Guardiões escrita por Godsnotdead


Capítulo 8
Lar.


Notas iniciais do capítulo

Primeiro quero pedir desculpas pela demora, ainda estou sem computador :.(
não desisti da historia já escrevi até a metade do capítulo 12 o as coisas irão começar a esquentar a partir do próximo muahahaha
espero que estejam gostando e acho que é isso
boa leitura e desculpe os erros esse capitulo não foi corrigido, irei fazer isso mais tarde.



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Humildemente dei-me por vencido. Não poderia nem se quisesse ficar longe dela. Os eventos de hoje serviram para deixar isso bem claro, apesar de não entender por que Madison estava sendo seguida por algo. Será que era sobre isso que as mulheres do vendo referiam-se? Seja lá o quem for que esteja por trás disso tudo, ganhou um lugar especial em minha lista negra.

            Não irei permitir que nada nem ninguém a machuque, somente tal ideia é suficiente para fazer meu ferve.

— Algum problema Sky? – Abri os olhos e soltei o tufo de grama, inconscientemente havia esmagado-os entre meus dedos, Mady observava-me curiosa.

— Ham... Não... Quero dizer... Sim. – Bufei mentalmente, como se já não fosse suficiente perder meu precioso controle estou agindo como um adolescente. Reuni toda força para respondê-la satisfatória. – Estou bem senhorita Clark.

— Tudo bem então. – Madison deu de ombros e sorriu descontraída, porem seus olhos azuis brilharam desconfiados. Sorri sabendo o efeito que isso causa nela e não deu outra, as bochechas dela se coloriram levemente de cor de rosa enquanto corava encantadoramente.

            Engoli a satisfação causada por um fenômeno tão simples e tentei quebrar a atmosfera silenciosa que instalou-se entre nós.

— Conseguiu escrever o resumo?

— Ham ram. – A garota loira guardou seu material de estudo dentro da mochila e deitou-se ao meu lado. – Sabe... Pela primeira vez não achei ser uma total perda de tempo estudar história.

— Ah é?

— Sim, nunca entendi por que deveríamos nos deter estudando o passado.

— Não e apenas estudar o passado. – Virei a cabeça encontrado seu olhar. – Imagine como os cientista iriam saber que os primeiros seres humanos também possuíam cinco dedos. – Segurei sua mão e a levantei. – Se fosseis não tivessem sido encontrados e estudados? Ou como saberíamos as causas que levaram a segunda guerra mundial se alguém não houvesse pesquisado? Talvez outro cometeriam as mesmas atrocidades de Hitler. 

— Você não se cansa? – Mady comprimiu os lábios.

— De quê?

— De está sempre certo. - Não segurei o riso.

— Quem me dera isso ser verdade. – Desviei a atenção para o céu, ainda sentia o olhar dela dobre mim.

Mais uma vez o silencio se fez presente não de uma maneira desconfortável, era apenas duas pessoas aproveitando a companhia uma da outra, pelo menos era isso que queria acreditar.

— Sabe... Você é o primeiro garoto que veio aqui... Quer dizer... É o primeiro garoto que não me acha esquisita. – Se ela soubesse que o cara ao lado dela tem um par de asas não se acharia esquisita.

— Você é especial Mady. Nunca deixe que a convençam do contrário. – Mais uma vez nossos olhares se encontraram por alguns segundos. Quase podia ouvir a mente dela em conflito. Porque os humanos precisam tanto da opinião de terceiros para terem plena certeza de suas capacidades?

            Ela parecia está pronta me questionar, porem antes que o fizesse, uma voz feminina a chamou na cozinha.

— É minha mãe.

             A observei levantar e instantaneamente fiquei apreensivo. Não entendia o porquê de ultimamente está tão sensível e irritadiço. A ideia de ir para casa e deixá-la já estava causando um reboliço de medos e receios dentro de mim. Preciso conseguir respostas para isso e para o quase seqüestro dela. Suspirei sabendo que a hora de fazer uma visita a meu pai havia chegado.

— Você não vem Sky? – Ela havia parado no meio do caminho e agora parecia está a minha espera.

— Estou indo. – Levantei, limpei a calça e a acompanhei.

            Entramos juntos na cozinha, uma mulher de estatura mediana e longos cabelos negros estava entretida arrumando o armário.

— Olá mamãe. – Madison a chamou e eu posicionei dois passos de distancia atrás de Mady.

— Que bom que está em casa querida. – A mulher fechou o armário e virou para olhar para a filha, praticamente não encontrei semelhança entre mãe e filha o que me fez deduzir que Mady fosse uma copia do pai. Quase instantaneamente o olhar da mulher recaiu em mim, pude jurar ter visto um brilho de reconhecimento em seus olhos castanhos.  – Não vai apresentar seu amigo?

— É... – Mady fechava e abria as mãos nervosamente. – Mãe esse é Sky Custos.

— Prazer em conhecê-lo senhor Custos. – Ela enfatizou meu sobrenome falso.

— Digo o mesmo senhora Clark. – Sorri sufocando o desconforto de está sendo dissecado pelo olhar da Clark mais velha. Desviei o olhar para a filha que não estava tendo hesito em esconder o desconforto. – Preciso ir agora Mady.

— Pensei que ficaria para o almoço.

— Ficarei devendo.

— Então o acompanharei até a porta.

— Obrigado.

            Hesitei um pouco ao passar pela porta, aos poucos a ansiedade tomava conta de cada fibra de meu corpo, isso está começando a ficar ridículo Sky.

— Até logo... E obrigada pela ajuda com meu trabalho. – Mady parecia está tão relutante com minha partida quanto eu.

— Não há de quê. – Hora de deixar de flautear, porem, antes de ir preciso de uma garantia. – Posso pedir um favor?

— Tente não sair de casa hoje, tudo bem? – Tentei não parecer desesperado, Madison franziu o cenho provavelmente achando-me louco.

— Tudo bem, não tinha planejado sair de qualquer forma.

— Que bom. – Sorri verdadeiramente feliz. – Agora preciso ir.

Esperei está fora do alcance visual dela para pegar o celular, digitei uma mensagem apressada para Edward. “Estou indo fazer uma visita a meu pai” a respostas não demorou “Ficarei de olho em sua pequena gremilim. Ps. Estou bem.” Suspirei resignado e levei a mão para dentro da camisa retirando a correntinha cujo pingente de asas emitia um fraco brilho azul. O toque do material contra a pele de minha mão era morno. Sempre senti conforto segurando-o; no entanto nesse momento a sensação não veio. Suspirei buscando relaxar os músculos das costas ao mesmo tempo buscava concentração para liberar a “ilusão”, não queria ser responsável por fazer um transeunte desavisado enfartar.

Aos poucos as asas desfraldaram-se até estarem totalmente abertas. Apertei o pingente, o calor antes concentrado na palma de minha mão, agora espalhava-se pelo braço em seguida para todo corpo. Era a armadura adaptando-se a minha anatomia; a armadura de um guardião é uma proteção impenetrável e diga-se de passagem já salvou minha pele incontáveis vezes.

            Abri as asas e alcei vôo. Subi cada vez mais alto meu objetivo é alcançar a abertura que leva a guardiã. Esta ficava localizada exatamente na fronteira do fim da troposfera e o inicio da estratosfera. Quanto mais subia, mais a temperatura diminuía ao alcançar seis milhas as pontas das asas começaram a ficar coberta por uma fina camada de gelo; se não fosse pela proteção da armadura já teria virado picolé de guardião.

            Cerrei os olhos, deixei os braços junto ao corpo, juntei as pernas e retraí as asas; aumentando assim a velocidade da subida. Os ouvidos estalaram no mento em que quebrei a barreira do som e atravessei a barreira para guardia. Abri as asas diminuindo a velocidade gradativamente.

            Planava entre uma imensidão verde e um céu azul anil, no horizonte uma cordilheira de montanhas cinzentas pareciam uma gigantesca muralha de granito. Há algumas milhas pequenos pontos brancos mesclavam com o verde. Eram as moradas dos guardiões que abdicaram das batalhas. Voei para o norte não estava em meus planos perder tempo apesar da saudade de casa. Aos poucos as construções foram aumentando até pequenas vilas tornarem-se cidades. Não passaram-se mais do que dez minutos quando avistei o palácio do alto conselho no alto de uma colina.

            Planei para o pátio, e caminhei a passos largos em direção ao portão de entrada onde duas sentinelas montavam guarda. Os dois ficaram em posição de sentido quando passei por eles. Continuei meu caminho lutando contra o impulso de correr, mal via a hora de retornar, por que o tempo em guardia passa mais de vagar do que na terra, duas horas aqui equivalem a quase seis lá.

            Passei pelo corredor das honrarias sem olhar para os quadros pendurados nas paredes imaculadamente brancas. Meu objetivo a estava logo a frente guardada apenas por um guarda de aparência desdenhosa, pela armadura soube que aquele era um dos guardas pessoais de um dos conselheiros. Parei de frente para ele.

— Preciso entrar na sala do conselho.

— Tem audiência marcada? – A voz desinteressada atingiu minha impaciência mal controlada em cheio. Travei o maxilar fazendo com que as articulações estalasse audívelmente.

— Não preciso marcar hora para falar com meu pai. – Falei entre dentes, mostrando todo meu descontentamento.

— Sem audiência, nada feito. – Um rosnado reverberou em meu peito. Tinha quase certeza que ele ouviu, a confirmação veio quando tentei passar por ele. O guarda sacou a espada e investiu contra mim com a ponta da espada, o pé direito abrindo caminho com força no chão a fim de dar mais impulso ao golpe. Teria funcionado se não estivesse preparado para esse tipo de situação. Saquei rapidamente a adaga de médio porte que sempre trazia no cinto, desviei a trajetória da arma maior fazendo com que o aço da espada deslizasse sem perigo por meu corpo.

            O guarda desequilibrado pelo golpe sem resistência tropeçou para frente. Aproveitei esse deslize e o agarrei pela gola da túnica que esta para fora da armadura com a mão livre e o puxei para frente, fazendo nossos ombros se tocarem. Pressionei a ponta da adaga na carne macia do pescoço. O guarda estava com os olhos arregalados como dois pratos, não havia mais a arrogância de alguns minutos atrás.

— Agora, irei entrar naquela sala e não serei incomodado. – Fiz questão de falar baixo e pausadamente. – E espero que de agora por diante você não esqueça o respeito que me deve, seu status levemente elevado para mim nada significa. – Minha racionalidade era uma lembrança distante, a única coisa importante naquele momento era o obstáculo a ser ultrapassado.

— Des... Cul... Pe meu senhor. – Respirei fundo tentando aquietar meu gênio. O soltei e guardei a adaga. O guarda se afastou aos tropeços, provavelmente mal via a hora de sair de perto de mim.

            Abri a grande porta folheada a ouro e parei na entrada e olhei para o rapaz ofegante.

— Ser um guardião protetor de um dos conselheiros é muito mais do que um status. Não há lugar para arrogância, lembre-se primeiro de que antes de ocupar uma posição de comendo, coloque-se primeiro em posição de servo; assim situações como a que acabou de passar não se repetirão. – O olhei por mais alguns instantes então finalmente entrei.

            A sala do conselho estava exatamente igual ao sonho que tive a algumas semanas. Meu pai estava de costas para mim debruçado na janela que dava para o lado sul.

— Pai. – A raiva descontrolada de alguns minutos atrás já era uma lembrança, agora parecia que o tempo havia voltado e eu era apenas um garotinho ansioso.

— Sky! – Meu pai girou nos calcanhares ficando de frente para onde eu estava e caminhou até mim. – Quanto tempo meu filho. – Ele segurou meu rosto entre as mãos, os olhos gentis sondando com preocupação. – O que houve Sky?

— Preciso de ajuda.

— Venha, vamos para um lugar mais reservado.

            Seguimos para uma porta lateral, ela levava para uma pequena sala circular onde uma lareira acesa; deixando o lugar aquecido. Sentamos em poltronas um de frente para o outro entre nós estava uma mesinha redonda de carvalho e em cima um jogo de xícaras de porcelana chinesa e no meio delas estava um bule japonês pertencente ao período feudal.

            Meu pai serviu chá de jasmim em duas xícaras em seguida entregando uma para mim. Ele esperou que eu tomasse o primeiro gole, o liquido morno aqueceu meu corpo.

— Agora meu filho, conte-me o que lhe aflige.

— É... Não sei como começar. – Coloquei a xícara com o chá meio bebido sobre a mesinha.

— Comece pelo inicio. – O guardião mais velho bebeu um pouco do seu chá, os olhos azuis cintilando com curiosidade.

—... Há algumas noites atrás saí para jantar fora... – Contei cada detalhe desde o dia que salvei Mady. Meu pai sempre foi bom ouvinte, nunca interrompeu minha narrativa e esperou pacientemente os momentos em que minha ansiedade atrapalhou. – Suspeito que haja alguém atrás dela... – Fechei os olhos com força e travei o maxilar. – Essa possibilidade está deixando meus nervos a flor da pele. – Escondei o rosto nas mãos, como se esse ato diminuísse a intensidade do que estou sentindo. – O pior é não conseguir entender meus próprios sentimentos, pai, por favor, ajude-me.

— Sky, você sabe que nós guardiões estabelecemos laços e isso acontece apenas uma vez e poderoso...

— Pai... Não... Isso é... As historias dizem...

— as historias dizem muitas inverdades meu filho. O que está sentindo é frustração por não saber como mantê-la segura e nós dois sabemos que seja lá o que for que está atrás dela, não vai desistir.

— Pai...

— Sky escute, olhe para mim. – Obedeci relutante, por que sabia que não esconderia meus sentimentos enquanto ele olhasse em meus olhos. – Não lute, isso só vai machucar a vocês dois. Cada guardião que deu sua vida por quem lhes era importante faria tudo de novo se fosse necessário. Não trate esse sentimento como uma maldição, o amor é sempre uma benção...

— Se houvesse mais amor, haveria menos guerra. – Completei a frase.

— Isso mesmo meu filho, nunca esqueça isso.

— Obrigado pai. – Finalmente consegui sorrir.

— Bom, espero ter ajudado. – Ele devolveu o sorriso.

— Ajudou muito papai, agora sei o que fazer... Eu acho.

— Ótimo. – Meu pai bateu palmas satisfeito consigo mesmo. – Vai ficar para o jantar?

— Sinto muito pai, mas tenho que voltar para...

— A sua prometida, entendo, entendo; mas sua mãe ficará insatisfeita.

— Tentarei não demorar a retornar.

— Tudo bem desde que traga Madson com você.

— Papai. – Revirei os olhos sentindo as bochechas esquentarem arrancando uma risada alta do alto conselheiro.


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Notas finais do capítulo

É isso, espero que tenham gostado tanto quanto eu de escrevê-lo :3
até logo (espero)
Mereço comentários?



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