Queen of the North escrita por Blastwind


Capítulo 3
Capítulo 2 - Aço e Sangue (Parte 1)


Notas iniciais do capítulo

RELLOU!
Eu sei que demorei, desculpa gente, mas sabem, final de ano né, MÓ LOUCURA.
BUTTTTTT, TÁ AÍ Ó.
Aproveito para dizer que estoooooooou muito feliz com os comentários, isso é muito importante pra mim, mexxmo.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAA.
Então, a Batalha dos Bastardos será dividido em duas partes, por quê? Eu esqueci o motivo, mas vai ser assim.
E eu aproveitei para arrumar um errinho que deixei passar no outro cap. Por que to falando isso? Porque eu sou cool, ou não.
Então aproveitem, GOOOOO!



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O céu estava nublado, e o mundo era mergulhado em tons de cinza. Alek estava de pé ao lado de Jon Snow montado em seu garanhão. Como prometido, ela estava na linha de frente. O selvagem Tormund estava ao seu lado direito, junto de um gigante. A porcaria de um gigante, Alek ainda ficava surpresa com o tamanho daquela criatura.

O irmão mais novo dos Starks, Rickon, estava com o maldito Ramsay. Alek sentia que o garoto nunca sairia vivo, ele era um Stark e não um bastardo, isso já era motivo o bastante para Ramsay mata-lo. Mas ela desejava que isso não acontecesse, mesmo que fosse o que ela esperava.

Alek segurava as duas espadas curtas com toda sua força, enquanto sentia uma adrenalina invadindo a sua alma. Não ousou olhar para o exército atrás de si, o medo já era quase palpável dali.

Jon encarava o exército a sua frente. Um exército enorme, muito maior do que o deles. O silêncio sepulcral incomodava Alek, que não parava de se mexer um instante. Ouviu o murmúrio ao seu arredor, e lembrou-se de uma velha canção que seu pai costumava cantar nas noites mais frias. Alek começou a cantarolá-la baixinho.

''Braços de espadas, coração de trovão.
Tomo nos braços minha escuridão.
O norte me chama por entre as montanhas.
Sua terra banhada em sangue e entranhas.
Ao meu amado eu mando tesou...''

— Garota — Tormund chamou a atenção de Alek — não tem uma canção alegre?

— Essa é a canção alegre — Alek disse sorrindo. Tormund torceu um pouco o rosto, o que Alek imaginou ser um sorriso discreto.

Ouviu um suspiro ao seu lado, Jon Snow ainda encarava o horizonte. Alek tentou imaginar o que se passava na mente do homem, mas foi quando os olhos dele se assombraram que ela olhou para a frente. Alek teve de espremer os olhos e prestar muita atenção para entender o que via. Ramsay estava com um garoto ao seu lado. Ela não sabia a aparência do jovem Rickon, mas pelo olhar de Jon aquele era o caçula Stark.

Jon Snow desceu de seu cavalo e andou alguns passos a frente. Ramsay estava com uma adaga erguida. Ele iria matar o garoto. Mas então ele cortou as amarras de Rickon.

— Não... — Alek sussurrou. Não conseguia acreditar em Ramsay libertando o garoto. Isso era algum tipo de jogo.

Rickon iniciou uma corrida antes de Ramsay alcançar o arco e flecha. Jon se apressou em montar no cavalo e iniciar o galope para salvar o garoto. Foram instantes intensos, e naquele momento em que Jon corria para salvar seu irmão, Alek ousou olhar para o exército sobre suas costas. Todos estavam tensos e aflitos, incluindo ela mesma. Então Ramsay acertou seu alvo, e a flecha foi certeira no peito de Rickon.

Alek sentiu suas veias gelarem quando Jon parou ao lado do irmão. Tormund lançou um olhar preocupado para Sor Davos, que estava montado em seu cavalo. Jon ainda estava parado ao lado do irmão, mas ele parecia encarar Ramsay e não o chão.

— Não — o selvagem de cabelos ruivos disse, esperando que Jon não fizesse besteira.

Alguns segundos eufóricos se passaram, e o exército inimigo começou uma chuva de flechas, obrigando Jon a galopar em frente.

— Vão! Vão! Sigam seu comandante! — Sor Davos gritou alto.

Não demorou nada para nosso exército estourar em corrida e em galope. Alek estava a pé, mas pegou carona com Connan, o comandante de seus homens, até alcançar o centro da batalha.

A respiração de Alek estava acelerada, assim como o seu coração. Ela já havia lutado antes, mas nunca em uma batalha assim. Ela sentia a adrenalina tomar conta de cada parte de seu corpo, implorando para ser solta.

— Mais rápido — Alek gritou para Connan. Ela estava abraçada ao homem, para não haver perigo de cair do galope frenético.

O coração de Alek se apertou quando viu que o cavalo de Jon foi acertado pelas flechas, lançando o homem para a frente. Ele estava sozinho.

— Mais rápido — Alek gritou.

Alek olhou rapidamente para os lados procurando por seu irmão Artur. Avistou ele não muito afastado deles, montado em seu garanhão negro. Artur sorriu ao perceber o olhar preocupado de Alek, que acabou sorrindo de volta. Ela sabia que tudo estava acontecendo muito rápido, mas jurava que cada segundo parecia demorar um minuto.

Jon estava sozinho encarando o exército inimigo se aproximar em cavalos. Por alguns segundos o coração de Alek pareceu não bater mais. Jon tirou a espada e aguardou o choque da batalha. No instante em que Jon iniciaria um movimento com sua espada, seu exército chegou batendo de frente com os inimigos. Alek odiava ter cavalos em uma batalha, tinha pena dos animais, mas não tinha tempo para sentir nada além da adrenalina explosiva em suas veias, e a coceira em suas mãos sedentas para lutar.

Connan desacelerou o cavalo, facilitando para Alek pular e alcançar Jon na batalha. Enquanto ela corria outra chuva de flechas se iniciou. Alek orava internamente para não ser acertada por nenhuma flecha, tentava se desviar, mas não tinha como saber exatamente onde cada flecha cairia. Era sorte.

A jovem então se viu no meio do primeiro duelo da batalha. Ela não tinha tempo a perder, não haviam chances a ser gastas. Seus movimentos com as duas espadas eram certeiros. Um soldado Bolton se aproximou por trás dela enquanto acabava de cortar o pescoço de outro em sua frente. Alek desviou da investida do soldado, e no meio do movimento dele Alek girou e acertou sua barriga com a espada esquerda, e atravessou seu peito com a espada direita.

Foi deixando um rastro de mortes até alcançar Jon, que estava bem ocupado. Um soldado Bolton se aproximou pelas costas de Jon, aproveitando que estava distraído. Alek soltou um longo suspiro e com as duas espadas se entrecortando cortou a cabeça do homem, que ficou pendendo de um lado. Jon se virou no mesmo instante e assentiu para a garota. Alek estava banhada em sangue, suas mãos não paravam de coçar. Era quase um vicio cada movimento que ela realizava, cada som de aço contra aço que ressoava no mundo a sua volta.

Alek era ágil e rápida para desviar dos cavaleiros. Nunca acertava o cavalo e sim o homem. Por um breve segundo ela olhou em volta tentando encontrar Artur, mas foi em vão. Um soldado inimigo se lançou contra ela, que se agachou, fazendo com que o homem caísse. Alek se virou rapidamente e atravessou a espada em suas costas.

Mais uma pequena chuva de flechas se iniciou, Alek se agachou aproveitando para recuperar o folego. Era uma vantagem ser pequena, as vezes. Mas não havia tempo para descansar. Alek voltou a fazer seu rastro de morte atrás de Jon Snow.

Homens voavam, cavalos voavam, flechas voavam, e sangue banhava o chão aos seus pés. Qual fosse a direção que Alek tomasse, partes de corpos acompanhavam seus passos. Até que percebeu que uma grande barreira de corpos e cavalos estava crescendo perto de onde se encontrava. Homens tinham de escalar para atravessa-la.

— Merda — Alek disse, enquanto mais uma chuva de flechas descia. E mais uma. E outra vez.

Isso só colaborava para a barreira de corpos crescer mais e mais. Alek continuava a lutar, sangue respingava em seu rosto, entrando em sua boca. Não era só o chão que bebia do sangue derramado.

Um soldado enorme passou a encarar Alek, até iniciar uma corrida na direção da garota.

— Porra — Alek sussurrou. — Você é grande, hein!

O homem vinha em sua direção como uma vaca no cio. Alek se obrigou a sorrir sadicamente. Quando ele estava a poucos centímetros de sua direção, a jovem se jogou para o lado, dando uma cambalhota e se ponde de pé em um rápido movimento. Sem perder tempo, correu na direção do homem gigantesco e cortou suas pernas, fazendo-o cair de joelhos, em seguida enfiou as duas espadas contra suas costas, e o chutou para a frente. Quando se virou, percebeu que Jon a encarava, mas logo desviou o olhar.

O tempo passou, homens morriam, outros agonizavam. Alek tinha alguns arranhões, mas estava inteira. As vezes ela retomava o ar, mas não podia parar por um segundo. Era morte atrás de morte, e aço atrás de aço.

Quando conseguiu olhar melhor ao seu arredor, percebeu que haviam vários montes de corpos, montes altos. Era algo triste e assustador, mas interessante. Avistou Jon novamente, caído ao chão, e lutando contra um homem. Alek tentou se aproximar sem atrasos, mas Tormund acabou ajudando Jon Snow. Alek se agachou ao lado deles, seu rosto estava pintado de sangue e ela ofegava alto.

— Vamos ser encurralados — Alek apontou para os muitos soldados Bolton, que se aproximavam rapidamente com escudos enormes pintados em azul, e um homem esfolado de ponta cabeça pintado em vermelho .

Alek ficou parada no meio do grande círculo que se formava. Sentia como se o inverno estivesse em sua barriga. Todos se entreolhavam, um pouco desesperados e desnorteados. Lanças surgiram por detrás dos escudos, que passaram a fechar o círculo, matando homens com as lanças.

— Hu! Hu! Hu! — Os homens com os escudos grunhiam. E então paravam, e matavam mais com as lanças.

O círculo se fechava mais e mais, e Alek não conseguia pensar em uma maneira de parar o que estava acontecendo. Eu não vou morrer aqui. Seu rosto se contorcia de raiva. Não adiantava escalar a barreira de corpos, pois soldados Bolton começaram a surgir do outro lado dela.

— Ah — Alek rugiu — mas que ótimo.

— Comigo rapazes, quebrem a linha deles! — Sor Davos gritou.

Alek passou a matar os soldados inimigos que desciam pela barreira alta de corpos. Um atrás do outro, o espaço estava acabando. Viu que o gigante abriu uma pequena brecha na parede de escudos, mas atrás da parede de escudos, existia mais paredes de escudos. Sim.

Tormund e alguns homens passaram a atacar os escudeiros. Outros se jogavam contra os escudos. Mas nada disso adiantaria, eles só estavam desesperados.

Homens com tripas aparecendo estavam caídos no chão, e alguns vivos estavam no meio da grande barreira de corpos. Alek começava a se sentir sem ar, haviam muitos homens dentro do círculo, estavam ficando sem espaço para se movimentar. A parede de escudo se fechava cada vez mais, apertando-os todos juntos. Alguns homens ainda tentavam fugir pela grande barreira de corpos, mas também só ajudavam a ela crescer mais ainda.

Os olhos de Alek se esbugalharam quando o gigante rasgou um homem ao meio. Impressionante. Tentou se concentrar em avistar seu irmão no meio do círculo, não queria que ele estivesse morto, mas não o queria ali, como também não o queria fugindo como um covarde. Até que ela o viu, com seus cabelos castanhos escuros e olhos esverdeados, com a face pintada de sangue.

— Artur — Alek gritou. Mas o seu grito era abafado pela mistura aterrorizante dos sons da batalha. Mas ele parecia bem, e vivo.

Alek voltou a olhar para a sua frente, e viu quando Tormund quase foi pego. Mas seus homens o puxaram de volta e o empurraram para o meio do círculo. A parede de escudo começou a se fechar novamente. Alek estava começando a ser apertada pelos outros. Todos passaram a ir para o lado da barreira de corpos, frenéticos. Homens passavam por cima de seus companheiros, ninguém se importava. Alek passou a ser esmagada e empurrada de um lado para o outro, mas conseguiu ver quando Jon Snow foi derrubado ao chão. Ela não estava tão longe dele, mas não conseguia fazer nada para ajudar. Não avistava mais seu irmão, e depois de alguns segundos não avistava mais nada.

Se sentiu sufocada, apertada, esmagada. Quase não conseguia respirar. Seu coração estava tão acelerado que parecia que socaria seu peito até abrir um buraco. Ela não conseguia se mexer, mas suas mãos ainda seguravam as espadas. Alek era bem mais baixa que os homens que a espremiam, e não conseguia ver nada do que acontecia. Começou a apreciar cada puxada de ar que dava, sentindo-o preencher seus pulmões, e ser esvaziado lentamente.

O mundo era cinza, marrom, e vermelho.

 


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Notas finais do capítulo

Então, como sempre, peço perdão pelos erros ortográficos, ou por algo sem nexo que eu esqueci de arrumar. Podem me avisar, sério, eu fico feliz. ME AVISEM.
As vezes imagino se alguém lê todas essas minhas notas. SE TU LÊ, TU É SHOW.
Andd comentem porque isso me deixa happyyyyyee!
XAOO.



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