voltar a ser jovens normais com vidas normais.

(Chloe): Como assim?

(Mestre Fu): Vocês agora podem me devolver seus Miraculous. Paris não precisa mais de Ladybug e Chat Noir, nem da Queen Bee e do Chapolin Colorado.

(Adrien): Então teremos que dar adeus aos nossos kwamis?

(Mestre Fu): Se assim quiserem...

Cada jovem ficou olhando atentamente para seu kwami, de forma pensativa. Agora que Paris não precisava mais de heróis, o que eles fariam?

(Chloe): Desculpe Mestre, eu não posso devolver meu Miraculous, simplesmente não posso. Desde que eu conheci Beezy, ele me ajudou a ser uma pessoa melhor. Agora ele é meu melhor amigo.

(Beezy): Eu também gosto muito de você, Chloe.

(Marinette): Mestre Fu, antes de me tornar a Ladybug, eu tinha uma visão muito depreciativa de mim mesma. Se não fosse por Tikki, eu nunca teria me tornado tão segura e confiante quanto sou agora. Tikki, você é a irmã que eu nunca tive.

(Tikki): Ah Marinette, me abraça!

(Adrien): Eu sei bem como é ficar a maior parte do tempo sozinho, sem ter um amigo. Acho que o Plagg foi um dos meus primeiros grandes amigos, sem falar que por causa dele eu pude... me libertar. Eu pude ser alguém livre. Claro, ele é viciado naquele queijo nojento, mas e daí? Isso pouco me importa.

(Plagg, fingindo estar emocionado): Awwwn Adrien, você até esqueceu o quanto odiava camembert em nome da nossa amizade!

(Mestre Fu): Parece que vocês três realmente querem ficar com seus Miraculous, não é mesmo? Tudo bem, vocês conquistaram esse direito. E quanto a você, Diego?

(Tuggi): Dieguito, eu quero minha homenagem também!

(Diego, sério): Tuggi... você é uma mala sem alça!

(Tuggi, espantada): O quê?

(Diego, sério): Você não me deixa estudar em paz, fica toda hora me perturbando com comida, você bisbilhotava meus gibis e bagunçava toda minha coleção de action figures!

(Marinette): Diego, basta!

(Diego, aborrecido): Basta nada! Tuggi virou minha cabeça de ponta cabeça! Uma vez eu fiquei com a costa toda queimada porque ela desregulou o termostato do chuveiro!

(Tuggi, chorando): Eu não sabia que você me odiava tanto! Buáááááá!!!

Tuggi abraçou a irmã-kwami, Tikki.

(Tikki): Calma Tuggi, ele falou isso da boca para fora.

(Tuggi): É por isso que detesto meninos, mana! Eles são malvados!

(Diego): Quer saber? Cansei! Vou me livrar logo desse cinto tosco!

(Chloe): E eu pensando que você era um bom amigo, Diego!

(Adrien): Como é que você consegue ser tão insensível, Diego?

(Diego, aborrecido): Parem de me dar sermão, está bem?

Diego tirou o cinto e se preparou para entregar ao Mestre Fu.

(Diego): Espera. Mestre Fu, sei que parece bizarro, mas... você não tem um cinto para me emprestar? É que me acostumei a usar cinto e não quero ficar sem um.

Mestre Fu emprestou um cinto para Diego, então o rapaz removeu seu Miraculous e deu para o ancião chinês, mas ele notou algo estranho.

(Mestre Fu): Um minuto aí, Diego. Esse aqui não é o Miraculous do Gafanhoto Vermelho, é o cinto que eu acabei de te dar.

(Diego): Ué, será que eu confundi os dois? Então isso quer dizer que a Tuggi...

A kwami gafanhoto reapareceu do lado do garoto, os dois se olharam, com um sorriso bizarro e depois gritaram:

— PEGAMOS VOCÊS!

Então fizeram uma pose bizarra de vitória, mais ou menos assim: https://i.ytimg.com/vi/Y7Z4xR_ESk0/maxresdefault.jpg

(Diego): Eu e Tuggi bolamos essa pegadinha justamente para vocês!

(Tuggi): Por que você nunca traz uma câmera para esses momentos, Diego?

Todo mundo começou a gargalhar. Realmente, aquela pegadinha foi ótima!

(Chloe): Só uma coisa: que papo foi aquele da kwami do Diego chamar a kwami da Marinette de “mana”?

(Diego): É uma longa história, mas a verdade é que elas são sim irmãs.

(Tikki): Uma coisa engraçada é que Tuggi sempre foi uma irmã ciumenta. Ela sempre ficava mordida quando eu e Plagg ficávamos juntos. Teve uma vez, no Japão Feudal, que ela fingiu ser um shinigami para assustar o Plagg. Também teve aquela vez, quando minha mestra era Joana D’Arc, que ela fingiu ser um soldado britânico.

(Diego): Como é que você fazia isso?

(Tuggi, sorrindo): Segredo.

(Adrien): Então... vocês dois são, tipo assim, apaixonados? Namorados?

(Plagg): Somos. Na verdade, foi por isso que você acabou se apaixonando pela Ladybug na primeira vez que você a viu. Só não imaginei que seu caso fosse progredir para tanto quanto agora.

Estava decidido: os quatro jovens manteriam seus Miraculous. Eles tinham um legado, um legado que não queriam abandonar. Diego e Chloe foram os primeiros a saírem, deixando Marinette e Adrien sozinhos.

(Marinette): Nós passamos por muita coisa juntos, né Adrien?

(Adrien): Sim, milady, nós passamos. Mas sabe, agora o que eu mais quero é ficar com você, Marinette.

(Marinette, ficando muito vermelha): A-A-Adrien, o que você quer dizer com...?

(Adrien): Marinette, você aceita ser minha namorada?

A garota quase desmaiou, ficou hiperventilando, torcendo para não acordar daquele sonho! Se Alya estivesse ali, com certeza a garota jogaria fogos de artifício para todo lado. O desejo de Marinette era sair pela porta e gritar pelas ruas de Paris toda sua alegria. Mas ao invés disso ela deu um abraço e um beijo apaixonado no garoto loiro. Agora não eram mais necessárias máscaras. Ambos eram namorados para valer.

E quanto à Diego e Chloe? Eles voltaram para suas casas, para se reencontrar com seus pais. O prefeito de Paris estava muito feliz em ver sua filha bem, e os pais de Diego abraçaram o filho com força quando ele voltou do hospital. Enquanto Diego estava com Miguel e Camille, Tuggi voou discretamente para a sala de estar e ficou olhando para a estante. Lá estava uma foto de Diego, quando ele ainda era criança. Ele estava com os pais e com os avós. Ao ver o falecido avô de Diego na foto, Tuggi derramou uma lágrima de alegria. 

(Tuggi): Seu neto é um garoto incrível, ele está fazendo um grande trabalho. Assim como você também fez... Eu sinto saudades de você, Roberto, mas te agradeço do fundo do meu coração por ter me arranjado um novo mestre. Não só um mestre, um companheiro, um amigo.

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Três meses depois – Narração feita pelos próprios heróis

(Ladybug): Eu me chamo Marinette, uma menina como as outras. Mas tem uma coisa que ninguém sabe, é que eu tenho um segredo.

(Chat Noir): Você quer dizer NÓS temos um segredo.

(Queen Bee): Se alguém contasse para você que seus colegas de classe são super-heróis, você acreditaria? Provavelmente não.

(Chapolin Colorado): Mas nós somos. Um quarteto imbatível defendendo Paris das forças do mal!

(Ladybug): Falando em Paris, muita coisa mudou em três meses: Charlotte foi condecorada por bravura ao proteger o prefeito de Paris. Agora ela é a comissária de polícia. O parceiro dela, o tenente Roger, foi promovido ao posto de capitão.

(Chat Noir): Agora que meu pai não é mais o Hawk Moth, ele teve a memória apagada pelo Mestre Fu e voltou a ser só o senhor Agreste, o designer de moda famoso. Ele também cumpriu sua promessa e se tornou um pai muito mais presente. Estamos fazendo um grande progresso juntos.

(Queen Bee): Apesar de não haver mais ameaças significativas, nós ainda ajudamos a polícia uma vez ou outra, só para não perder o clima. Apesar de às vezes ser entediante, eu me sinto aliviada em saber que a Surveillance foi desmantelada pela polícia.

(Chapolin Colorado): Presque Rien e Peu Tressages foram em cana após serem desakumatizados, isso sem falar que Drygut já tinha virado presunto... ou melhor, Tripa Seca.

(Chat Noir, fingindo estar furioso): CHAPOLIN!!! POR QUE É QUE VOCÊ SEMPRE TEM QUE FAZER ESSES TROCADILHOS HORRÍVEIS???

(Chapolin): Uma referência ao Pergaminus, ô coisa boa!

(Queen Bee): Mas o que me preocupa é que o criminoso que havia incriminado a Ladybug, o Boulette, ele está foragido. Eu falei com Charlotte e ela disse que ele fugiu da cadeia pouco antes do incidente envolvendo o filho dela sendo akumatizado. A essa altura do campeonato, ele pode estar se passando por qualquer pessoa, isso se ele já não tiver se passado por alguém.

(Chat Noir): Outra coisa estranha que Charlotte também me disse: quando o corpo de Drygut foi levado para o IML, ele simplesmente sumiu antes de fazerem o reconhecimento da arcada dentária ou coisas do tipo. Como o corpo de um morto desaparece do nada?

(Chapolin Colorado): Nós temos a suspeita de que tudo isso pode ser mais uma manobra da máfia. Mesmo assim, nós já estamos prontos para enfrenta-los.

(Ladybug): Afinal, nós somos mais do que heróis! Nós somos uma equipe!

(Os quatro heróis juntos): NÓS SOMOS OS DEFENSORES DE PARIS!!!

*A cena final mostra os quatro heróis saltando da torre Eiffel e correndo pelos prédios da cidade, prontos para a ação.


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Notas finais do capítulo

Este é o capítulo final da fanfic. Foi simplesmente maravilhoso escrever isso tudo. Mais maravilhoso ainda foi o apoio que recebi dos meus leitores, com destaque para a MusaAnônima12345 e beccadesings11. Mais referências à Undertale presentes nesse capítulo (sério, não consigo tirar esse joguinho da minha cabeça): o final, por exemplo. Eu achei que, ao invés de ir narrando o que acontecia no final, seria bem mais original eu fazer uma série de diálogos entre os heróis mostrando como Paris está após tudo o que aconteceu. Se vocês tiverem uma boa leitura poderão retirar dos diálogos finais uma teoria simplesmente incrível. Desafio vocês a bolar teorias com base nesse final.

Me perguntaram sobre uma possível continuação. Bem, eu pretendo fazer, mas não agora. Primeiramente, eu preciso terminar "Harmony & Chaos", que já está em hiato há muito tempo. Há tanto tempo que acho que quando atualizar ninguém mais vai comentar, e sinceramente nem tenho mais muita vontade de continuar. Acho que já devia ter encerrado na saga de Black Doom.

Mas voltando para "Defensores de Paris". Haverá três sinais para avisar que uma continuação está próxima: 1- Os episódios da segunda temporada de Miraculous estarão disponíveis na internet / 2- Eu irei colocar uma nova one-shot baseada no universo "Defensores de Paris" para atrair os leitores, que nem fiz com o especial de natal / 3- Alguns(mas) leitores(as) irão receber mensagens privadas solicitando fanarts da capa ou de personagens que irão aparecer na (possível) segunda temporada.

Para meus leitores não ficarem órfãos, recomendo que vocês deixem uns comentários na história Forever, da MusaAnônima12345. É uma fanfic maravilhosa. Aliás, esse capítulo até tem umas homenagens escondidas à "Miraculous Para Sempre". Se você estiver lendo isso, Musa, te desafio a encontrar as homenagens.

Curiosidades: a frase de Charlotte que Ladybug volta a citar aqui ("heróis são pessoas que fizeram o que foi preciso fazer, enfrentando as consequências") eu tirei da obra "O Menestrel", de William Shakespeare. Outra coisa, a cena onde Chat Noir é ferido por Hawk Moth e fica caído foi inspirada nessa fanart: http://pre11.deviantart.net/904c/th/pre/i/2016/060/f/9/miraculous_ladybug_bloody_valentine_by_kyoei_san-d9tmapc.jpg

A propósito, se você curtiu "Miraculous - Defensores de Paris", não se esqueça de deixar uma recomendação.



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