Miraculous - Defensores de Paris escrita por Blue Blur


Capítulo 19
A Queda da Joaninha


Notas iniciais do capítulo

Após a traumatizante noite envolvendo a (suposta) morte de Alya e a luta contra seu próprio parceiro, Marinette se sente no fundo do poço. Piorando toda a situação, Hawk Moth agora sabe quem Ladybug e Chat Noir são por trás da máscara e akumatiza os dois chefes restantes da Surveillance. Agora Ladybug terá que enfrentar um inimigo que nunca enfrentou: um akumatizado de coração verdadeiramente perverso. Um akumatizado que talvez ela não consiga purificar.



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Pain-e e Atirador ainda estavam em seu esconderijo, pesquisando sobre dados que poderiam ser usados contra Ladybug. Já era madrugada avançada, e o sol nasceria em pouco mais de uma hora. Pain-e então mostrou seu plano de batalha para o Atirador.

(Pain-e): Atirador, veja o que descobri pesquisando no site Ladyblog: parece que uma garota italiana tem rixa com a nossa inimiga pintada. O nome dessa garota é Lila Rossi. Além disso, veja o que descobri pesquisando no Facebook dela: ela compartilhou várias fotos com o tal Chapolin Colorado, um dos fantasiados que nos atacou na noite anterior!

(Atirador): Interessante, podemos usar a tal Lila como isca para atrairmos e derrotarmos o Chapolin Colorado. Daí usamos o vermelhinho como isca para pegar a joaninha!

(Pain-e): Não exatamente. Ele tem uma parceira, pelo que vi no Ladyblog, e ela pode vir ajudar a Ladybug se capturarmos o parceiro dela.

(Atirador): Verdade, então o que você tem em mente?

(Pain-e): Vamos convencer esta bella ragazza (“Bela moça”, em italiano) a nos ajudar a capturar Ladybug. Ela se fingirá de donzela em perigo, então Ladybug virá salvá-la, e daí... acabo com ela!

(Atirador): Espera um pouco, Pain-e! Esse seu plano não faz o menor sentido! Veja nossa aparência: como akumatizados, qualquer um que nos ver vai fugir de nós! Como vamos convencê-la a nos ajudar?

(Pain-e): Essa é a melhor parte: não precisamos do consentimento dela! Aliás, essa tal de Lila nem precisa saber o que realmente está acontecendo!

(Atirador): Agora isso não faz o menor sentido! Como vamos usar essa tal Lila de refém para atrair Ladybug sem que Lila saiba disso?

(Pain-e): Você verá.

Pain-e continuou acessando o Ladyblog e achou o vídeo que Alya gravou de sua conversa com Lila. Usando então um aplicativo específico, baixou o vídeo das duas. Em seguida, procurou por um outro aplicativo na internet, chamado Project VoCo. Ao baixar o tal aplicativo, inseriu o vídeo da entrevista de Alya com Lila e começou a trabalhar em seu projeto.

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No dia seguinte, Marinette acordou um caco, culpa de ter ficado até de madrugada enfrentando mafiosos, e também por ter demorado para cair no sono. Na verdade, ela passou quase a noite toda em claro, dormindo, no máximo, umas duas horas. Ela não conseguia acreditar no que havia feito. Não, ela não queria acreditar no que havia feito: ela não só cedeu à influência maligna de Hawk Moth como também atacou seu próprio parceiro, Chat Noir, ferindo-o seriamente. Não bastando isso, ambos descobriram suas identidades secretas! Se Marinette sempre achava um sonho ficar perto de Adrien na escola, agora seria um pesadelo depois do que aconteceu.

Marinette acordou, lutando contra o cansaço, e foi fazer sua rotina diária. Os pais de Marinette já sabiam do que havia acontecido no cinema e acharam compreensível o estágio deplorável da filha.

(Tom): Marinette, filha, depois do que aconteceu ontem, se você não quiser ir para a escola...

(Marinette, com a voz arrastada): Deixa estar pai, eu vou... *bocejo* não posso me dar ao luxo de ficar faltando nas aulas. Mesmo depois... do que aconteceu... *snif*... com a... *chuif*

(Sabine, abraçando a filha): Oh, Marinette!

(Marinette, chorando): Por que aquilo tinha que ter acontecido com a Alya! Devia ter sido eu no lugar dela!

(Sabine, ainda abraçada com a filha): Não diga isso, Marinette.

Apesar dos apelos dos pais, Marinette não quis ficar em casa, preferindo ir para a escola. No fundo, o que ela queria mesmo era desaparecer da face da terra, mas apesar da dor que sentia, ela se manteve racional: ela ainda tinha uma vida como Marinette, além da de Ladybug.

Chegando na escola, percebeu algo estranho: Adrien, Diego e Chloe se mostravam tão sonolentos quanto ela. Adrien e Diego, era compreensível, afinal, estavam com ela no incidente do cinema, o trauma deve ter causado uma péssima noite de sono. Mas por que Chloe? O que aconteceu de tão grave com a filha do prefeito? O ar-condicionado pifou? Ela não teve seu banho de espuma antes de dormir? Pensar nessas coisas fez Marinette rir, sem ânimo, e essa risada acabou atraindo um par de olhos verdes em sua direção.

(Adrien): Marinette?

A mestiça gelou na hora. O par de olhos verdes, mesmo marcado por olheiras, ainda surtia uma influência hipnótica sobre ela.

(Adrien): Está tudo bem com você?

A pergunta soou quase como uma acusação cruel e sarcástica. Ela não conseguia responder, então se virou para o outro lado, e acabou vendo um fantasma.

Sua amiga, Alya, estava ali, diante dela.

(Alya, olhando para Marinette): Marinette, minha nossa! Você está bem! (olha as olheiras de Marinette) Bom, não exatamente, mas que bom que você não foi ferida! Depois daquele tiroteio de ontem... Marinette? O que aconteceu? Parece que viu um fantasma.

Marinette começou a chorar copiosamente, abraçando a morena fortemente.

(Marinette, chorando): Alya, eu estou tão feliz em te ver! Depois que eu te vi caída eu pensei que...

(Alya): Calma amiga, está tudo bem! Eu estou bem, você está bem, todos estamos bem.

As duas garotas continuaram abraçadas. Marinette, mais do que nunca, estava feliz da vida em ver Alya bem.

(Alya): Escuta, o que acha de depois você passar lá em casa? Você bem que está precisando depois de toda essa loucura que aconteceu ontem, né não?

(Marinette): Eu não sei se os meus pais vão deixar... mas eu estou com muita vontade mesmo de ir!

Bem nesse momento um Diego sonolento acabou esbarrando em Chloe. Normalmente a loira escorraçaria verbalmente o mexicano, mas ela não estava com vontade, então foi mais... compreensiva.

(Chloe, séria): Diego! Recomponha-se, garoto!

(Diego, sonolento): Hã, o quê? Ah, desculpa Chloe, ontem eu estava no cinema e uns caras barra-pesada apareceram metendo bala em tudo. Fiquei mal da cabeça e não consegui juntar os olhos.

(Chloe): Eu sei, eu também estava lá, em outra sala. Sabe, eu estou feliz porque vocês não se machucaram.

(Diego): É sério isso?

(Chloe): O que foi?

(Diego): Chloe Bourgeois está aliviada porque nada de ruim aconteceu com Marinette Dupain-Cheng, a garota que ela tanto despreza? Olha, que o Tripa-Seca se levante do caixão para puxar meu pé se eu ainda estou sonhando!

Chloe arregalou os olhos com aquela frase. Não por causa do sarcasmo de Diego, mas porque ele disse que Tripa-Seca estava morto. Pior: ele usou o termo “Tripa-Seca”! Será que Diego...?

(Chloe): Diego, como você sabe disso?

(Diego): Disso o quê?

(Chloe): Como você sabe que “Tripa Seca” está morto? Eu só ouvi num rádio sobre um “Drygut”, ou “Tripa Seca” morto hoje de manhã!

Diego percebeu a mancada que deu: só o Chapolin Colorado usava esse termo! Agora ele tinha que dar um jeito de ajeitar as coisas. Por sorte, seu lado nerd lhe mostrou uma saída.

(Diego): Isso é só uma expressão mexicana. Sabe, tem um personagem do seriado do Chapolin Colorado chamado Tripa Seca, daí tem um episódio que ele se finge de morto. É uma febre no meu país esse seriado. Entende?

Chloe achou essa história até convincente, mas novas perguntas surgiram na sua cabeça. Era muito estranho que Diego dissesse assistir um seriado sobre um super-herói com o mesmo nome do parceiro dela, e que tinha um vilão igual ao chefe da máfia que ela enfrentou.

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No final das aulas, Marinette fez uma ligação para seus pais, pedindo para que deixassem ela passar a tarde com Alya. Depois de tudo o que aconteceu naquele cinema, Tom e Sabine resolveram dar uma resposta positiva. Ao receber a permissão dos pais, todo sinal de sonolência desapareceu do rosto de Marinette.

(Marinette): Alya, meus pais deixaram! Nós podemos passar a tarde toda juntas!

(Alya): Aaaaahhhhh, que demais!

Marinette então foi para a casa de Alya. Lá foi recebido por Otis e Marlena, os pais de Alya.

(Alya): Pai, eu trouxe a Marinette para almoçar com a gente.

(Otis): Ah, seja bem-vinda, mocinha! Minha filha fala muito de você!

(Marlena): Hoje nós vamos ter cassoulet no almoço. Espero que goste Marinette.

(Alya): Marinette, você vai adorar os pratos da minha mãe. Sabe, ela é a chefe do hotel Le Grand Paris.

(Otis, chamando as duas gêmeas): Ágatha, Agnes, venham almoçar.

As duas gêmeas peraltas saíram do quarto correndo para o almoço, quase tão rápidas e indiscretas como dois pés de vento.

(Marlena): Meninas, comportem-se, hoje temos uma visitante.

(Ágatha): Ei, eu conheço você!

(Marinette): Awwwwn, que gracinha! É mesmo?

(Agnes): Você é amiga daquele garoto mexicano esquisito que a gente colocou uma barata de plástico nas coisas dele, não é?

(Marlena): Como é que é, mocinha?

(Agnes): O quê? Aquele garoto é esquisitão mesmo! Vive suspirando feito um bocó por aquela italiana tosca e sem graça.

(Ágatha, séria): Agnes, você não devia dizer isso!

(Agnes): Por quê? Você não acha aquela babação dele tosca?

(Ágatha): Claro, mas a da Marinette por aquele loiro aguado é pior!

Marinette ficou mais vermelha que o traje da Ladybug ao ouvir aquilo e enterrou a cabeça nas mãos.

(Alya): Deixa amiga, você sabe como são essas irmãs caçulas.

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Enquanto isso, no esconderijo da Surveillance que ficava na Avenida Victor-Hugo, Pain-e havia acabado de trabalhar no seu projeto e contatou Hawk Moth.

(Hawk Moth): O que você quer, Pain-e? Espero que já tenha terminado seu tal “projeto”.

(Pain-e) Está pronto sim, Hawky. Agora, só preciso que você mande uma mensagem para Ladybug.

Pain-e exibiu seu projeto no computador, ciente de que Hawk Moth podia ver através de seus olhos. O mestre de Pain-e e Atirador deu um sorriso sádico ao ver do que se tratava.

(Hawk Moth): Maravilhoso! Esta é a isca perfeita!

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As duas amigas almoçaram juntas, depois foram fazer juntas as atividades que estavam pendentes. Depois Alya fez um convite.

(Alya): Marinette, você quer assistir a série da Majestia comigo? Acho que você vai adorar!

(Marinette): Eu já tinha ouvido falar! Disseram até que vai rolar um crossover dela com o Lightning e o Hunter.

(Alya): É mesmo, cara vai ser épico! Mas antes, você tem que assistir isso daqui, senão, quando chegar um dos crossovers mais aguardados, você vai ficar perdidaça, menina!

 As duas vararam a tarde inteira vendo a série da Majestia, chegando inclusive a entrar pela noite. Só quando, ocasionalmente, Marinette saiu para beber água e olhou pela janela que ela percebeu como estava tarde.

(Marinette): Minha nossa Alya, eu tenho que ir!

(Alya): Tchau amiga, a gente se vê amanhã na escola!

Marinette saiu da casa de Alya, feliz da vida. Depois de tudo de ruim que aconteceu na noite anterior, a mestiça nunca se sentiu tão... tão leve! Ela até se esqueceu do que havia acontecido envolvendo ela e o Adrien. Marinette foi andando para sua casa, com um enorme sorriso estampado no rosto, refletindo seu estado de espírito, até que algo estranho aconteceu: quando Marinette já estava um pouco afastada da casa de Alya, ela sentiu sua bolsinha vibrando. Ao abrir, lá estava Tikki se vibrando toda, como sempre acontecia quando alguém tentava contatar a Ladybug. Marinette se escondeu para ativar sua transformação.

(Tikki, vibrando): Marinette, tem alguém tentando contatar a Ladybug.

(Marinette): Será que é o Chat Noir? Tomara que sim, eu tenho que me desculpar direito com ele por tudo o que aconteceu. Tikki, transformar!

Após a transformação estar completa, Marinette ativou a função de comunicador do seu ioiô. Algo estava muito errado: só havia estática, nenhuma imagem. Ladybug achou que fosse um problema de sintonia, até ouvir uma voz angustiada que ela reconheceu imediatamente!

(Lila, angustiada): Ladybug! Socorro, Ladybug!

(Ladybug): Lila?

(Lila): Eu fui feita de refém! Tem um cara aqui, com uma máscara de caveira! Ele está ameaçando de quebrar os dedos da minha mão se você não aparecer!

(Pain-e): Seja mais convincente do que isso, ragazzina!

(Lila, gritando): Ladybug, me ajuda! Eu acho que ele vai me matar!

(Ladybug): Lila, se acalma! Eu vou te salvar, só me diz aonde você está!

(Pain-e, interrompendo a conversa): Ela está num dos esconderijos da Surveillance, na Avenida Victor-Hugo. Sabe como chegar lá, certo joaninha?

(Ladybug): Quem é você?

(Pain-e): Eu sou a encarnação viva de toda a dor que você irá sentir. Por isso, me chame de... Pain-e.

Ladybug desligou o comunicador, assustada com o que ouviu. Lógico que ela teve suas diferenças com Lila, mas nunca desejou aquilo para a italiana! Ela precisava salvar Lila, e rápido!

Enquanto saltava pelos prédios, em direção ao esconderijo da Surveillance, um pensamento ficou atormentando Ladybug: ela ficou se lembrando das palavras do Mestre Fu, sobre confiar em seus amigos. Queen Bee, Chapolin Colorado, Chat Noir... ela sabia que devia contatá-los, mas não tinha coragem. Sua vergonha falava mais alto. Sabe a sensação que Adrien sentiu depois do incidente envolvendo o Cupido Negro? Multiplica isso aí por 1000. Agora você sabe como Marinette se sentia, né? Bom, a questão é que Ladybug não chamou seus aliados. Ela resolveu se jogar de cabeça... sozinha!

Chegando no esconderijo, notou que não havia ninguém vigiando, estava tudo vazio no esconderijo. Ao entrar no depósito (já notaram que os esconderijos da Surveillance sempre se parecem com enormes depósitos?), notou que apenas algumas luzes estavam acesas, criando um clima intimidador de penumbra. Enquanto andava cautelosamente pelo local, Ladybug ouviu a voz estrondosa de Pain-e rasgar o silêncio.

(Pain-e): Vejo que você recebeu meu chamado de socorro!

(Ladybug, séria): Eu estou aqui! Agora liberte a Lila!

(Pain-e): Que Lila? Não tem nenhuma Lila aqui!

(Ladybug, irritada): Chega de brincadeiras, Pain-e! Solte a Lila agora.

A enorme figura mascarada apareceu, em cima de uma pilha de caixotes! Pain-e ergueu um aparelho de MP3. Ladybug ficou chocada com o que ele fez: daquele aparelho saiu uma reprodução perfeita do pedido de socorro que chegara no comunicador dela.

(Pain-e): Lila me ajudou a fazer essa gravação. Bastou algumas pesquisas no Ladyblog e no Facebook para eu saber o quanto ela tinha raiva de você. Quando eu a contatei pessoalmente, explicando o que iria fazer, ela topou na hora! E olha só, meu plano deu certo. Aqui está você, totalmente sozinha. Bom, pelo menos sua família está aqui... senhorita Dupain-Cheng!

Pain-e acendeu outra luz, revelando os pais de Marinette, amarrados em cadeiras. Ambos estavam desacordados e com ferimentos que denotavam que haviam sido agredidos fisicamente por Pain-e.

(Ladybug): Mãe! Pai! O que você fez com eles, seu monstro?

(Pain-e): Não se preocupe, seus pais estão vivos! Não quero nada com eles, meu acerto de contas é com você!

(Ladybug): Você é um canalha mesmo, Pain-e! Descobriu minha identidade secreta no incidente de ontem à noite, e usou isso para atacar aqueles quem eu amo! Um golpe sujo, como é de costume da Surveillance.

(Pain-e): A Surveillance vigia, é por isso que éramos bem-sucedidos em nossos planos. Antes de você aparecer. Mas agora, sua máscara não tem mais propósito. Já a minha, tem muito propósito: ela transforma toda a dor e humilhação que você me causou, com a explosão daquela granada, em ódio, determinação e sede de vingança. E depois, transforma tudo isso em poder físico e mental!

Ao girar levemente o botão em seu bracelete esquerdo, Pain-e tirou a camisa e seus músculos aumentaram bastante. Além disso, sua máscara, que antes apenas cobria sua cabeça, cresceu ao ponto de engolir seu pescoço e toda a região acima de seus ombros.

(Ladybug): Granada...? É você, não é? Peu Tressages... então você foi akumatizado!

(Pain-e): Você conhece bem um akuma? Sabe do que ele é capaz?

(Ladybug): Muito bem!

(Pain-e): Conversa fiada! Eu vi seus vídeos no Ladyblog. Todos os akumatizados que você enfrentou não passavam de pessoas em seus dias ruins. Nenhum deles tinha um coração realmente sombrio, não como o meu! Isso me dá um poder diferente: o poder de partir pessoas ao meio com as mãos nuas!

Ladybug estava assustada, Peu Tressages estava falando como um verdadeiro monstro! Era quase como se ele fosse a grande mente por trás desse plano, e não Hawk Moth!

(Ladybug): Por que você está fazendo isso?

(Pain-e): Você acabou com os planos de nossa organização! Cada vez que você frustrava um de nossos esquemas, sofríamos prejuízos de milhares de euros, às vezes milhões! Toda uma fantástica rede de contrabando, agora está moribunda por sua causa! Eu vou eliminar você e trazer a Surveillance de volta à sua glória original!

(Ladybug, furiosa): Tudo isso... quando você fez aqueles alunos de reféns... quando comercializou aquelas armas... quando causou aquele tiroteio no cinema! Tudo isso foi por causa de um maldito dinheiro sujo?

Ladybug sentiu uma fúria como nunca havia sentido! Diante dela, estava o que poderia ser o maior akumatizado que já havia enfrentado: um homem perverso, que não hesitava em colocar inocentes em perigo para alcançar seus objetivos.

(Ladybug, furiosa): Eu já estou farta do que você fez com Paris! Passei mais de um ano guerreando contra os akumas de Hawk Moth, e agora, essa guerra invadiu minha casa!

(Pain-e): Eu vou matar você, Ladybug. Depois vou roubar seu Miraculous.

(Ladybug, séria): Não Pain-e, você apenas vai repetir o que todos os outros akumatizados fizeram... você vai tentar roubar meu Miraculous... e vai fracassar!

Ladybug saltou sobre o mafioso akumatizado, que com um reflexo sobre-humano agarrou a heroína pelo colarinho, depois girou nos calcanhares e a arremessou contra uma pilha de caixotes. Pain-e pegou um machado e tentou dar vários golpes contra Ladybug, mas a heroína era mais ágil. Quando um dos golpes cortou alguns fios de cabelo dela, Ladybug usou seu ioiô para arrancar o machado das mãos de Pain-e e o jogar para longe.

Aproveitando-se de que o vilão parecia surpreso, Ladybug avançou e deu um soco no estômago dele, depois um no queixo e uma bofetada com a costa do punho cerrado. Porém, quando ia dar um soco de direita, Pain-e agarrou sua mão.

(Pain-e): Você está tão fraca!

Ladybug tentou dar outro soco com a outra mão, também sem sucesso.

(Pain-e): O akuma de Hawk Moth e a droga Nightmare de Drygut já derrotaram você!

Ainda segurando as mãos de Ladybug, Pain-e bateu com uma delas no rosto da heroína, depois acertou um chute em seu peito, que a fez cambalear para trás. Depois disso, agarrou Ladybug e bateu com as costas dela numa coluna de ferro e então acertou um soco na barriga dela. Sentindo o choque do impacto, Ladybug sentiu um novo ímpeto de força, se livrou da imobilização, agarrou Pain-e pela máscara e começou a esmurra-lo no rosto sem piedade.

Porém, Pain-e aguentava cada golpe sem nem gemer de dor. O poder de seu akuma anulava totalmente qualquer noção de dor que o afligisse. Depois de achar que a colher de chá era suficiente, o vilão akumatizado simplesmente acertou um uppercut no queixo da heroína, fazendo ela praticamente girar no ar antes de cair no chão. Depois ainda deu um chute nas costelas dela enquanto ela tentava se levantar.

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Enquanto isso, Adrien estava em seu quarto, fazendo seu dever de casa após mais uma sessão de fotos. Ele sentiu um aperto no coração, como se algo muito ruim fosse acontecer!

(Adrien, angustiado): Plagg!

Plagg também estava bastante aflito. Ele havia sentido a mesma sensação ruim que seu amigo humano.

(Plagg, aflito): Você também sentiu isso?

(Adrien): É como se algo terrível fosse acontecer com a Ladybug! Com a Marinette! Nós temos que nos apressar!

(Plagg): Então vamos logo! Eu deixo esse pedaço de queijo para mais tarde!

(Adrien): Plagg, mostrar as garras!

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Mesmo sentindo uma dor insuportável, Ladybug se levantou para desferir outro ataque. Mas foi inútil, Pain-e se esquivou facilmente do soco alto dela e revidou com um soco de direita nas costelas, um de esquerda no supercílio, outro de direita no queixo, depois girou e acertou um chute invertido no peito de Ladybug, derrubando-a de novo. Ladybug então pegou seu ioiô para um golpe desesperado.

(Ladybug): Talis...

O golpe foi interrompido quando Pain-e jogou um tijolo no fio do ioiô, com tanta força que o tijolo abriu um furo na parede, onde ficou preso, prendendo também o ioiô na parede, beeeem afastada de Ladybug. Não danificou o ioiô, óbvio, mas deixou a heroína desarmada.

(Pain-e): Ah, os talismãs. São poderosos contra akumatizados normais, mas eu não sou um akumatizado normal. Eu sou, Marinette? Não, sou um dos chefes da Surveillance, uma das mais poderosas empresas de Paris.

O vilão agarrou Ladybug pelo pescoço e a levantou no ar.

(Pain-e): E você nos prejudicou!

(Ladybug): Empresa? Vocês não passam de uma gangue de psicopatas, que só pensam em dinheiro!

Pain-e deu mais dois socos na costela da heroína e a jogou contra uma coluna.

(Pain-e): Nós somos uma empresa! A diferença é que não gostamos muito de taxas e impostos! Só isso, ah, e também somos mais eficientes para lidar com a concorrência.

Mais furiosa do que nunca, Ladybug se levantou e avançou com tudo contra Pain-e, jogando-o no chão e dando murro atrás murro no rosto dele. Após aguentar um bom número de socos, sem se esforçar muito, Pain-e agarrou as duas mãos de Ladybug e deu uma cabeçada nela, depois a rolou para o lado e se levantou. Enquanto isso, Ladybug se levantou também, totalmente cambaleante, se afastando para tentar uma nova tática.

(Pain-e): Você está acabada! Não é mais nada, Ladybug! Seus ataques... não passam de uma tentativa desesperada de me ferir! Que decepção!

Ladybug conseguiu alcançar um dos disjuntores do enorme depósito e o desligou, mergulhando o vilão akumatizado nas trevas. Enquanto isso, ela foi capengando até o lugar onde estava o ioiô, iluminado por uma penumbra. Ladybug pensou que, estando na penumbra enquanto o vilão akumatizado estava na escuridão total, ela podia ataca-lo de surpresa.

(Pain-e): Você é ridícula, Ladybug. Não entendeu nada do que eu disse? Eu não sou como os outros akumatizados que você enfrentou! Acha que se esconder nas trevas será o suficiente para pegar o meu akuma? Onde você acha que ele está? Na minha máscara? Na seringa em meu pulso? Não Ladybug, ele está dentro de mim!

Bem nesse momento, Pain-e se virou e agarrou um ioiô jogado contra seu pulso esquerdo, onde estava o bracelete com a seringa. Ele puxou o fio do ioiô, trazendo a heroína junta. Ele a agarrou pelo colarinho com a mão esquerda e com a mão direita acertou um murro forte no plexo solar da heroína, na parte superior do abdômen, causando-lhe tanta dor que ela caiu e não levantou mais, ficou apenas ofegando desesperadamente em busca de ar.

(Pain-e): Usar as sombras para tentar se esconder de mim é como usar as águas para se esconder de um tubarão.

Ladybug não conseguia mais lutar, e não era só por causa da dor física: desde o incidente envolvendo a suposta morte de Alya e sua própria akumatização, ela havia perdido a fé em si mesma. Isso a levou, de forma muito errônea, a querer enfrentar aquele akuma sem pedir a ajuda de seus amigos, talvez para provar para si mesma que ainda era capaz. Agora, por ignorar o conselho do Mestre Fu, ela teria que arcar com as consequências de seu erro, que na melhor das hipóteses lhe custaria seu Miraculous, e na pior, sua vida.

Pain-e agarrou o corpo da heroína pintada, e a ergueu bem alto no ar.

(Pain-e): Eu poderia acabar com sua vida, assim como você acabou com a do meu amigo Drygut. Mas pensando bem, às vezes a humilhação é muito pior do que a morte. Por isso, farei com que você assista Paris cair lentamente nas mãos da Surveillance e de Hawk Moth. Então, quando tudo acabar, te darei permissão para morrer. Até lá, eu vou simplesmente... esmagar você!

Pain-e, com todas as forças que seu corpo e mais o akuma de Hawk Moth possuíam, golpeou as costas de Ladybug com seu joelho, fazendo um som perturbador ser ouvido.

O som de uma coluna vertebral sendo partida.

(Pain-e): Seu precioso Miraculous, aceito com gratidão! Vou precisar.

— M-M-Marinette!

A voz que pronunciou o nome da garota inválida não era de Tom nem de Sabine que, por ainda estarem desmaiados, foram poupados da visão grotesca do que o vilão akumatizado fez com a filha deles. A voz era de Chat Noir, que havia acabado de chegar na cena.

Ele viu o exato momento que o akumatizado quebrou as costas de sua lady.

Ele viu o exato momento que o akumatizado tomou o Miraculous dela.

Ele viu os ferimentos espalhados no rosto de Marinette assim que ela voltou ao normal.

E agora seu olhar esmeralda queimava com fúria incontrolável!


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Notas finais do capítulo

Se você estiver lendo isso, eu entendo se você estiver com raiva de mim. Eu entendo se você estiver jogando macumba em mim para eu morrer, porque de fato eu acho que exagerei nesse capítulo. Eu tenho um costume particularmente bizarro em minhas fanfics: quando eu gosto muito de um personagem eu crio um capítulo especial onde o vilão dá uns bons chutes no traseiro desse personagem, para que depois o personagem derrotado reerga-se para a revanche. Faço isso porque, para mim, um herói também é medido pelo tipo de vilão que enfrenta. Cá entre nós, vocês não acham que minha organização de mafiosos chega a formar vilões muito melhores que alguns dos akumatizados da série original? Tipo, eu ainda não engoli aquele Homem-Bolha e a Princesa Perfume (eu tinha vontade de tacar o celular na parede toda vez que ela dizia "Meu Príncipe" com aquela voz arranhada!).

Um outro fato curioso, que eu queria falar já há muito tempo: não sei se vocês sabiam, mas a Ladybug é inspirada nas protagonistas de Sailor Moon e também no Homem-Aranha. É até irônico uma personagem inspirada num herói da Marvel enfrentar nessa fanfic vários vilões inspirados em personagens da DC Comics: O Magnata, do especial de natal, foi inspirado no Pinguim. O Satírico foi inspirado no Coringa. A Inquisidora foi inspirada no Deathstroke. O Fogueteiro foi inspirado no Vagalume. O Sentinela foi inspirado no Arqueiro Verde. As Gêmeas Pegadinha foram inspirados em Tweedledum e Tweedledee, da série Batman (não confundir com os personagens homônimos de Alice no País das Maravilhas). A cena da suposta morte de Alya foi inspirada na suposta morte de Thomas Elliot em "Batman - Silêncio". O Atirador foi inspirado no Pistoleiro e o Pain-e foi inspirado no... eu tenho mesmo que dizer?

Queria agradecer à MusaAnônima12345 por me dar a ideia de fundir os conceitos que eu estava com dificuldades para escolher como o último ato dessa fanfic... mesmo que ela não saiba que foi ela que me inspirou a juntar os três finais alternativos.

A propósito, originalmente eu não tinha tanta vontade de fazer esse capítulo, mas depois de ver essas fanarts no deviantart, se tornou impossível resistir:
http://pre15.deviantart.net/921d/th/pre/f/2016/227/3/d/i_____lose___part_1__by_avestyaz-dae0jx3.png

http://pre13.deviantart.net/dd5c/th/pre/f/2016/227/b/0/i_____lose___part_2__by_avestyaz-dae0kea.png

http://img06.deviantart.net/14c2/i/2017/001/4/d/it_s_ok_by_chloeinka-datsxlg.jpg

Eu prometo que essa história terá um final feliz. Isto é, se algo de ruim não acontecer comigo por conta de praga jogada por fangirl furiosa.



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