Miraculous - Defensores de Paris escrita por Blue Blur


Capítulo 22
Quem manda na cidade


Notas iniciais do capítulo

Desde que Ladybug desapareceu, a máfia lançou ataques cada vez mais impiedosos contra a polícia, desmantelando grande parte dessa organização. Agora, um plano funesto é descoberto por Adrien, forçando Charlotte a convocar os pouquíssimos policiais que restaram para salvar Paris da anarquia.



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Uma semana havia se passado desde que Chapolin Colorado visitou Marinette e a ajudou a recuperar a capacidade de andar. Agora, graças à uma série de exercícios feitos diariamente, a garota havia voltado a andar normalmente. Nesse meio tempo, a máfia continuou agindo, recrutando criminosos de toda parte para uma operação grande, muito grande. Muitos lugares de Paris, como o colégio François-Dupont não funcionavam mais adequadamente. Isso explicava porque, numa segunda-feira de manhã, Marinette estava na academia de yoga de um velhinho chinês ao invés de estar no colégio.

(Mestre Fu, sério): Então, você está dizendo que este akumatizado conhece sua identidade por trás da máscara?

(Marinette): Sim, mestre. Ele também conseguiu roubar meu Miraculous, talvez seja isso e mais o poder do akuma dele que esteja tornando-o tão forte para causar todo esse caos em Paris.

(Mestre Fu): Mais alguém sabe quem você é por trás da máscara?

(Marinette): O Chat Noir.

Mestre Fu ficou andando de um lado para o outro da sala, pensativo. A situação atual era desesperadora, mas ele sabia que ceder ao desespero não resolveria nada. Depois do que pareceu uma eternidade, ele virou novamente seu olhar para Marinette e voltou a falar.

(Mestre Fu): Marinette, você disse uma vez que estava usando seus poderes para enfrentar uma organização mafiosa, certo?

(Marinette): Sim.

(Mestre Fu): Marinette... enfrentar Hawk Moth é uma coisa... mas a máfia...

(Marinette): Mestre?

(Mestre Fu): Hawk Moth quer o poder dos Miraculous para realizar um desejo escuso. Eu não sei qual, mas não pode ser coisa boa. Porém, se ele akumatizou membros da máfia, isso significa que eles também têm poder para realizar seus desejos escusos. Diga-me, Marinette, qual o maior objetivo de qualquer organização criminosa?

(Marinette): Derrotar a polícia?

(Mestre Fu): Não, este é apenas um meio. Toda organização criminosa quer derrotar a polícia para alcançar seu objetivo máximo, que é...?

(Marinette): Agir livremente?

(Mestre Fu): Exatamente. Agora me diga Marinette: quando a polícia é destruída e uma organização mafiosa passa a agir livre e impunemente, quem passa a mandar na cidade?

Marinette ficou boquiaberta ao chegar à mesma conclusão que o Mestre Fu.

(Marinette): Não. Não. NÃO!!! Mas a capitã Olivier, digo, a força policial de Paris não vai permitir isso! Digo, mesmo que a polícia convencional não dê conta, nós ainda temos a força de elite e...

(Mestre Fu, sério): Marinette, se esse akumatizado derrotou até mesmo você, que é a Ladybug, que chance você acha que policiais comuns terão?

(Marinette, amedrontada): O que iremos fazer?

(Mestre Fu): Você terá que seguir o meu conselho que você ignorou antes: terá que confiar em seus parceiros. Avise Chat Noir sobre tudo o que está acontecendo, sobre a gravidade da situação. Ele, Queen Bee e Chapolin Colorado saberão o que fazer, e certamente farão de tudo para recuperar seu Miraculous.

(Marinette): Entendi. Obrigado pelos conselhos, Mestre Fu.

(Mestre Fu): Se você encontrar Chat Noir, quero que você entregue isso aqui para ele.

Mestre Fu estendeu um saquinho plástico para Marinette. Quando ela olhou lá dentro viu quatro bolinhas, que pareciam bombons de chocolate.

(Marinette): O que é isso, mestre Fu?

(Mestre Fu): São Zhànshì Wáns, pílulas que eu criei usando ingredientes naturais. Elas devem ser dadas aos kwamis. Elas permitirão que seus amigos mantenham a transformação por muito mais tempo do que os 10 minutos convencionais. Vocês até podem usar seus poderes especiais mais de uma vez, mas aconselho não fazerem isso. Não pude testar os efeitos porque só pude criar essas quatro.

(Marinette): Obrigada pela ajuda, Mestre Fu. Agora eu preciso ir.

(Mestre Fu): Mais uma coisa Marinette: os akumatizados sabem quem você é, e por isso podem voltar a atacar sua família quando descobrirem que Ladybug ainda está viva. Porém, há uma forma de se libertar desse perigo: capture os akumas. Isso irá apagar as memórias desses mafiosos que você me contou.

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Adrien estava na mansão dele, apenas com Natalie, que estava agindo como sua professora particular. Natalie era bastante competente nessa função, mas naquela manhã, ela percebia que Adrien não estava satisfeito com o trabalho dela. Por conviver bastante tempo com o garoto, ela sabia que ele estava angustiado pelo estado da melhor amiga, isso para não falar sobre o estado caótico em que a cidade se encontrava. Porém, o soar da campainha interrompeu a aula particular de Adrien. Natalie se prontificou a atender a porta.

(Natalie, sorrindo): Adrien, tem visita para você. Alguém que você realmente gosta muito.

Adrien foi até a porta e seus olhos brilharam com aquela cena. Ele teve que esfregar os olhos para ter certeza de que não estava sonhando: na frente dele, estava Marinette Dupain-Cheng, completamente recuperada, andando normalmente. Sem qualquer tipo de cerimônia, o garoto simplesmente saiu correndo para abraçar a amiga. Os dois ficaram se abraçando com muita força. Natalie sorriu ao acompanhar aquele reencontro emocionante. Os dois então entraram na mansão.

(Adrien, emocionado): Eu pensei que você... nunca mais fosse... Marinette, eu estou tão feliz em te ver!

A garota, ainda abraçada com o amigo, sentiu o rosto esquentar com força. Ela nunca imaginou chegar tão... perto daquele jeito do garoto-modelo.

(Marinette): Adrien, eu também estou muito feliz de te ver. Depois de tudo isso, nunca mais te vi na escola. Bom, não que a escola ainda esteja funcionando, mas você simplesmente pareceu ter sumido do mapa

(Adrien, meio triste): Paris está caindo, Marinette. Sem voc, digo, a Ladybug, criminosos de todos os tipos estão agindo. Meu pai não me deixa mais sair de casa com medo de que algo ruim me aconteça.

(Marinette): Adrien, sobre isso... eu preciso falar com você, a sós.

Adrien pediu para Natalie que o deixasse a sós com Marinette na enorme sala de estar onde ele estava estudando. Adrien pôde ver a preocupação estampada no rosto de Marinette, e motivos não faltavam para isso.

(Marinette): Adrien, eu preciso que você reúna novamente a Queen Bee e o Chapolin Colorado! É algo urgente!

(Adrien): O que é?

(Marinette): Eu acho que tudo isso que está acontecendo, os ataques às delegacias, as fugas de presos, tudo isso faz parte de um plano maior. Um plano enorme.

(Adrien): Continue.

(Marinette): Pain-e, esse é o nome do akumatizado que... me derrotou, ele tem um outro parceiro akumatizado chamado Atirador. Esse parceiro dele ajudou no ataque à delegacia onde Charlotte trabalha. Adrien, quando eu enfrentei Pain-e pela primeira vez, eu descobri que ele era um dos chefes da Surveillance, o Peu Tressages.

(Adrien): Então é provável que esse “Atirador” que você mencionou seja o outro chefe da máfia que restou, Presque Rien.

(Marinette): Você precisa reunir Queen Bee e Chapolin Colorado e ir atrás deles, em busca de informações. Eu tenho a suspeita de que eles planejam tomar Paris!

(Adrien): Tomar Paris? Ladybug, isso é loucura! A polícia nunca...

(Marinette, séria): Adrien, acorde para a realidade! Estou falando de um akumatizado que quebrou minhas costas! A polícia nunca vai ter chance contra eles!

Adrien estava assustado, e com razão! Nunca um akumatizado havia chegado tão longe, não a ponto de derrotar Ladybug e pegar o Miraculous dela! Agora, não apenas um, mas dois akumatizados poderiam estar planejando tomar a capital da França e entrega-la para as mãos da máfia.

(Adrien, sério): Marinette, eu vou contatar o Chapolin Colorado e a Queen Bee, e juntos nós vamos descobrir o que a Surveillance planeja. Eu prometo também que vou recuperar seu Miraculous, my lady!

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De tarde, mais ou menos às 17:30, Adrien havia saído escondido da mansão e estava passeando sozinho pelas ruas de Paris, vestindo um moletom cinza com capuz e usando óculos escuros. Ao ver o estado da cidade, compreendeu porque o pai havia lhe deixado de quarentena: vários prédios públicos estavam pichados, alguns até mesmo com palavrões e ofensas pornográficas aos heróis de Paris, principalmente à Ladybug. Haviam também prédios comerciais marcados com o olho-símbolo da Surveillance. Com exceção de umas poucas pessoas que volta e meia andavam apressadamente pelas ruas, ou de umas poucas viaturas que ainda operavam tentando manter a ordem, Adrien estava sozinho, sua única companhia era Plagg, que não parava de tremer dentro do bolso da camisa do garoto.

(Plagg, amedrontado): A-Adrien... se transforma logo! A qualquer minuto um marginal pode vir e nos atacar!

Adrien também estava com medo e seus lábios coçavam para pronunciar as palavras de transformação, mas algo dentro dele dizia que não era uma boa ideia. Ele tinha seus próprios motivos para não querer se transformar, mas também havia aquela perturbadora sensação de insegurança rodeando o loiro. Isso porque o garoto não percebera duas figuras sombrias o espreitando.

(Adrien, cochichando): Plagg, essa área provavelmente está sob domínio da Surveillance. Se eu me transformar em Chat Noir e sair saltando pelos prédios, vou atrair atenção indesejada. Não amigo, é melhor eu continuar disfarçado, assim é mais fácil de saber o que estão planejando.

Enquanto andava pela calçada, ouviu um som de conversa. Discretamente, se esgueirou por trás da parede para ouvir. Virando à direita da rua, estava um grupo de cerca de oito elementos, todos com aparência de punks e baderneiros de rua, conversando livremente. Apesar do visual bem contrastante com a de um agente da Surveillance, os oito elementos curiosamente usavam braçadeiras com o símbolo da organização mafiosa. Enquanto Adrien se esgueirava por trás da parede para ouvir a conversa, as duas figuras sombrias de antes também pararam para se esconder e continuar observando o garoto.

(Elemento 1): Desde que a joaninha morreu, parece que todos nós temos liberdade para fazermos o que quisermos com essa cidade!

(Elemento 2): Verdade, foi só aparecer aquele cara de caveira e o cara com monóculo que a polícia de uma hora para outra virou apenas um grupelho de imbecis fardados usando brinquedinhos. Aqueles dois caras sozinhos trucidaram uma guarnição inteira! Sem falar quando eles atacaram uma delegacia e soltaram todos os presos.

(Elemento 3): Mas isso é só o começo: essa nova máfia, Surveillance, planeja tomar a cidade de Paris!

Adrien ficou assustado, mas soube se conter e continuou escutando a conversa por trás da parede.

(Elemento 2): Mas isso é loucura! A polícia não vai tentar nos impedir?

(Elemento 3): Que polícia, seu burro? A polícia está quebrada! Aqueles dois chefes da máfia derrotaram a força policial de Paris. Eles mesmos já disseram que estão prontos para o próximo passo, que é tomar Paris!

(Elemento 1): Quando isso vai acontecer?

(Elemento 3): Amanhã, pela madrugada, a Surveillance vai reunir todos nós, com todo aquele equipamento f**a que eles juntaram para marcharmos sobre a cidade! Os chefes disseram que vamos atacar a prefeitura, vamos arrancar o prefeito de lá e atirarmos em quem ficar no nosso caminho!

(Elemento 2): Cara, esses mafiosos pensam grande, hein? Mas será que não vai ser páreo duro quando mandarem, sei lá, o exército para atacar a gente?

(Elemento 3): Também pensei nisso, mas esses mafiosos... eles são diferentes de tudo que eu já vi. É sério, eles agem como se fossem paramilitares! Têm treinamento, têm armas, têm tudo! Com a situação que a cidade está, a única coisa que falta para essa cidade cair nas mãos desses mafiosos é eles botarem o pé na prefeitura.

Já era o bastante, Adrien já sabia o que os mafiosos fariam. Agora ele tinha que recuar, tinha que escapar e avisar Charlotte. Porém, o loiro mal deu três passos para trás e sentiu suas costas esbarrarem numa parede, que bufou sobre seus cabelos. Não era parede: era um brutamontes negro, com olhos negros tenebrosos. O gorila agarrou o loiro pelo colarinho e o arremessou na frente dos oito elementos. Quando os óculos escuros saíram, os bandidos reconheceram ele.

(Elemento 1): Ora, ora, ora, vejam quanta sorte! O filho do rico empresário Gabriel Agreste está aqui!

O elemento agarrou Adrien pelo colarinho e o levantou, posicionando a lâmina de um canivete bem próximo ao rosto do rapaz. Dentro da camisa de Adrien, Plagg estava paralisado de medo. Adrien por outro lado, parecia ligeiramente mais calmo, apesar de ainda demonstrar medo.

(Elemento): E aí, mauricinho, não tem nada a dizer para nós?

(Adrien, sorrindo nervosamente): E agora, quem poderá me defender?

Uma nuvem de fumaça explodiu entre o grupo, um segundo depois o bandido que segurava Adrien foi atingido na cara por um martelo vermelho, o segundo levou um murro na cara e o terceiro levou um chute na canela, seguido de um golpe de judô. O quarto pegou uma pistola, mas um peão atingiu a mão dele, e logo depois uma garota vestida de abelha deu um chute no queixo dele, apagando-o. Os dois heróis se juntaram com Adrien para protege-lo.

(Queen Bee): Adrien, se esconde.

O quinto e o sexto tentaram ir para cima de Queen Bee, que se esquivou facilmente e os fez perder o equilíbrio e caírem no chão, depois foi só acertar um soco na nuca de ambos. O sétimo era mais bom de briga, dando socos coordenados e bloqueando os ataques de Queen Bee. Até que a heroína fingiu ser atingida e caiu no chão, mas apenas para acertar um chute cavalar no queixo do bandido, nocauteando-o. O oitavo estava meramente divertindo Chapolin Colorado, que se esquivava facilmente dos socos. O herói cômico fez um joguete com os pés, distraindo o bandido, que tomou dois jabs no nariz e um golpe da marreta biônica, indo também à nocaute. Com todas as ameaças neutralizadas, os dois heróis se voltaram para Adrien. Queen Bee parecia meio estranha ao estar perto do rapaz modelo.

(Queen Bee, meio nervosa): V-Você está bem, Adrien? Aqueles caras não te machucaram, né?

(Adrien, sorrindo): Não, eu estou bem. Valeu mesmo, o plano deu certo.

(Chapolin Colorado): Rapaz, você é mesmo corajoso! Não é todo mundo que se voluntaria para servir de isca nessas bandas comandadas pela Surveillance.

(Adrien): Bom, o Chat Noir garantiu que vocês apareceriam para me ajudar, e eu devia uma para ele.

(Chapolin): Ainda bem que ele nos contatou a tempo.

(Queen Bee): Mas aquele gato sem noção vai ouvir umas verdades! Que plano mais furado e perigoso! Usar o lindo filho de Gabriel Agreste como isca para esses bandidos?

(Adrien): Como é?

(Queen Bee, percebendo o que disse e ficando vermelha): D-Digo, é que esse plano era muito perigoso, isso! Você teve sorte de não se machucar!

(Chapolin): Hehehe, vamos Beeblade, você está mais vermelha que meu traje. Nós ainda temos que avisar a capitã Charlotte sobre o que aconteceu aqui.

(Queen Bee): Verdade. Adeus, Adrien!

(Adrien): Tchau Queen Bee, tchau Chapolin Colorado.

Depois de concretizar seu plano, Adrien voltou correndo para casa. Chegou discretamente pelo fundo e se transformou momentaneamente em Chat Noir para entrar no seu quarto pela janela sem chamar a atenção. Por sorte, ninguém soube de sua escapada, mesmo assim Plagg ainda quis dizer umas verdades para seu amigo humano.

(Plagg): Você é louco, sabia? E se você tivesse se machucado? Eu quase morri de susto quando aquele cara te pegou, sabia?

(Adrien): Plagg, eu tenho que aprender a confiar nos meus parceiros. Marinette me contou que foi justamente por não ter confiado na gente para enfrentar Pain-e que ela passou por todo aquele suplício.

(Plagg): Mas isso não significa que você tem que se jogar de cara no perigo!

(Adrien): Eu tinha que fazer isso! Você viu o que descobrimos? Amanhã, pela madrugada, a Surveillance vai atacar a prefeitura. Temos apenas até o final do dia para bolar uma estratégia de defesa. Eu preciso avisar Marinette!

(Plagg): Você perdeu a cabeça? O que você acha que a Marinette vai poder fazer sem o Miraculous da Ladybug?

(Adrien): Eu sei que parece arriscado, mas tenho que deixa-la a par da situação. Com ou sem Miraculous, ela ainda é a Ladybug para mim.

Adrien estava nervoso, e com toda a razão: dentro de algumas horas, ele e seus amigos poderiam ser a única coisa entre Paris e a máfia.

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Chapolin Colorado e Queen Bee estavam na delegacia de Charlotte, no gabinete dela, contando à capitã da polícia o que haviam descoberto. Charlotte não escondia sus temores.

(Charlotte, nervosa): V-V-Vocês têm certeza do que ouviram?

(Chapolin): Sim Charlotte. Ouvimos um grupo de mafiosos conversando sobre isso: na madrugada de amanhã, a Surveillance vai atacar a prefeitura. Você precisa chamar o exército para dar um jeito nisso!

(Charlotte, nervosa): O exército não vai chegar a tempo. Já são 17:45! Temos no máximo oito horas para montar uma linha de defesa.

(Queen Bee): A polícia não pode fazer nada?

(Charlotte): Queen Bee, não têm mais polícia! Aqueles dois akumatizados causaram danos demais à nossa corporação. Mandaram vários bons homens e mulheres para hospitais, alguns até mesmo para o cemitério. A única força que temos é um minúsculo contingente de 1000 policiais em toda Paris... isso não dá 5% de nossa força original!

O desespero de Charlotte era visível, e tinha motivos de sobra para existir: no meio tempo em que Ladybug desapareceu, a organização mafiosa Surveillance havia recrutado criminosos e foragidos suficientes para montar um exército. Sem falar que o equipamento usado pelos agentes mafiosos, obtido por vias ilegais, era equipamento militar, superior ao armamento usado pela polícia. Mas os dois heróis não pretendiam deixar que Charlotte desistisse. Se render não era uma opção.

(Queen Bee): Então convoque todos! Nós também lutaremos! Avise também aos civis pelo rádio que se recolham em suas casas o mais rápido possível! Quando o sol raiar amanhã, tudo vai mudar em Paris. Vai caber a nós decidir se é para melhor ou se é para pior!

(Charlotte, determinada): Farei isso.

(Chapolin Colorado): O ponto de encontro será em frente à prefeitura. Você tem que montar um bloqueio. Nós iremos para lá à meia-noite. Antes disso temos alguns assuntos pendentes para cuidar.

Antes que os dois heróis saíssem de vez, Charlotte ainda tinha algo a dizer.

(Charlotte): Chapolin Colorado? Queen Bee? Eu sinto muito pelo que aconteceu com a Ladybug.

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Marinette estava em seu quarto, sem poder sair de casa. O comunicado de Charlotte já havia atravessado Paris inteira. A polícia estava montando guarda em frente à prefeitura. Seus pais agora estavam em casa, com a padaria fechada. A garota estava muito preocupada e agora, mais do que nunca, se sentia muito mal por estar sem seu Miraculous.

(Marinette): Droga, se eu tivesse seguido o conselho do Mestre Fu... eu ainda teria meu Miraculous! Tikki saberia o que fazer! Eu teria como enfrentar os mafiosos! *suspiro* o que é que eu vou fazer! Como os akumas vão ser purificados sem a Ladybug por perto?

Algumas batidas na janela. Marinette já estava esperando, então foi até a janela e viu Chat Noir lá.

(Marinette): Adrien, você fez o que eu pedi?

(Adrien): Sim, Marinette. Descobri o plano da Surveillance e avisei Chapolin Colorado, Queen Bee e Charlotte. Marinette, é pior do que pensei! Na madrugada de amanhã, a Surveillance vai atacar a prefeitura e tentar se apossar da cidade!

(Marinette): Não, isso é terrível! Nós temos que agir agora!

(Chat Noir): Não Marinette, você tem que ficar! Sem o seu Miraculous você estará vulnerável! Deixe isso comigo e com os outros!

(Marinette): Não Adrien, sem a Ladybug os akumas não podem ser purificados! Eu tenho que ir! O vilão que roubou meu Miraculous certamente também vai estar lá!

(Chat Noir, nervoso): Marinette, eu não posso arriscar te perder de novo! Eu não vou aguentar essa dor novamente!

O herói felino sentiu seus olhos embaçarem. Depois do que ele havia visto acontecer com Marinette, com Ladybug, ele havia sentido um enorme aperto no coração. Sentir aquela dor novamente acabaria com ele. Marinette tocou suavemente sua face direita e fitou Chat Noir com aquele par de olhos azulados, os mesmos belos olhos de sua parceira.

(Marinette): Adrien, você vai ter que confiar em mim. Eu prometo que vou me cuidar. Pela madrugada de amanhã, eu vou dar um jeito de escapar até a prefeitura. Nós faremos isso juntos... Chat Noir!

Adrien sorriu ao ver o otimismo de Marinette. Ele precisava daquilo em meio à toda aquela tensão. Ele ficou fitando-a docemente, as únicas coisas em que ele pensava agora era o quanto Marinette era uma garota maravilhosa e como ele não havia percebido o tempo todo que ela era a Ladybug.

(Marinette): A propósito, Chat Noir, eu tenho que te dar uma coisa (tira uma das pílulas que ela recebeu do Mestre Fu e dá as outras três para Chat Noir): você tem que dar isso para seu kwami. Se fizer isso, seu tempo de transformação vai ser bastante aumentado, entregue também uma dessas para a Queen Bee e o Chapolin Colorado. Vou ficar com uma, em todo caso.

(Chat Noir): Onde você conseguiu isso?

(Marinette): Com um amigo. Eu vou lhe apresentar ele quando chegar a hora.

(Chat Noir, sorrindo): Explica para ele que o coração da Ladybug pertence apenas ao gatão aqui!

(Marinette, rindo): Para com isso, Chat Noir!

Os dois riram, depois voltaram a se encarar. Seus rostos estavam esquentando, ambos já estavam há muito tempo amando em segredo, por detrás de máscaras. Mas agora... agora as máscaras caíram. Eles aproximaram os rostos, preparando os lábios para aquele momento, agora que não haviam máscaras, nada poderia mais atrapalhar a concretização do amor de ambos.

Nada, exceto os malditos bipes do anel de Chat Noir.

(Chat Noir): Eu preciso ir agora, my lady. Gastei muito tempo fazendo aquilo que você me pediu, agora tenho que voltar para casa antes que minha transformação se desfaça.

(Marinette): Adeus, Chat Noir.

Chat Noir saiu pela janela e foi embora para a mansão Agreste. Marinette ficou observando o garoto sumindo em meio à paisagem noturna que começou a se formar em Paris. Ao perde-lo de vista, fechou a janela e encarou a bolinha que havia restado em sua mão. Aquela visão fez Marinette se lembrar, com determinação, de qual era seu dever: defender o povo de Paris.

Não importando se o inimigo era Hawk Moth ou a máfia.

Não importando se ela tinha ou não o Miraculous.


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Notas finais do capítulo

Bom, esse capítulo foi meio corrido. Não tive muita inspiração para tentar "protelar" um pouco antes do confronto final então resolvi ser direto. Porque eu estou mesmo é ansioso para escrever o próximo capítulo! Esse sim será épico!

Agora estou dando um pouco mais de ênfase para Adrien e Marinette, já que esse é o casal favorito da fandom. Mas tem outro casal que também vai ganhar mais ênfase, envolvendo outro herói que vocês provavelmente sabem quem é.

Queria agradecer mais uma vez à leitora beccadesings11 por outra fanart, dessa vez com o Chapolin Colorado prestes a enfrentar a Inquisidora, do capítulo 9. Também queria recomendar que vocês lessem a fanfic Forever, da MusaAnônima12345. É sério, a fanfic é muito bacana, deem uma força para a autora que ela merece.

link da fanart: https://plus.google.com/u/0/photos/photo/111284235825141630573/6384871208510174674?icm=false&authkey=CP3x3dztz7zCggE



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