Miraculous - Defensores de Paris escrita por Blue Blur


Capítulo 13
A policial e a heroína - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Charlotte Olivier se tornou conhecida na polícia francesa como o flagelo dos criminosos. Implacável, habilidosa e com uma eficiência quase robótica, ela fez e ainda faz jus ao seu posto como capitã. Porém, ela tem um defeito: nunca gostou de Ladybug e Chat Noir, os amados heróis de Paris. Porém, um problema familiar pode forçá-la a ter que contar com a ajuda daqueles que ela tanto perseguia.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/718117/chapter/13

Era de madrugada, entre 00:30 e 01:00 da manhã, três caminhonetes fugiam velozmente, carregando alguns sacos de dinheiro, e eram perseguidas por uma viatura da polícia, dirigida pelo tenente Raincomprix e com a capitã Olivier no banco do passageiro. Os fugitivos haviam sido surpreendidos pela policial numa investigação minuciosa: após a apreensão das metralhadoras modelo M249, a prisão dos envolvidos no ataque ao colégio François-Dupont e do assalto ao BNP Paribas e a prisão do criminoso foragido conhecido como Boulette, Charlotte começou a investigar a fundo as ações de uma organização criminosa até então desconhecida.

O que Charlotte e Roger não sabiam é que estavam perseguindo agentes da Surveillance, uma organização mafiosa comandada por Presque Rien, Drygut e Peu Tressages. Eles estavam entre os indivíduos mais poderosos do submundo do crime francês, mas passavam por um momento de vacas magras: tiveram vários esquemas frustrados por Ladybug e Chat Noir, fazendo com que perdessem muito dinheiro e colocasse a polícia na cola deles. O assalto, frustrado por Charlotte, era uma tentativa de sanar um pouco desse prejuízo.

(Charlotte, falando no rádio): Comando, aqui é a capitã Olivier, solicito reforço urgente!

(Comando): Entendido capitã, o reforço deve chegar em três minutos.

Outra transmissão apareceu no rádio da capitã, pouco depois após o pedido de reforços.

— Aguenta aí, capitã, o reforço acabou de chegar.

Charlotte e Roger reconheceram a voz imediatamente: era Chat Noir. O tenente Raincomprix começou a olhar pela janela e viu Ladybug e Chat Noir saltando entre os prédios, em perseguição aos criminosos.

(Roger): Olha capitã, Ladybug e Chat Noir apareceram!

(Charlotte): Droga, eles de novo não!

Nesse momento, os três capangas no compartimento de carga da caminhonete mais atrás do grupo pegaram seus fuzis AK-47 e fizeram mira para atirar contra a viatura. Ladybug percebeu e usou seu ioiô como chicote para acertar as mãos deles e forçarem-nos a largarem as armas, deixando-os indefesos. Charlotte aproveitou a brecha para dar um monte de tiros nos criminosos, fazendo com que caíssem da caminhonete. Ladybug ficou horrorizada, ela havia desarmado os bandidos justamente para Charlotte não ter que atirar neles! O motorista, assustado, resolveu pegar um desvio para não ter que se meter mais naquele confronto.

A segunda caminhonete estava mais bem preparada para o ataque: dois capangas começaram a atirar em Ladybug e Chat Noir com seus fuzis e o terceiro atirava na viatura com uma escopeta calibre 12. Roger e Charlotte tiveram que se abaixar para não terem seus miolos estourados por um tiro de 12 que atingiu o para-brisas. Mas isso não fez a capitã se intimidar, que continuou atirando enquanto Roger se esquivava dos tiros.

(Charlotte): Caramba, você dirige bem pacas!

Enquanto a troca de tiros continuava, Chat Noir quis tomar a iniciativa e saltou sobre a caminhonete. Os três bandidos se viraram e se prepararam para atirar no herói felino, até um deles ser atingido nas costas e Chat Noir ser atingido no ombro esquerdo. Charlotte ainda estava atirando, e deu um sorriso de satisfação quando acertou Chat Noir.

(Charlotte): Isso é por quase ter matado meu filho, seu animal!

Chat Noir estava pendurado na caminhonete segurando com o braço direito. Por sorte, o tiro não havia penetrado o traje, graças ao poder de seu kwami, por azar, outro bandido estava se preparando para atirar, mas Chat Noir foi mais ágil e fez um esforço com o braço machucado para usar o bastão, que se esticou e acertou seu atacante na testa. O terceiro atirador ficou numa dúvida tremenda entre atacar Chat Noir e Charlotte, dúvida que foi solucionada quando Chat Noir saltou para fora da caminhonete, se juntando à sua parceira, que estava saltando entre casas e prédios.

(Ladybug): Chat Noir, uma das caminhonetes já fugiu, temos que dar um jeito nessas duas antes que fujam também.

(Chat Noir): Eu tenho uma ideia, my lady, mas acho que você não vai gostar!

(Ladybug): Ah não, Chat Noir, tudo menos isso!

(Chat Noir): Cataclismo!

Chat Noir saltou sobre a caminhonete que estava mais na dianteira e usou o cataclismo no capô do carro. Resultado, uma explosão pequena, mas forte o suficiente para mandar voando caminhonete, sacos de dinheiro e capangas feridos sobre a caminhonete na retaguarda. Roger freou a viatura bruscamente, mas ainda assim ela deu uma pancada feia. Ladybug e Chat Noir desceram para ver o estado das coisas, e a heroína ficou aborrecida com o parceiro.

(Ladybug, aborrecida): Chat Noir, o que eu já disse sobre usar o Cataclismo desse jeito?

(Chat Noir): Mas esse era o único jeito de pará-los! Além disso, eles bem que mereciam por atirarem em mim, acertaram meu ombro esquerdo!

(Ladybug): Deixa eu ver... bom, parece que o seu Miraculous te prot... cuidado!

Surpresa: três capangas ainda estavam de pé, mesmo após a colisão violenta e trataram de se levantar e atirar nos heróis. Por sorte, Ladybug usou seu ioiô para bloquear os tiros. Enquanto isso, Charlotte saiu da viatura, com a testa machucada por causa da pancada, segurando sua pistola e seu cassetete. Os bandidos estavam tão distraídos que nem perceberam a policial se aproximando. Charlotte, com seu olhar frio de safira castigou o primeiro bandido com golpes de cassetete, tão violentos que acabaram quebrando duas costelas e uma das clavículas do infeliz. O segundo se virou e levou dois tiros no peito. O terceiro, vendo que a policial fazia jus às histórias que os bandidos contavam, jogou a arma para o lado e pôs as mãos na cabeça.

(Bandido): Eu me rendo, dona policial. Não atire!

Ela não atirou, mas quebrou o nariz do bandido com um golpe de cassetete, fazendo um jato de sangue sair do nariz dele.

(Charlotte, agarrando o bandido pelo colarinho): Para quem você trabalha?! Hein? Para quem é essa carga? (dá um murro no bandido) O ataque ao colégio? A negociação de armas? Quem é o chefe de vocês?

(Bandido, gemendo): E-E-Eu não sei!

(Charlotte, furiosa): Você sabe sim, seu animal! Anda logo, fala! Quem é que causou tudo isso aqui?

O bandido achou que Charlotte estava falando da capotagem e não do assalto em si, e cometeu um erro terrível.

(Bandido): F-F-Foi o Chat Noir, e-e-ele usou o Cataclismo e...

(Charlotte, mais furiosa ainda): Chat Noir uma ova! Foi você, seu verme! (dá um murro no bandido) A gente sempre tem que vir aqui, (dá outro murro na cara) no meio da madrugada, para consertar as merdas que vocês, (dá um chute na costela) vagabundos, (outro chute) fazem!

Ladybug estava chocada com a violência da policial. Sabia que, se não fizesse nada, Charlotte ia fazer mingau de bandido com as próprias mãos.

(Ladybug, agarrando o braço de Charlotte): Chega Charlotte! Ele não vai durar até o interrogatório se você continuar batendo nele desse jeito!

(Charlotte, perdendo as estribeiras): Não venha querer me ensinar como fazer meu trabalho, sua joaninha estúpida!

Charlotte deu um murro em Ladybug, deixando ela com o rosto inchado, Chat Noir viu a cena e ficou furioso. Sem hesitar, pulou em cima da policial, derrubando-a, e os dois começaram a brigar.

(Chat Noir, dando vários socos em Charlotte): Ninguém! Bate! Na minha! Lady!

(Charlotte pegando um cassetete): Agredindo uma agente da lei, seu bandido-mirim! Eu vou acabar com suas sete vidas a golpes de cassetete!

Os dois começaram a brigar agarrados, parecendo aquelas mulheres barraqueiras de novela. Foi necessário Ladybug e Roger entrarem em cena para apartar a briga.

(Ladybug, agarrando Chat Noir): Chega, Chat Noir! Que ideia foi essa de partir pra cima da Capitã Olivier? Ela é uma policial! Tenha noção das coisas, pelo amor de Deus!

(Roger, agarrando Charlotte): Francamente Charlotte, está parecendo uma adolescente chiliquenta! Tenha modos, criatura! Você está vestindo uma farda, pelo amor de Deus!

Demorou para a briga ser apartada com sucesso, e obviamente tinha que ter aqueles sujeitinhos filmando tudo com o celular.

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

No dia seguinte, a escola de Marinette só falava do vídeo que estava bombando na internet: Chat Noir e Charlotte Olivier partindo pra ignorância! Choveram memes e videoclipes sobre o incidente, tinha até uma fanart desenhada mostrando Charlotte e Chat Noir fazendo as mesmas poses de luta do pôster do filme, inclusive com o símbolo do Chat Noir estampado sobre o escudo da polícia francesa. Tinha até uma montagem do vídeo da briga com uma música tocando no fundo (link da música: https://www.youtube.com/watch?v=GurdjMw8Va4). Enquanto isso Marinette havia acabado de chegar na escola, bocejando (por que será, né?) e, curiosamente, usando óculos escuros. A primeira a recebe-la, como sempre, foi sua melhor amiga Alya, que estava acompanhada do Nino.

(Alya): Marinette, dá uma olhada nesse vídeo que o Nino me mostrou!

O vídeo era mais uma montagem da luta entre Chat Noir e Charlotte, dessa vez com uma outra música de fundo (link: https://www.youtube.com/watch?v=EAwWPadFsOA). Marinette ficou horrorizada ao ver que o incidente da noite anterior estava se tornando um prato cheio para memistas. Pior: sua melhor amiga estava achando graça naquilo!

(Marinette): Alya, você acha isso engraçado?

(Alya): Eu não sei, mas isso é muito épico! Parece coisa de filme!

(Nino): Marinette, por que você está com óculos escuros?

(Marinette): Ah, é que, é que... eu estou com conjuntivite.

Enquanto isso, Adrien também estava chegando, acompanhado de Chloe. Geralmente, o loiro não gostava de andar com a filha do prefeito, mas o assunto que estava bombando fazia os dois trocarem várias ideias juntos.

(Chloe): Caramba, aquilo que a Charlotte fez... ela com certeza está com algum problema! Ela devia receber uma licença ou algo do tipo!

(Adrien): Eu fiquei sabendo que ela chegou a dar um murro na Ladybug!

(Chloe): Ah não, agora isso é pessoal! Como é que aquela bruxa tem coragem de agredir a Lad...

Chloe acabou se distraindo e esbarrando em Marinette, que deixou os óculos escuros caírem no chão.

(Chloe, irritada): Por que não olha por onde anda sua... sua... sua...

Chloe estava prestes a xingar Marinette, mas acabou vendo algo muito chocante: Marinette estava com um olho roxo! O soco que ela recebera de Charlotte na noite anterior havia deixado uma marca, mas a máscara ocultou. Agora, sem máscara, o resultado acabou ficando bem visível, e constrangedor!

(Adrien, chocado): Marinette... quem fez isso com você?

A garota não disse uma única palavra, estava extremamente constrangida! O que ela fez foi pegar os óculos escuros do chão e sair correndo para dentro da escola, para o banheiro feminino!

Dentro de um dos boxes, abriu sua bolsinha para conversar com Tikki. Bem, não exatamente conversar, porque quando a kwami saiu da bolsinha, Marinette começou a vomitar sua paranoia.

(Marinette, assustada): Droga Tikki, todo mundo viu meu olho inchado! O que é que eu vou fazer? E se pensarem que foi meu pai que fez isso? Vão ligar para a polícia, a Charlotte vai vir e prender meu pai! Pior, quando ela ver meu olho roxo ela vai juntar as peças com a luta de ontem e vai perceber que eu sou a...

(Tikki): Marinette, calma. Olha você é uma garota inteligente, eu tenho certeza de que juntas vamos achar um jeito de...

— Marinette?

As coisas estavam piorando mais e mais: era a Chloe! Por que logo a Chloe tinha que aparecer lá?

(Marinette): Vai embora, Chloe! Eu não estou com humor para aguentar você me destratando!

(Chloe): Marinette, você está bem?

Era impressão, ou havia um certo tom legítimo de preocupação na voz de Chloe? Era estranho, já que as duas nunca se deram bem.

(Chloe): Marinette, eu posso entrar?

Marinette, hesitantemente, abriu a porta do box, e ficou olhando a rival, sem fazer ideia de como reagir. Chloe, por sua vez, parecia bem preocupada.

(Chloe): Meu Deus! Quem foi que fez isso com você?

(Marinette, nervosa): Ninguém, Chloe! É que... eu me machuquei dormindo, fiquei me remexendo muito na cama e... bati o rosto na quina do criado-mudo

(Chloe): Sempre soube que você era aloprada, mas agora isso já é demais!

Marinette ficou chateada, até nisso a Chloe dava um jeito de tirar com a cara dela? Francamente. Mas curiosamente, Chloe abriu sua bolsa e tirou um kit de maquiagem.

(Chloe): Você está assustando todo mundo desse jeito, sabia? Acho melhor dar um jeito nisso.

(Marinette, desconfiada): Peraí, o que é que você está fazendo?

(Chloe): Relaxa, está bem? Eu faço minha maquiagem várias vezes ao dia, tá? Eu sei como proceder?

(Marinette): Que você é vaidosa, isso ninguém discute.

(Chloe, séria): Mas será que dá para você ficar quieta?

Chloe foi pegando a maquiagem e passando por cima do hematoma de Marinette, após uns dois minutos, a loira avisou que estava pronta a maquiagem e mostrou o espelhinho.

(Chloe): E então que tal? É sério, eu não gosto de ficar olhando para a sua cara, se ainda estiver com um olho roxo...

(Marinette): Obrigada, Chloe.

(Chloe, séria): Escuta aqui, Marinette, se você não gostou então... espera, o que você disse?

(Marinette): Obrigada! Eu... não achei que você se importasse.

A loira se sentiu muito estranha com aquilo. Marinette, a mesma garota que nunca ia com a cara dela, estava agradecendo um favor feito. Mais estranho ainda: Chloe havia acabado de ajudar Marinette? Mil pensamentos passaram pela cabeça da loira, que deu graças aos céus quando o sinal bateu.

(Chloe): Anda, vamos logo! O sinal já bateu.

Chloe ficou esperando Marinette sair de perto para abrir novamente a bolsinha e falar com seu kwami.

(Beezy, sorrindo): Estou orgulhoso de você, Chloe.

(Chloe): Eu não podia ver ela com aquele olho roxo e inchado, não é uma visão muito agradável.

(Beezy): De fato, mas você normalmente zombaria dela, não?

(Chloe): Talvez, mas... eu não sei, e se o hematoma fosse mesmo fruto de uma agressão física?

(Beezy): Ué, e desde quando você se importa se sua rival é agredida ou não?

(Chloe): Está bem Beezy, já deu! Fiz minha boa ação do dia, agora para de querer que eu seja amiguinha da Marinette, falou?

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

O resto do dia correu sem maiores surpresas. Bom, na verdade, teve mais uma: quando a aula acabou, Marinette tentou sair dali o mais rápido possível. Ela estava evitando todo mundo desde manhã porque todo mundo vira seu hematoma, mas dessa vez houve alguém que ela não conseguiu evitar: um certo modelo, loiro, que estudava em sua classe, e que esbarrou nela logo na saída.

(Adrien): Marinette?

(Marinette, nervosa): A-A-Adrien?

(Adrien): Eu estou preocupado com você. Me conta, o que aconteceu?

(Marinette, nervosa): Não aconteceu nada, olha, (tira os óculos escuros, mostrando o olho maquiado) foi só um hematoma bobo, viu? Já passou.

O garoto segurou com firmeza nas mãos da mestiça, fazendo o rosto dela esquentar.

(Adrien, preocupado): Marinette... não mente para mim, por favor!

(Marinette, corada): A-Adrien, n-não foi nada. Eu estava dormindo, fiquei me revirando na cama e bati o rosto no criado-mudo foi só isso.

Dessa vez, ela acabou recebendo um abraço apertado do garoto loiro, e ficou atônita, achando que ia desmaiar a qualquer momento.

(Adrien): Se você estiver com algum problema, sabe que pode contar comigo, né?

O garoto então foi embora, sua carona já havia chegado. Marinette ficou ali, parada, com a boca aberta, até sentir alguém botar o dedo abaixo do seu queixo para fechar sua boca.

(Alya): Meus parabéns, amiga!

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Um Renault Duster prateado estava cruzando as ruas de Paris e havia acabado de estacionar na garagem de uma casa da Rue de la Paix. Do veículo saíram a policial Charlotte, que não estava de serviço e seu filho Jacques. O garoto estava de mal com a mãe, enquanto a policial estampava no rosto o resultado de uma péssima noite de sono. Os dois haviam acabado de entrar na casa e a discussão havia começado.

(Jacques, chateado): Mãe, nós temos que conversar. É sobre algo que você fez.

Charlotte era uma mãe atenciosa, mas detestava conversar sobre o trabalho com o filho. Ser a policial mais durona de Paris era algo que acabava com seus neurônios, e quando ela estava com o filho ela queria esquecer um pouco disso.

(Charlotte): Eu não fiz nada de diferente do que faço, Jacques. Eu bati em uns bandidos, atirei em outros, prendi mais alguns... o de sempre.

(Jacques): Se foi apenas o de sempre, então me explica por que todas as redes sociais estão compartilhando esse vídeo feito loucas!

Charlotte viu o vídeo que seu filho mostrou, onde ela estava literalmente se agarrando e trocando sopapos com Chat Noir. Olhando agora, a policial se sentia meio envergonhada pela postura infantil, mas isso não mudava seu pensamento sobre Chat Noir e Ladybug.

(Charlotte, séria): Ele me agrediu, e eu revidei! Agredir um policial em serviço é crime, sabia, Jacques?

(Jacques, sério): Abuso de autoridade também é crime, sabia, mãe? A Sabrina me contou que o pai dela disse que você deu um murro na Ladybug por nada!

(Charlotte, se irritando): Ela estava me atrapalhando! Além disso, ela é uma criminosa!

(Jacques, se irritando): Se não fosse por ela você provavelmente teria levado uns tiros e as caminhonetes teriam fugido todas, por causa dela foi que você capturou aqueles bandidos!

(Charlotte, furiosa): Jacques Olivier, não se atreva a falar comigo nesse tom!

(Jacques, furioso): A Ladybug salvou a minha vida e você nunca mostrou um pingo de gratidão por conta disso! Ela pegou aqueles bandidos na Champs-Elysées e mesmo assim você a persegue como uma criminosa! Às vezes eu vejo filmagens suas em serviço e, ao invés de ver minha mãe, eu vejo uma monstra sedenta por sangue!

Aquilo foi a gota d’água, Charlotte deu uma bofetada no próprio filho, deixando uma marca vermelha bem visível no lado direito do rosto dele.

(Charlotte): Você não abre mais a boca para falar do meu trabalho dentro dessa casa! Você está entendendo? Você entendeu? Quem manda nessa casa aqui sou eu!

O garoto já estava chorando, mas com muita fúria, ele já estava saindo de casa, mas resolveu se virar para dar um último golpe.

(Jacques, transtornado): Eu te odeio!

O garoto bateu a porta de casa e foi embora, só aí que a ficha de Charlotte caiu: ela deu uma bofetada no próprio filho! Ao cair em si, a policial que, naquela madrugada, estava fazendo mingau de bandidos com as próprias mãos, caiu de joelhos e começou a chorar amargamente. Ela agarrou um retrato, que mostrava uma foto dela, mais nova com seu marido.

(Charlotte, chorando): Me desculpa, Achille, eu sinto muito! Eu bati no nosso filho! Eu não tive a intenção!

Enquanto isso, o garoto foi até um lugar que ele sempre ia quando estava estressado: uma academia de tiro com arco que ficava no quarteirão ao lado do quarteirão de sua casa.

(Atendente): Escuta, nós vamos parar daqui a 10 minutos para o almoço.

(Jacques): Que seja, eu só preciso de cinco.

O garoto pegou um arco, várias flechas e começou a atirar contra o alvo. Ele estava tão furioso com o que aconteceu há pouco que metade das flechas não chegavam ao alvo. Mas Jacques não se importava, tudo o que o garoto queria mesmo era descontar sua raiva naquele alvo, enchendo-o de flechas.

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Enquanto isso, o famoso vilão de Paris espreitava o filho de Charlotte. Aparentemente, Hawkmoth não parava nem perto da hora do almoço.

(Hawkmoth): Um jovem, fã da Ladybug, filho de uma policial que a odeia, que interessante! Todos sabem como policiais odeiam super-heróis! Bom, não é do meu feitio criar heróis, mas um anti-herói já é meio caminho andado para um vilão. Talvez eu não possa atacar Ladybug e Chat Noir diretamente, mas a fúria desse garoto será perfeita para um de meus akumas. (segura a borboleta, preenchendo-a com energia sombria) Voe para lá, meu pequeno akuma do mal, penetre o coração desde jovem como uma flecha!

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

A atendente já estava indo na direção de Jacques, para adverti-lo que já estava na hora do intervalo de almoço, mas bem nesse momento a borboleta negra pousou no arco do garoto e a máscara brilhante apareceu em seu rosto.

(Hawkmoth): Sentinela, a cidade está cheia de criminosos, alguns tão perigosos que só a polícia é ineficiente para pará-los, por isso a cidade precisa de heróis. Por isso estou lhe dando poderes para ser o maior dos heróis, mas tem algo que quero em troca, e que vou pedir posteriormente.

(Sentinela): Sozinho vou fazer da justiça realidade!

A névoa negra cobriu o jovem, e quando se dissipou ele estava vestido com um traje verde com padrão de camuflagem do exército. Seu traje também tinha um capuz verde, e sua arma era um arco e uma bolsa cheia de flechas.

(Sentinela): Eu preciso ir, o dever me chama!

(Atendente): Espere, você não pode levar... (Sentinela vai embora), o arco.

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Charlotte estava dirigindo por toda Paris em busca do filho. Ela estava super-preocupada porque a atendente da academia disse que ele havia saído sabe-se lá para onde. Pior: bem nesse momento ela havia recebido uma transmissão do distrito policial!

(Transmissão): Capitã Olivier, há uma briga de gangues ocorrendo no bairro Monmartre! Você precisa ir até lá agora mesmo!

(Charlotte, aflita): Comissário, não posso ir agora! Meu filho desapareceu, tenho que acha-lo urgentemente!

(Comissário): Vamos mandar uma viatura para procura-lo, mas agora a prioridade é que você resolva isso!

Charlotte sentiu-se tentada a responder àquilo. Como alguém podia dizer para uma mãe que havia outra prioridade que não fosse achar seu filho? Mas ela sabia que, na polícia, ela não era uma mãe, e sim uma capitã da polícia. Então ela foi cumprir seu dever.

Chegando no lugar marcado, mais outras três viaturas chegaram, mas ela e os parceiros sequer tiveram tempo de interceptar as gangues: uma flecha atirada começou a lançar gás lacrimogênio para todos os lados. Então, uma figura mascarada pulou no cenário e começou a descer o sarrafo nos bandidos, que eram mais ou menos uns vinte ou trinta. Alguns levaram socos e chutes, outros levaram golpes de arco e outros tomaram flechadas. Os policiais recuaram, assustados com a eficiência e letalidade daquele vigilante, então ergueram suas armas em direção ao nevoeiro, de onde saíam gritos de dor e pedidos desesperados por clemência.

Até que tudo ficou em silêncio, e o vigilante saiu empunhando seu arco.

(Charlotte): Aqui é a polícia! Largue o arco e ponha as mãos para cima!

(Sentinela): Charlotte Olivier, você falhou com essa cidade!

O vigilante akumatizado disparou uma flecha explosiva em uma das viaturas, fazendo os policiais caírem no chão. Depois, com uma agilidade assustadora, começou a soltar flechas nos cerca de 16 policiais presentes, que ficaram gravemente feridos. Charlotte pegou sua arma e se preparou para atirar, mas o Sentinela deu um disparo e arrancou a pistola de Charlotte com sua flecha. O akumatizado se preparou para disparar outra, mas acabou reconhecendo sua mãe na farda e, inconscientemente, mudou a flecha convencional para uma flecha-taser, não-letal.

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Enquanto isso, na casa de Marinette, ela já havia almoçado e estava mexendo em seu celular no quarto, procurando algo legal no Facebook, quando viu uma notícia urgente: Um vigilante mascarado, armado com arco e flecha interviu numa briga de gangues. Se fosse só isso, não seria tão grave, mas a notícia dizia que ele havia atacado um grupo de policiais que ia intervvir no local. Pior: Charlotte Olivier havia sido ferida pelo tal vigilante.

(Tikki, preocupada): Será que esse tal vigilante pode ser um akumatizado?

(Marinette): Eu não sei, Tikki.

(Tikki): Vamos, nós temos que investigar.

Marinette não respondeu, ainda estava encarando o celular, séria. Tikki percebeu algo estranho no olhar de sua amiga humana.

(Tikki): Marinette, tem alguma coisa te incomodando?

(Marinette, séria): Charlotte... ela me deu um murro no rosto enquanto eu a impedia de linchar aquele criminoso, e também ela deu um tiro no Chat Noir. Ela conseguiu atirar no meu ioiô e numa das tranças do meu cabelo como advertência, não tem como aquele tiro que o Chat Noir levou ter sido acidental.

(Tikki): Marinette, não me diga que...

(Marinette): Se fosse realmente um akumatizado, ele deveria estar atacando bem mais pessoas inocentes. E se for só um garoto revoltado agindo como justiceiro? Desculpe Tikki, eu não vou me meter nisso.

Tikki ficou perplexa, ela conseguia ver nos olhos de Marinette que ela não queria se transformar porque estava com rixa com a capitã da polícia. Claro, ninguém podia culpa-la, mas ela era uma heroína, não podia deixar de socorrer alguém só por rixa.

(Tikki, séria): Marinette Dupain-Cheng, não acredito que você está se recusando a ajudar uma policial só por conta de uma rixa!

(Marinette): Tikki, não é nada disso, está bem? É que eu cansei de ficar me metendo nos assuntos da capitã Olivier e atrair a inimizade dela. Ela não precisa da Ladybug e ponto final.

(Tikki): Está enganada Marinette. Se não fosse por você, ela teria tido muitos problemas enfrentando aqueles bandidos com metralhadoras no armazém da Champs-Elysées. Se não fosse por você, ela teria perdido o filho quando ele foi feito de refém pelo Fogueteiro. E se não fosse por você, aqueles bandidos da madrugada de hoje teriam fugido! Ela precisa da Ladybug, sim! Mais: ela precisa de alguém que mostre isso para ela!

(Marinette): Mas ela não gosta de mim. Aposto que se dependesse dela, a Ladybug já estaria algemada e jogada numa solitária!

(Tikki): Você é uma super-heroína Marinette, você tem que ajudar as pessoas independente do que ache delas. Veja a Chloe, por exemplo, ela vivia lhe hostilizando, mesmo sendo fã da sua versão mascarada, e você viu como ela pareceu preocupada com seu estado hoje de manhã. Se a Marinette conseguiu tocar o Chloe, tenho certeza de que conseguirá tocar a capitã Olivier.

(Marinette): Tem razão! Esse é o meu dever, e eu preciso cumpri-lo! Tikki, transformar! YEAH!!!

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Charlotte estava no hospital, seu estado não era tão grave, mas precisou ficar de observação para ver se não teria nenhuma arritmia por conta da flecha-taser. Além disso, ela queria estar perto dos companheiros feridos. Foi aí que ela ouviu algo bizarro: alguém batendo na janela do seu quarto de hospital... que ficava no 2º andar! Charlotte abriu as cortinas e viu a heroína que tanto perseguia.

(Ladybug): Capitã Olivier, eu posso entrar?

O primeiro instinto da policial foi colocar a mão do coldre e sacar a pistola, mas ela se lembrou que a gerência do hospital confiscou a arma, já que Charlotte estava lá como paciente, não como policial. Então ela não teve outra escolha a não ser abrir a janela para a heroína entrar.

(Charlotte, séria): O que você quer, Ladybug?

(Ladybug): Eu fiquei sabendo do que aconteceu, eu sinto muito.

(Charlotte): Não preciso da sua pena, delinquente!

Ladybug não gostou nada da postura da policial, sabia que seria má ideia aparecer ali.

(Ladybug, séria): Quer saber? Então está bem, vou embora.

(Charlotte): Ladybug?

A heroína ainda se virou uma última vez e notou que a expressão facial da policial havia amolecido.

(Charlotte): O meu filho... Jacques... aquele rapaz que você salvou no aniversário da filha do prefeito... ele te admira muito, sabia?

(Ladybug, sorrindo): Sério? Diz para ele que eu mandei um abraço.

(Charlotte): Ele sumiu, Ladybug. Está desaparecido.

(Ladybug, preocupada): E o tal arqueiro está solto por aí! Ele pode acabar se machucando!

(Charlotte): Ladybug, escuta... eu sei que não tivemos uma boa relação... mas... eu preciso muito de ajuda para achar meu filho!

(Ladybug, estendendo a mão): Eu posso ajuda-la, sou uma super-heroína, esse é o meu tipo de trabalho.

Charlotte deu um sorriso e retribuiu com um aperto de mão fraternal.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpem por quebrar esse capítulo em duas partes. Eu estou trabalhando tanto no desenvolvimento psicológico dos personagens que estou tendo que dividir capítulos ao meio. Eu pensei que seria legal fazer capítulos abordando mais o perfil psicológico de outros personagens, que não fossem os protagonistas. Fiz isso com a Lila, depois a Chloe e agora a Charlotte, quem será o próximo? Continuem lendo para descobrirem.
Mandem também suas sugestões e dicas, toda opinião é importante para mim.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Miraculous - Defensores de Paris" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.