Miraculous - Defensores de Paris escrita por Blue Blur


Capítulo 17
Pesadelo no cinema


Notas iniciais do capítulo

A máfia Surveillance se organiza para uma negociação de narcóticos dentro de um cinema. Disfarçados, eles pretendem agir o mais rápido possível, sem levantar suspeitas. Porém, Charlotte descobre tudo, de alguma forma, e um confronto terrível se inicia dentro do cinema, o mesmo onde Marinette e seus amigos estão. Ladybug, como sempre, se dispõe a enfrentar a Surveillance, mas Drygut, um dos líderes, está perigosamente preparado para o confronto.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/718117/chapter/17

Naquela noite, algumas horas após o incidente das Gêmeas Pegadinha, Marinette, Alya, Adrien, Nino e Diego haviam combinado entre si de ir ao cinema, ver um novo filme que haviam lançado. O filme era sobre um condenado à morte que era resgatado por uma organização misteriosa disposta a usar seu DNA para reviver as memórias de um antigo guerreiro, a fim de descobrir a localização de um artefato misterioso. Um enredo digno de videogame. Os cinco já haviam chegado e estavam na sala, conversando enquanto o filme não começava.

(Diego, dando uma de nerd): Caraca, que personagem será que vão usar nesse filme? Connor? Shay? Edward?

(Adrien): Pelo que eu li, vão usar um personagem totalmente inédito. A gente vai descobrir na hora.

(Alya): Incrível como esses meninos são loucos por essas histórias envolvendo jogos eletrônicos, né Marinette?

(Marinette): Ah Alya, você tem que admitir que esse filme parece legal.

(Alya): Ah, amiga, qual é. Eu sei muito bem por que você veio. Foi por causa do Adrien, não foi?

(Marinette, bem vermelha): Alya, para de inventar moda!

(Nino): Vocês podem fazer silêncio? O filme já vai começar!

O grupo de amigos rapidamente encerrou a conversa enquanto o cinema rodava os trailers.

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Agentes da Surveillance estavam infiltrados em todos os pontos do cinema, disfarçados na mais ampla variedade de empregados: disfarçados como seguranças, “lanterninhas” e até como faxineiros. Em uma sala separada, que servia de depósito, estava Drygut, estabelecendo a negociação com o traficante que ele mesmo mencionara aos outros dois chefes da Surveillance. O traficante, ao contrário dos estereótipos conhecidos, demonstrava sobriedade em seu visual: um rosto liso, cabelos castanhos bem penteados, camisa lilás, calça areia e sapatos de couro preto. Os olhos cinzentos o deixavam com cara de poucos amigos.

(Drygut): Tem cinquenta ampolas de vertigo dentro dessa maleta. Vai sair por 200 mil, fechado?

(Traficante): É um preço salgado, mas vale cada centavo. Eu aceito, o lucro certamente chegará com o tempo.

(Drygut): Desde que você tenha cuidado para não ser pego pela polícia, pode-se dizer que sim.

(Traficante): Beleza, que beleza! Foi um prazer fazer negócios com a Surveillance!

Nesse momento, o walkie-talkie de Drygut começou a tocar.

(Agente da Surveillance, no walkie-talkie): Chefe, temos problemas! As câmeras mostram uma mulher suspeita entrando no saguão! Ela está acompanhada de uns 10 caras!

A mulher em questão era Charlotte Olivier, que estava acompanhada de seu parceiro, o Tenente Roger Raincomprix, e de mais alguns policiais, todos à paisana. De alguma forma, o plano de Drygut de se esconder no cinema havia dado errado. Talvez a policial tivesse escondido alguma escuta, ou um agente infiltrado tivesse delatado tudo. Pior: talvez Ladybug houvesse contatado a policial e informado sobre o que aconteceu. A verdade é que lá estava uma das maiores inimigas da Surveillance, pronta para estragar os planos da organização. Charlotte tinha motivos de sobra para querer desarticular a organização mafiosa, motivos que Drygut conhecia muito bem, mas ele estava determinado a impedi-la.

(Drygut): Agente, ganhe tempo para que eu e meu cliente possamos fugir!

Pelo menos uma dúzia de agentes, todos disfarçados como lanterninhas e faxineiros, entraram numa das salas de cinema, justamente a sala onde Marinette e seus amigos estavam. Um dos agentes pegou a pistola e atirou duas vezes para cima, fazendo todos os telespectadores entrarem em pânico e se abaixarem. Charlotte ouviu os disparos e correu com Roger e mais dois parceiros para dentro de uma das salas, enquanto o resto do grupo patrulhava o perímetro. Quando Charlotte e seus três parceiros entraram na sala, um dos agentes instintivamente disparou contra ela, errando sua cabeça por poucos centímetros. Outros agentes, totalizando oito, começaram a espalhar. Nenhum deles portavam armas mais pesadas, como fuzis ou submetralhadoras, mas isso não fazia deles sujeitos menos perigosos.

Os policiais estavam localizados mais pertos da porta convencional e das saídas de emergência, enquanto os agentes da Surveillance estavam localizados mais perto do telão, e entre eles, estavam os civis indefesos. Os inocentes tinham que rastejar para ficarem a salvo dos tiros que voavam sobre suas cabeças. Mas haviam três que não cogitavam em fugir: Marinette, Adrien e Diego perceberam que todos estavam tensos demais para prestar atenção neles. Por mais que fosse arriscado, não havia outro jeito: eles fizeram suas transformações ali mesmo. Três focos de luz brotaram do nada, ofuscando tanto os policiais quanto os mafiosos envolvidos no tiroteio. Logo em seguida, uma marreta foi arremessada contra um dos mafiosos, nocauteando ele. Chapolin Colorado, o dono da marreta se levantou, exatamente na mira de um segundo mafioso, mas alguém agarrou a perna dele, levantou-a bruscamente e fez o criminoso cair no chão com um baque. Quem fez isso foi Chat Noir.

Outros quatro mafiosos perceberam que os dois heróis estavam perto demais para usar as pistolas e resolveram partir para o confronto físico. Chat Noir usou seu bastão e suas habilidades para derrubar os dois que o atacaram. Já Chapolin resolveu improvisar: se abaixou no momento exato em que tentaram lhe acertar um soco, fazendo com que o mafioso acertasse o próprio aliado, depois foi só o herói vermelho chutar a virilha do mafioso que ainda estava de pé.

(Chat Noir): Cara, tem certeza de que isso era realmente necessário?

Chapolin Colorado não teve tempo de responder, pois o som de duas pistolas engatilhadas pegou ambos de surpresa, ambas empunhadas por mafiosos. Felizmente, um fio de ioiô se enroscou no pescoço dos criminosos e um puxão rápido fez ambos baterem as cabeças e irem à nocaute. Ladybug apagou os dois agentes que restavam naquela sala, enquanto Charlotte sinalizou para que os policiais que a acompanhavam abaixassem as armas.

(Charlotte): Ladybug, nunca pensei que diria isso, mas que bom que você apareceu! Descobri que há criminosos infiltrados nesse cinema! Estão envolvidos numa negociação com um narcótico poderoso! Temos que pegá-los!

Alya viu toda a cena e pegou seu celular, pronta para filmar toda a ação.

(Nino): Alya, o que você está fazendo?

(Alya): Eu tenho que filmar isso, Nino! O meu Ladyblog vai virar a sensação da Internet com isso aqui!

(Nino): Alya, você está louca? Vai acabar se machucando! Esses caras estão armados!

Alya, por enquanto estava filmando apenas a conversa de Ladybug com Charlotte, depois os três heróis e os policiais saíram da sala atrás dos outros criminosos. Porém, no corredor, foram surpreendidos por mais seis agentes da Surveillance, que começaram a disparar suas pistolas, dando tempo apenas de Ladybug girar seu ioiô velozmente para bloquear os tiros. Os criminosos, entretanto, continuaram a atirar, na esperança de que a heroína pintada se cansasse e ela e seus aliados fossem atravessados pelas balas. Porém, não foi o que aconteceu: os criminosos atiraram até ficarem sem balas, então Ladybug parou de girar o ioiô e os policiais ergueram suas armas, forçando a rendição dos bandidos.

Entretanto, nova reviravolta: de uma das salas ao lado, uma mão se estendeu, agarrou bruscamente e puxou Ladybug para dentro. Os centésimos de segundos de distração de Chat Noir, Chapolin Colorado e dos outros policiais foi crucial para que os agentes da Surveillance pulassem em cima deles e iniciassem um confronto físico.

Dentro da sala de cinema, estranhamente vazia, Ladybug pôs-se de pé para encarar seu agressor: Drygut, armado com dois canivetes com socos-ingleses. A forma como Drygut segurava as armas, com as lâminas voltadas para seus dedos mínimos, mostrava que ele devia ser habilidoso com luta de facas.

(Drygut): Você é toda minha, Ladybug!

(Ladybug): Não conte com isso, Drygut!

Ladybug tomou a iniciativa e usou seu ioiô para prender o braço esquerdo do líder mafioso. Drygut, porém, era experiente: ao invés de tentar puxar o braço preso, como um leigo faria, ele avançou com tudo, desferindo um golpe com a mão livre. A lâmina acertou apenas de raspão, mas o arranhar dela contra o ombro de Ladybug fez a heroína pintada liberar o braço imobilizado de Drygut. O homem de meia-idade então acertou seu soco inglês esquerdo no rosto de Ladybug, machucando o queixo dela. Se o golpe tivesse acertado o nariz, certamente as coisas seriam piores!

Ladybug caiu no chão, Drygut aproveitou a posição de vantagem para cravar as duas lâminas no peito dela, mas recebeu dois chutes simultâneos no meio do rosto, que o atordoaram por tempo suficiente até que Ladybug se colocasse em pé de novo. Enquanto o chefe mafioso estava atordoado, Ladybug agarrou seu braço direito, aplicou uma torção para imobilizá-lo e tirou o canivete com soco inglês. Quando ela ia tirar o segundo canivete, porém, Drygut conseguiu se soltar. Novamente ele avançou, atacando com o soco inglês restante. Ladybug, que já tinha pegado o jeito da coisa, só fez bloquear o ataque e aplicar uma torção, dessa vez tomando cuidado para que Drygut não escapasse.

Porém, Drygut tinha uma carta na manga, ou melhor, no bolso do paletó: de lá ele tirou uma ampola com um líquido vermelho, uma ampola com a droga Nightmare, ele agitou discretamente, até que o líquido começasse a borbulhar, depois fingiu se render.

(Ladybug): Já chega, Drygut, você perdeu!

Ao perceber que ela havia afrouxado a imobilização, ele aproveitou para espirrar o líquido, que saiu na forma de vapor, por ser muito instável e volátil. A heroína inalou o líquido soltando gritos, por causa da sensação de queimação que ele causava. Drygut se levantou, agarrou a maleta com o dinheiro, que ele havia deixado embaixo de um dos bancos da sala de cinema, e saiu correndo rumo à saída. Correu tão rápido que surpreendeu até mesmo os policiais e os dois parceiros de Ladybug. A heroína, mesmo cambaleando, foi atrás do chefe da máfia, ignorando os dois parceiros, que por sinal já tinham derrubado os criminosos. Ladybug gira nos calcanhares e vê que Drygut está quase escapando, o que era péssimo, mas como tudo na vida, a situação piorou: uma garota se jogou sobre o bandido e o agarrou, essa garota era ninguém menos que Alya!

(Alya): Você não vai levar minha filmagem da Ladybug, seu maldito! Eu quero meu celular de volta!

(Drygut): E eu queria que a Ladybug parasse de me perseguir, mas isso não vai deixar de acontecer, vai?

Drygut derrubou Alya com um soco, mas inexplicavelmente a garota se recuperou rápido demais e continuou a perseguição. Na verdade, Alya perseguia Drygut num ritmo tão frenético que estava deixando a heroína pintada para trás. Talvez fosse o desespero de Alya na hipótese de perder seu celular que a fizesse mais rápida, ou a fumaça tóxica de Drygut estava debilitando Ladybug. Ou talvez as duas coisas. A verdade é que Chat Noir percebeu que sua lady não estava nada bem e foi atrás dela. Chapolin e Charlotte ficaram no cinema, ajudando os outros policiais a prenderem os outros agentes da Surveillance.

Quando saiu do cinema, Ladybug sentiu sua cabeça girar, sentiu uma sonolência repentina. A heroína começou a ficar tensa, olhando de um lado para o outro, em busca de algum sinal, mas sua visão turva apenas atrapalhava tudo.

Até que ela ouviu um som tenebroso!

Um som que fez sua visão clarear instantaneamente!

O som de um tiro!

(Ladybug, aflita): Não!

Ela foi correndo até o beco onde ouvira o som.

(Ladybug, aflita): Não!

Ela contemplou a cena, com lágrimas nos olhos, aquilo não podia estar acontecendo!

(Ladybug): Não!

Diante dela, estava sua amiga Alya, caída no chão, com uma mancha de sangue na blusa, no local onde ficava seu coração. Os olhos revirados da garota já denunciavam o pior. De pé, diante do corpo de Alya, estava Drygut, com uma pistola fumegante em sua mão direita, trêmula!

(Drygut, falando para si mesmo): Garota idiota! Era só ter largado a porcaria do celular!

Ainda tenso, Drygut apontou sua pistola para a heroína, ameaçando-a, mas com a mão trêmula.

(Drygut, trêmulo): S-Se afasta, Ladybug.

A heroína, sem dizer uma única palavra, pulou no mafioso, enterrando o punho cerrado em seu estômago, com tanta força que ele bateu as costas na parede. A heroína acertou um soco de direita no rosto do criminoso, depois um de esquerda no queixo.

(Drygut): Ladybug, espera... Pare, Ladybug!

A heroína ignora os gritos de Drygut. O maldito não entendeu o recado: ele atirou na melhor amiga da Ladybug, e matou ela! Ladybug acerta outro soco de esquerda no rosto de Drygut, um de direita no estômago, mais um de esquerda no olho e o derruba com um de direita na boca, arrancando um dente dele. A heroína, tomada de fúria, não diz uma única palavra, seus golpes dizem tudo o que precisa ser dito. Ela o agarra pelo colarinho e o fuzila com o olhar.

(Drygut, nervoso): S-Sei que parece mentira... m-mas... Ladybug, eu sou inocente!

Sem acreditar no que ouve, Ladybug ergue o criminoso e o imprensa contra a parede.

(Drygut, nervoso): Eu só recebi ordens para vir para cá, dar um único tiro, só isso. Essa garota já estava morta. É sério! Olha minha arma, só tem bala de festim. Eu sequer estava no assalto! Minha tarefa era só essa encenação bizarra!

(Ladybug, tomando a arma de Drygut): Se você está falando a verdade, então não vai morrer quando eu puxar o gatilho!

A heroína pressiona o cano da arma contra o queixo do criminoso, mas alguém joga um bastão e derruba a arma de sua mão. Chat Noir apareceu do nada e a agarrou pelo braço.

(Chat Noir): Ladybug, não faz isso! Você tem que se acalmar, se continuar assim, Hawk Moth pode akumatizar você! Pense no desastre que cairia sobre Paris se a Ladybug fosse.

Ela não ouve o apelo do parceiro. Ela não pensa mais como uma super-heroína, e sim como uma garota furiosa. Ela acerta uma joelhada no estômago do próprio parceiro e depois o derruba de vez com um murro na nuca. Chat Noir cai, com muita dor, mas essa dor é mais psicológica do que física.

(Chat Noir, segurando as lágrimas): M-My lady!

Drygut aproveitou a confusão para fugir, mas Ladybug ainda não acabou com ele. Ela continua a persegui-lo, até outro beco.

(Drygut): Socorro! Assassina! Louca! Aaaaahhhh, Ladybug!

A heroína se joga sobre ele, e coloca suas mãos sobre o pescoço dele. Aperta com bastante força, dando um soco ou outro de vez em quando. A Surveillance deu um golpe profundo em seu coração, nada mais justo do que dar um golpe profundo no coração da Surveillance.

Mas seus pensamentos de vingança são interrompidos pelo som de outro tiro. O disparo acertou o ioiô de Ladybug, que estava preso na cintura da heroína, fazendo ele se soltar e rolar no chão. Ladybug ignora o disparo, e continua a flagelar Drygut. Novo tiro é disparado, acertando uma de suas tranças, fazendo alguns fios de cabelo voarem.

— O próximo disparo será para valer!

Os tiros. A frase ameaçadora. Isso desperta lembranças em sua mente. Ladybug sente sua sede de vingança se esfriar ao reconhecer sua amiga. Ela não se vira, ainda está sobre o corpo de Drygut, mas só conhece uma mulher capaz de dar esses tiros de advertência. Essa mulher encosta o cano de sua arma na sua nuca, mas sem a firmeza que lhe é comum.

— Você precisa pensar no que está fazendo! Lembre-se de quem é você! Dos seus valores, de sua conduta! O que é que seus admiradores diriam se a vissem agora? O que Chat Noir diria? Pense nisso!

A heroína larga o mafioso e olha para as próprias mãos. As bolinhas pretas que deviam estar cobrindo seu uniforme estão cobertas com sangue. Ela cai em si, começa a soluçar e libera sua dor em uma torrente de lágrimas.

(Ladybug, chorando): Charlotte...

(Charlotte): Eu já passei pelo que você está passando agora. Eu também perdi alguém que amava muito para a Surveillance. Não há um dia em que não me imagino matando os líderes dessa organização imunda! Mas eu sirvo à lei, e a lei diz que se você tirar a vida desse homem, estará se igualando a ele. Você... você nunca deixou que eu ficasse no seu caminho, né? Mesmo quando eu aparecia, tentava de prender, você nunca desistia de enfrentar os vilões, mesmo que eu te perseguisse. Mas agora... você está a um passo de virar uma vilã. Por favor Ladybug... não jogue fora nossa amizade. Eu não quero voltar a caçar você, não depois do que você fez pelo meu filho!

A heroína se levanta e abraça a capitã Olivier, derramando ainda mais lágrimas.

(Ladybug, chorando): Quantos mais ainda terão suas vidas destruídas pela Surveillance?

(Charlotte): Eu não sei, mas não vou deixar que ela destrua a sua.

(Ladybug): Já é tarde, Charlotte. A Surveillance já destruiu minha vida. Alya... Alya está morta!

Charlotte, com o coração partido, vira-se para encarar o corpo da morena mencionada pela heroína, mas algo está muito errado: não é o corpo de Alya que está na cena do crime, e sim o de uma mulher adulta. Uma loira, com roupas de prostituta. Mais: o Drygut, que Ladybug estava esmurrando, era na verdade só mais um agente da Surveillance. Charlotte se virou para avisar Ladybug, mas a heroína já havia ido embora. Como era possível que Ladybug tivesse confundido os dois?

E mais: onde estavam Drygut e Alya?

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Alya ainda estava no cinema, ela havia desmaiado por conta do pânico que sentira ao ouvir os disparos das armas. Por sorte, ela já estava despertando, auxiliada pelo Chapolin Colorado e pelo tenente Roger.

(Alya, despertando): Urgh, onde é que eu estou?

(Chapolin): Palma, palma, não priemos cânico! Você está salva, Ladybug, Chat Noir e eu protegemos você.

(Roger): Os criminosos já foram presos, senhorita.

(Nino): Alya, graças a Deus você está bem! Que susto você me deu, hein? Que ideia foi aquela de desmaiar do nada, hein?

(Alya): Eu sinto muito, é que eu... ei, cadê a Ladybug? E o Chat Noir?

(Chapolin): Não sei, eles simplesmente saíram correndo do nada. Mais estranho ainda é que a Ladybug não parava de gritar seu nome, parecia que estava alucinando.

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Drygut já estava bem longe de toda aquela confusão, dirigindo seu Porsche preto em direção ao esconderijo, ainda encarando, com fascinação, a ampola vazia da droga Nightmare que usou em Ladybug.

(Drygut, empolgado): Não acredito! Funciona mesmo, e bem mais rápido do que pensei! Quando eu vi ela me perseguindo, jurei que seria meu fim, mas não! Ela simplesmente virou quase que na direção oposta, para pegar a isca!

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Ladybug parou em frente à sua casa, desativou a transformação, entrou correndo e subiu para o quarto. Apesar da tentativa de evitar seus pais, eles sabiam que tinha algo de errado com a filha, e foram até o quarto dela, mas a porta estava trancada.

(Tom): Marinette? Filha? O que houve?

(Marinette, chorando): Eu não quero falar sobre isso!

Sabine percebeu que a situação era grave e fez sua tentativa de intervir.

(Sabine): Marinette, nós somos seus pais, abra a porta! Se você se abrir conosco, talvez seja melhor...

(Marinette, gritando): Eu já disse que não quero falar sobre isso!

Sabine percebeu que qualquer tentativa de conversar com Marinette naquele estado seria apenas jogar gasolina sobre o fogo.

(Marinette, voltando a falar suavemente): Eu quero dormir. Me deixem em paz.

(Sabine): Tom, querido, acho melhor deixarmos Marinette sozinha!

(Tom): Mas, o que aconteceu para nossa filha estar tão mal assim?

(Sabine): Eu não sei, mas seja lá o que for, ela não está em condições de nos contar. Temos que esperar até que ela se recupere, pelo menos um pouco.

Marinette se jogou na cama, abalada. Tikki ficou assistindo àquela cena, totalmente impotente. O que ela iria dizer? Não havia nenhuma palavra que pudesse consolar a amiga humana! Tudo o que a kwami podia fazer era assistir àquilo, com o coração partido.

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

A essa hora, Adrien já havia voltado para casa. O loiro também estava bem abalado com o que aconteceu. Ele nunca havia visto Ladybug daquele jeito. Plagg havia percebido a deprimência do amigo, e sua solidariedade foi maior do que seu desejo por queijo camembert. O garoto subiu para seu quarto e se jogou na cama, ainda com a roupa do corpo.

(Adrien, abalado): Como a Ladybug... pôde fazer aquilo comigo? Não, era como se aquela não fosse a Ladybug! Plagg... o que está acontecendo com ela?

(Plagg, triste): Eu não sei, colega... eu realmente não sei. A forma como ela olhou para nós... era como se estivesse pedindo socorro! Era o olhar de alguém que falhou em salvar uma vida!

(Adrien): Mas de quem? A vida de quem ela não conseguiu salvar?

(Plagg): Nós temos que reencontrar ela. Ladybug precisa de nossa ajuda.

(Adrien): Mas agora eu não faço ideia de como ajuda-la.

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Três horas depois, Marinette se revirava na cama, atormentada por pesadelos. Pesadelos terríveis, onde ela via o ponto de vista de sua amiga Alya. Ela via o bandido, ela ouvia o estampido da arma, ela via o clarão, ela sentia a bala atravessar o peito, ela sentia seu corpo cair no chão molhado com a chuva, ela sentia sua vista escurecer. Ela também era atormentada pelo som perturbador de uma risada sinistra (você pode ouvi-la nesse link: https://www.youtube.com/watch?v=l5N2hhZhsMY). Sua testa estava lustrada de suor, e ela estava chorando enquanto dormia.

(Marinette, falando enquanto dorme): Alya... Alya... me desculpe!

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Hawk Moth, apesar de estar dormindo naquela hora, acordou apenas para sentir de onde vinha aquela perturbação. Era algo diferente de todos os vilões akumatizados que ele sentira, e ele não podia perder aquela chance! Seu sono poderia esperar!

(Hawk Moth): Uma jovem que sente o peso do fracasso em suas costas. Ela sente que precisa compensar seu próprio erro a qualquer custo. Ah, eu também sinto que ela quer vingança contra criminosos, bem ao estilo do Sentinela. Ela será perfeita! Vá, meu pequeno akuma, tome para si a mente dessa jovem transtornada!

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Tikki ainda velava o sono de sua amiga humana, quase chorando em solidariedade à Marinette, mas então ela ouviu um som perturbador: o som do bater de asas de uma mariposa negra. Um akuma. Tikki tentou a todo custo deter o akuma: tentou agarrá-lo, tentou bater nele com algum objeto, mas era inútil, ele se alimentava das emoções negativas de Marinette, que estavam mais fortes do que nunca. O akuma pousou exatamente nos Miraculous de Ladybug. Tikki sentiu uma dor enorme no peito e caiu no chão. Marinette parou com seus pesadelos, abriu os olhos com uma frieza perturbadora, e a máscara de borboleta surgiu em seu rosto.

(Hawk Moth): Evilbug, eu sou Hawk Moth!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Declaro oficialmente: está iniciado o último ato de Miraculous - Defensores de Paris! Este será um ato longo e dramático! Para vocês terem uma ideia, eu bebi de duas grandes fontes de referência para fazer este capítulo: A primeira foi a saga Silêncio, dos gibis do Batman, e a segunda foi a transformação de Peter Parker no Homem-Aranha Negro, mostrada no terceiro filme (o que é até irônico, já que o próprio Thomas Astruc já disse que a Ladybug tem alguns traços inspirados no Homem-Aranha).

Eu achei que muitos leitores poderiam querer tacar pedras em mim por ter matado a Alya, mas caso não tenha ficado claro, vou esclarecer mais uma vez: Alya não está morta, tudo não passou de uma alucinação induzida pela droga Nightmare, que Drygut usou em Ladybug. Além disso, convenhamos que esse é um excelente ponto de partida para introduzir nossa "Ladybug Akumatizada", e cá entre nós, acho que todo mundo da fandom espera por isso, certo? Afinal, é a grande chance das máscaras caírem.

Bom, fico por aqui. Continuem lendo e comentando. Ah, também gostaria de pedir um favor aos meus leitores: procurem por uma fanfic de Miraculous chamada "Forever", ela é a continuação de outra fanfic chamada "Miraculous Para Sempre", as duas são de autoria da MusaAnônima12345. A primeira temporada é espetacular e a segunda já está se mostrando promissora. Vão lá, deem uma força para a minha amiga.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Miraculous - Defensores de Paris" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.