Miraculous - Defensores de Paris escrita por Blue Blur


Capítulo 23
A Batalha por Paris


Notas iniciais do capítulo

Numa sombria madrugada, inicia-se um combate decisivo pelo futuro da capital francesa! De um lado, policiais liderados pela capitã Charlotte e pelos quatro heróis de Paris. Do outro, mafiosos liderados pelos akumatizados Pain-e e Atirador... Aquele que mantiver o controle da prefeitura irá deter o domínio total da cidade



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Paris, 4:00 da manhã. Faltam cerca de três horas para o amanhecer, talvez um pouco mais. Cerca de mil policiais estão reunidos na praça do município, lugar onde está a prefeitura. O prefeito André Bourgeois foi escoltado por um grupo de segurança particular e conduzido à uma sala secreta dentro da prefeitura, juntamente com sua filha. Os policiais haviam improvisado como podiam barricadas a fim de se protegerem e combaterem os invasores: haviam usado desde pneus e latas de lixo até carros virados. Era como se o pouco que restara da força policial de Paris tivesse se tornado um pequeno exército.

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Dentro da sala de segurança, onde estava o prefeito Bourgeois e os seguranças, o prefeito andava de um lado para o outro, bastante preocupado com a situação que caíra sobre a cidade.

(Prefeito): Oh céus, eu espero que Charlotte consiga contornar a situação! Desde que Ladybug desapareceu, todos os outros heróis também sumiram! Agora os vilões que apareceram estão com a ousadia de querer atacar a prefeitura!

(Segurança, nervoso): Prefeito Bourgeois! Temos um problema! Um problema enorme!

(Prefeito): O que aconteceu?

(Segurança): Sua filha. Ela entrou no banheiro... já faz uns 10 minutos. Quando fui bater na porta, não tive resposta. Quando entrei... ela tinha sumido!

(Prefeito, apavorado): O quê? Seu incompetente! Ache minha filhinha agora mesmo! Ela deve estar extremamente amedrontada! Que Deus a proteja!

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Se aproximando da prefeitura, está também um outro pequeno exército: cerca de 1000 criminosos, foragidos, traficantes e agentes da máfia, armados com equipamentos militares como fuzis e submetralhadoras. Juntamente deles, estão três caminhonetes, com metralhadoras acopladas no teto dos carros. Juntamente com o grupo de criminosos, estão Pain-e e Atirador. Enquanto o exército mafioso marcha, uma máscara de borboleta aparece no rosto de Pain-e.

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Hawk Moth, por mais estranho que pareça, não estava em seu esconderijo habitual, e sim numa sala bem maior, com um enorme vitral, de onde podia ver o cenário de guerra que estava prestes a se desencadear.

(Hawk Moth, insatisfeito): Pain-e, isso é imprudente! Você vai mergulhar a cidade toda numa guerra civil! Não era isso que eu queria! Eu só queria o Miraculous! Me entregue o Miraculous ou eu vou tirar seus poderes!

(Pain-e): Já disse que vou lhe dar o tão famoso Miraculous, mas antes preciso dele para ter poderes para vencer essa batalha. Além disso, se você tirar meus poderes, ainda terei o Miraculous. Você não quer isso, quer?

Hawk Moth grunhiu ante essa afirmação. Era a primeira vez que ele se arrependia de ter akumatizado alguém. Era quase como se aquele akumatizado tivesse planejado desde o início ser manipulado por Hawk Moth apenas para pegar o Miraculous só para ele.

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(Atirador): Metralhadoras, podem cuspir.

Enquanto isso, Marinette estava escondida atrás de um carro, um pouco afastado do grupo de policiais, mas não muito. Aquele era o ponto que ela combinara com Adrien para ele ir e entregar o Miraculous. Ao ver as metralhadoras dos carros se mexendo, ela sentiu seu coração quase pulando do peito. Com aquelas armas disparando, os policiais não teriam nenhuma chance de responder ao fogo inimigo!

Porém, antes que as metralhadoras atirassem, uma espécie de redemoinho preto e amarelo apareceu, produzindo uma ventania tão forte que fez os três carros capotarem por cima das metralhadoras, inutilizando-as. Sem falar que a turba de criminosos ficou totalmente aturdida com aquilo. O tornado havia sido criado pelo peão de Queen Bee, que retornou para a mão de sua dona, que estava escondida entre os policiais.

(Charlotte): Essa é a nossa chance! Atirem para valer! Vamos derrubar até o último desses vermes! Por Paris!

(Turba de policiais): Vive la France!!!

O estampido de pelo menos mil pistolas começou a rasgar a madrugada. Os policiais começaram a atirar contra os criminosos, derrubando-os às dezenas!

(Atirador): Não fiquem aí parados como covardes! Avancem! Ao ataque!

Estimulados pelos gritos do akumatizado, a enorme turba criminosa avançou com tudo em direção à prefeitura, disparando seus fuzis como loucos. Os disparos, efetuados dos dois lados fez com que as baixas começassem a se multiplicar em ambos os grupos. Isso continuou até que os dois grupos estavam perto demais para usarem as armas então começaram a apelar para o combate corpo a corpo, usando canivetes, tacos de beisebol, pés-de-cabra, cassetetes... naquela madrugada, estava se iniciando a batalha decisiva por Paris.

(Pain-e, se dirigindo ao Atirador): Não perca seu tempo aqui, Atirador! Vá para a prefeitura! Eu vou abrir caminho!

Pain-e empurrou uma barricada feita com um carro virado, derrubando-o sobre cinco policiais. Um policial avançou com um cassetete para cima do vilão akumatizado, que agarrou o braço do agente da lei, quebrou-o, depois derrubou o homem com um murro. Pain-e agarrou outro pelo pescoço, deu um chute no joelho dele e depois acertou uma joelhada no rosto.

Chat Noir, Queen Bee e Chapolin Colorado estavam juntos, usando uma formação de três para derrubar inimigo atrás de inimigo. No meio do combate noturno, Chat Noir viu um brilho vindo das orelhas de Pain-e: eram os Miraculous de Ladybug.

(Chat Noir): Awuele cara está com os brincos da Ladybug! Eu tenho que recuperá-los!

(Chapolin): Não Chat, ele derrotou a Ladybug, não podemos correr o risco dele te derrotar também!

(Chat Noir): Eu não serei derrotado!

(Chapolin): Chat, eu tenho o poder da não-letalidade! Eu sou o mais apto a encarar aquele brutamontes de frente! Confia em mim!

Chat Noir estava relutante. Ele queria mais do que tudo ter o sabor de quebrar a cara daquele mafioso, mas decidiu confiar no amigo e deixar que ele enfrentasse Pain-e.

Chapolin saiu da formação de três e foi confrontar o inimigo com a máscara de caveira.

(Pain-e): Quer dizer que vocês realmente voltaram a dar as caras. Querem tanto assim compartilhar do destino de sua parceira pintada?

(Chapolin): Não, nós queremos quebrar você... Poucas Tranças.

Diego se sentia estranho por trás da fantasia. Ele costumava chamar os chefes da máfia com o mesmo nome dos vilões do antigo seriado mexicano para irritá-los, porque era engraçado irritar os vilões. Mas agora, Diego se sentia realmente furioso. Na verdade, não era dele que vinha aquela fúria, era como se a fúria da sua kwami estivesse sendo derramada sobre ele. Sim, Tuggi queria se vingar do akuma que machucou sua irmã de consideração.

Ao ouvir o apelido um tanto cômico, Pain-e perdeu a paciência e deu o primeiro soco, que foi bloqueado pelo Chapolin. O herói então acertou uma marretada pela direita, mas na hora de acertar pela esquerda teve sua mão agarrada e tomou um soco no rosto e um uppercut no queixo. Chapolin tentou acertar outra marretada no estômago do oponente, mas Pain-e bloqueou o ataque e revidou com uma cabeçada e depois um chute no peito. O herói, vendo que aquilo estava sendo infrutífero, recuou alguns passos e usou seu poder especial.

(Chapolin): Astúcia!

Um objeto inusitado apareceu na mão do herói: uma lata aberta, cheia de espinafre... Chapolin teve pouco tempo para raciocinar em como espinafre ajudaria a derrotar Pain-e, então só fez meter o máximo de folhinhas disponíveis. Pain-e agarrou o herói pelo colarinho, fazendo-o engolir tudo, mesmo que involuntariamente. Chapolin se viu perdido quando sentiu as mãos musculosas de Pain-e estrangulando-o. Porém, naquele momento crítico, seu poder de detectar akumas foi acionado, fazendo ele ver o bracelete no pulso de Pain-e brilhar em vermelho e amarelo.

(Chapolin, sorrindo e pensando): Eu entendi as duas referências!

Chapolin agarrou o cateter que ligava o bracelete à parte posterior da máscara e arrancou. Pain-e deu um urro de dor e largou o herói. Uma fumacinha negra começou a sair tanto do bracelete quanto da nuca dele. Enquanto o vilão akumatizado se recuperava, Chapolin arrancou os dois Miraculous.

(Chapolin): Chat Noir! Eu peguei os Miraculous!

O herói vermelho foi correndo em direção ao parceiro felino, mas Pain-e o agarrou pelos ombros. Sem perder tempo, Chapolin Colorado se virou e deu duas marretadas na cara do vilão.

(Chapolin): Agora você sente dor novamente, Pain-e, está vulnerável!

Chapolin se virou novamente para entregar os Miraculous para Chat Noir, que correu ao ponto de encontro e entregou para Marinette.

(Chat Noir): Aqui está Marinette, rápido!

Marinette mal terminou de pôr os Miraculous e já disse a frase de transformação.

(Marinette): Tikki, transfomar!

Uma luz vermelha surgiu no meio da batalha. Pain-e se virou e fez uma expressão de surpresa por trás da máscara ao ver aquilo: Ladybug retornou!

Ele não havia quebrado ela!

Ele não havia matado ela!

Lá estava a defensora de Paris, pronta para o combate final!

Pain-e, cheio de ódio e determinação, empurrou Chapolin para o lado e se preparou para enfrentar Ladybug. Ele deu um gancho de esquerda, mas alto demais, e Ladybug facilmente se esquivou por baixo e revidou com um jab de direita e um gancho de esquerda, fazendo o vilão vacilar e se apoiar sobre os joelhos. Pain-e não desistiu e dessa vez tentou um soco de direita, que novamente foi bloqueado pela heroína, que acertou três jabs de esquerda e um gancho que fez o cara girar antes de cair no chão. Ao contrário de antes, agora Pain-e sentia uma dor desgraçada e não conseguia mais lutar direito, sua aura de lutador imbatível e algoz agora havia se reduzido à de um reles criminoso amedrontado que havia recebido poderes de Hawk Moth. Enquanto Pain-e estava caído no chão, Ladybug esmagou seu bracelete com o pé, quebrando-o e libertando o akuma que foi purificado logo em seguida. O temido Pain-e agora havia voltado a ser meramente Peu Tressages, um dos chefes da Surveillance.

(Ladybug): Eu estou de volta, Peu Tressages!

(Peu Tressages, furioso): Maldita seja Ladybug! Isso ainda não acabou!

(Ladybug): Você sabe quem eu sou de verdade? Sabe quem eu sou por trás da máscara?

 (Peu Tressages, furioso): Não, mas eu vou agora mesmo arrancar essa sua maldita máscara e descobrir! Grrraaaaahhhhh!!!

Peu Tressages avançou com tudo, apenas para ser derrubado por uma marretada no queixo, da forma mais patética possível. Ao ver aquela cena, Ladybug sorriu ao ver que Mestre Fu estava certo: ao remover o akuma, o vilão perdia suas memórias, inclusive sobre a verdadeira identidade de Ladybug.

(Chapolin): Vai dormir de uma vez, Poucas Tranças!

(Chat Noir): Por que é que você sempre chama os chefes da máfia por esses nomes ridículos?

(Chapolin): Ué, são os nomes deles de verdade.

Chapolin porém interrompeu o momento da piada para fitar Ladybug. Ele se sentiu profundamente emocionado ao rever a parceira que julgava estar morta. Diego até sentiu sua kwami soluçando de emoção.

(Chapolin): Eu pensei que você estava morta.

(Ladybug): Eu estou bem, vermelhinho. Mas ainda não acabou, temos que continuar...

(Queen Bee, aflita): Ladybug! Vem aqui rápido!

(Ladybug): O que aconteceu?

(Queen Bee): A capitã Olivier viu algo terrível: o segundo akumatizado entrou na prefeitura com outros agentes da máfia! Eles podem estar atrás do meu... do prefeito Bourgeois!

(Chat Noir): Temos que nos apressar! Vamos logo!

Enquanto o grupo ia se dirigindo à prefeitura, Chapolin hesitou um pouco, porque teve a impressão de que estava sendo seguido.

(Chapolin): Acho que foi só impressão minha.

Não, não foi. Havia alguém que estava seguindo o Chapolin Colorado. Alguém que não devia estar naquele lugar tão perigoso. Alguém que se importava muito com ele.

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Os quatro heróis foram correndo para dentro da prefeitura, enquanto a capitã Olivier se juntava a eles. Ao entrarem na prefeitura, viram uma cena estarrecedora: lá dentro estavam o Atirador, segurando o prefeito como refém, e o próprio Hawk Moth!

(Chat Noir): Não é possível!

(Ladybug): Como você entrou aqui sem ser visto, Hawk Moth?

(Hawk Moth): Ah, jovem Ladybug, você não é a única que tem uma identidade civil! Foi justamente a minha que me permitiu entrar aqui!

Para piorar as coisas, um grupo de criminosos entrou pela mesma porta onde os heróis haviam passado. Agora Ladybug, Chat Noir, Queen Bee, Chapolin Colorado e Charlotte Olivier estavam cercados numa sala de três portas. Numa delas, estava Hawk Moth, na outra, estava o Atirador com o prefeito Bourgeois, na última, que era a única saída, estava pelo menos 25-30 criminosos, armados com tacos de beisebol, pés-de-cabra e armas de fogo.

(Atirador): Vocês estão cercados! Rendam-se agora e suas vidas serão poupadas!

Os heróis estavam tensos, Hawk Moth estava escapando, o Atirador também, e os criminosos armados estavam se preparando para dar o bote.

(Chapolin): Queen Bee, você e Charlotte vão atrás do atirador. Ladybug, você e Chat Noir vão atrás do Hawk Moth.

(Queen Bee): Chapolin, nós não vamos deixar você para trás!

(Chapolin): Eu me viro sozinho! Vocês precisam salvar o prefeito e derrotar Hawk Moth! Se fizerem isso, essa guerra acaba aqui e agora!

Os quatro ficaram se olhando, num momento que pareceu ter durado uma eternidade. Queen Bee encarou o parceiro, com lágrimas nos olhos e o abraçou com força, já chorando. Ladybug também se sentia muito triste, também com vontade de chorar. Para piorar, ela também sentia sua kwami agindo de forma muito estranha, com uma tristeza profunda, como se estivesse se despedindo de sua irmã ou algo do tipo.

(Chat Noir): Se cuida, gafanhoto.

Os três heróis e a capitã da polícia saíram pelas respectivas portas, deixando o herói vermelho sozinho com os bandidos.

De dentro da porta por onde Ladybug e Chat Noir haviam entrado, a heroína parou para desabafar suas lágrimas, que não passaram despercebidas pelo seu parceiro.

(Chat Noir): My Lady, está tudo bem?

(Ladybug): Sim Chat, eu só preciso... de um tempo.

Ladybug enxugou as lágrimas e ergueu um olhar determinado, então gritou para seu parceiro uma última frase, uma homenagem ao companheiro que ficara para trás.

(Ladybug): Sigam-me os bons!

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O enorme grupo de criminosos se aproximou do herói vermelho, que segurava com firmeza sua marreta biônica.

(Criminoso): Olha só, parece que o pequeno gafanhotinho foi abandonado pelos próprios parceiros! É hora de morrer, vermelhinho!

(Chapolin Colorado): Não, é hora de aniquilar a maldade!

Com a marreta erguida, Diego avançou com tudo para cima dos criminosos, como se não houvesse amanhã.

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Queen Bee e Charlotte entraram cautelosamente no enorme salão onde o Atirador havia entrado. A sala estava cheia de mesas, algumas estantes, etc. A heroína listrada viu o pai amarrado no centro vazio da enorme sala e não se conteve em correr atrás dele.

(Charlotte): Cuidado Queen Bee!

A capitã da polícia se jogou sobre a parceira segundos antes de três disparos de pistola atravessarem por cima de suas cabeças. Charlotte foi rastejando com a heroína de volta para o pequeno corredor por onde haviam passado. Por um momento, ela ergueu o olhar e viu o vulto do atirador correndo entre as plataformas superiores.

(Atirador): Se vocês quiserem salvar o prefeito Bourgeois, terão que passar por mim primeiro! Mas caso se aproximem a dois metros de mim estarão mortas!

(Queen Bee): Eu tenho que salvar o prefeito de Paris! Ele tem uma filha! Ela não pode ficar órfã!

(Charlotte): Fique aqui vigiando minha retaguarda. Procure algum pote que possa servir para guardar a borboleta negra quando eu prender ela. Eu cuido desse maníaco.

(Queen Bee): Mas Charlotte, você ouviu o que ele disse: se chegar a dois metros dele, estará morta!

(Charlotte): Eu não preciso chegar tão perto assim.

A capitã pegou sua pistola e a carregou com um novo pente de balas. Cautelosamente, foi andando para aquela sádica arena de tiro, na qual estava André Bourgeois no centro dela. Charlotte não ouvia mais nenhum ruído ao seu redor, nem as súplicas desesperadas do prefeito, nem as preces cochichadas altas de Queen Bee, nem a própria respiração pesada.

Havia chegado o momento tão aguardado! Ela se lembrou do passado: de quando perdeu seu marido numa operação policial que estava atrás de Presque Rien, inclusive que imprimiu no rosto do mafioso a famosa cicatriz. Agora havia chegado a hora do acerto de contas.

Apesar de estar perdida em seus pensamentos, Charlotte ainda foi ágil o suficiente para se esquivar de um tiro que passou a centímetros de seu rosto e depois rolar para trás de uma bancada. O Atirador saltou de uma das plataformas até o chão, exatamente de frente para a policial e atirou. Com uma agilidade que apenas o desespero proporciona, Charlotte deu um salto mortal para trás, fazendo as balas se colidirem na bancada. A capitã deu dois tiros, que erraram o peito do akumatizado porque ele se virou rapidamente. Atirador novamente dispara uma rajada de tiros de sua pistola akumatizada, mas Charlotte deu um passo rápido para trás de uma coluna. Ela sabia melhor do que ninguém que aquilo não seria nada fácil.

Sem pensar em desistir, Charlotte novamente partiu para o ataque, dessa vez rolando ao invés de saltar. Essa tática surpreendeu o Atirador, que acabou disparando alto demais. Charlotte aproveitou a brecha e deu um tiro que acertou o akumatizado no ombro, porém ele revidou dando um disparo que acertou a policial na coxa. Feridos, os dois voltaram a se abrigar atrás de colunas.

A capitã explorou o ambiente de soslaio e notou algo um tanto sinistro: entre as colunas onde ela e o akumatizado estavam abrigados, estava o prefeito amarrado. Se ela não derrubasse o Atirador no ataque seguinte, ele poderia facilmente matar o prefeito ali mesmo. Respirando apressadamente, bombeando toda a força que podia para seus músculos, ela saltou para o ataque derradeiro. Os dois inimigos estavam com suas pistolas erguidas um para o outro, e ambos dispararam ao mesmo tempo.

O disparo de Charlotte acertou o Atirador no peito, então Charlotte deu outro tiro no peito dele, e mais um terceiro, o Atirador também deu mais dois disparos, que erraram o alvo. Enquanto se debatia pelos tiros que levou, o Atirador acabou arremessando sua pistola para o alto, e Charlotte atirou na arma em pleno ar, quebrando-a. Quando a pistola caiu, ela liberou o akuma. Queen Bee rapidamente pegou um pote de vidro e trancou a borboleta lá dentro. Ao fazer isso, o Atirador voltou a ser Presque Rien, um dos líderes da máfia. O criminoso não apresentava manchas de sangue oriundas do ferimento das balas, provavelmente porque sua transformação akumatizada havia lhe protegido.

Enquanto isso, Charlotte foi rapidamente desamarrar o prefeito e tirar-lhe a mordaça, mas o governante de Paris acabou percebendo algo muito estranho na policial.

(Prefeito): Charlotte, você está...

Ele não precisou terminar a frase. Quando a capitã sentiu o peito latejar, instintivamente ela olhou para lá e viu manchas de sangue se formando em seu uniforme. Ela viu que as balas akumatizadas haviam atravessado o colete à prova de balas e estavam espetadas em sua pele como se fossem dardos. Com muita dor, ela tombou no chão.

(Queen Bee, socorrendo a capitã): Charlotte!

(Charlotte): Vai ficar tudo bem, Queen Bee. Vai ficar...

Queen Bee sentiu os olhos marejarem. Primeiro o parceiro, agora a capitã da polícia. Aquilo tudo era demais para ela!

(Prefeito): Queen Bee, meus seguranças podem leva-la até o hospital, apenas siga-me para a minha sala de segurança.

Enquanto o prefeito e a heroína carregavam o corpo da policial ferida, antes mesmo de chegarem no lugar pretendido dois seguranças apareceram para ajudar o grupo.

(Prefeito): Rápido, levem a capitã Olivier para o hospital imediatamente!

Enquanto os seguranças seguiam a ordem do prefeito, Queen Bee resolveu dar meia volta e ir até onde estava seu parceiro. Ao chegar lá, viu uma cena que a deixou angustiada: por toda a sala havia criminosos nocauteados e apenas um sujeito de pé: seu parceiro, que estava com um olho roxo, o lábio inferior inchado, o nariz sangrando e com o uniforme bem sujo, inclusive com algumas partes danificadas, como se fossem marcas de tiros que (felizmente) não penetraram o traje.

(Queen Bee): Chapolin!

A heroína listrada foi correndo abraçar o parceiro, mas foi interrompida por um grito que veio por trás do herói.

(Criminoso): Lá estão eles! Vamos pegá-los!

O herói teve que pensar rápido! Ele viu que Queen Bee estava carregando o pote com o akuma preso dentro.

(Chapolin): Queen Bee, vai embora daqui! Leva esse pote até a Ladybug para ela purificar o akuma!

(Queen Bee): Eu não vou te deixar para trás de novo!

(Chapolin): Eu não estou pedindo, Queen Bee! Eu estou mandando! Vai logo! Se esse akuma cair nas mãos de um desses bandidos isso só vai piorar as coisas!

Com os olhos novamente cheios de lágrimas, a heroína deixou seu parceiro para trás pela segunda vez. Dessa vez, Chapolin colocou uma cadeira no trinco da porta para garantir que ela não voltasse a se expor àquele perigo de novo!

(Chapolin): Estão prontos para o segundo assalto, seus marginais?

Novamente o herói vermelho avançou contra a turba de criminosos, e talvez aquela fosse sua última vez.

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Ladybug e Chat Noir haviam chegado à uma enorme sala, que estava escura, ao contrário das outras. Essa sala era uma das principais do último andar, e era caracterizada por uma enorme claraboia no topo. A única iluminação da sala vinha da luz lunar que entrava pela enorme claraboia.

(Ladybug): O Hawk Moth deve estar aqui em algum lugar.

— Ladybug!

Ladybug se virou e viu Queen Bee correndo apressadamente com um pote de vidro nas mãos, aonde estava o akuma do Atirador. A heroína rapidamente abriu o pote e capturou e purificou o akuma.

— Parabéns Ladybug, você conseguiu. Capturou o último dos meus akumas.

O trio de heróis voltou a olhar para o lugar abaixo da claraboia. Caminhando até a zona iluminada estava o próprio Hawk Moth, em pessoa.

(Ladybug): Hawk Moth!

(Hawk Moth): Agora somos só nós três, Ladybug e Chat Noir.

(Queen Bee): Não, nós quatro! Por sua culpa meu parceiro ficou para trás, se sacrificando! Agora eu também vou acabar contigo!

(Hawk Moth, sorrindo): Melhor ainda! Então terei três Miraculous para roubar!

(Chat Noir): Por que você quer tanto nossos Miraculous, Hawk Moth? Por que você quer tanto o poder absoluto?

(Hawk Moth): Porque EU sou o dono legítimo do Miraculous do gato preto! Eu fui o Chat Noir anterior! Esse Miraculous é meu!

(Chat Noir): Isso é mentira! O Miraculous com o poder da destruição nunca seria dado à alguém maligno como você!

(Hawk Moth): Você duvida de mim? Então porque não desativa sua transformação e pergunta ao Plagg... Adrien?

Chat Noir sentiu a respiração falhar e os batimentos cardíacos descompassarem. Como aquele vilão sabia de sua verdadeira identidade?

(Ladybug, assustada): Como você sabe que o Adrien é o Chat Noir?

(Hawk Moth): Eu vi pelos seus próprios olhos quando você removeu o Miraculous dele. Lembra disso, Evilbug? Ou eu deveria dizer... Marinette?

Chloe ficou surpresa, mais do que a própria Marinette ao ver que o vilão conhecia sua identidade secreta. A heroína que a filha do prefeito tanto admirava... era a mesma garota que ela constantemente atormentava!

(Queen Bee): Não, não pode ser! Você é a Marinette Dupain-Cheng?

A forma como Queen Bee pronunciou seu verdadeiro nome lhe soou muito familiar, mas Ladybug estava mais atenta à figura de Hawk Moth.

(Hawk Moth): Adrien, você não sabe o desgosto que senti ao descobrir que você era o Chat Noir! De todos os garotos de Paris, eu achei que você fosse ser o mais interessado em realizar meu sonho... o NOSSO sonho!

(Chat Noir): “Nosso” sonho? Você é louco! Por que eu iria querer destruir o resto de Paris com você?

(Hawk Moth): Eu não quero destruir Paris, Chat Noir! Eu quero trazer a Sra. Agreste de volta... eu quero trazer sua mãe de volta! Desde que ela desapareceu, esse passou a ser o meu maior sonho, o NOSSO maior sonho!

Chat Noir quase deixou seu bastão cair. Como assim, “nosso” maior sonho? Como era possível que Hawk Moth soubesse quem era a mãe dele? Mais: o que Hawk Moth queria com a mãe dele? Seria possível que Hawk Moth fosse...

Não, não podia ser!

Mas faria todo o sentido!

Não, a família de Adrien já estava esfarelada desde que a mãe desapareceu! Se o Hawk Moth fosse quem ele pensava que fosse... ele não aguentaria!

Mas ele tinha que descobrir! O destino de Paris dependia disso!

(Chat Noir): Quem é você por trás dessa máscara, Hawk Moth?

(Hawk Moth): Eu sou seu pai.


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Notas finais do capítulo

*Insira aqui a marcha imperial de Star Wars* Enfim chegou o momento mais crítico de "Defensores de Paris"! A verdade vêm à tona: Hawk Moth é Gabriel Agreste! Agora irá se iniciar uma dramática batalha entre pai e filho, pelo destino da capital francesa! Agora eu quero a opinião de vocês: Adrien deve fraquejar emocionalmente nesse momento tão crítico e se juntar, mesmo que momentaneamente ao pai, ou deve continuar determinado a vencê-lo e salvar Paris? Vocês decidem... ou não. Mas eu quero a opinião de vocês assim mesmo.

Ah, além da referência à Star Wars no final do capítulo, eu também fiz uma referência ao filme "Príncipe da Pérsia e as Areias do Tempo", na batalha entre Charlotte e Atirador e uma terceira referência, à um filme épico de super-herói. Vocês sabem qual?



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