Miraculous - Defensores de Paris escrita por Blue Blur


Capítulo 20
Consequências


Notas iniciais do capítulo

Hospitalizada, Marinette é obrigada a refletir sobre o impacto que sua decisão impulsiva causou para si, enquanto é visitada por alguns de seus amigos mais próximos. Enquanto isso, um inconformado Chat Noir jura caçar os responsáveis pelo que aconteceu à sua lady, começando pela italiana que, aparentemente, iniciou tudo.



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Hawk Moth estava em seu esconderijo, vendo tudo com um enorme sorriso de satisfação.

(Hawk Moth): Eu consegui. Eu consegui! Finalmente eu tenho o Miraculous de Ladybug! Bom trabalho, Pain-e! Agora pegue o Miraculous de Chat Noir!

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Chat Noir fuzilava o vilão akumatizado com seu olhar, apertando com todas as suas forças o bastão em seu punho. Seu maior desejo era usar o seu Cataclismo para explodir a face mascarada de Pain-e. Os dois ficaram se encarando por alguns segundos, que mais pareciam minutos, até que Chat Noir quebrou o silêncio.

(Chat Noir, muito sério): Eu vou matar você, seu maldito! Você vai pagar pelo que fez com a Ladybug!

(Pain-e): Você não vai lutar comigo, Chat Noir, posso ver em seus olhos.

Chat Noir pensou em retrucar à altura, xingando todos os palavrões que pudesse se lembrar, até que Pain-e terminou a frase.

(Pain-e): Ladybug está à beira da morte, eu quebrei sua lady ao meio. Você pode gastar o pouco de tempo que resta a ela tentando me derrotar ou pode tentar salvar a vida dela, levando-a para um hospital. Eu sei que você vai escolher a segunda opção, porque você é fraco. Te falta ódio.

Ao ouvir Chat Noir essas palavras, o olhar de Chat Noir se voltou para Marinette, caída no chão numa posição agonizante. Seu primeiro impulso foi de querer pegá-la nos braços, mas sabia que isso poderia piorar a lesão em sua coluna.

(Pain-e): Leve sua parceira ao hospital para assinar o atestado de óbito dela, depois enterre-a. Encare o luto pelo tempo que julgar necessário, então estará pronto para me enfrentar.

Pain-e simplesmente deu as costas para o herói felino e foi embora. Já na saída, a máscara de borboleta apareceu no mafioso akumatizado.

(Hawk Moth): O que pensa que está fazendo? Pegue o Miraculous de Chat Noir!

(Pain-e): Ainda não. A mente e o corpo dele ainda estão fortes. Eu devo esperar até que ele enfraqueça.

(Hawk Moth, irritado): Não me venha com essas bobagens! Dê meia volta e lute, ou retiro seus poderes!

(Pain-e, sério): Pode retirar, afinal, eu já tenho o Miraculous da Ladybug.

Hawk Moth tomou um susto. Será que todo esse tempo ele havia sido enganado pelo mafioso?

(Pain-e): Eu prometo que vou conseguir o Miraculous de Chat Noir para você, mas até lá você terá que confiar em mim para ficar com o Miraculous da Ladybug como isca. Além do mais, você não devia se estressar tanto. Eu não consegui um dos Miraculous? Você alguma vez chegou a conseguir pelo menos um?

Hawk Moth estava irritado com a insolência do akumatizado, mas não disse nada. Era verdade: de todos os vilões anteriores, Pain-e foi o que obteve a primeira vitória. Ele deveria continuar confiando no mafioso, mesmo que fosse uma questão de tempo até que fosse necessário apunhalar o akumatizado pelas costas...

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No hospital, uma equipe médica de emergência estava atendendo Marinette. Os pais dela já haviam recebido alta e já haviam despertado da inconsciência. Contra a vontade dos médicos, Tom e Sabine saíram da enfermaria para ver a filha na ala de emergência. Ao verem Marinette extremamente ferida e desacordada, eles quiseram saber o que havia acontecido.

(Camille, entristecida): Senhor Dupain-Cheng, infelizmente a situação é gravíssima. Sua filha... fraturou a coluna vertebral. Ela também apresenta duas costelas quebradas e um hematoma no supercílio esquerdo.

(Sabine, chorando profusamente): Não! Marinette, não!!!

Camille se sentiu péssima ao dar essa notícia. Seu filho Diego era amigo de Marinette. Como ela ia dizer para o próprio filho que viu a amiga dele chegar no hospital com a coluna quebrada?

Adrien também estava lá, se sentindo a pior pessoa do mundo. Logicamente que o culpado de tudo aquilo era Pain-e, mas a sensação de impotência... era horrível! O garoto estava com o rosto amassado de tanto chorar. Ele estava no banheiro, desabafando toda a dor que sentia para Plagg, que também demonstrava idêntica demonstração de dor.

(Adrien, chorando): Plagg! Eu sou o pior parceiro do mundo! Por que eu não pude salvar a Ladybug?

(Plagg, triste): Não foi culpa sua... não tinha como a gente saber que aquilo iria acontecer...

(Adrien): Eu devia... eu devia ter usado o cataclismo no rosto daquele maldito! Eu devia ter explodido o rosto dele!

(Plagg): Não diga isso Adrien! Você não é assim! Você é um garoto com um coração de ouro, não aja com a mesma mentalidade daquele monstro!

O garoto saiu do banheiro e viu duas pessoas que ele não esperava ver: seu pai, Gabriel Agreste, e Natalie. Ambos com expressões de muita preocupação.

(Gabriel): A capitã Olivier me telefonou, contando sobre a tragédia que aconteceu. Eu sinto muito, filho.

Adrien, ainda chorando, correu para abraçar o pai. Gabriel, mesmo se mostrando um pai ausente na maior parte do tempo, agora estava lá, para consolá-lo naquele momento difícil.

(Adrien): A Marinette vai ficar paraplégica pelo resto da vida! Isso é tudo culpa minha!

(Gabriel): Não diga isso, Adrien. Você não podia fazer nada.

Após o abraço, Gabriel fitou o anel que Adrien usava, com um certo interesse, mas depois voltou seu olhar para o rosto do filho, que ainda estava chorando profusamente.

(Adrien): Pai, eu quero passar a noite aqui.

(Gabriel): Mas filho, você precisa dormir...

(Adrien): Não preciso! Eu quero ficar aqui com a Marinette!

(Gabriel): Adrien, escuta, eu prometo que amanhã de manhã eu trago você para visitar sua amiga. Mas agora...

(Natalie): Senhor Agreste, por favor... eu prometo que vou tomar conta do Adrien.

(Gabriel): Está bem Natalie, confio em você.

Gabriel então voltou para casa, mas não sem antes passar pela equipe médica que estava levando Marinette para a sala de cirurgia. Ao ver o estado que a garota estava, o pai de Adrien pareceu compartilhar da mesma dor do filho, ao ver uma menina tão jovem num estado tão deplorável. Mas teve outra coisa que chamou a atenção dele: Marinette estava sem os brincos que ela usava no incidente do Simon Mandou. Onde será que eles foram parar?

Antes de sair do hospital, Gabriel deu um recado para a recepção do hospital.

(Gabriel): Escutem, a paciente Marinette Dupain-Cheng, e os pais dela... quero que coloquem todas as despesas que tiverem com eles na minha conta. Está certo?

(Recepcionista): Sim, senhor Agreste.

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Marinette abriu os olhos e sentiu a luz ofuscante do quarto de hospital em seu rosto. O cheiro característico também penetrou em seu nariz. Ela virou a cabeça para o lado e viu Adrien, com olheiras no rosto e marcas que mostravam que ele havia chorado bastante.

(Marinette): Adrien. Você está aqui.

(Adrien): Marinette.

(Marinette): A quanto tempo estou desacordada?

(Adrien): Já é de manhã. Umas oito horas. Eu fiquei a noite toda aqui com você.

(Marinette): Mais alguém sabe que estou aqui?

(Adrien): Do jeito que as notícias correm, acho que todos da nossa classe já sabem. É só uma questão de tempo até aparecerem.

Marinette tentou se virar mais a fim de vê-lo melhor, mas acabou notando que algo estava errado.

(Marinette): Eu... não sinto minhas pernas.

O garoto abaixou a cabeça, sem saber o que dizer.

(Marinette): Não esconda nada de mim. Se você sabe de algo, diga.

(Adrien): O akumatizado quebrou sua coluna, causando danos à sua medula espinhal. Você... nunca mais vai andar.

A garota arregalou os olhos, assustada, mas depois sua expressão adquiriu um teor de resignação. Ela não conseguia parar de pensar nas palavras do Mestre Fu: ela devia ter confiado em seus parceiros. Ela teria conseguido vencer Pain-e se tivesse chamado Chat Noir, Queen Bee e Chapolin Colorado para ajudá-la na luta.

(Adrien): Me perdoe Marinette, eu não consegui chegar a tempo. Aquele maldito que te atacou... eu prometo...

(Marinette): A culpa é minha, Adrien. Eu não fui atacada. Na verdade, eu fui ao encontro dele, sozinha. Eu devia ter contado o que pretendia fazer.

(Adrien): Mas por que você foi sozinha?

(Marinette, com um sorriso triste): Sabe gatinho, nem eu sei mais. Quando eu estava indo lutar contra Pain-e, fazia total sentido enfrenta-lo estando sozinha, mas agora... Eu penso que teria sido melhor ter seguido o Mestre Fu ao invés de ter sido impulsiva e caído naquela armadilha.

(Adrien, chocado): Armadilha?

(Marinette): Eu recebi uma chamada no meu comunicador... Hawk Moth deu um jeito de me contatar, talvez porque agora ele sabe quem é Ladybug por trás da máscara. Ele disse que Peu Tressages, digo, Pain-e havia capturado Lila. Quando cheguei lá, Pain-e disse que Lila nunca foi capturada, que ela ajudou ele de livre e espontânea vontade e depois foi embora.

Adrien sentiu o chão abaixo dele afundar. Foi como se, de repente, ele ficasse alheio de tudo ao seu redor. Bem naquele momento, Alya havia entrado no quarto da Marinette, com os olhos totalmente vermelhos, acompanhada com Diego. Adrien saiu da sala, olhando para o chão, sem dizer uma única palavra.

(Alya, chorando): Marinette, o que aconteceu? Me fala que você está bem! Me diz que você vai voltar a andar!

(Diego): Meu Deus, é verdade? Você foi mesmo atacada por um akuma? E a Ladybug? Ela não apareceu para te ajudar?

(Marinette): Diego... a Ladybug está morta. Eu vi o akumatizado matar ela na minha frente.

(Diego): Não.

(Alya, chorando com mais intensidade ainda): Me diz que é mentira! Me diz! A Ladybug não pode ter morrido! Não, não, não, NÃO!!! Primeiro, minha melhor amiga, agora a Ladybug! Esse é o pior dia da minha vida!

Enquanto isso, Adrien ainda estava do lado de fora do quarto com a cabeça baixa, tentando processar tudo o que aconteceu. Ele nem percebeu que, surpreendentemente, Chloe estava lá, e por mais incrível que pareça, ela estava preocupada com Marinette.

(Chloe): Adrien, me diz como a Marinette está! Ela vai ficar bem?

Adrien ignorou a voz de Chloe e continuou andando, ele tinha muitas contas para acertar com uma certa garota italiana.

Diego continuou no quarto, com Alya. O garoto não era bom para lidar com sentimentos. Na verdade, ele estava aborrecido por ver que suas lágrimas pareciam não descer, por mais que ele quisesse. Ele considerava Marinette uma grande amiga, assim como o Adrien, e lá estava ela, com a coluna vertebral quebrada por um akuma. Ele se sentiu uma horrível sensação de impotência porque não pôde ajudar sua amiga e sua parceira (que eram a mesma pessoa). Porém, quis reparar seu “erro” conseguindo algumas informações com Marinette sobre o akumatizado que atacou a mestiça. Obviamente ele não sabia que Marinette e Ladybug eram a mesma pessoa.

(Diego): Marinette, esse akumatizado que te atacou... você sabe mais ou menos se ele fez algo suspeito? Tipo, se você conseguiu ver de onde o poder dele vinha ou algo do tipo.

Marinette achou a pergunta um tanto incomum. Claro, o garoto já havia ajudado a enfrentar outros akumas, mas Pain-e era totalmente diferente... é claro que ela também não sabia da identidade dupla de Diego.

(Marinette): Eu vi ele mexendo numa espécie de bracelete, que tinha um tubo conectado na máscara dele.

(Diego, se levantando): Marinette, eu vou avisar a polícia, eles vão dar um jeito nisso!

(Marinette, assustada): Diego, não faz isso! A polícia não tem a menor chance contra aquele brutamontes!

(Diego): Então eu vou dar um jeito de me comunicar com os outros três super-heróis. Talvez a capitã Charlotte me ajude. Marinette, eu não vou deixar que esse monstro saia impune pelo que ele fez contigo!

(Marinette): Você não pode fazer nada, Diego.

(Diego): Acredite, eu posso fazer muita coisa.

Diego saiu do quarto de Marinette com a alma cheia de determinação. Ele não era bom em lidar com situações tristes, pensava que se continuasse ao lado de Marinette não teria nada para dizer, nenhuma palavra de conforto. Mas havia outro jeito de mostrar o quanto ele se importava com a amiga: derrubando o akumatizado. Ele foi até o banheiro do hospital e se trancou lá para falar com sua kwami.

(Diego): Tuggi, nós vamos atrás do maldito que fez isso com a Ladybug!

Diego ficou surpreso ao ver sua kwami chorando. Claro, ele também estava triste e entendia que Tuggi também estivesse, mas aquilo era surpreendente do mesmo jeito.

(Diego): Tuggi... você está chorando...

(Tuggi, chorando): O que será que aconteceu com a Tikki? Será que ela está bem?

Diego se sentiu como se algo rachasse e se estilhaçasse dentro dele. Era uma cena de partir o coração ver a alegre Tuggi chorando daquele jeito. O rapaz mexicano sentiu os olhos marejarem, mas aquele não era o momento apropriado.

(Diego, segurando as lágrimas): Quem é Tikki?

(Tuggi): A kwami da Ladybug.

(Diego, segurando as lágrimas): Eu... não sei... Tuggi. Temos que ser fortes... *respira fundo* Tuggi, vamos defende-los.

Foi a primeira vez que Diego se transformou no Chapolin Colorado sem seu sorriso característico estampado no rosto. O que havia no lugar era uma expressão de dor emocional.

Depois que Diego saiu do quarto de Marinette, outro amigo dela entrou no quarto: Nathan estava com um buquê de flores na mão, que quase deixou cair no chão ao ver como a garota estava. Ele já havia revelado, de um jeito bem indiscreto, sobre seus sentimentos em relação à mestiça. Vê-la daquele jeito simplesmente não fez bem para o seu coração.

(Nathan): M-M-Marinette...

Apesar da gravidade da situação, Marinette ainda tinha um leve sorriso estampado no rosto. Talvez mais para confortar o coração dos que a visitavam do que pare ela mesma.

(Marinette): Bom dia, Nathan. Como é que você está?

Aquela expressão no rosto da garota... fez Nathan simplesmente rachar completamente por dentro. Mesmo ferida, hospitalizada, Marinette continuava se preocupando primeiro com os outros. O rapaz artista começou a chorar, juntamente com Alya.

(Marinette, confortando Nathan e Alya): Shhh, está tudo bem. Eu vou ficar bem, não precisam ficar assim...

Enquanto isso, Chapolin Colorado subiu até o teto do hospital e acionou suas anteninhas de vinil, colocando a ponta de uma delas perto da boca e a ponta da outra, perto do ouvido. Ele queria muito acabar com a raça do akumatizado, mas não deixava sua prudência de lado: sabia que suas chances de vitória seriam maiores se lutasse lado a lado de sua parceira.

(Chapolin): Queen Bee, você está me ouvindo? Queen Bee, eu preciso de sua ajuda! Eu estou em cima do hospital de Paris.

Houve alguns segundos de silêncio, o tempo necessário para que Chloe se transformasse na heroína. Ironicamente, Chloe estava dentro do hospital. Depois que a loira se transformou, ela respondeu o parceiro.

(Queen Bee): Me dê alguns segundos, vou até você pessoalmente.

Dito e feito, lá estava Queen Bee. Aparentemente, a heroína-abelha já sabia de tudo, pois seu semblante também transparecia tristeza.

(Queen Bee): Você sabe que não é uma boa hora. Depois do que aconteceu com a Ladybug, com a Mari... com aquela garota mestiça. Eu não queria me transformar agora.

Como Diego, o rapaz mexicano entendia perfeitamente a dor de sua parceira, já que era a mesma dor que ele estava sentindo. Mas como super-herói, seu senso de dever falou mais alto que seu lado humano: ele simplesmente não soube lidar direito com aquela demonstração de fraqueza de Queen Bee e acabou dizendo a primeira coisa que veio à sua cabeça.

(Chapolin, ríspido): “Não queria se transformar”? Tem um akumatizado à solta por Paris, um akumatizado que partiu a Ladybug ao meio e você “não queria se transformar”? Cria vergonha na cara! Para que você acha que recebeu o título de Queen Bee?

(Queen Bee, chocada): Chapolin, o que deu em você?

(Chapolin, ríspido): Não vem com essa de “o que deu em você? ”. Nós dois vamos atrás desse akumatizado, e eu não quero saber de você fraquejando, entendeu?

Queen Bee estava chocada, ela nunca havia visto o parceiro agir daquele jeito. Normalmente, ele era bem mais alegre, agindo com muito bom humor. Agora ele estava sombrio, agindo como uma espécie de vigilante mal-encarado. Ela ficou observando o parceiro saltar entre os prédios mais próximos, então se virou e foi fazer sua ronda na direção oposta.

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Lila estava na casa dela. Por conta da tragédia que aconteceu com Marinette, o diretor Damocles dispensou todos da turma dela. A garota italiana estava na sala de estar, estudando, sendo que seus dois pais estavam trabalhando. Lila se mostrava pensativa, sem prestar atenção em nada da matéria que supostamente estava estudando.

(Lila, pensando): Como a Marinette foi parar no hospital? Eu espero que ela fique bem, ela é uma garota simpática. Não conheço ela muito bem, mas estou preocupada com ela. Vou visita-la mais tarde.

Apesar de ser conhecida por mentir, Lila realmente demonstrava, do fundo do seu coração, preocupação com o estado da colega. Seus pensamentos foram interrompidos por batidas violentas na porta, até que a porta se abriu de vez com um chute poderoso. Do lado de fora estava Chat Noir, destilando fúria pelo olhar.

(Chat Noir): Você está morta, Lila! Vai se arrepender pelo que fez com a Ladybug!

(Lila, assustada): Do que você está falando? Eu não fiz nada com a Ladybug!

Furioso, Chat Noir começou a arranhar a parede da entrada para mostrar que não estava de brincadeiras.

(Chat Noir): Não venha com seu cinismo para cima de mim, sua maldita! Você fez parceria com um mafioso akumatizado para que ele acabasse com a Ladybug. Por sua culpa, My lady está morta e Marinette Dupain Cheng foi parar no hospital! O criminoso que você contratou quebrou a coluna dela!

Lila estava chocada, não imaginava que algo tão terrível havia acontecido com Marinette, da mesma forma como não conseguia imaginar do que Chat Noir estava falando. Que papo era aquele de akumatizado, mafioso, sei lá mais o quê?

(Lila, com muito medo): C-C-Chat Noir, eu sinto muito! Eu não fazia ideia de que algo tão terrível... mas eu realmente não faço ideia do que você está falando sobre eu ter chamado um mafioso e...

(Chat Noir): Cala a boca, sua cínica! Se não vou calar usando meu cataclismo!

Apavorada, Lila correu para dentro do seu quarto e trancou a porta. Quem disse que isso adiantou de alguma coisa? Chat Noir abriu uma fenda na porta, a golpes de bastão, e ficou encarando a italiana com um olhar esmeralda aterrador. Lila sabia que Chat Noir estava fora de controle, mas também sabia que tinha um amigo com o qual poderia contar.

(Lila, chorando): E agora, quem poderá me defender?

Ao terminar essas palavras, Lila se encolheu ao ver Chat Noir arrebentando o trinco da porta com seu bastão.

(Chat Noir): Ninguém vai te defender, sua bandida! Eu vou dar a você o tratamento que merece!

(Lila): Nãããããoooo!!!

Chat Noir ia golpear Lila com suas garras, mas alguém agarrou sua mão por trás bruscamente. Quando o herói felino se virou para trás, viu Chapolin Colorado encarando-o com muita seriedade.

(Chapolin, muito sério): Larga a Lila, Chat Noir.

(Chat Noir): Por culpa dela a Ladybug está morta e a Marinette foi parar no hospital! Ela nunca mais vai andar! Eu vou acabar com essa cínica de uma vez por todas!

(Chapolin, muito sério): Eu disse! Para deixar! A Lila! EM PAZ!!!

Com uma força que não imaginava ter, Chapolin Colorado agarrou o parceiro e o arremessou para fora da casa, saltando ele próprio também para fora, para confrontar Chat Noir ali sem causar tantos danos à casa de sua amiga. Chapolin então avançou para cima de Chat Noir com a marreta biônica, mas o herói felino aplicou uma tesoura de pernas e derrubou o oponente no chão. Chat Noir então se levantou e pegou seu bastão para atacar o oponente atordoado. Porém, Chapolin se levantou rapidamente e golpeou o ataque com sua marreta.

(Chat Noir): Por que você está defendendo ela? Você sabe o que ela fez?

(Chapolin): A única coisa que eu sei é que tem um cara armado ameaçando uma civil indefesa, e eu não vou permitir isso!

Os dois brandiam suas armas violentamente, com seus corações ardendo em determinação! Chat Noir queria vingar sua parceira ferindo Lila, a quem culpava pelo destino de Ladybug. Chapolin Colorado, por outro lado, já se sentia mal por não poder ter ajudado Ladybug, ele não queria de jeito nenhum falhar em ajudar Lila também. Em um golpe-cilada, Chat Noir deu um golpe alto e vertical com seu bastão, forçando Chapolin a levantar a marreta para bloquear, deixando peito e barriga desprotegidos. Chat Noir deu um chute na barriga do parceiro, fazendo ele se envergar. Quando ia desferir um golpe horizontal com o bastão, Chapolin agarrou a arma e deu uma cabeçada no herói felino.

Aproveitando da surpresa de Chat Noir, Chapolin agarrou a cabeça dele e deu um salto mortal, caindo por cima do herói felino, que ficou sem folêgo. Chapolin tentou então agarrar Chat Noir, mas acabou tomando um chute na cara, que o fez rolar para o lado, criando um espaço entre os dois. Quando ambos iam avançar para um novo ataque, um ioiô apareceu entre eles e ficou gigante, criando uma ventania para todo lado.

(Queen Bee, aparecendo): Já chega! O que é que vocês pensam que estão fazendo?

(Chat Noir): Sai daqui Queen Bee! Eu tenho que ensinar uma lição para essa cínica, por culpa dela a Ladybug está morta!

(Chapolin): Mentira! Queen Bee, fala que você descobriu alguma coisa sobre o akumatizado! Diz para ele que a Lila é inocente!

Queen Bee ficou em silêncio, cabisbaixa, como se não tivesse coragem para contar ao parceiro o que havia descoberto.

(Queen Bee): Chapolin, eu falei com a Marinette no hospital... a Lila é mesmo culpada.

Chapolin Colorado tomou um susto tão grande que deixou a marreta cair no chão.

(Queen Bee): Depois que eu não achei nada na ronda, eu voltei para o hospital para buscar pistas com a Marinette... ela confirmou: depois que ela foi feita de refém pelo akumatizado e Ladybug apareceu, ele mostrou a gravação e comprovou: Foi Lila que ajudou ele.

(Chapolin, chocado): O quê?

(Chat Noir): Viu só? Eu disse!

(Queen Bee): Cala a boca, Chat Noir! Nada justifica isso que você está fazendo!

(Lila, sem entender nada): Do que raios vocês estão falando?

(Queen Bee): Você ajudou um mafioso akumatizado a dar um fim na Ladybug! Eu sempre soube que você odiava a Ladybug, mas nunca pensei que fosse tão baixa para chegar nesse ponto!

Lila se aproximou e agarrou Queen Bee pelos ombros, quase que em súplica.

(Lila): Eu não fiz nada! Eu não faço ideia de quem é esse mafioso de quem vocês estão falando! Por favor, acredite em mim!

A resposta de Queen Bee foi dar um tapa no rosto da italiana. Chocada, Lila começou a se desmanchar em lágrimas. Por que ninguém acreditava na inocência dela? Espera, talvez o amigo dela acreditasse!

(Lila): Chapolin, Chapolin! Você acredita em mim, não acredita? Eu não fiz essas coisas! Eu sei que não gostava da Ladybug, mas eu nunca faria uma coisa dessa natureza! Ela é sua amiga, e você é meu amigo!

(Chapolin, falando baixo): Eu sou mesmo seu amigo? Ou sou meramente um fantoche?

(Lila, chorando): Chapolin...

(Chapolin): Eu conversei com Marinette hoje de manhã. Ela me disse que havia sido feita de refém pelo akumatizado, mas não chegou a me contar sobre essa parte de você ter falsificado um pedido de socorro. Se você está dizendo a verdade, então me explica por que uma garota que teve a coluna vertebral fraturada iria mentir sobre isso?

(Lila): E-E-Eu não sei! Eu juro que não sei! Eu só... eu não...

Chapolin estava bastante sério, não podia acreditar naquilo: sua melhor amiga, a garota que ele tanto gostava, havia sido responsável pela morte de Ladybug. Ele não aguentava mais ficar lá, então virou as costas e começou a ir embora.

(Lila): Chapolin, não vá!

(Chapolin): Você já me usou como queria, porque ainda me quer por perto? Você já derrotou Ladybug, você não precisa de um idiota como eu para ser seu amigo. Está vendo esse coração desenhado no meu peito? Pois é, você partiu ele. Meus parabéns... Volpina.

(Lila, chorando): Isso foi muito golpe baixo da sua parte!

O herói vermelho foi saltando pelas casas e prédios, indo embora. Queen Bee sabia que ele devia estar se sentindo péssimo por tudo e foi confortá-lo, mas não sem antes dar um último aviso a Chat Noir.

(Queen Bee): Chat Noir, vai embora. Não temos mais nada que fazer aqui.

O herói felino obedeceu relutantemente. Enquanto isso, Queen Bee achou o parceiro sentado perto da beirada do terraço do hospital onde estava Marinette. Ele estava com o rosto enterrado nas mãos. Queen Bee se aproximou por trás e o pegou no ombro. Chapolin levantou o rosto, com marcas de muitas lágrimas escorridas, e deu um sorriso sem graça.

(Chapolin, se levantando): Eu sou mesmo um idiota, não sou?

(Queen Bee): Chapolin...

A heroína abraçou o parceiro, que começou a desabafar toda a mágoa que sentia.

(Chapolin): Eu deixei que ela me usasse! Por minha culpa a Ladybug está morta!

(Queen Bee): Não, não diga isso. Você fez algo que poucos fariam: deu uma segunda chance a ela. Uma segunda chance que ela jogou fora. Não se culpe pelo que fez, porque foi algo muito nobre.

(Chapolin, rindo sem graça): Então... ela, tipo, se aproveitou da minha nobreza.

(Queen Bee, rindo sem graça): É, bem isso.

Queen Bee pôs a mão direita no rosto do parceiro e ficou fitando-o nos olhos.

(Queen Bee): Você é o melhor parceiro que eu poderia ter.

Algo estranho começou a tomar conta do corpo da heroína. Sua respiração foi se tornando mais densa, ofegante. Um pensamento tomou conta dela.

“Não faça isso!”

“Faça sim! Vai ser bom para vocês dois!”

Ela aproximou o rosto dele, suas bochechas esquentando levemente.

“Não é uma boa ocasião! Isso é apenas coisa do momento! Você só vai iludi-lo mais ainda! Aja racionalmente! ”

“Ele está de coração partido, e você está triste por ele. É a ocasião perfeita! Por que continuar escondendo? Isso só vai atormentá-la mais e mais. Desabafe, assim como ele está fazendo.”

E ela fez. Desabafou suas emoções... com um beijo. Durou apenas alguns segundos, mas a sensação era de que havia durado uma hora. Ambos ficaram ali, envolvidos num estado de êxtase. Isso até apitos soarem, avisando que estavam sem tempo.

(Queen Bee): Desculpa Chapolin, eu não sei o que deu em mim!

(Chapolin): Você tem que ir, nossas identidades devem se manter em segredo. Eu fico

(Queen Bee): Está bem, já vou para minha casa.

Enquanto via Queen Bee indo embora, Chapolin desativou sua transformação e voltou a ser Diego. O rapaz mexicano estava atônito: Queen Bee realmente beijou ele? Não era sua mente lhe pregando uma peça?

(Tuggi): Sua parceira é uma garota maravilhosa, sabia disso?

(Diego, sorrindo): É, com certeza. Me pergunto quem ela deve ser por trás da máscara.

(Tuggi): Ela realmente se importa com você. Acredita que, apesar de tudo, você fez a coisa certa e também fez tudo o que estava ao seu alcance.

Ao ouvir essas palavras, Diego inconscientemente voltou seu olhar para seu Miraculous e para sua kwami. Tuggi conhecia aquele olhar de Diego: o olhar de quem está tendo uma ideia.

(Diego, sério): Não Tuggi, não fiz tudo ao meu alcance. Ainda falta uma coisa.

(Tuggi): Do que você está falando?

(Diego): Eu tenho uma ideia. Se funcionar, então talvez, só talvez, eu restaure a saúde de Marinette. Não poderei retribuir o que Ladybug fez por mim, mas se der tudo certo, posso passar adiante. Mas antes eu tenho que esperar até que Marinette receba alta do hospital, ela está muito debilitada para eu tentar esse método

(Tuggi, espantada): Diego, você está falando de restituir os movimentos das pernas de uma garota paraplégica! Para isso acontecer, teria que restaurar a medula espinhal dela! Isso é impossível!

(Diego, sorrindo com determinação): Não é impossível Tuggi, apenas precisa de uma medida mais... miraculosa!


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Notas finais do capítulo

Saiu, o capítulo seguinte! Ahhh, foi muito legal escrevê-lo. Pude usar de mais um conceito sugerido pelos fãs: a indecisão de Diego, em ter que escolher entre a garota pela qual ele teve sua primeira queda, e que agora é acusada de um crime gravíssimo, ou sua parceira, que o consolou no momento em que ele mais precisava. E que consolo, hein? Tá bom, foi mal, falando assim até soa como algo malicioso.

Mas e aí, o que acham? Votem nos comentários: vocês querem que o Diego fique com a Lila ou a Queen Bee/Chloe? Claro, eu posso perfeitamente ignorar vocês e usar meu próprio final, mas quem garante que vocês não vão servir de inspiração? Esse próprio conceito vocês mesmos inspiraram.

Outra coisa digna de nota: não sei se vocês notaram, mas eu gosto de criar uma rivalidade entre o Chapolin Colorado e o Chat Noir. A origem desse conceito é engraçada: eu tive quando escrevi aquela cena em que o Polegar Vermelho acidentalmente usa sua buzina paralisadora nos parceiros e faz aquela graça com o Chat, até porque ele não ia beijar o cara, né? Também teve aquela cena clássica dele dar marretada nos próprios parceiros. Como no seriado ele nunca acerta acidentalmente mulheres, então sobrou pro Adrien. E de uma forma totalmente acidental, nasceu essa rivalidade "Chat VS Chapolin". Estou pensando em, mais para o final, explicar mais a fundo a origem dessa desavença.

E é claro, depois do que fiz no capítulo anterior, sinto que devo dar esperanças (verdadeiras, que fique bem claro) para vocês. Mas será que o plano de Diego dará certo? E mais: qual é o plano dele?

A propósito, quero agradecer à MusaAnônima12345 por ter feito uma fanart mostrando os três líderes da Surveillance planejando o golpe usando as drogas Vertigo e Nightmare, na cena final do capítulo 14. Da esquerda para a direita, estão Peu Tressages, Presque Rien e Drygut. E só para deixar bem claro, caso algum leitor distraído não tenha se dado conta: sim, eles são versões mais hardcore de vilões do Chapolin. Drygut = Tripa Seca, Presque Rien = Quase Nada, Peu Tressages = Poucas Tranças (o cara com jeito de mafioso. Não confundir com o louco surdo-mudo que fugiu do manicômio), Boulette = Almôndega, o rei dos disfarces.

Eis a fanart: https://document-export.canva.com/DACLpx7SMBE/5/preview/0001-42.png



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