Progênie Maldita escrita por MarcosFLuder


Capítulo 9
Pequenas formigas numa pia


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, capítulo 9 postado hoje. Espero que quem esteja acompanhando aprecie a história.



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PENITENCIARIA DE LEICESTERSHIRE – LONDRES TROUXA – 1981

            Adam Campbell vivia aquela realidade a muitos anos. Ainda assim, o espanto era inevitável toda vez que lidava com uma demonstração de poder da criatura à sua frente. Ele o conhecera quando ainda era uma criança estranha, assustadora para alguns, embora não para ele. Nunca sentira medo dele, nem mesmo após descobrir a verdade sobre sua real natureza. Muitas conjecturas passavam por sua cabeça, a respeito dessa necessidade obsessiva em sempre visitá-lo. A mais provável hipótese deveria ter a ver com Ivy, a lembrança que ela despertava em ambos, um laço compartilhado afinal. Agora ele estava ali, mais uma vez. Adam notou a euforia estampada em seu rosto, com um aspecto que beirava o horripilante, dada a completa falta de humanidade expressa nele.

— Por que essa euforia toda, Tom? – Adam sentia algo familiar no que via diante dele.

— Tudo está preste a terminar meu caro – Voldemort responde – daqui eu irei até uma pequena vila bruxa e finalmente porei um fim ao único empecilho que está entre mim e o poder absoluto.

— Você está falando da tal profecia que o perturba tanto?

            Lorde Voldemort olhou para o homem envelhecido à sua frente. Não havia necessidade de subterfúgios entre eles. O homem que inspirava tamanho terror no mundo bruxo sabia que podia desfrutar de completa segurança naquele lugar. Ali ele podia deixar de lado a máscara que mantinha perante seus Comensais da Morte, bem como de todos os que cruzaram seu caminho. Ali ele ainda era Tom Ridlle Jr, podendo demonstrar o temor que sentia diante da profecia que atormentava seus dias. Um temor que o acompanhava desde que viera a conhecê-la, desde que esta se tornara uma ameaça a tudo pelo que ele lutou para se tornar. O homem que era conhecido como o maior bruxo das trevas de todos os tempos precisava estar ali, antes de ir matar um bebê chamado Harry Potter.

— Quando ele morrer, nada mais irá me ameaçar – havia um sorriso demoníaco no rosto dele ao falar.

— Não te causa nenhum sentimento de hesitação, a idéia de matar um bebê, Tom? – não há no rosto de Adam Campbell, nada que se assemelhasse a horror ou indignação, era apenas uma mórbida curiosidade.

— Eu estou absolutamente tranqüilo em relação a isso, Adam – Lorde Voldemort respondeu – lembre-se, foi você mesmo quem me mostrou o quanto devo deixar de lado quaisquer conjecturas morais diante de um assassinato.

— Bom eu... isso foi a muito tempo, e eu certamente não estava falando de bebês.

— A morte é a mesma para todos nós, Adam – o rosto de Voldemort é uma máscara fria, revelando uma serenidade assustadora – todos nós somos apenas pequenas formigas numa pia, lembra? Nosso destino dependendo apenas de um momento de impaciência.

SOCIEDADE DAS ARTES OCULTAS – LONDRES TROUXA – 1939

            Os dois corpos permaneciam no chão, o sangue formando duas poças em volta deles. Albert e Sam olhavam cheios de temor, ambos querendo gritar, mas sendo contidos pelo orgulho masculino, além do olhar de Adam. Tom, por sua vez, observava os dois cadáveres com mórbida fascinação. Era a primeira vez que estava diante de gente morta. Não havia medo nele, embora estivesse tenso. Eram as conjecturas em sua mente que o perturbavam. A hesitação em matar o velho, ainda que a vontade de fazê-lo fosse enorme, fazia o seu cérebro fervilhar em dúvidas e conjecturas. O desejo de matá-lo com um feitiço era apenas uma desculpa, ele sabia agora, afinal, chance ele teve de pegar sua varinha, mas não o fez. Em verdade, o que não teve mesmo foi coragem de cruzar essa linha, e isso o deixava inseguro sobre seu futuro. Adam é quem teve de terminar o serviço, tal como fizera com o outro homem.

Ele procurava entender no seu íntimo, o porquê de ter hesitado. A crueldade não lhe era estranha. O ódio era para ele um bom alimento para seus desejos. Matar outra pessoa não era algo que já não tenha desejado antes, sem que por isso, qualquer culpa assaltasse seus pensamentos. Ainda assim, quando a oportunidade se apresentou, tudo o que fez foi encontrar uma justificativa para sua hesitação. Olhou para os dois corpos com indiferença. Não havia remorso, temor, muito menos pena. Assim que saíssem dali, se não fosse mais obrigado a voltar a essa questão, sabia que logo esqueceria a morte deles. Não se via perdendo noites de sono, não deixaria de comer, beber, nem perderia tempo pensando no assunto. Ele tinha apenas uma preocupação: se hesitaria mais uma vez, numa outra situação como aquela.

A atenção de Tom se voltou para o jovem que cometera os dois assassinatos. Adam Campbell se mantinha frio e no comando. Ivy estava ao lado dele, o rosto tenso, mas ao mesmo tempo refletindo a segurança que Adam lhe passava. Isso não significava que não fosse possível notar a tensão no corpo dele, nada muito evidente, além de um leve tremor nas mãos. Tom o viu fechar os olhos por uns breves segundos e suspirar. Voltou a abri-los, e se podia ver neles uma firme resolução. O tremor nas mãos desapareceu. Decisões precisavam ser tomadas e Tom estava indócil para que isso acontecesse logo. Ele sabia que não podia tomar a iniciativa. Só lhe restava confiar em Adam, e este não demorou em fazer jus a esta confiança.

— Chega de tudo isso, nós viemos para cá por um motivo – ele disse, fazendo um sinal para Tom e os dois rapazes mais velhos – nós temos que encontrar logo o que viemos aqui buscar.

— Mas... mas e... e eles? – Albert apontava para os corpos. Ele recuou quando Adam veio em sua direção, uma expressão ameaçadora no rosto.

— Vamos fazer tudo como combinamos antes – a voz demonstrando uma firmeza impressionante – esqueçam esses dois, eles não importam mais. Essas portas são bem grossas, duvido que algum criado tenha ouvido algo no andar de baixo.

— Você não tem como saber isso – Albert diz.

— Você está vendo algum deles chegando? – Adam olha para os jovens diante dele antes de voltar a falar – o que todo mundo tem a dizer?

— Nós revistamos o cômodo da ala oeste e não encontramos nada – Sam tomou a iniciativa de falar. A voz dele demonstrava que ainda estava assustado, ainda assim, se encontrava visivelmente mais calmo que Albert – tínhamos acabado de sair quando fomos rendidos pelo grandalhão ali e trazidos para cá.

— Nós não tivemos tempo de revistar nada aqui – era a vez de Ivy dar o seu relatório – o velho asqueroso acertou o Tom assim que entramos e depois o grandalhão chegou com os meninos.

— Eu revistei todo o cômodo da ala norte – Adam responde – revistemos esse cômodo, se não encontrarmos nada, iremos para a ala sul.

            As ordens de Adam tinham um tom imperioso, do tipo que não admitia contestação, todos ali, inclusive Tom, sentindo a força daquelas palavras. O jovem bruxo nota quando Adam volta seu olhar para Ivy, sorrindo para ela, e sendo retribuído da mesma forma. Ele viu no olhar de ambos a confiança e o entrosamento que um tinha em relação ao outro. Ivy se aproxima dele, mas nada é dito entre os dois. A troca de olhares é suficiente, como uma comunicação muda, quase como se um lesse a mente do outro. Tom via aquilo, sentindo uma grande fascinação, além de, para seu horror, um pouco de inveja do que eles tinham entre si. Como um ricochete, esse pensamento voltava a tomar conta dele.

Era um sentimento que, para o jovem bruxo, representava nada menos que um tormento. Em toda a sua vida, jamais tivera qualquer necessidade de uma aproximação com alguém. Sentia-se bem consigo mesmo, seguro e confiante. As outras pessoas eram apenas peças a serem usadas quando necessário; empecilhos dos quais teria de se livrar. Isso mudou a partir do momento em que a conheceu. Tom sempre odiou o sentimento que ela despertava nele. A alegria que ela lhe despertava com os gestos mais banais. O jovem bruxo via isso como fraqueza, como algo que o tiraria de seus objetivos.  Falar de objetivos quando se tem apenas 12 anos parecia um exagero, mas Tom os tem muito claros dentro de si. Ainda não era uma certeza absoluta quando conheceu Dumbeldore, descobrindo a sua natureza bruxa, mas acabou se tornando quando teve a oportunidade de fazer o primeiro feitiço em Hogwarts.

Tom Ridlle Jr. tinha plena consciência do que o tempo, e a repetição, poderia fazer com muitas das experiências que considerou maravilhosas na primeira vez. Ele não tem duvida que o fascínio sentido, quando embarcou no trem para Hogwarts, não se repetirá quando estiver a bordo na próxima vez. Sua primeira visão do castelo, bem como do grande salão onde foi escolhido para a Sonserina, terão um aspecto de já vivido quando olhar para ambos novamente. Mas de uma coisa ele tinha certeza, jamais perderá a sensação gloriosa que sentiu ao fazer o seu primeiro feitiço. Foi nesse momento que tudo lhe ficou claro. Ele já sabia o que queria: poder. Poder sobre a vida e a morte, poder sobre as pessoas, sobre tudo. O que ele menos desejava era encontrar alguém que tivesse algum tipo de poder sobre ele. Tudo o que ele queria era nunca ter conhecido Ivy.

            Um toque de Adam o faz voltar à realidade. Todos começaram a procurar por algum lugar onde algo de valioso pudesse ser encontrado. Era aquela a verdadeira razão de estarem naquele lugar. Não demoraram a encontrar um cofre atrás de um quadro. A um sinal de Adam, Sam começou o que o líder do grupo chamou de “a sua mágica”. Tom logo viu que essa mágica era apenas a habilidade que o jovem delinqüente tinha de abrir cofres. Deu mais trabalho do que o esperado, mas Sam conseguira mais uma vez. Uma caixa de madeira, com ricos detalhes entalhados, sendo retirada do cofre.

— Vamos abrir a caixa – disse Sam, Tom viu nos olhos de Albert a concordância com a idéia.

— Nada de abrir a caixa – Adam respondeu – essa caixa é nosso passe para sair da encrenca em que estamos metidos. Temos que voltar ao depósito do Fineus.

— De que encrenca está falando? – Tom perguntou, ganhando um olhar duro de Adam.

— Vamos Adam – agora era Ivy quem tentava ponderar com ele – todo mundo aqui sabe que havia mais gente naquela sala para onde você foi com o Fineus.

— O que está havendo Adam? – Sam perguntou – você precisa confiar em nós, como nós confiamos em você.

— Tudo bem, tudo bem – há uma nota de impaciência na voz de Adam, mas está mais do que claro que ele irá contar tudo – havia mais duas pessoas naquela sala.

— Quem eram essas pessoas? E que tipo de acordo você fez com eles – agora era Tom que perguntava.

— Eles disseram que estamos numa grande encrenca – Adam responde – e eu fiz um acordo com eles, pois creio que é a nossa melhor chance de escapar.

— Por que acha que pode confiar nesses sujeitos? – Ivy perguntou.

— Meus instintos dizem que posso e nunca me arrependi de confiar neles.

— Ainda assim, o que nos impede de olhar a caixa antes? Vai me dizer que não está curioso? – Albert perguntou.

— Os dois sujeitos na sala do Fineus foram bem claros sobre isso, nada de ver o conteúdo da caixa. O fato de estar curioso não quer dizer que vou deixar de seguir o que disseram – Adam retorquiu – algo me diz que não é uma boa idéia contrariar aqueles dois.

— Sério mesmo Adam? Você não disse que eles não são perigosos? – Sam perguntou.

— Eu nunca disse que eles não são perigosos – Adam respondeu – eu disse que podemos confiar neles se seguirmos o que me disseram para fazer.

— Você está com medo deles por acaso? – Albert não evitou uma risadinha zombeteira enquanto dizia isso.

            Tom viu o olhar de Adam para o cúmplice. Ele observava a conversa de longe, sua atenção muito mais voltada para a caixa. Os detalhes foram reconhecidos por ele de imediato. Os tinha visto num livro da biblioteca de Hogwarts, justamente na seção de livros proibidos, aquele que só teve acesso graças às suas boas relações com alguns professores, menos atentos de suas reais intenções. A curiosidade de ver o que tinha dentro da caixa era enorme, mas ele se conteve, tratando de voltar sua atenção para Adam, e qual a reação que ele teria com a atitude de Albert.

— Sim Albert, eu tenho medo deles – Adam aproximou-se mais, o rosto quase colado ao de Albert – e seu eu tenho medo deles, você deveria ter muito mais.

— É sério meninos – Ivy se aproxima deles – essa é a pior hora para começar uma briga.

— Talvez seja melhor irmos embora – Tom decidiu intervir também, pois não queria um conflito naquele momento, não quando estava tão interessado no objeto dentro da caixa.

— Você tem razão Tom – Adam disse isso enquanto colocava a caixa numa bolsa – eu quero resolver logo esse problema.

— Talvez seja melhor vocês dois se limparem um pouco – Sam resolveu falar também, ele aponta para Adam e Tom – tem respingo de sangue em ambos – Adam olha a si mesmo diante de um espelho, irritado ao constatar que Sam estava certo.

— Esperem aqui, nós vamos num dos banheiros e já voltamos – Adam faz sinal para Tom e este o segue.

**********************************

            Ambos tinham respingos de sangue pelo rosto e mãos. No caso de suas camisas, as cores escuras ajudavam a esconder bem, por isso não se preocuparam com elas. Tom observou quando Adam tirou a camisa dele, mostrando um tórax já bem definido, embora o que tenha chamado a atenção mesmo foram as muitas cicatrizes e queimaduras que tinha no peitoral e braços. Tom notou a mão de Adam fechada em torno da bica, mas sem abri-la, como se esperasse algo. Ele ligou a bica bem devagar, a água caindo num filete bem fino. O olhar dele voltado para dentro da pia, até se voltar para Tom.

— Você teve medo de matar o velho? – ele perguntou.

— Eu preferia usar a varinha, mas não podia fazer isso na frente dos outros – a resposta de Tom é dada sem que este encare o olhar de Adam, preferindo reparar num grupo de pequeníssimas formigas, todas subindo pela pia para escapar da água.

— Você pode usar essa desculpa com quem quiser moleque, menos comigo – Adam o força a olhar para ele – você teve medo de cruzar essa linha não foi?

            O olhar de Tom era puro ódio, o rosto tomado pelo embaraço. Ele sabia que era verdade, sabia que não conseguia esconder de Adam o que ia dentro dele. Com um movimento, soltou seu rosto da mão dele, voltando a contemplar as formigas dentro da pia, as desesperadas tentativas delas de escapar da água que vinha subindo. Ele viu que Adam continuava segurando a bica, mantendo a água escorrendo como um filete, permitindo às formigas uma chance de escapar. Entretanto, como um deus cruel, ele ligou a bica ao máximo e o fio d’água virou uma torrente, engolindo todas elas. Tom as viu flutuando até que Adam fechou a bica, a água descendo pelo ralo com elas. Ambos ficaram olhando durante mais um tempo, até Adam voltar a ligar a bica, pegando a água com as mãos e começando a limpar os respingos de sangue do seu corpo.

— Você acha que existe algum poder além de nós, moleque? – Adam perguntou.

— Você quer dizer Deus? – Tom tem uma expressão de dúvida no rosto – eu nunca pensei nisso.

— Eu já pensei várias vezes, principalmente nas noites em que tive de dormir na rua, com fome e com medo. Sabe a que conclusão eu cheguei? – Adam termina de se limpar e pega uma toalha – se ele ou... eles existem, certamente estão para nós, assim com nós estávamos para aquelas formigas. Eles podem nos ignorar, pouco se importar com a nossa existência na maior parte do tempo, quem sabe até ter um breve momento de piedade, ou então, fazer conosco o que eu acabei de fazer com aquelas formigas.

— Se é assim, então é melhor que nem existam – Tom começa a se lavar também.

— Eu diria que esse é um bom pensamento, moleque – Adam dá um meio sorriso enquanto o vê pegando outra toalha.

— As duas pessoas que estavam naquela sala eram bruxos? – Tom notou uma pequena mudança no rosto de Adam ao perguntar.

— Sim, eles eram – Adam olha para o garoto e suspira – quer saber o que houve lá dentro? – a expressão no rosto de Tom não deixava duvida sobre qual seria a resposta.

BAIRRO NA ÁREA PORTUÁRIA – LONDRES TROUXA – HORAS ANTES

            Adam olhava de fora a discussão em tom baixo que os dois bruxos estavam tendo. Estava muito claro para ele que havia uma discordância entre os dois sobre como agir. Ele refletia sobre isso, ignorando totalmente as tentativas de Fineus de puxar conversa. Seus olhos estavam cravados nos dois bruxos, buscando perceber qual a melhor forma de lidar com as diferenças entre eles. Adam estava assustado, seus instintos lhe diziam que ele e seu grupo estavam correndo grande perigo, e não tinha como saber até que ponto os dois bruxos que discutiam no canto eram realmente confiáveis. Ambos param de discutir, aparentemente tendo chegado a um acordo. É o bruxo com a cicatriz no rosto quem toma a iniciativa de falar.

— Nós sabemos que você não tem praticamente nenhum conhecimento sobre o mundo Bruxo, Adam – ele começa a explicar – por isso nós entendemos que algumas coisas podem soar-lhe confusas.

— O que quer dizer? – Adam pergunta, mais uma vez sem se preocupar em se dirigir especificamente a um dos dois.

— O que você realmente sabe sobre o bruxo que está interessado nos objetos que você e seu grupo roubam? – agora é o outro bruxo quem toma a iniciativa de perguntar.

— Tudo o que eu si é que Burke e Fineus quase se cagam quando falam nele – Adam ignora a expressão indignada de Fineus, o olhar voltado apenas para a dupla de bruxos que acabara de conhecer.

— Eles têm bons motivos para isso, meu jovem – Adam percebe no bruxo com a cicatriz um tom de voz bem melancólico – aquele homem é um dos mais perigosos bruxos das trevas que já existiram. Você e seus amigos estão correndo um grave risco de morte nas mãos dele.

— Imagino que vocês dois estão aqui para oferecer uma salvação para nós – Adam procura manter a firmeza ao falar, mas todos os seus instintos lhe dizem que deve ficar apavorado.

— Nós vamos preparar você – disse o bruxo com a cicatriz no rosto – vamos garantir que você possa lidar com ele de acordo com o que planejamos.

BAIRRO NA ÁREA PORTUÁRIA – LONDRES TROUXA – TEMPO ATUAL

— Você parece muito nervoso, Fineus – o bruxo com a cicatriz afirmou.

— Estou preocupado que Adam e seus garotos não achem o que estão procurando.

— Eles conseguirão, não se preocupe – o outro bruxo respondeu – a informação de meu colega é precisa.

— O que eles precisam encontrar está naquele lugar onde os Trouxas se reúnem para falar sobre o que eles pensam que sabem a respeito de bruxaria – o bruxo com a cicatriz afirmou.

— Por que os senhores mesmo não foram lá buscar? – Fineus está muito curioso para saber.

— Por que não queremos chamar a atenção, meu caro – o outro bruxo respondeu – nós teríamos de usar magia, e o Ministério mantém lugares como aquele sob a mais estrita vigilância – uma batida na porta chama a atenção de todos. Fineus vai atender. É um de seus empregados com um recado. O bruxo exilado decide não ficar com ele na sala, acabando por sair sem nem perceber os olhares significativos que os dois outros bruxos trocavam entre si.

— Creio que está quase na hora do ataque – disse o bruxo com a cicatriz no rosto.

— Isso não está certo – o outro bruxo estava muito contrariado – era para estar apenas o Fineus aqui.

— Não dá para recuar agora, meu caro.

*********************************

— O que você quer? – Fineus pergunta ao empregado, ambos já fora da sala.

— Recebi um telefona do tal Belac – o empregado informa – ele mandou dizer que já tem a encomenda e deve chegar daqui a pouco mais de 1 hora.

— Isso é muito bom, eu...

Um arrepio de morte toma conta de seu corpo enquanto as palavras morriam na boca de Fineus. Primeiro foi o barulho muito familiar, algo que não ouvia desde que fora exilado do mundo bruxo. O coração dele acelera quando vê o primeiro bruxo aparatando bem de frente a ele, além das outras pessoas presentes. Estas, ao contrário dele, sem ter a menor idéia do que estava acontecendo. Fineus sim, tem a exata idéia, principalmente depois de ver mais um bruxo aparatando. O terror toma conta dele, pois sente que a visão daquele bruxo antecede a própria morte.


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Notas finais do capítulo

Daqui a 15 dias tem novo capítulo para ser postado. Até lá.



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