Miraculous - Defensores de Paris escrita por Blue Blur


Capítulo 2
Eletrochoque


Notas iniciais do capítulo

Um menino, fã de super-heróis, é constantemente zombado e humilhado por sua paixão e desejo de ser um super-herói. Depois de ter um presente de seu avô destruído, ele é contaminado por Hawkmoth. Como Ladybug irá vencê-lo?



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No dia seguinte, o vídeo que Alya filmou durante toda a confusão do Rei Poderoso já havia se transformado no assunto mais falado do colégio. Quando Diego viu todo mundo olhando para ele de um jeito estranho, ele começou a ficar desconfiado. Daí ele entrou na sala de aula, sentou-se do lado do Adrien e do Nino e resolveu esclarecer as coisas.

(Diego): Adrien, por que todo mundo está me olhando estranho?

Diego não percebeu que Alya estava sentada do lado do Nino, e meio que tomou um susto quando a nerd começou a falar com ele.

(Alya, animada): Acho que eu tenho a ver com isso. Cara, saca só, aquela sua batalha contra a Ladybug e o Chat Noir me rendeu um montão de visualizações no meu Ladyblog!

(Diego): “Ladyblog”?

(Adrien): É um blog que a Alya fez em homenagem à Ladybug. Tudo o que tem relação com a super-heroína está lá.

(Diego, sobressaltado): Espera aí, está dizendo que um monte de gente em Paris me viu... me viu... daquele jeito? Alya, você tem ideia do que isso vai me causar? Todo mundo vai pensar que sou uma aberração!

(Nino): Relaxa cara, um monte de gente em Paris já passou por isso. Você não tem que se estressar achando que todo mundo vai te olhar estranho. A Alya, por exemplo, ficou chateada quando não conseguiu descobrir a identidade secreta da Ladybug e virou a Lady Wifi.

(Diego, rindo): Lady Wifi? É, até que faz muito sentido. E você Nino, também já foi?

(Alya): Ah sim, (se dirige ao Nino) conta pro Diego quando você virou o Homem-Bolha.

(Diego, gargalhando): BWAHAHAHAHAHAHA!!! Homem-Bolha? Sériozão, cara? E você, Adrien?

(Adrien): Na verdade, eu nunca fui. Nem eu, nem a Marinette.

(Alya, fingindo um olhar suspeito): O que é muito estranho, por sinal.

Bem nesse momento, o sinal tocou e o resto do pessoal começou a entrar na sala. O olhar de Diego acabou se fixando em uma garota morena, de cabelos longos, presos em duas tranças na altura dos ombros e num rabo de cavalo bem longo (ou quase isso), e belos olhos verdes. Ela usava uma espécie de vestido preto que ia até um pouco acima do joelho e uma espécie de jaqueta vermelha. Adrien, Nino e Alya continuaram conversando, ignorando o olhar apaixonado do amigo mexicano até que ele cometeu o terrível erro de dar um suspiro.

Um silêncio constrangedor se formou entre os três, enquanto Diego ainda estava em seu transe apaixonado. De uma forma bem indiscreta, Alya usou os dedos para calcular a “trajetória” e ver para que garota Diego estava olhando.

(Alya, com um sorriso bem largo no rosto): “Dieguito”, você está suspirando pela Lila?

(Diego, super embaraçado): O quê? Onde? Quando? Como? Eeeeeuuuu? Pfff, deixa disso Alya. Você já tirou uma com a minha cara quando me filmou transformado e agora quer terminar de destruir o pouco de reputação que ainda tenho... em minha segunda semana em Paris?

(Alya, rindo): Cara, você mente muuuuito mal mesmo! Parece a Marinette suspirando pelo Adrien!

(Marinette, levantando a voz): ALYA, SUA AMIGA DA ONÇA!!! (puxa Alya pela orelha)

(Diego): Vocês entenderam alguma coisa que rolou aqui?

(Adrien): Cara, relaxa. A Marinette é assim mesmo, toda dramática.

(Nino): Mas falando sério agora, você está mesmo apaixonado pela Lila?

(Diego, todo vermelho): Eu só estava olhando para ela! O que é que tem?

(Adrien, sério e meio desanimado): É que... vai por mim, não sei se você vai conseguir se aproximar da Lila.

(Diego): E por que não?

(Nino): Quando ela entrou na nossa escola pela primeira vez, ela inventou um monte de mentiras. Daí, quando ela inventou uma mentira envolvendo ela e a Ladybug... a Ladybug apareceu pessoalmente e... humilhou a Lila na minha frente.

(Diego): Não brinca! A mesma Ladybug que me salvou?

(Nino): Pois é, né? Desde então, a Lila se isola de todo mundo.

Nesse momento, a professora Mendeleiev entrou na classe, e o jeito bem autoritário dela fez com que Diego guardasse seus planos de se aproximar da Lila para mais tarde.

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Uma feroz batalha estava acontecendo nas ruas de Paris. Ladybug havia sido violentamente arremessada contra o capô de um carro e ficou bem machucada. Uma vilã enterrou o pé em cima da barriga da heroína pintada, essa vilã era a Volpina. Enquanto isso, Chat Noir estava sendo espremido pelas mãos de outro vilão, Coração de Pedra.

(Volpina): Agora você sabe como é ser humilhada na frente de todo mundo, não sabe? Mas eu ainda não acabei. Vou usar meus poderes para trazer à tona seus maiores medos!

Volpina se preparou para tocar a flauta, mas nesse momento ela sentiu milhares de volts percorrendo seu corpo de uma só vez e foi arremessada para o lado.

(?????): Aí, cara de raposa! Por que não tenta enfrentar alguém com metade do seu tamanho?

O sujeito que atacou Volpina era um garoto de uns 10 anos. Ele era branco, com olhos verdes e cabelos num leve tom de azul, mais ou menos como os da Marinette, mas o cabelo era meio espetado. Ele vestia uma roupa de super-heroi que consistia num collant azul-claro com um raio enorme pintado de branco no peitoral e uma espécie de visor negro que cobria seus olhos e sua testa, mas deixava sua boca descoberta. A aparição dele fez com que Volpina e Coração de Pedra interrompessem sua luta.

(Volpina, furiosa): Quem é você?

(?????): Eu sou o Super-Pierre, e vou te deixar uma pilha de nervos, cara de raposa!

(Volpina, mais furiosa ainda): É VOLPINA PARA VOCÊ, MOLEQUE MALDITO!!!

Volpina usou sua flauta-bastão para tentar golpear o garoto, mas ele a agarrou e conduziu seus volts perigosos pelo instrumento, fazendo a vilã ser eletrocutada e desmaiar.

(Coração de Pedra): EU VOU ESMAGÁ-LO COMO UM INSETO!!!

O gigantesco Golem avançou com tudo contra o garoto, mas ele começou a carregar seus raios e liberou tudo na forma de um turbo eletromagnético, que foi tão intenso que desintegrou o monstro por completo.

Com os vilões derrotados, Ladybug e Chat Noir foram parabenizar o parceiro improvável.

(Chat Noir): Garoto, você foi incrível! Se não fosse por você, eu teria perdido minhas nove vidas de uma vez! Você é um herói!

(Ladybug): Muito obrigada pela ajuda, rapazinho.

Ladybug deu uma beijoca no rosto do garoto, deixando ele todo sem jeito.

(Charlotte, aparecendo): Como devemos chamar nosso novo defensor.

(Super-Pierre): Sou o Super-Pierre, mas pode me chamar de Andrieux. Pierre Andrieux.

A policial pegou o garoto, colocou em cima dos ombros e gritou para todos ouvirem.

(Charlotte): TODOS APLAUDAM NOSSO NOVO HEROI, PIERRE ANDRIEUX!!!

(Multidão de Paris): PIERRE! PIERRE! PIERRE! PIERRE!

— Pierre, Pierre... PIERRE!!!

(Pierre): Ãh, o quê?

(Professor): Eu perguntei para você em que ano ocorreu a Jacquerie!

Tinha acontecido de novo. Mergulhado em seus devaneios de super-herois, Pierre acabou se desligando totalmente da aula. O menino de 11 anos estudava numa outra classe do colégio François-Dupont, e era constantemente atormentado pelos professores e pelos outros colegas por conta de seu vício em histórias de super-heróis. Na vida real, o que ele vestia de verdade era uma calça jeans preta, um tênis branco e uma camisa amarela.

(Pierre): Eu... bem... Quer dizer...

Felizmente, Pierre foi salvo pelo gongo, ou melhor, pelo sinal do intervalo. O professor de história não teve outra escolha a não ser liberar os alunos.

Na quadra poliesportiva, Pierre abriu sua mochila e tirou um par de luvas pretas, sem dedos. As luvas tinham sido um presente do seu avô, que era um antigo ilusionista. As luvas emitiam pequenas ondas de choque, e Pierre adorava brincar com elas e fingir que era um super-herói. Mas, quando ele se preparava para correr e “salvar o dia”, alguém colocou o pé na frente e o fez tropeçar e cair de cara no chão. Era um garoto mais alto que ele, com uma jaqueta vermelha, camisa preta, calça verde-musgo e tênis preto com detalhes amarelos. O garoto era ruivo e tinha olhos lilases e brilhantes. O valentão era no máximo um ano mais velho que Pierre, ou talvez nem chegasse a isso.

(Valentão): Cuidado ao sair correndo por aí, herói. Vai acabar tropeçando nas coisas por aí.

(Pierre, irritado): Férnand!

(Férnand): Você ainda está brincando com essas luvinhas idiotas? Ainda não desistiu desse seu sonho bobo de ser super-herói?

(Pierre): Não é um sonho bobo! Um dia, eu vou ser um herói tão forte e corajoso, igual à Ladybug e ao Chat Noir! E quando esse dia chegar, você vai se arrepender por ter me humilhado!

(Férnand, debochando): Awwwn, é mesmo? E se eu tomar essas suas luvinhas de você, vai me enfrentar com o quê?

Férnand tentou estender a mão para tirar as luvas de Pierre. Erro terrível, porque o baixinho não hesitou em dar um murro no valentão.

(Alunos ao redor): BRIGA! BRIGA! BRIGA! BRIGA!

O valentão, recuperado do susto inicial, revidou dando um murro no rosto do menor, deixando-o com o olho roxo. Depois deu um pisão nas duas mãos do garotinho, esmagando o dínamo das luvas de brinquedo e quebrando elas.

(Pierre): Não! Você quebrou minhas luvas! Maldito seja, Férnand, eu vou acabar com você!

Tomado por uma fúria avassaladora, Pierre saltou sobre Férnand e começou a desferir inúmeros golpes contra o valentão, até que o monitor chegou para separar a briga. Os dois acabaram sendo mandados para a diretoria.

Depois da conversa, Pierre ficou na ala de espera da diretoria. Ele ainda segurava em uma das mãos as luvas destruídas, com lágrimas em seus olhos. Na outra mão, ele segurava dois chaveirinhos de acrílico, da Ladybug e do Chat Noir.

(Pierre, chorando): Eu estou cansado de ser fraco. Cansado de ser humilhado por todo mundo ao meu redor. Cansado de sofrer nas mãos de valentões como o Férnand. Se eu fosse um super-herói, se eu fosse o parceiro da Ladybug e do Chat Noir, todos iam me adorar, e os valentões que me atormentaram iriam tremer de medo de mim. Como eu queria que isso acontecesse.

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A prece rancorosa do menino foi ouvida por uma figura sinistra escondida atrás de um vitral distante: Hawkmoth.

(Hawkmoth): Um jovem ridicularizado por causa de seus sonhos e maltratado por ser menor e mais fraco. Sua prece foi ouvida, garoto, mas você não será um super-herói. Não, meu akuma fará de você alguém muito melhor! (Pega uma borboleta e deixa ela negra). Voe para lá, meu pequeno akuma, traga este pequeno herói para o mal!

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Por algum motivo que nem o próprio Pierre sabia, ele resolveu vestir as luvas de novo, e bem nesse momento, o akuma pousou em sua mão direita, na luva. A máscara de mariposa apareceu no rosto de Pierre.

(Hawkmoth): Eletrochoque, eu sou Hawkmoth. Você agora pode converter sua raiva e revolta em milhares de volts e usá-los para castigar aquele que quebrou o presente do seu avô. Está agradecido? Então me traga os Miraculous de Ladybug e Chat Noir.

(Pierre): Isso será eletrizante!

A névoa negra cobriu o garoto, e quando se dissipou, ele vestia a mesma fantasia de super-herói de seu sonho acordado.

Eletrochoque viu pela janela o carro do valentão se preparando para ir embora, então usou seus poderes para abrir um buraco na parede e avançar contra o carro. Depois ele arrancou uma das portas do carro, agarrou o valentão e o lançou para dentro do colégio. Férnand foi correndo apavorado até o lugar onde estava Marinette e os colegas dela e tratou de se esconder atrás de Lila, mesmo sem saber quem era a garota. Logo atrás dele, veio Eletrochoque, soltando raios para todo lado.

(Eletrochoque): Primeiro, Férnand, eu vou te surrar até você apagar, depois vou te dar uma descarga elétrica no coração para te acordar, daí te apago de novo!

Marinette e Adrien estavam vendo tudo aquilo de olhos arregalados. Lila estava morrendo de medo do garoto que parecia uma torre de para-raios. Uma bola de futebol foi arremessada contra o akumatizado, ela havia sido chutada por Diego, que esperava ganhar tempo para Lila se esconder.

(Diego): Foge, Lila! Se esconde!

(Eletrochoque): Você já era, seu nerd!

Enquanto Eletrochoque perseguia Diego, Marinette e Adrien foram se esconder nos vestiários para acionar suas transformações.

(Marinette): Tikki, transformar! YEAH!!!

(Adrien): Plagg, mostrar as garras!

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Diego voltou para sua sala de aula correndo, botou uma cadeira no trinco da porta e se escondeu embaixo de uma janela, achando que seria o bastante. Quando cadeira e porta foram arremessadas violentamente por uma onda de choque, ele viu que não foram o bastante. Diego ficou aterrorizado ao ver o Eletrochoque bem diante de seus olhos.

(Eletrochoque, com um sorriso maldoso): Eu sempre pensei que nerds fossem pessoas inteligentes, mas o fato de você ter tido a audácia de me atacar prova o contrário.

Um ioiô com estampa de joaninha se enroscou no tornozelo esquerdo do Eletrochoque, fazendo-o cair e arrastando-o para fora da sala. O akumatizado estava agora enfrentando Ladybug e Chat Noir no pátio da escola.

(Ladybug): Chat Noir, o akuma deve estar numa das luvas. Mas não deixa ele te tocar!

(Chat Noir): Não preciso tocá-lo, só preciso do meu bastão.

Chat Noir usou o bastão para atacar Eletrochoque, mas o vilão juvenil agarrou e conduziu suas ondas de choque até o super-herói felino, fazendo com que ele fosse arremessado para longe.

(Ladybug): CHAT NOIR!!!

Eletrochoque se aproveitou do susto da heroína para ataca-la, mas ela conseguiu se esquivar e novamente usar o ioiô para “algemar” Eletrochoque. Novamente, o akumatizado mostrou que a heroína pintada não aprendeu a lição, porque ele agarrou o fio do ioiô e fez Ladybug tomar um belo choque e ser arremessada.

Nesse arremesso, Ladybug cometeu o terrível erro de largar o ioiô. Eletrochoque pegou a arma de Ladybug e a transformou em um chicote elétrico. Char Noir já estava de pé e bastante ciente da gravidade da situação, mas sua falta de noção acabou falando mais alto.

(Ladybug): Droga, ele pegou meu ioiô!

(Chat Noir): Isso é o que eu chamo de uma reviravolta chocante!

(Ladybug, brava): Chat Noir, isso não é hora para piadinhas! Não vê que... CUIDADO!!!

Um banco que dava para cinco ou sei pessoas sentarem foi arremessado contra os heróis. Os reflexos ágeis de Ladybug para saltar sobre seu parceiro foram as únicas coisas que impediram o doloroso impacto de madeira de mogno contra o corpo dos heróis, mas o que veio a seguir não foi mais suave: Eletrochoque havia enrolado o fio do ioiô de Ladybug no punho direito, criando uma poderosa onda de choque acumulada, ele deu um murro no chão, a centímetros dos dois heróis, e a onda foi tão poderosa que os arremessou no meio da rua.

Os alunos da classe de Marinette observavam tudo amedrontados, com exceção de Lila, que mantinha um discreto e maldoso sorriso no rosto. Ela ainda guardava mágoa de Ladybug e, apesar de disfarçar bem, estava feliz em ver sua rival joaninha receber o que merecia. Mas a alegria de Lila deu lugar ao medo quando ela viu que o garoto perseguido pelo akumatizado ainda estava grudado nela, como se pensasse que a italiana pudesse protege-lo. Pior: Eletrochoque já marchava lentamente contra o garoto, e Lila não fazia ideia de como reagir. Eletrochoque agarrou Lila pela jaqueta e a arremessou violentamente no chão, fazendo ela machucar a testa. Depois agarrou Férnand e começou a gritar.

(Eletrochoque): Está perdido, Férnand! Implore meu perdão por tudo o que você me fez! GRITE MEU NOME!!!

Um golpe de bastão nas costas do Eletrochoque fez ele largar o garoto. Chat Noir tentou acertar uma voadeira, mas Eletrochoque agarrou sua perna e deu outra descarga elétrica, novamente arremessando-o para perto de sua parceira, que ainda estava caída no meio da rua enquanto vários carros estavam parados.

(Eletrochoque): Chat Noir, pensa que você e Ladybug vão me vencer usando esses brinquedinhos ridículos? (quebra o bastão no joelho e joga os pedaços) Por tanto tempo eu fui perseguido e sempre pensava que vocês viriam me ajudar, mas não, vocês nunca vieram! E agora, tentam defender justamente um dos muitos que me atormentavam!

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(Hawkmoth): Acabe com eles de uma vez, Eletrochoque! Pegue os Miraculous!

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Os dois heróis sequer tinham forças para impedir que Eletrochoque pegasse seus Miraculous.

(Eletrochoque): Por muito tempo vocês foram os defensores de Paris. Mas e agora, quem poderá defende-los?

— EU!

Um bastão de baseball acertou a nuca do Eletrochoque com tanta força que ele largou o ioiô de Ladybug, que foi rolando para perto de sua legítima dona. O golpe havia sido desferido por Diego, que estava armado com o bastão e com uma luva de baseball.

(Diego): A Ladybug me ajudou uma vez, e eu não vou deixar você machucar ela. Da mesma forma como NÃO VOU DEIXAR VOCÊ MACHUCAR A LILA!!!

(Lila, espantada): Ah, meu Deus...

(Alya, que estava filmando tudo desde o início): Gente, eu não acredito que filmei isso! Que loucura, isso aqui vale ouro!

(Eletrochoque, rindo): Você acha mesmo que vai me derrotar com equipamentos de esporte? Tome isso!

O soco de Eletrochoque foi bloqueado de forma inofensiva pela luva, sem que o vilão entendesse como aquilo aconteceu.

(Diego): Essa luva é de couro, um material isolante! Seus golpes elétricos não funcionam aqui! (derruba o eletrochoque com outro golpe de bastão). Estava enganado, Eletrochoque, nerds são sim muito inteligentes, e também podemos ser muito astutos!

(Eletrochoque): MALDITO! AGARRE ISSO, ENTÃO!!!

A bola de energia disparada por Eletrochoque foi demais para Diego bloquear, e ele foi arremessado contra a porta, quase que em cima dos colegas de classe. Mas o tempo que Diego ganhou na luta foi essencial para Ladybug e Chat Noir se recuperarem.

(Ladybug): TALISMÃ!!!

O talismã que acabou saindo não passava de um pincel lambuzado em supercola.

(Ladybug): Mas o que eu vou fazer com isso?

A visão de sorte dela acabou focando no pincel, na luva de baseball, no bastão, e nas luvas do Eletrochoque.

(Ladybug): O truque dos isolantes elétricos! Chat Noir, usa o bastão e eu uso a luva!

Ladybug lambuzou um dos lados do bastão e a palma da luva com a supercola. Eletrochoque deu um soco de direita na heroína, que se defendeu com a luva. Chat Noir tentou bater o taco no Eletrochoque, mas o vilão agarrou o taco com a mão esquerda. Sem perceber, Eletrochoque se grudou todo com a cola. Ladybug usou o ioiô para algemar o akumatizado.

(Chat Noir): CATACLISMO!!!

O poder corrosivo de Chat Noir fez as luvas entrarem em curto-circuito e estourarem, nocauteando Eletrochoque e libertando o akuma.

(Ladybug): Chega de maldades para você akuma! É hora de aniquilar a maldade! (captura a borboleta) Te peguei.

E outra borboleta foi libertada.

(Ladybug): MIRACULOUS LADYBUG!!!

E mais um jovem salvo e toda a confusão foi consertada.

(Ladybug e Chat Noir, se cumprimentando): Zerou!

(Pierre, já normalizado): Ladybug! É você mesma?

(Ladybug, se ajoelhando no nível de Pierre): Sim, sou eu. Acabei de salvar você.

O menino não conteve sua alegria ao estar diante de sua grande heroína. Ele pegou um papel dobrado de seu bolso e uma caneta.

(Pierre): Será que vocês poderiam autografar meu desenho?

O desenho era incrivelmente bem feito: parecia ter sido desenhado em à mão e colorido com algum tipo de aplicativo de computador bem sofisticado. O desenho mostrava Ladybug, Chat Noir e o próprio Pierre, com usa roupa de super-herói, correndo para salvar o dia.

(Ladybug): Claro, sem problemas.

Os dois autografaram o desenho, e depois foram embora porque seus Miraculous começaram a apitar.

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(Hawkmoth): Maldição! Eu estava tão perto! Isso ainda não acabou, ouviu Ladybug? Isso ainda não acabou!

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Marinette e Adrien já haviam voltado e viram todos congratulando Diego pela coragem que ele mostrou enfrentando um akumatizado. Lila veio andando firmemente em direção ao mexicano, que estendeu um largo sorriso.

(Diego): Agora, um abraço aqui para o seu herói. E se não for muito abuso, quem sabe um beijin...

Uma bofetada sonora foi desferida contra Diego, assustando todo mundo. Dessa vez foi a vez de Chloe ficar empolgada com o momento que conseguiu registrar.

(Lila, furiosa): O que raios você pensava que estava fazendo ali, seu demente? Estava tentando morrer?

(Diego, sem entender nada): Mas, eu fiz isso porque me importo com você! Por que está tão brava?

(Lila, mais furiosa ainda): Porque nem a Ladybug deu conta do recado! Você ia me proteger como?  Só ia conseguir tomar um choque, que foi o que aconteceu!

A garota italiana voltou para a sala de aula bufando de raiva. Diego não conseguia juntar os pontos, e ele ainda foi motivo de chacota da Chloe.

(Chloe): Olha só, o “Dieguito” ficou todo “coloradito” com a bofetada da Lila. “Ay caramba!” Hihihi, que tonto!

(Diego, triste): Mas... eu só queria...

(Kim): Tá tudo bem cara, as garotas são complicadas...

Enquanto saía de perto, Lila não conseguia evitar de martelar aquilo que Diego lhe disse a pouco tempo, de novo, de novo e de novo...

“Eu fiz isso porque me importo com você! ”

(Lila, triste e pensativa): Acho que você é o primeiro dessa escola que de fato fez isso.

Enquanto todos voltavam para dentro, ninguém percebeu que havia mais alguém que observou com atenção a façanha de Diego: do outro lado da rua estava um velhinho chinês de bigode e barbicha grisalhos, usando uma camisa vermelha cheia de flores brancas. Ele segurava um guarda-chuva que ocultava seu interesse por aquela cena, e em seu pulso direito estava uma pulseira com uma joia verde.

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No início da noite, Marinette estava passeando pela rua quando viu algo um tanto perigoso: um carro preto parou em frente a um beco e viu três homens saindo do carro, todos com jeito de gângster: ternos escuros, capote, essas coisas. Porém um deles se destacava dos demais por ser bem alto, corpulento e ter longas e vistosas costeletas, que se estendiam quase que até o queixo. No beco em que entraram, havia um outro homem, com jeito de ser membro de gangue. Ele usava piercings, cabelo moicano pintado de vermelho, jeans rasgados e jaqueta de couro.

Marinette se transformou o mais discretamente possível e ficou pendurada numa janela escutando tudo.

(Punk): Ora, vejam se não é o meu velho amigo Peu Tressages!

Ladybug achou estranho o nome que o Punk usou para se referir ao gângster mais alto. Parecia mais um apelido que um nome de verdade.

(Peu Tressages): Você está com o dinheiro?

(Punk): Sim sim, camarada, aqui está! (mostra duas sacolas de lixo) 100 mil na conta certa. Você sabe como vender drogas é um negócio lucrativo, mas precisamos de armas para manter toda essa estrutura. Eu teria trazido em maletas, mas assim é mais discreto.

Ladybug ficou boquiaberta com a quantidade de dinheiro que estava sendo negociado e com o tipo de negócio.

(Peu Tressages): Entregue-me o dinheiro. Você pode vir buscar as armas no nosso esconderijo: Estamos num antigo depósito abandonado, próximo à rua champs-Elysées. Apareça lá às 3 da manhã, certo?

(Punk): Beleza, vou entregar a primeira metade agora (dá uma das sacolas) e a outra dou quando receber o dinheiro.

(Peu Tressages): Como de costume. Não podemos correr o risco de a polícia pegar todo o dinheiro de uma vez.

(Capanga 1): Ou aquela joaninha.

(Capanga 2): Não seja idiota, Edmond. A joaninha tem mais o que fazer da vida. Além disso ela não é burra. Imagine se ela tentaria enfrentar profissionais armados com fuzis usando um mísero ioiô. Ela ia ficar com buracos no lugar das pintinhas.

O último comentário deixou Ladybug brava. Ela esperou até que eles saíssem para tentar contatar Chat Noir.

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Adrien havia terminado de sair de um ensaio fotográfico e havia acabado de chegar em sua casa. Então ele começou a sentir uma vibração dentro da camisa e viu Plagg se tremendo todo enquanto olhava com um olhar preocupado. Adrien correu para o quarto para saber o que era aquilo.

(Adrien): Plagg, por que você está tremendo tanto?

(Plagg): A Ladybug tá tentando te contatar. Se transforma logo! Não aguento mais essa tremedeira toda, está me deixando com fome.

Adrien se transformou e recebeu a mensagem de Ladybug.

(Chat Noir): Bonsoir, Mylady. Estava com saudades de mim?

(Ladybug): Chat, isso aqui é sério. Acabei de interceptar um grupo de bandidos!

(Chat Noir, preocupado): Você quer que eu vá aí te ajudar?

(Ladybug): Não precisa, eles já foram embora. Mas você tem que aparecer no armazém abandonado da champs-Elysées, às duas da manhã.

(Chat Noir): Duas da manhã? Você tá brincando?

(Ladybug): Chat Noir, isso é sério, eles parecem perigoso. Eu não vou dar conta deles sozinha! Preciso da sua ajuda.

(Chat Noir): Está bem. Vou estar lá.

Chat Noir encerrou a transmissão e desativou sua transformação. O jovem Adrien não escondia sua ansiedade de seu kwami: depois de tanto tempo enfrentando akumas, ele enfrentaria criminosos de verdade.


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Notas finais do capítulo

Pequeno easter-egg: quando Eletrochoque diz "Implore por perdão! Grite meu nome!" isso é uma referência ao Bane, dos gibis do Batman. Achei que cairia bem. Aqui temos também a estreia da organização criminosa mencionada na sinopse da história, mais detalhes sobre ela serão revelados à medida que formos avançando.
Sobre a cena entre a Lila e o Diego: sinceramente, acho a Lila uma personagem injustiçada. Quer dizer, vamos comparar a Lila com a Chloe: a Chloe foi a maior responsável por akumatizações no desenho animado, e suas aparições se resumem a atormentar e humilhar Marinette ou algum outro colega de classe, e os monsieurs Thomas Astruc e Jeremy Zag acharam que seria uma boa colocá-la como a detentora do Miraculous da abelha (sim, não é mais coisa de fandom. Já foi confirmada que ela será a Queen Bee). A Lila, por outro lado, apareceu em um único episódio, foi humilhada pela heroína, por causa de uma crise de ciúmes, e ficou estigmatizada como vilã? E se os pais de Lila forem ausentes, assim como o Gabriel Agreste é, e ela se sente solitária? E se no final das contas, ela conta todas aquelas mentiras porque quer ser notada? Teorias... muitas teorias...
A propósito, eu me esqueci de colocar no capítulo anterior uma imagem com a aparência do Diego. Foi até engraçado: eu sequer tinha bolado uma aparência pro personagem, eu só vi uma imagem aleatória no Google e pensei "esse será Diego Rodríguez Broussard" e voilá: https://www.cgtrader.com/3d-models/character-people/man/teen-boy-green

A propósito, já que falei na Queen Bee, mandem suas teorias: como vocês acham que Chloe vai deixar de ser a megera oxigenada que ela é para se tornar bondosa e de coração puro, a fim de que ela se torne digna do Miraculous da Abelha? Deixem suas teorias nos comentários.