Progênie Maldita escrita por MarcosFLuder


Capítulo 7
A Sociedade das Artes Ocultas


Notas iniciais do capítulo

Postando o novo capítulo como prometido. Nossa história chegando no ponto em que algumas questões serão apresentadas para ser melhor aprofundadas nos capítulos seguintes. Ainda não é nesse capítulo que conheceremos o principal vilão dessa história, mas a sombra dele paira cada vez mais ameaçadora. Aproveitem a leitura.



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PENITENCIARIA DE LEICESTERSHIRE – 13 ANOS DESDE A ÚLTIMA VISITA DE VOLDEMORT

            Durante treze anos não houve nenhuma visita. De início foi um alívio para ele. Com o tempo, no entanto, se seguiu uma mórbida curiosidade. Os anos se passaram sem novos contatos, e com eles veio o tédio, a certeza de uma existência vazia, a lenta espera da morte. As lembranças daquelas conversas se tornaram então tudo o que lhe restava de bom na vida. Ele sabia que morreria naquela prisão. Nada havia lá fora que valesse a pena lutar por uma condicional. A culpa que sentia em relação a Ivy, com o tempo, se tornou apenas uma saudade melancólica, uma lembrança agridoce. Adam Campbell passava as suas noites mergulhando em sonhos e recordações, pois era tudo o que lhe restava. O rosto dela era um vulto agora, assim como a voz, um eco distante e inaudível. Tudo o que restava para ele era a sensação provocada pela lembrança do sorriso. Com o passar dos anos surpreendeu a si mesmo desejando o retorno das visitas, de tudo o que restava da vida que não teria mais.

            O desejo se tornou realidade numa tarde chuvosa e sombria, como sempre, num dia em que as visitas oficiais não eram autorizadas. Adam se encontrava em sua cela, sem a menor vontade de falar com alguém. Um guarda o mandou acompanhá-lo e, o costume de longo tempo na prisão, fez com que o seguisse sem relutância. A surpresa em seu rosto, ao ver o mesmo homem elegante que o visitara tantas vezes, causou nele sentimentos conflitantes. O que se podia notar superficialmente era o ar chocado, de alguém que parece ver outra pessoa voltar da morte. O guarda se retira, só agora Adam notando nele o olhar perdido; típico de uma pessoa que estava sob o efeito da maldição Imperius. Os dois homens ficam frente a frente, um breve silêncio antes de Adam tomar a iniciativa de falar.

— Achei que estivesse morto – ele disse.

— Eu não estive muito longe disso – Voldemort respondeu, seu rosto voltando à sua forma habitual, agora que estavam apenas os dois – foram 13 longos anos em que vaguei pelo mundo como uma espécie de fantasma disforme, mas agora estou de volta.

— O que houve com você? Eu me lembro de vê-lo sair daqui cheio de confiança, certo de que conquistaria tudo o que desejava naquela noite.

— É verdade, Adam – é possível notar um ligeiro estremecimento no rosto de Voldemort – eu acreditei que aquela noite tudo se abriria para mim, um futuro brilhante, como eu sempre me achei merecedor.

— Está na cara que não foi isso que aconteceu – Adam afirmou.

— Não importa, isso é passado agora – Voldemort recupera a velha expressão fria e neutra – o que importa é que estou reunindo os meus seguidores. Logo eu terei todo o mundo Bruxo em minhas mãos.

— E o que está fazendo aqui, então?

— Eu vim me lembrar, Adam – Voldemort respondeu – me lembrar de tudo o que tive que abrir mão, tudo o que tive de sacrificar, para chegar até aqui.

— Você quer dizer se lembrar dela? – um ar de profunda tristeza toma conta de Adam, assim que termina de falar. Este, ao olhar nos olhos de Voldemort, ainda que ambos parecessem duas órbitas sem vida, também nota, mesmo que num breve segundo, a mesma tristeza.

— É tudo passado agora, Adam – Voldemort dá um leve suspiro, algo que Adam ainda vê com incredulidade – reconheço que durante os treze anos em que estive naquele estado deplorável, me assaltaram algumas dúvidas. Em breves momentos eu me perguntava se realmente tudo valeu a pena.

— E o que tem a dizer sobre isso? – ele vê Voldemort se levantar, um com o olhar cravado no outro.

— Eu tenho a dizer que tudo valeu a pena, Adam. Tudo o que tive de sacrificar, tudo o que tive de abrir mão. Eu faria tudo de novo.

— Mesmo ela? – Adam se levanta também, os olhos marejados agora, mas ainda continuando a encarar a figura de rosto ofídico à sua frente. Um silêncio que parece muito longo se estabelece, até que Voldemort volta a falar.

— Tudo valeu a pena, Adam – o bruxo respondeu – até mesmo o sacrifício dela.

BAIRRO NA ÁREA PORTUÁRIA – LONDRES TROUXA – 1939

            Eles tiveram que andar bastante até chegar no local. Era um galpão com um ar abandonado, na parte mais depreciada do porto de Londres. Ainda era final de tarde, mas mesmo o raro dia de sol não era capaz de dar ao local um ar mais acolhedor. Tom nunca viera àquela parte da cidade antes. O ar de novidade se perdia totalmente diante da visão decadente e abandonada, o ar de ruína e desolação que o lugar exalava. Ele caminhava entre Adam e Ivy, com Sam e Albert atrás dele. O grupo parou, enquanto Adam se adiantava e batia com força na porta. Esta não demorou a abrir, permitindo a todos vislumbrar a figura mal encarada que lhes oferecia entrada.

            A parte de dentro do galpão não oferecia uma visão melhor do que era visto no lado de fora. Havia várias pessoas no local, medindo, contando e conferindo todo o tipo de mercadorias que Tom pudesse imaginar. Ele não precisou de muita reflexão para concluir onde iam parar todos os itens roubados que vira na casa da esquina. Um outro sujeito veio até eles, tinha um aspecto sujo e desagradável, mas, ao mesmo tempo, algo nele pareceu comum a Tom, deixando-o intrigado. Ao vê-lo mais de perto, pôde confirmar sua desconfiança. Ele vestia uma calça social comum, bem gasta, um terno amarrotado, quase encardido. No entanto, o que se destacava para Tom era a gravata colorida, com desenhos que seriam considerados estranhos para os Trouxas, mas que o jovem aluno da Sonserina reconheceu facilmente. Havia também, por baixo do terno, uma camisa com uma estranhíssima combinação de cores.

— Como vai Belac? – ninguém ali se mostrou surpreso por Adam Campbell ser chamado assim, pois este já tinha deixado claro a todos como era conhecido nesse meio – finalmente conheci a sua pequena gang – Tom, Albert e Sam receberam apenas um olhar displicente, mas foi Ivy quem realmente atraiu a atenção dele.

— Não tenho tempo para conversa fiada, senhor Fineas – Adam foi direto ao ponto, ainda que não demonstrasse qualquer irritação pelo olhar cobiçoso que o homem fixava em Ivy

— É claro! Imagino que esteja aqui para buscar um carro para o trabalho desta noite.

— Exatamente!

— Nós temos que conversar sobre isso – Adam notou uma ligeira mudança no olhar do homem à sua frente. Um temor em seus olhos que o pôs em alerta imediato – a quanto tempo você trabalha para mim, Adam?

— Eu não trabalho para o senhor! – Adam disse, de maneira bem incisiva; o olhar do homem mostrando uma certa surpresa ao ouvi-lo falar daquela maneira – eu e meu pessoal entregamos mercadorias que são do seu interesse adquirir, e somos pagos por isso.

— Deixe-me reformular a pergunta então – o homem abre a boca e mostra um sorrido de vários dentes faltando, uma visão muito desagradável – a quanto tempo nós temos essa... como direi... associação mutuamente lucrativa?

— Eu me lembro de ter levado minha primeira mercadoria ao senhor a pelo menos cinco anos – Adam responde.

— Essa parceria não teria durado tanto se não fosse...

— Por que não vai direto ao assunto, senhor Fineas? – o homem dá um suspiro de resignação, como se aceitasse finalmente fazer algo que procurava evitar ao máximo.

— Nos últimos dois anos eu me associei ao senhor Burke e solicitamos que você e sua gang passassem a roubar alguns... itens especiais.

— Aqueles manuscritos estranhos – a voz de Sam se fez ouvir. Um olhar mais incisivo de Adam o fez calar. Este voltou a olhar para Fineas, indicando de maneira silenciosa que ele voltasse a falar.

— Você é um rapaz inteligente, Adam – Fineas pigarreou ligeiramente, um típico sinal de que estava receoso em tocar no assunto – enfim, você já deve ter percebido que eu e Burke, bem... nós dois não somos... propriamente... como direi... nós dois não estamos exatamente no topo da cadeia alimentar.

— Quem é o verdadeiro chefe então? – Não era apenas Adam quem estava curioso, Tom mal conseguia segurar a ansiedade por respostas, o mesmo acontecendo com Ivy e os outros.

— Alguém que você e seus amigos não iam gostar de conhecer, acredite em mim – o olhar de Fineas dizia tudo. Havia muito medo ali.

— Você o conheceu! – agora foi Tom quem falou. O nervosismo de Fineas era tão claro que nem mesmo questionou o fato da pergunta ter sido feita por um garoto de 12 anos.

— Eu estive com ele alguns dias atrás – a voz de Fineas era baixa agora, quase como se temesse ser ouvido – vocês não imaginam a sorte que é serem invisíveis para ele.

— Qual é o problema, Fineas? – Adam perguntou.

— Ele está impaciente pelo que foi conseguido nesses dois anos – era cada vez mais visível agora a expressão de medo em Fineas.

— Você e o senhor Burke nos pagam para conseguir os manuscritos, mas nunca disseram realmente o que queriam com ele – a voz de Adam traia uma certa impaciência – agora me dizem que são apenas intermediários de um cara aparentemente assustador que quer alguma coisa com esses manuscritos. O que ele quer afinal?

— Os manuscritos são apenas um meio – Fineas respondeu.

— Um meio para quê? – agora é a vez de Ivy saciar sua curiosidade, a voz dela fazendo com que o olhar de Fineas mostrasse algo que não apenas medo.

— Tire esse olhar pervertido da minha namorada e diga logo o que ele quer – Adam finalmente demonstra o desagrado pela forma como Ivy é olhada por Fineas.

— Ele quer uma coisa chamada Pedra da Ressurreição – disse Fineas, a expressão de medo voltando a tomar conta do seu rosto, o olhar quase suplicante voltado para Adam – ele está disposto a matar para conseguir isso.

            Adam Campbell sempre se orgulhou de conhecer as pessoas. Sempre fora capaz de sentir no ar quando uma situação perigosa se apresentava perante ele. Essas qualidades lhe foram muito úteis em sua experiência nas ruas, podia dizer mesmo que o salvou de inúmeras situações de perigo, talvez até mesmo sua vida. Ele podia ver o medo nos olhos de Fineas, sabia também, que não poderia permitir que Ivy, Sam e Albert fossem inteirados sobre o que estava acontecendo, pois claramente dizia respeito a uma parte de sua vida que Adam preferia manter longe do conhecimento deles.

— Podemos conversar isso em particular? – Adam pergunta a Fineus, ignorando o ar de desconfiança que tomava conta de Ivy, Tom, Sam e Albert.

— Era justamente o que eu ia sugerir – disse Fineus, com uma clara expressão de alívio em seu rosto – venha comigo.

— Vocês esperem por mim aqui, eu volto logo – Adam disse aos colegas, dando um olhar significativo para Ivy antes de ir com Fineus até uma sala privada.

UM BAIRRO NOBRE NA LONDRES TROUXA – HORAS DEPOIS

            A noite cai sobre o lugar como uma manta escura, enquanto 5 jovens num carro observam o elegante sobrado. Era um edifício com janelas decoradas com vitrais. No teto viam-se gárgulas, como que vigiando o local. Adam, Ivy, mais Sam e Albert, já estavam ali a quase uma hora. Tom logo se deu conta de que Adam conhecia os horários das rondas policiais, pois durante o período que estiveram ali, jamais foram flagrados observando o lugar. O jovem bruxo notou também os dizeres, na placa fixada na entrada: “Sociedade das Artes Ocultas”. Um quê de curiosidade tomou conta dele, imaginando o que um bando de Trouxas, obviamente ricos, imaginavam saber sobre o mundo bruxo.

— O que eles fazem ai dentro? – Tom perguntou a Adam.

— Conversam principalmente. Um monte de conversa fiada sobre o que eles imaginam ser bruxaria, ocultismo e sobrenatural – Adam responde – isso não quer dizer que não apareça um diamante não lapidado no meio de tanto carvão.

— E como vocês sabem de tudo isso?

— Nós chegamos a trabalhar no lugar até os 14 anos – agora é Ivy quem responde – cortesia do antigo administrador do orfanato de onde nós quatro viemos. É claro que sempre trabalhamos em funções bem subalternas

— Isso facilita muito recolher informações – Adam intervém – para a gente que freqüenta esse lugar, quanto mais humilde for o trabalho que você faz, mais invisível você é para elas. Ainda mais se forem crianças.

— Mas vocês não trabalham nesse lugar agora. Como conseguem as informações? – Tom não conseguia evitar o espanto com essas novas informações.

— Há outros garotos trabalhando agora. São eles que passam os informes – Adam respondeu – o sujeito “agradável” que você conheceu hoje providenciou isso para nós, junto com o administrador do nosso antigo orfanato.

            Tom olhou com suspeição para Adam, sabendo que havia muito mais do que isso no que ele acabara de dizer. O fato de conhecer algo sobre ele que não estava ao alcance dos outros lhe dava essa certeza. Além dele, havia também a desconfiança de Sam, Albert e até mesmo Ivy, sobre a conversa particular que tivera com Fineus. Todos notaram que ele saiu ligeiramente diferente dessa conversa, um ar claramente mais preocupado, um sentido de urgência que não tinha antes. O fato de ter se mantido pensativo durante o trajeto até onde estavam, de ter se mantido assim durante todo o período em que vigiaram o local, só deixando todos ainda mais curiosos sobre o teor daquela conversa.

O jovem aluno da Sonserina tratou de guardar essa desconfiança para si quando viu um grupo de crianças vindo em direção ao carro onde estavam. Era um grupo de 4 meninos, que deviam ter menos de 15 anos, sujos, mal vestidos e com uma aparência bem cansada, o retrato escancarado de crianças brutalmente exploradas. O grupo parou no outro lado da rua e apenas um deles tratou de atravessá-la, chegando até onde Adam, Tom e os outros estavam. Adam saiu do carro sozinho e foi falar com o garoto, que limitou a entregar um papel, voltando a atravessar a rua, partindo dali com os outros garotos. Tom os observou se perdendo nas sombras da noite, mas o que tinha chamado a sua atenção mesmo era o ar perdido no rosto do garoto que conversara com Adam, a aparência de alguém que não tinha o controle de sua própria vontade.

Adam retornou ao carro, limitando-se a mostrar o papel que o garoto lhe entregara, este passando de mão em mão, de Adam para Sam, deste para Albert, que o repassou para Ivy, sem tê-lo feito para Tom, que estava entre os dois. O jovem sonserino irritou-se com aquilo, com o fato de ter sido excluído. Era óbvio para ele que nada do que acontecia era inédito para aquelas pessoas, apenas Tom era o novato ali, e isso feria o seu orgulho. Ele viu que todos ali entendiam o que era para fazer, sem que precisassem trocar qualquer palavra. Percebeu a tensão em todos ali, principalmente da parte de Sam e Albert. Mesmo Ivy lançou um olhar de dúvida para Adam. Tom queria perguntar o que estava acontecendo, qual seria o próximo passo deles, mas seu orgulho o impedia. Por mais que estivesse curioso, não era capaz de admitir para eles, ainda mais para Sam e Albert, o fato de que não sabia o que fazer. Era um sentimento humilhante para o jovem bruxo, algo ainda mais acentuado pelo fato de não ter sido capaz de escondê-lo de Adam.

— Eu sei que você está morto de curiosidade moleque, pergunte logo – a voz de Adam soou como uma ordem para Tom, este odiando-o, além de odiar a si mesmo, pelo fato de sentir-se intimidado por ela.

— Está claro que vamos ficar esperando aqui, eu só não sei o porquê – Tom procurou imprimir um ar de firme resolução em sua voz, mas falhou miseravelmente.

— Por favor Adam, apenas diga a ele o que faremos – a voz de Ivy se fez ouvir. Tom sabia que ela estava vindo em seu socorro, o que só aumentou o sentimento de humilhação por precisar disso. Odiou-a por isso.

— Vamos esperar – a voz de Adam soou firme para todos no carro – logo mais a noite iremos invadir o local.

— Eu tenho minhas dúvidas sobre isso, Adam. Nunca fizemos isso antes – ponderou o rapaz chamado Albert – nunca invadimos esse lugar antes, anda mais com tanta gente dentro.

— Por que iremos correr esse risco, Adam? – a voz de Ivy demonstrava uma preocupação que Tom nunca vira antes.

— Outro daqueles manuscritos esquisitos – a voz do rapaz chamado Sam continha uma clara nota de irritação – eu preferia quando a nossa prioridade era roubar coisas realmente valiosas, como jóias, pratarias ou quadros.

— Nós passamos dessa fase já tem tempo, Sam – Adam respondeu de maneira aparentemente tranqüila, mas a tensão no corpo de Ivy não deixava Tom se enganar – agora estamos num patamar que você não está preparado para entender.

— Lá vem você com essa história – disse Albert – mas tudo bem, enquanto a grana continuar entrando eu não me importo se são papéis velhos ou outra coisa qualquer que roubemos. O que me deixa intrigado é que haja segredos entre nós – Adam olha para ele com um sorriso, que Tom descreveria entre o condescendente e o desinteressado.

— Por que não diz o que realmente quer dizer, Albert?

— Você sabe o que eu quero dizer – Albert responde – que segredos o velho Fineus lhe confidenciou naquela conversa particular?

— Eu também estou curioso sobre isso, Adam – Sam interveio também – vocês ficaram um bom tempo naquela sala, e o senhor Fineas me pareceu muito assustado hoje. Sabe-se lá com que tipo de gente ele nos envolveu.

— Gente que paga muito bem para conseguirmos o que eles querem, mas que está impaciente com os resultados – Adam respondeu – quanto a conversa em particular, tudo o que precisam saber é da necessidade de conseguirmos o que essa gente quer o mais rápido possível.

— Você está querendo dizer que estamos correndo perigo, Adam? – a voz de Ivy soou bem preocupada – porque aquele velho pervertido me pareceu realmente assustado.

— A melhor forma de nos protegermos é conseguir o que eles querem. Vamos esperar um pouco mais e depois entramos, e fim de conversa.

A voz de Adam soou num tom que não admitia contestação e o silêncio se fez geral. Até mesmo Tom não se atreveu a contestar quando viu o namorado de Ivy se virar para frente, procurando focar sua atenção no casarão luxuoso que estavam vigiando. Tom notou, entretanto, que ele não estava de fato, olhando para o lugar. Era muito claro que sua mente estava vagando, muito provavelmente para a lembrança daquela tarde. O jovem bruxo não poderia estar mais certo sobre isso, pois a mente de Adam realmente pensava sobre o que acontecera no local particular onde fora conversar com Fineus. Era um segredo que não podia confidenciar a ninguém naquele carro, exceto, talvez, para um garoto de 12 anos, justamente a quem menos confiava entre as pessoas que estava com ele.

FLASHBACK – BAIRRO NA ÁREA PORTUÁRIA – LONDRES TROUXA – HORAS ANTES

            Adam entrou na sala particular junto com Fineus, logo notando as duas figuras presentes ali. A sensação de perigo tomando conta dele de imediato. Os dois homens nada fizeram ao vê-lo, um deles apenas abriu um ligeiro sorriso, que pareceu amistoso à Adam. Ainda assim, o jovem aborto mantinha-se atento, mas nada fez de imediato, pois uma breve visão dos dois homens logo o fez perceber que eram bruxos, o que tornaria qualquer reação brusca uma inutilidade. O melhor a fazer era esperar para ver qual seria a atitude deles, e foi o que Adam Campbell fez.

— Esse é o rapaz de que lhes falei – Fineus se dirige aos dois homens.

— Olá Adam – o bruxo que sorrira de maneira amistosa se dirigiu ao namorado de Ivy. Adam estava mais calmo agora, pois já lhe parecia claro que nenhum dos dois era o bruxo que deixava Fineus e Burke apavorados – nós precisamos conversar.

— Conversar sobre o que? – Adam pergunta.

— Sobre a tremenda enrascada em que você e seus amigos se meteram – o outro bruxo finalmente interveio – e como eu meu amigo aqui somos a única esperança de vocês saírem dela vivos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desse capítulo, e que a história ainda continue interessante para quem está lendo. Daqui a 15 dias teremos nova atualização. Aguardem.



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