Miraculous - Defensores de Paris escrita por Blue Blur


Capítulo 15
Sonata Mortífera


Notas iniciais do capítulo

É domingo, Gabriel havia prometido para o filho que passaria o dia com ele, porém novamente as implicações do trabalho falaram mais alto e ele teve que quebrar sua promessa. Não bastando isso, novamente resolveram colocar ele à força como jurado do KIDZ+, o que pode ser um problema e tanto.



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 Era domingo, e todo mundo estava relaxando. Na rua Laffite, número 16, estava a casa de Diego, que desfrutava do seu final de semana como todo bom nerd faz, um jeito que Tuggi não estava curtindo muito.

(Tuggi): Diego, você não vai sair da frente desse computador? Ontem você ficou a noite toda jogando esse jogo! Você já deve ter zerado umas trocentas vezes!

(Diego): Não importa, Tuggi! Esse jogo é cheio de variáveis, e eu tenho que desvendar todas. Por exemplo: se eu deixar a mamãe cabra viva, o esqueleto baixinho de moletom azul, que é amigo dela, vai me vigiar na minha jornada. Se eu mato alguns monstros e deixo outros vivos, aquela mulher-peixe vestida de armadura vai querer me matar, daí eu posso matar ou poupá-la. Eu poupei, mas mesmo assim ela não virou minha amiga, pior: no final ela dá um golpe e depõe a rainha, declarando guerra aos humanos, o que me faz pensar: se eu tivesse matado ela...

(Tuggi): Chega, Diego! Chega de besteiras!

(Diego): Tá bom, mas não se irrite!

Tuggi simplesmente tomou o notebook do amigo humano e saiu voando pelo quarto, deixando Diego desesperado.

(Diego): Misericórdia Tuggi! Se você deixar isso cair, eu te mato!

(Tuggi, rindo): Então promete que vai sair por aí ao invés de ficar infurnado jogando essa bodega.

(Diego, irritado): “Contos do Submundo” não é uma bodega, é a maior obra de arte feita em um indie game...

(Tuggi, rindo): O notebook vai cair, não aguento mais carregar!

(Diego, desesperado): Tá bom, tá bom, tá bom! Eu saio por aí, mas deixe meu notebook em paz!

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Já andando pela cidade, Diego deu o braço a torcer: até que Tuggi mandou bem no que fez. O dia estava lindo, ele não podia ficar trancado no quarto jogando no computador.

(Diego): É, o dia está incrível. Valeu mesmo, Tuggi, eu precisava sair do meu quarto.

A kwami-gafanhoto-vermelho estava no bolso de seu moletom e pôs a cabeça para fora para responder.

(Tuggi): Viu só? Não é maravilhoso? Ei, olha aquilo lá, não é a mansão do seu amigo Adrien?

Diego havia chegado à frente da mansão Agreste sem nem se dar conta.

(Diego): Hummm, acho que eu devia fazer uma visita, afinal, já estou aqui mesmo.

O garoto tocou o interfone e ouviu a resposta de um homem, com uma voz um tanto... pesada. Era ninguém menos que o pai de Adrien, Gabriel.

(Gabriel): Quem é?

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(Alguns minutos antes)

Gabriel estava de saída para uma reunião. Ele iria se encontrar com alguns empresários do ramo da moda, a fim de discutir sobre os royalties da marca Agreste. O problema é que sair para essa reunião, em pleno domingo, significava quebrar uma promessa que ele fizera ao filho.

(Adrien): Pai, você prometeu que a gente ia passar o dia juntos hoje!

(Gabriel): Desculpe, filho. Isso foi marcado para última hora, eu não sabia que esses empresários iam querer uma reunião comigo!

(Adrien): Dispense eles, você pode marcar a reunião numa outra hora.

(Gabriel): Filho, esses empresários são pessoas importantes, assim como eu! Não posso dispensar eles sem mais nem menos!

(Adrien, triste): Está me dizendo que eles são mais importantes que seu único filho?

Um silêncio doloroso se formou entre os dois. Adrien era, basicamente, o único vínculo que o empresário tinha com sua esposa. Por um lado, ele às vezes buscava se afastar propositalmente do garoto para não ter que lembrar da esposa, que sumira repentinamente, sem deixar explicações. Por outro, ele às vezes gostava de ficar perto do filho, mesmo que por momentos ínfimos, para se lembrar dela. O silêncio só foi quebrado pela voz da secretária de Gabriel, Natalie.

(Natalie): Sr. Agreste, tem um garoto no portão. Ele está usando um moletom verde, óculos e ele tem uma pequena franja.

Gabriel foi com Natalie até a mesa onde ela monitorava o interfone para falar pessoalmente com Diego.

(Gabriel): Quem é?

(Diego): Bom dia, Sr. Agreste. Eu sou o Diego, sou amigo do seu filho. Posso entrar?

Normalmente, Gabriel enxotaria o garoto com aquele jeito bem sisudo dele, como ele fez com Nino, no aniversário de Adrien, e com Simon, num programa de televisão, mas o garoto estava ali, na frente dele. Gabriel não queria tornar as coisas mais tensas do que já estavam.

(Gabriel): Filho, você conhece esse garoto?

(Adrien): Sim, o Diego estuda na minha classe.

(Gabriel, se dirigindo à Natalie): Deixe-o entrar.

O rapaz mexicano ficou boquiaberto ao entrar na enorme mansão Agreste.

(Diego): Minha! Nossa! Adrien, sua casa é espetacular!

(Gabriel, esboçando um sorriso bem discreto): Bem Adrien, eu tenho que ir agora. Espero que, mesmo eu estando ausente, você possa se divertir com seu amigo.

Gabriel então foi embora, um pouco apressado, talvez para não se atrasar, ou talvez para não ter que ver a reação do filho. Diego percebeu que Adrien parecia estar aborrecido com alguma coisa.

(Diego): Eu cheguei numa hora ruim?

(Adrien): Não, nada disso, é só que... meu pai prometeu que ia passar o dia comigo hoje, e só para variar ele foi trabalhar...

(Diego): Ei cara, fica assim não. Olha só, a gente ainda pode se divertir um monte juntos.

Adrien deu um sorriso, era incrível ver como Diego tinha essa capacidade de animar as outras pessoas, de uma forma tão espontânea que talvez nem ele percebesse.

(Diego): Rapaz, tua casa tem acho que o dobro do tamanho da minha. Não, o triplo!

(Adrien, sorrindo): Quer dar uma olhada no meu quarto

No quarto de Adrien, Diego só faltou ter um piripaque de tão impressionado que estava. Acontece que Adrien também tinha um lado mais geek, como uma coleção de animes, algumas máquinas de fliperama, e o Diego, que era quase 100% geek, parecia formiga correndo por um açucareiro.

(Diego, surtando): Minha nossa! Você mora no paraíso! Olha só isso, é um fliperama original de “Monkey Kong”! Isso é peça de museu! Oh céus, você tem os 12 guerreiros dourados na sua estante! E um pôster do “Homem de um só golpe”! Caramba, um boneco articulado do encanador Jumpman, e outro do ouriço Speeder! Ay caramba!

(Adrien): O meu pai me dá um monte de presentes, já que ele não passa muito tempo aqui em casa. Sabe, às vezes eu nem curto tanto, mas agora estou curtindo à beça essa sua reação! É bem melhor ter alguém para dividir tudo isso, né não? Diego? Diego, você está bem?

Diego estava de joelhos, em frente à cama do Adrien, admirando um boneco de pelúcia de um esqueleto usando moletom azul. O boneco tinha uma cordinha nas costas, que Diego puxou como se fosse a coisa mais delicada do mundo. A cordinha começou a recuar, emitindo uma frase numa voz bem grossa, porém cômica.

(Boneco de pelúcia): Ô irmão, não me chame de preguiçoso, eu sou muito esforçado! Me esforço... até os ossos! *badum tss*

(Diego, surtando mais ainda): Você tem um boneco do Sammy! (volta ao normal) Está bem, desculpa pelo berro, tá? Você deve estar achando que eu sou o maior esquisitão, né?

(Adrien): Não cara, você é legal. Um dos melhores amigos que já tive.

(Diego): Valeu mesmo.

(Adrien): Escuta, você está a fim de uma partida de “Guerras Estelares – Campo de batalha”?

(Diego): Ah, legal! Adoro essa série! Mas eu quero jogar no lado dos Insurgentes.

(Adrien): Beleza, mas já vou te avisando: ao contrário dos outros tempest-soldiers, eu não sou ruim de mira!

Tuggi, dentro do bolso do amigo, começou a rir da ironia do destino: ela quis tirar o garoto de dentro da casa, para ele passear um pouco, porque não aguentava mais vê-lo jogando videogame, e lá está ele, jogando outro videogame. Pelo menos, ele estava com um amigo ao invés de se isolar do resto do mundo.

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Marinette havia combinado de sair com a melhor amiga, Alya, e hoje as duas estavam no parque, jogando conversa fora, como grandes amigas costumam fazer.

(Alya): Daí o meu pai ficou uma fera com a Ágatha porque ela havia tirado os óculos dele do lugar para usar como uma lupa, só que quem acabou levando a culpa foi a Agnes!

(Marinette): Hahahaha, caramba Alya, deve ter sido hilário! Ainda bem que eu não convivo com elas, se a própria família as confunde, imagina como eu lidaria com isso!

(Alya): A gente até confunde, mas no final sempre descobrimos a verdade. E a Ágatha acabou levando o dobro de castigo por ter incriminado a Agnes.

(Marinette): Ainda bem que sua mãe dispensou você e te deixou vir comigo. É muito legal a gente conversar sobre esse tipo de coisa. Ah, escuta, já que a gente está contando piadas umas para as outras, deixa eu te contar uma coisa: você lembra do Émile Charpentier? Pois é, eu ouvi dizer que ele meio que se meteu numa treta com o Jagged Stone, por causa daquelas sátiras dele.

(Alya): Eu acho o Émile hilário, mas às vezes ele é muito sem noção.

(Marinette): Eu ouvi uns boatos de que a briga foi tão feia que tiveram que chamar a polícia. Eu espero que ninguém tenha ficado de olho roxo, porque eu sei muito bem como isso é ruim.

Ao contrário do que a mestiça esperava, Alya não riu, na verdade ela ficou bem séria. Marinette demorou para ligar os pontos e percebeu o vacilo tremendo que deu: como é que ela foi fazer uma piada com aquela agressão que sofreu de Charlotte? Tudo bem que ela, quer dizer, a Ladybug e a Charlotte agora tinham feito as pazes, mas Alya não sabia, e a maioria das pessoas com quem ela vivia não sabiam disso.

(Alya, muito séria): Marinette... depois que você falou isso...

Marinette ficou um tanto angustiada com o clima pesado que se formou entre as duas. Quando ela não estava sendo desastrada com as coisas, estava sendo com as palavras! Ô droga!

(Marinette, meio angustiada): Sim, Alya?

(Alya): O que foi que aconteceu... para você ter se machucado daquele jeito?

(Marinette, nervosa): Não foi nada Alya, eu só fiquei me remexendo demais na cama, bati o rosto no criado-mudo e... você já sabe o resto.

(Alya, ainda custando a acreditar): Tem certeza disso? Escuta Marinette, eu sou sua amiga. Você sabe que pode confiar em mim!

Marinette ficou hesitando sobre qual reação tomaria: ela não aguentava mentir para a melhor amiga. Não aguentava esconder dela sua identidade secreta e agora não aguentava ter que mentir sobre a causa de seu ferimento, que por sinal já havia sumido. Mas não teve escolha: ela tinha que sustentar esta mentira para tranquilizar a amiga e não correr o risco de ter policiais aparecendo na casa dela procurando algum agressor inexistente.

(Marinette, rindo de forma nervosa): Alya, deixa disso. Já te falei que não aconteceu nada, está bem? Você sabe como eu sou desastrada às vezes, a diferença é que dessa vez o resultado foi um pouco... pior, só isso. Eu não tenho rixa com ninguém para quererem me machucar, quer dizer, tem a Chloe, mas você sabe que não foi ela porque ela tem medo até de apontar um dedo para alguém e quebrar uma unha.

Bom, dessa vez Marinette conseguiu ser mais convincente, aliviando a expressão pesada de Alya, o que por sua vez deixou a própria Marinette mais aliviada.

(Alya, sorrindo): É, você tem razão. Sabe, você é minha melhor amiga, é por isso que me preocupo com você.

(Marinette): Agora, que tal a gente voltar ao assunto anterior? Descobri que o Émile e o Jagged vão fazer uma aparição especial no KIDZ+ de hoje.

(Alya): Sério? Ah não, eu vou assistir isso com certeza!

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Falando no programa, ele já havia começado, no estúdio estava o apresentador, Alec Cataldi, com os dois convidados especiais: Jagged Stone e Émile Charpentier.

(Alec): Bom dia, caros telespectadores! Eu sou seu grande apresentador, Alec Cataldi, e estou aqui com meus convidados, o roqueiro Jagged Stone e o comediante Émile Charpentier, o mestre da sátira.

A plateia inteira começou a aplaudir freneticamente os convidados.

(Jagged Stone): Primeiramente, eu gostaria que é um prazer estar aqui com pessoas tão agradáveis, que admiram música de bom gosto, que exala cheiro de couro e suor! Pena que não posso dizer o mesmo desse palhaço do meu lado!

(Émile, fazendo voz fina): Pini qui ni pissi dizir i mismi dissi pilhiçi di mi lidi!

(Jagged Stone, irritado): Ah, seu palhaço idiota! Vou te dar uns sopapos de novo e te servir como lanche para o Fang!

(Émile): Calminha aí, Jaggy, relaxa aí, vai! Primeiro vamos ver nossos participantes de hoje, depois a gente se acerta, tá? A propósito, não pense que dessa vez a capitã Olivier vai me impedir de te acertar de jeito, viu?

(Alec, tentando acalmar os ânimos): Por favor, vamos receber a nossa primeira participante: Franciele Chermont!

Uma garotinha morena, de cabelos curtos e castanhos, entrou no palco. Ela vestia um casaco azul com duas listras rosas pintadas, uma calça cinza e sapatos azuis e brancos. Ela também usava um colar em formato de coração e carregava um violino. Sua postura corporal e sua expressão facial denotava que ela era uma garota tímida.

(Jagged Stone): Ei pequena, quer dizer que você também mexe com música? Que legal!

(Franciele, tímida): Eu... sei tocar trilhas sonoras famosas no meu violino... Sr. Jagged Stone.

(Alec): Sem dúvida deve ser algo bem interessante de se ver. Pois bem, este é o seu desafio: hoje de manhã, o senhor Charpentier colocou uma escuta em um cidadão parisiense aleatório. Nós iremos falar com ele, então você vai tocar uma trilha sonora de sua escolha, e ele vai tentar reconhecer. Está bem?

(Franciele): S-Sim.

Alec ligou a escuta para falar com o cidadão parisiense aleatório, e Émile ficava segurando o riso como se tivesse ouvido a piada mais engraçada do mundo.

(Alec): Bom dia, aqui é Alec Cataldi falando direto do KIDZ+, você foi convidado para participar como jurado do programa. Com quem falo?

A voz do cidadão aleatório ecoou nos alto-falantes, denotando muito mal humor

(Gabriel Agreste): Ah não, de novo não! Eu estou no meio de uma reunião! Vocês não têm nada melhor para fazer?

(Émile): Oiêêêê, senhor Agreste? Lembra de mim? Sou o cara que te cumprimentou com a almofada de pum e colocou a escuta no seu paletó!

(Gabriel): *Grrrr* Olha, eu não tenho tempo para isso! Vão embora!

(Jagged Stone): Ah, qual é, cara? Você só tem que ouvir aqui a performance da garotinha e tentar descobrir de onde é essa trilha sonora, só isso!

A garotinha, que já estava bastante nervosa, ficou mais ainda, a ponto de não conseguir tocar sequer uma nota do instrumento. Alguns segundos depois, a voz de Gabriel voltou a ecoar nos auto-falantes.

(Gabriel): E então? Vai sair ou não vai? Olha, digam para essa menina para ela parar de me fazer perder tempo e ir procurar algo para fazer! (desliga a escuta)

A menina, além de tímida, mostrou ser sensível, porque depois de ouvir a rispidez de Gabriel no auto-falante, ela começou a chorar e foi correndo de volta para o camarim.

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(Hawk Moth): Como você é terrível, senhor Agreste! Fazendo uma doce e meiga criança chorar? Partindo o coração dela com suas palavras ríspidas? Ah, a quem eu quero enganar? Eu faria a mesma coisa no seu lugar, pois isso a tornou vulnerável aos meus akumas do mal!

Hawkmoth pegou a borboleta branca em sua mão e, usando sua energia, deixou ela negra.

(Hawkmoth): Voe até lá, meu pequeno akuma, vamos executar com maestria esta Serenata Diabólica!

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A pequena Franciele já havia saído do camarim, e do estúdio. Agora ela andava cabisbaixa pela rua, carregando o violino apertado em seu peito, e foi justamente no instrumento musical que o akuma pousou, fazendo surgir a máscara de borboleta.

(Hawkmoth): Sonata Mortífera, eu sou Hawkmoth! Chega de ser tímida, chega de ser sensível! A partir de agora, você implantará o medo no coração de todos, e qualquer música que você executar em seu violino se tornará uma parte da realidade!

(Sonata Mortífera): Saber que um homem mascarado me dá a chance de me tornar forte... isso me enche de determinação!

A névoa negra cobriu a garotinha: agora seu violino tinha uma aparência negra e brilhante, e um formato similar ao de um machado, e a haste parecia um tipo de lança. Agora Sonata Mortífera vestia um casaco verde com uma listra amarela, uma calça marrom, sua pele havia ficado branca, suas bochechas estavam rosadas e seus olhos estavam vermelhos. Sonata Mortífera sacou seu violino e começou a executar esta música: https://www.youtube.com/watch?v=GpLGU8k13Jc

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Alya e Marinette estavam assistindo televisão justamente no programa KIDZ+ quando aconteceu esse incidente. As duas ficaram atônitas com o que o senhor Agreste fez: foi tão ríspido que fez a pobre menininha chorar! Mas havia algo mais incomodando Marinette: uma vez o senhor Agreste havia feito um garoto ser akumatizado nesse mesmo programa por conta de sua postura hostil. Isso poderia acabar se repetindo.

(Marinette): Alya, acabei de lembrar, eu tenho que ir para casa ajudar meus pais com algumas coisas.

(Alya): Mas Marinette, você acabou de chegar!

(Marinette): Eu sei, desculpa, eu sempre acabo esquecendo alguma coisa, prometo que a gente se fala depois.

Marinette saiu da casa de Alya, se escondeu e abriu sua bolsinha para falar com Tikki.

(Marinette): Tikki, eu tenho a impressão de que daqui a pouco vai aparecer um akuma.

(Tikki): Se eu estivesse na situação daquela garotinha, acho que eu também seria akumatizada.

(Marinette): Tikki, nunca mais insinue isso de novo, seria um desastre total! Tikki, transformar!

Após a transformação ser concluída, Ladybug foi saltando entre os prédios até ver algo chocante: Um gigante, totalmente nu (a heroína pintada deu graças a Deus pela criatura não ter genitália) estava marchando pela cidade, esmagando carros e urrando. Esse gigante tinha olhos verdes e brilhantes, cabelos longos e dentes que se sobressaíam mesmo quando ele fechava a boca.

(Ladybug, assustada): Melhor eu chamar o resto do pessoal!

Ainda um tanto assustada, Ladybug pegou seu ioiô para contatar os seus três outros parceiros.

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Alguns minutos depois, todos os quatro heróis estavam reunidos, seguindo o monstro de longe e pensando numa estratégia.

(Queen Bee): Como será que a gente derruba esse bicho enorme?

(Chat Noir): Cara, ele é bem parecido com um monstro de um anime que eu vi! Se eu estiver certo, só preciso dar um corte na nuca dele.

Dito e feito, Chat Noir tomou a iniciativa, pulou no monstro e usou suas garras para dar um corte na nuca dele. O monstro desabou no chão e virou fumaça.

(Ladybug): Ué, se era só isso, cadê o akuma dele?

(Sonata Mortífera): Ei, que ideia é essa de destruírem meu monstro?

(Chapolin): Então é você a akumatizada!

(Sonata Mortífera): Gosto que me chamem de “Sonata Mortífera”, seu panaca vermelho!

(Chat Noir): Uma violinista? Mas a gente já não teve o guitarrista? Hawk Moth está ficando sem criatividade!

(Sonata Mortífera): Você acha? Então veja se consegue lidar com isso!

Sonata Mortífera começou a tocar uma nova música, mais animada (link da música: https://www.youtube.com/watch?v=zdYAeAMKgxI&t=3s)

(Queen Bee): Ué, esse é o poder dela? Tocar músicas? Vamos logo acabar com isso!

Porém, Queen Bee sequer conseguiu tirar os pés do chão! Nem ela, nem Ladybug, nem Chapolin! Os pés dos três estavam presos numa teia de aranha enorme! Pior: tinha aranhas enormes se aproximando!

(Queen Bee): Meu Deus, alguém tira esses insetos nojentos de perto de mim!

(Chapolin, dando marretadas nas aranhas): Não são aranhas, são aracnídeos!

Enquanto Queen Bee e Chapolin discutiam sobre a espécie do animal que estava atacando eles, Ladybug percebeu que Chat Noir não estava imobilizado pela teia, talvez por ser o único dos heróis que não estava vestido como um inseto.

(Ladybug): Chat Noir, você tem que pegar o violino, é lá que deve estar o akuma!

(Chat Noir): Deixa comigo, bugboo! Você não vai virar comida de aranha enquanto eu estiver por perto!

Chat Noir avançou contra Sonata Mortífera, que usou violino e vareta como armas para bloquear os ataques do bastão de Chat Noir, bem como desferir seus próprios ataques. Ladybug aproveitou uma brecha e usou seu ioiô para agarrar o violino!

(Sonata Mortífera, puxando o violino): Larga meu violino, Ladybug!

(Ladybug): Você primeiro!

Sonata Mortífera perdeu a paciência e jogou a vareta no olho da heroína, fazendo-a largar o instrumento musical akumatizado.

(Ladybug): Ai! Ora sua... Espera um pouco! Olhem, a teia de aranha sumiu!

(Chapolin): Parece que se ela ficar muito tempo sem tocar o instrumento, o poder que sai dele se dissipa.

(Queen Bee): Então vamos garantir que ela não ataque mais!

Queen Bee jogou seu peão, que foi bloqueado pelo violino. O peão ficou girando e amassando o instrumento, danificando-o, mas não o suficiente para libertar o akuma. Sonata Mortífera estava encurralada, sendo forçada a bloquear o peão de Queen Bee com o violino e o bastão de Chat Noir com a vareta. Chapolin então resolveu derrubar a akumatizada com a marreta, mas acabou acertando (novidade) o parceiro felino!

(Chat Noir, furioso): Você tem uma mira pior do que a de um Tempest-soldier! Você devia usar óculos, seu imbecil!

(Chapolin, irritado): Eu não preciso usar óculos! Você é que precisa sair da minha frente!

(Queen Bee, furiosa): Será possível que eu tenho que fazer tudo?

Enquanto os três brigavam, acabaram distraindo Ladybug, que virou as costas para a vilã. Sonata Mortífera deslizou rapidamente a vareta sobre as cordas do violino, disparando um raio roxo que atingiu Ladybug pelas costas!

(Chat Noir): Ladybug!

E logo depois Chat Noir foi atingido pelo raio. Os dois heróis resolveram retribuir o ataque, avançando contra a akumatizada, mas bem nesse momento ela começou a tocar uma nova música, uma música que exalava depressão, tristeza e agonia! (link para a música: https://www.youtube.com/watch?v=8OSP05HC17M) Ao começar essa música, Ladybug e Chat Noir ficaram paralisados.

(Chapolin): Ué, vocês pararam por quê?

Como se estivessem sendo manipulados, os dois se viraram e ergueram suas armas uns contra os outros.

(Chat Noir, aflito): Mylady? Eu... não consigo me controlar!

(Ladybug, aflita): Me desculpa, Chat!

Os dois começaram a se atacar, como se fossem inimigos, contra a própria vontade! Era como se a própria execução da música fizesse deles marionetes! Queen Bee observava aflita seus dois maiores heróis se atacarem contra a vontade deles.

(Queen Bee, aflita): O que é que está acontecendo?

(Chapolin, sério): Eu conheço essa música! “Battle Of The Heroes”, de John Williams! O herói, corrompido pelo mal, enfrenta seu mestre! Uma das cenas mais tristes de “Guerras Estelares”!

(Queen Bee): Agora isso é pessoal! Ninguém força minha heroína a atacar o próprio parceiro, na minha frente, e sai ileso!

(Chapolin): E ninguém faz uma referência desrespeitosa a uma cena tão trágica, na minha frente, e sai ileso!

Os dois heróis avançaram contra a akumatizada, com uma fúria legítima. Chapolin deu uma marretada no rosto da akumatizada derrubando-a no chão! Queen Bee, rosnando de raiva, lançou seu peão para acertar o violino, a fim de quebra-lo de uma vez! Porém, a akumatizada, que ainda estava se levantando, não teve tempo de erguer seu violino para se defender (como era a intenção de Queen Bee) e o peão atingiu seu colar em formato de coração, que curiosamente ainda estava lá, apesar da akumatização! A música parou de tocar, Ladybug e Chat Noir voltaram ao normal, mas algo ainda mais surpreendente aconteceu!

(Sonata Mortífera): M-Meu colar... v-você! Você quebrou meu colar!

(Queen Bee): E vou quebrar sua cara, sua maldita!

Sonata Mortífera ergueu o rosto furiosamente, encarando Queen Bee, de seus olhos jorravam lágrimas de fúria. Apenas Queen Bee mantinha sua expressão furiosa, os outros três heróis agora a encaravam com pena.

(Sonata Mortífera): Esse colar foi um presente da minha mamãe!

(Ladybug, triste): Sonata... me desculpe! Escuta, eu não quero te machucar! Você está sendo manipulada por Hawk Moth! Eu posso te libertar, posso consertar seu colar! Não quero mais lutar com você, Sonata!

(Sonata Mortífera): Você... está me poupando?

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(Hawk Moth): Você vai mesmo poupar Ladybug? Depois do que aconteceu com o presente que sua mãe lhe deu? Não mesmo, Sonata Mortífera! Faça com que Ladybug, Chat Noir, Queen Bee e Chapolin colorado tenham... um momento ruim!

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Sonata Mortífera ergueu um olhar tenebroso para Ladybug, mostrando toda sua fúria. A heroína pintada ficou tão assustada que acabou recuando.

(Sonata Mortífera, sorrindo): O dia está lindo! Os pássaros cantam, as flores desabrocham! Em dias como esses... (faz uma expressão furiosa) animais como vocês deviam estar apodrecendo numa sepultura!

Sonata Mortífera começou a tocar uma música frenética (link: https://www.youtube.com/watch?v=nQc5pMBwzF0). Ladybug e Queen Bee ficaram confusas quando viram que Chat Noir estavam abraçados, com expressões apavoradas!

(Chapolin): Não! Não! Não! Piedade, tudo menos ele!

(Ladybug): Chapolin, do que você está falando?

(Chat Noir): “Contos do Submundo”, quando você opta pela rota do extermínio, você enfrenta... ele!

(Queen Bee): Ele quem?

Um esqueleto apareceu na frente deles, baixinho, com uma aparência gorducha (mesmo sendo um esqueleto) vestindo um moletom azul e pantufas.

(Chapolin e Chat Noir, gritando juntos): O Sammy!

A órbita esquerda do esqueleto começou a exibir um brilho azulado, como se fosse o olho dele, então ele ergueu o braço e começou a balançar freneticamente para todos os lados, e o pior é que o Chapolin Colorado começou a ser jogado para todos os lados, depois foi arremessado na frente da Ladybug!

(Chapolin): Corre!

O pessoal começou a correr freneticamente enquanto o esqueleto ia seguindo eles, Chapolin resolveu dar meia volta e encarar o inimigo criado pela akumatizada.

(Chapolin): Se reorganizem e ataquem ele por trás! Eu tenho o poder da não-letalidade, então não tem como ele me matar! (Eu espero)

(Chat Noir): Não faz isso, você não tem chance contra ele!

(Chapolin, gritando feito louco): Vou acabar com a sua raça! Sigam-me os bons!

(Sonata Mortífera, cantando com um sorriso sinistro): Não se aproxime ou irá se arrepender! Pois os heróis sempre jogam limpo! E akumas fortes como eu não facilitam!

Vários crânios gigantescos apareceram flutuando e atingiram o herói vermelho, que ficou coberto de cinzas de uma forma que seria bem cômica e cartunesca se não fosse aquelas circunstâncias.

(Sonata Mortífera, cantando para Ladybug): Vamos lá, não prolongue essa fuga vã! Vamos lá Ladybug, use seu talismã!

(Queen Bee): Eu não posso continuar vendo isso! Temos que fazer alguma coisa!

(Ladybug): Talismã!

O poder que Ladybug usou fez aparecer um vidro de ketchup na mão da heroína.

(Queen Bee, desesperada): Na verdade, tem sim. Queen Bee, pega esse vidro de ketchup e lambuza a akumatizada com ele. Eu e a Ladybug vamos distrair o Sammy.

E o Chapolin estava no chão, com os dois olhos roxos, a boca sangrando e o nariz quebrado. Mal se aguentava de pé.

(Chapolin, cambaleando): I-Isso é o melhor que você pode fazer?

(Sonata Mortífera, cantando): Vem com tudo se acha que pode vencer! Meu violino e eu não teremos pena de você! Uma vez que você não mais se levantar, a abelha-rainha iremos esmagar!

Chat Noir e Ladybug apareceram para ajudar o companheiro caído, mas o pior é que além do Chapolin estar detonado, o inimigo sequer dava sinais de estar debilitado.

(Chat Noir): Talvez eu possa vencê-lo com apenas um toque! Cataclismo!

(Sonata Mortífera, cantando): Seu cataclismo é insuficiente! Continuarei tocando até ficar dormente! Meu poder vai deixa-los acabados! E no final terei seus Miraculous!

(Ladybug): Eu não estou mais aguentando essa música tosca!

Ladybug e Chat Noir foram avançando contra o inimigo ossudo, que usou mais um canhão em formato de crânio para atirar, mas o Cataclismo reduziu ele a pó.

(Sonata Mortífera, cantando): Eu sei que Ladybug tem o poder da sorte! So-o-o-or-te! So-o-o-or-te! So-o-o... Ei, o que é que está acontecendo?

A cantoria foi interrompida porque um monte de ketchup foi derramado na akumatizada. O esqueleto de moletom ouviu a gritaria, e quando viu a mestra coberta de ketchup, foi avançando lentamente, como se estivesse vendo a coisa mais deliciosa do mundo! Queen Bee aproveitou a distração para pegar o violino e quebrar.

(Ladybug): Chega de maldade para você akuma! É hora de aniquilar a maldade!

A borboleta foi capturada e purificada, como de costume.

(Ladybug): Miraculous Ladybug!

Todo o cenário destruído pela akumatizada foi restaurado, e a Sonata Mortífera voltou a ser a doce e meiga Franciele! Ah, e o colar dela também foi consertado!

(Franciele, normalizada): Ladybug, Chat Noir? E-Eu não acredito! Eu estou conhecendo vocês dois? De verdade?

(Ladybug, se abaixando na altura de Franciele): Isso aí, somos nós mesmos!

(Franciele): Será que vocês podem me dar um autógrafo?

Os dois atenderam ao pedido da pequena, mas enquanto isso, Queen Bee estava ajoelhada perto do corpo caído do parceiro. Vendo que ele não dava sinais de vida, a heroína começou a lacrimejar.

(Queen Bee, chorando): Chapolin...? Chapolin, não faz isso comigo! Por favor!

A heroína listrada já estava abraçando o corpo do amigo com força, chegou inclusive a beijar a testa dele. Até que ela ouviu um gemido acompanhado de uma risada fraca, ou seria uma tosse?

(Chapolin): Aí, Beeblade, pega leve, viu? Por um instante, pensei que você já estava declarando seu amor por mim!

Queen Bee limpou as poucas lágrimas que derramou, para tentar esconder sua preocupação, mas ela já estava bem aliviada mesmo!

(Queen Bee, aliviada): Então você está bem? Não se machucou feio nem nada?

(Chapolin): Claro que estou bem? Fiz tudo isso intencionalmente para deixar aquele bicho cansado! Todos os meus movimentos são friamente calculados!

(Queen Bee, sorrindo): É bom te ver inteiro, vermelhinho!

Ocasionalmente, todos os heróis foram embora, só o Chapolin resolveu sumir por último. Enquanto voltava para casa, o herói não conseguia tirar um pensamento funesto da cabeça!

(Chapolin, pensando): Espero que Tuggi esteja bem, eu sei que ela tem o poder da não letalidade, mas ainda assim nós apanhamos muito hoje!

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(Hawk Moth): Interessante, muito interessante! Então é possível tornar um akuma ainda mais forte potencializando as emoções negativas durante a batalha. E mesmo o poder da não-letalidade do Chapolin tem seus limites! Incrível, a cada derrota, aprendo ainda mais a respeito desses Miraculous. Talvez a vitória para mim seja só uma questão de tempo!


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Notas finais do capítulo

Peço perdão por ter demorado para atualizar a história. É que recentemente eu baixei um jogo muito legal e fiquei viciado nele, o que me deixou com preguiça para escrever um capítulo novo. Reverti esse bloqueio de um jeito bem original: fiz esse capítulo repleto de easter eggs relacionados a esse jogo. Vocês conseguem descobrir de qual jogo estou falando?
Queria também agradecer ao leitor Chatred40 pela ideia do akumatizado. Originalmente ele sugeriu um pianista, mas cá entre nós, seria difícil carregar um violino por aí, não acham?
Já vou avisando que o próximo capítulo vai demorar para sair. Minhas aulas recomeçam nessa segunda feira e vou estar bem ocupado, mas prometo que vou atualizar assim que puder. Até lá, não deixem de mandar suas ideias e também suas teorias, gosto muito de teorias.



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