Progênie Maldita escrita por MarcosFLuder


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Finalmente postando a história. Deixando claro que estou abrindo mão de uma característica do meu planejamento, que é ter uma boa frente de capítulos antes de postar. Isso me obrigará a abrir mão de uma regularidade semanal nas postagens, como aconteceu nas minhas duas fanfics anteriores. Foi com muito orgulho que eu consegui manter essa regularidade, sem cair em hiatos, e quero que o mesmo aconteça aqui. Por isso terei de manter uma regularidade quinzenal de postagens, pelo menos por enquanto. Espero mesmo que a história agrade, embora seja uma virada e tanto no meu estilo, pelo menos para quem já leu as duas fanfics anteriores que escrevi. Também quero deixar aqui um agradecimento à Katy Tonnel e ao site do Painless Design, pela capa maravilhosa que me foi ofertada. Assim que terminar de postar esse primeiro capítulo, tratarei de postar o segundo, com o terceiro capítulo ficando de presente de natal para os leitores que gostarem da história. Um abraço a todos e todas.



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PENITENCIARIA DE LEICESTERSHIRE – HORAS ANTES DA BATALHA DE HOGWARTS

            Aquele não era um dia de visitas. Ainda assim, ninguém fez qualquer gesto para impedir a entrada do homem alto, elegantemente vestido, cuja aparência exalava uma mistura de charme e respeitabilidade. Vários funcionários do presídio cruzaram com ele pelos corredores, nenhum fazendo qualquer menção de interpelá-lo. O que todos viam era um homem bonito, com um terno caro, combinando totalmente com as calças bem cortadas e os sapatos, que pareciam italianos, além de uma discreta gravata. Tudo isso tornava ainda mais fácil para todos que cruzavam com ele, assimilarem a sua presença no local, sem nenhum estranhamento.

Ele esperou pacientemente, enquanto o guarda foi trazer o prisioneiro que estava visitando. Era o local onde os presos conversam com suas visitas, sempre separados por um vidro, com um telefone de cada lado. Por não ser dia normal de visitas, não havia ninguém presente, exatamente do jeito que o homem ali gostava. Assim que saísse, ninguém se lembraria de sua presença, a não ser a pessoa com quem conversaria. Era um ritual que se repetia a décadas, com um hiato de 13 anos, em que este homem esteve impossibilitado de fazer essa visita regular. Um sorriso sem qualquer alegria surgiu no rosto dele, ao ver a pessoa que esperava, chegando para a conversa habitual.

            Adam Campbell sabia exatamente para onde estava indo quando o guarda o conduziu até o local. Mais do que tudo, ele sabia exatamente quem ia encontrar. O olhar perdido do oficial da prisão, denunciando que este não estava no controle de suas ações, não deixava dúvidas quanto a isso. Com o passar das décadas, ele deixou de ter qualquer dificuldade em lidar com o que acontecia. Mais ainda com o fato de que nunca fora capaz de contar o que vivia para ninguém, pois sempre que tentou, um esquecimento tomava conta dele, como se uma parte importante de sua vida desaparecesse de sua mente. Sua última tentativa fora a muitos anos. Finalmente aceitara dentro de si, com fria resignação, que morreria com mais esse segredo, além dos seus próprios, que sempre manteve escondido de todos, inclusive dela. Com o passar dos anos, aliás, essa visita tornou-se tudo o que tinha em sua vida. Era algo que o diferenciava do restante dos presos, não o marcando com uma vida de apenas tédio e espera, enquanto a morte não chegasse.

O homem elegante que viu à sua frente revelou a sua verdadeira face, assim que o guarda os deixou a sós. O rosto bonito, de feições elegantemente pálidas, absolutamente simétricas, ganhou um ar quase cadavérico. O nariz elegante deu lugar a dois orifícios num rosto ofídico. O sorriso que Adam via, tinha agora um aspecto quase horripilante. Não que os dentes dele estivessem tortos ou estragados, longe disso, mas, combinados com o olhar maníaco, junto com os dois buracos logo abaixo, tornavam aquele rosto aterrorizante. Adam já não se assustava mais. Ele acompanhou a transformação daquele rosto ao das décadas em que recebera aquela visita, exceto pelos 13 anos de ausência, em que chegou a imaginar que o homem diante dele estivesse morto.

— Como você vai, Adam? – ele perguntou, o som ofídico da voz soando ainda mais sinistro através do telefone.

— Eu estou bem, mas estranhando a nova visita – Adam respondeu, exibindo uma tranqüilidade que Lorde Voldemort não costumava ver naqueles que normalmente falavam consigo – você esteve aqui não faz muito tempo. Normalmente há um espaço maior entre as suas visitas.

— É verdade, mas há uma razão para mudar a rotina de minhas visitas – fez um breve momento de silêncio antes de voltar a falar, algo que Adam percebeu ao longo dos anos, ser uma das características daquele homem – lembra do que eu lhe disse na última visita?

— Da última vez que esteve aqui, você me disse que a próxima visita poderia ser a última, Tom – Adam respondeu.

— E mantenho o que disse – Lorde Voldemort não pareceu contrariado em ser chamado pelo seu nome de batismo – daqui a algumas horas pode ser que eu talvez encontre a morte, mas não fique muito animado, pois essa é uma possibilidade que considero muito remota.

— Você ainda não conseguiu pegar o tal garoto não é? – havia uma sugestão de sorriso no rosto de Adam, mas este evitou ao máximo torná-la muito evidente.

— O nome dele é Harry Potter – Voldemort retrucou, a frieza no tom de voz traindo um ligeiro desconforto, como se dizer tal nome lhe provocasse um mal-estar – mas eu não estou preocupado em caçá-lo. Ele mesmo virá até a mim.

— Se você conseguir matar esse garoto, se conseguir vencer a tal guerra que está travando...

— Eu vencerei, Adam – uma breve sugestão de irritação na voz dele não passou desapercebida pelo prisioneiro.

— O que acontecerá depois disso?

— Você sabe o que acontecerá, Adam – o sorriso horripilante na face ofídica fica ainda mais acentuado – eu tenho lhe contado os meus planos ao longo dos anos. Você sabe mais sobre eles até mesmo que os mais próximos dos meus servos.

— Você pretende fazer com os Trouxas o mesmo que faz comigo a décadas – Adam encara a face horripilante, aparentemente sem medo – fará da vida deles um tormento. Tudo para o seu divertimento.

— Exatamente Adam!

            Os dois homens se encaram silenciosamente. Adam Campbel olha para o homem diante dele e se espanta em lembrar de que é pelo menos 4 anos mais velho. Ainda se lembra do dia em que o conheceu, quando ainda era um garoto de 12 anos. Em sua memória, Adam consegue vislumbrar de seu rosto pálido, porém bonito, embora, o que realmente lhe chamou a atenção na época foi o olhar. Não havia medo neles, nem ódio ou qualquer outro tipo de emoção. Era um olhar vazio, parecendo medi-lo, estudá-lo, tentando entendê-lo. Adam viu que havia algo de diferente nele, como se dois aparentemente iguais se reconhecessem, o que na época, só aumentou dentro de si, a vontade de tê-lo sob seu controle. Todo esse tempo na prisão o fez refletir sobre sua vida, sobre tudo que vivera ao lado da criatura à sua frente, principalmente os sentimentos que ambos dividiram por uma certa pessoa.

— Você não pensa sobre o passado? Sobre o que poderia ter acontecido se as coisas tivessem se dado de maneira diferente?

— Às vezes eu penso sim – Voldemort respondeu, Adam notando uma ligeira mudança em sua expressão. Os olhos aparentemente mortos, refletindo um discreto brilho, como se uma lembrança antiga os tivesse despertado – mas é um pensamento rápido, e logo por mim descartado. É bobagem pensar sobre o que não pode ser mudado.

— E você me culpa por isso não é? É por minha causa que faz tudo isso?

— Você se valoriza demais Adam – o sorriso sem vida fica ainda mais acentuado, o brilho fugaz nos olhos se apagando de imediato – não vou negar que parte do que eu sou vem de você, e dela, mas tudo o que eu sou hoje, já existia em potencial dentro de mim, muito antes de conhecê-los. Acredite em mim quando lhe digo que você nem foi o primeiro a reconhecer esse potencial em mim.

— Que seja então – Adam dá um leve suspiro antes de voltar a falar – porque não me diz logo que mundo você pretende criar Tom, caso consiga vencer essa guerra que está travando?

— Um mundo em que você não precisará mais se preocupar com o feitiço que lhe coloquei; o que te impede de revelar o que sabe sobre mim – Adam vê o homem se levantando, sinal que a conversa estava chegando ao fim – não haverá mais razão para se manter segredos depois que o mundo bruxo estiver sob o meu controle.


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Notas finais do capítulo

Capítulo postado. Daqui a pouco vem o segundo. Espero que a leitura tenha valido a pena.



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