Guardiões escrita por Godsnotdead


Capítulo 7
Anjo no jardim.


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente quero agradecer a todos que estão acompanhando e quem deixou seu favorito, aos fantasminhas quero também deixar meu agradecimento love you :*
Antes do capitulo alguns avisos.
Muito provavelmente o próximo irá demorar um pouco, por que estou sem computador, mas não se preocupem por que está escrito só falta digitar e fazer alguns ajustes, então provavelmente o capitulo 07 será postado no final do mês ou no próximo. A partir do próximo as coisas darão uma pequena reviravolta...Talvez não seja tão pequena assim kkkkkk
ok chega de enrolar e vamos ao capítulo.



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Estava aliviada e de alguma maneira estranha sentia que estava segura agora que Sky está aqui, além disso, estava exultante com o braço dele em minha volta, o calor que emanava do corpo dele era reconfortante, o perfume estava me deixando zonza e impossibilitada de formar pensamentos coerentes, a fragrância começavafresca e agradável, passando rapidamente do levemente doce a um amadeirado para terminar... Quente. O perfume era misterioso igual a ele. Um arrepio involuntário subiu por minha nuca. Sacudi a cabeça tentando voltar ao controle de minhas faculdades mentais, não podia esquecer que estava sendo seguida, e se realmente fosse aqueles três, Sky também estaria correndo perigo. Não resisti ao impulso de olhar para trás, para minha surpresa não havia nem rastro deles.

— Mady?

— Oh, desculpe Sky.

— Você não me respondeu. – Estava em duvida se contava ou não o pequeno incidente desta manhã, mas correria o risco de ele me achar completamente louca.

— Não é nada. – Tomei coragem e olhei para cima, encontrei Sky me observando, os olhos azuis fluidos transbordavam de curiosidade, lá no fundo havia uma pontada de preocupação.

— Está bem. – Ele sorriu mostrando as covinhas. – Posso acompanhá-la até seu trabalho novamente? – Agora havia expectativa.

— Você realmente gosta de coisas velhas. – Me permiti rir.

— A senhorita quis dizer “coisas antigas cheias de historias para contar”. – Sky estreitou os olhos em fendas.

— Que seja, não vou para lá hoje.

— Não vai por que estou lhe oferecendo minha companhia ou tem outros planos que também não precisam de minha presença? – Ele pareceu ficar triste com a minha possível recusa de sua companhia.

— Oh, não é isso... – Estava desconcerta, nunca um garoto fez questão de me ter por perto, não sabia como me portar diante disso, ainda mais porque o garoto em questão é Sky. –Tenha uma pilha de exercícios da escola para fazer, irei direto para casa.

— Posso então acompanhá-la até em casa? – A expectativa havia voltado.

— Não vejo problema.

— Então está combinado. – Não sabia por que ficava tão feliz em vê-lo contente, na verdade tinha medo de saber o real motivo, me assustava está tão envolvida com alguém que conheço tão pouco, melhor dizendo, que não conheço nada, havia muitas perguntas e quase nenhuma resposta.

Ao entrarmos no ônibus percebi que Sky não ofereceu nenhuma vez para me levar de carro como fez ontem, será que o chateei com minha recusa? Ou havia algo mais? Como o fato de aparecer no exato momento em que mais precisava de ajuda, tinha certeza de que não havia imaginado, meu déficit de atenção não iria tão longe assim. Porem não tinha coragem para fazer essas perguntas. Oportunidade não me faltou pegamos dois ônibus e estava a caminho do terceiro, mas o máximo que conseguia era começar uma sentença monossilábica inacabada, Sky erguia uma das sobrancelhas me desafiando a continuar, claro que recuei todas às vezes.

— Pergunte Mady.

— Ham? O quê?

— Sei que está querendo me fazer perguntas.

— Como pode saber? – Fiquei frustrada, era tão obvia assim?

— Você está quase quicando no lugar, e está me olhando de maneira torturada.

— Sky, você é um garoto frustrante. – Bufei.

— E curioso também, pergunte. – Como resistir a ele?

— Você estava me seguindo hoje?

— Não. – A voz transbordava sinceridade. – Estava no café, gosto do lugar.

— Certo. – Tenho que tirar essa idéia sem lógica da cabeça.

— Mais alguma pergunta senhorita?

— Só mais uma. – Por que você me atrai tanto? – Você não ofereceu carona em seu carro hoje.

— Você queria? – Ele pareceu surpreso.

— Não, fiquei me perguntando se por acaso ficou chateado com minha recusa de ontem.

— De jeito nenhum Mady, não sou alguém que se chateia fácil, fique tranqüila. – Sky sorriu tranqüilizador, só conseguiu foi me deixar sem fôlego. – Edward precisou resolver uns assuntos.

— Vocês são amigos. – Não foi uma pergunta.

— Sim, Ed é um amigo leal. – A nota de orgulho em sua voz me fez sorrir.

Por fim quando descemos perto da minha casa não me incomodei mais com o silencio entre nós.

— Está entregue. – Sky finalmente falou.

— Não quer entrar? – As palavras saíram de uma vez.

— Não quero incomodar.

— Não será incomodo. – Será uma distração que não me ajudará a conseguir resolver meu irritante exercício de historia.

Abri a porta com minha chave, entrei primeiro dando passagem para que ele entrasse em seguida, minha sala de estar nunca foi tão atrativa como agora. Sky parecia gostar do que via.

— Venha, vamos comer algo. –Seguimos para a cozinha que era separada da sala por um balcão, era uma típica cozinha americana. Vasculhei a geladeira buscando um pote de geléia de morango e outro de manteiga de amendoim e uma jarra de suco de abacaxi com hortelã, tentei equilibrar tudo, teria conseguido se não fosse tão desastrada, o pote de geléia escorregou da minha mão, tinha que ser logo o meu preferido?

— Deixe-me ajudá-la. – Sky agarrou o pote com agilidade, não havia percebido que ele estava bem atrás de mim. – Você é sempre assim descoordenada? – o riso estava impresso em sua voz.

— Parece que sofro da síndrome da mocinha em apuros. – entreguei-lhe o outro pote e o riso cristalino dele encheu a pequena cozinha.

— Gostei dessa sua definição, parece bem apropriada. – Ele colou tudo sobre a mesa e puxou uma cadeira para sentar. Coloquei a jarra junto com os potes e me dirigi para o armário, ignorando o olhar curioso dele que me seguia. Peguei um pacote de pão de fôrma, depois peguei dois pratos e dois copos finalizando com um par de facas. – Tem certeza que é seguro manipular essas facas?

— Rá, hilário Sky. – Sentei de frente para ele, peguei duas fatias de pão, em uma passei bastante geléia e na outra passei a manteiga de amendoim, Sky apenas seguia meus movimentos de maneira interessada, estava ficando constrangida. – Sirva-se, não é educado ficar encarando. –Desvie o olhar e mordi meu sanduíche.

Comemos em silencio, Sky parecia realmente faminto ele devorou metade do pacote de pão, como alguém tão magro conseguia comer tanto?

— Não foi você que disse que não é educado ficar encarando? – Ele corou, até isso ficava bem nele, era desconcertante.

— Desculpe. – Levantei e coloquei os pratos e os talheres na pia, era uma maneira de esconder meu sorriso de satisfação. – Você espera até que eu mude de roupa?

— Vai em frente, estarei aqui quando retornar. – A convicção na voz dele era indubitável.

Subi para o quarto, contendo o impulso de correr escada acima, provavelmente cairia e morreria da queda. Fechei a porta e caminhei a passos rápidos até o guarda-roupas, escolhi uma roupa adequada para o clima ensolarado lá fora, uma regata e um short acima dos joelhos. Vesti tudo rapidamente quase tropeçando em meus próprios pés. Respirei fundo algumas vezes antes de voltar a descer, precisava controlar e euforia dentro de mim.

Voltei para o sala, peguei a mochila no sofá, não vi sinal de Sky, será que ele levou ao pé da letra o que disse e continuou na cozinha? E ele estava na cozinha, mas não sentado me esperando e sim secando o que havíamos sujado em nosso pequeno lanche.

— Não precisava ter lavado, muito menos está enxugando. – Cruzei os braços estupefata, será que esse garoto não se cansa de me surpreender.

— Era o mínimo que podia fazer.

— Você já fez muito por mim, e até agora não tive como retribuir.

— Que tipo de cavalheiro seria eu, se exigisse isso? – Ele colocou o pano de prato de volta onde havia achado e caminhou até mim. – O que vai fazer agora?

— A diversão acabou, hora das obrigações. –Sky arqueou uma das sobrancelhas questionando, um gesto que não era para ser tão atraente. – Venha. – O puxei pela mão, indo em direção da porta dos fundos, o que algumas poucas horas em um ônibus não fazem não é mesmo?

O jardim da minha casa, nada mais era do que um grande gramado verde, que era aparado pelo filho caçula da vizinha da frente, nem eu e nem minha mãe tínhamos tempo e paciência para plantar flores ou fazer com que esse espaço verde se parecesse com um jardim. Sentei na grama e tirei meu livro de historia de dentro da mochila junto com o caderno. Sky se deitou ao meu lado, os braços atrás da cabeça, olhos fechados, um meio sorriso nos lábios e pernas cruzadas, era a imagem da perfeição. Sacudi a cabeça e abri o livro no capitulo que teria que ler para fazer um comentário critico. Seria um trabalho fácil se não fosse pelo meu déficit de atenção e pela minha pequena distração deitada relaxando ao meu lado como um lagarto ao sol.

Tentei pela terceira vez começar a ler o capitulo, mas minha mente estava a mil não conseguia me concentrar, precisava fazer um trabalho decente, minhas notas não eram lá essas coisas, por causa desse meu pequeno problema. Calma Madison, respire e acalme-se, não vai adiantar de nada surtar, tenho tempo.

— Por que está tão agitada? – A voz calma dele me fez parar de surtar e olhar para ele.

— Só não consigo me concentrar e ler.

— Hum... Quer que eu vá embora e deixe que trabalhe em suas tarefas?

— Não, não, não é por sua causa. – Não totalmente. – É meu déficit de atenção que está atacado hoje.

— O que você tem que fazer? – Sky abriu os olhos e virou a cabeça para olhar para mim. – Se não me engano, você falou que tinha uma pilha de exercícios para fazer.

— Na verdade... Só tenho esse de historia para fazer, mas sabia que iria levar muito tempo nisso, por que tenho que fazer muita leitura e não uma tarefa fácil.

— O que tem que ler e o que tem que fazer?

— Um comentário critico sobre a revolução francesa.

— Hum... Foi um período interessante e importante. – Ele sorriu como se lembrasse de algo. – Venha. – Sky fez sinal para que eu deitasse ao lado dele, hesitei por alguns segundos, coloquei o livro de lado e deitei. – Feche os olhos. – Obedeci. – Agora imagine está em 1789, mais especificamente na França, casinhas de pedra, homens em suas vestes formais, sobreveste que era um casaco, a veste camisa e calça e o culote uma meia que ia até os joelhos e as mulheres vestiam vestidos largos que se arrastavam pelo chão. Está imaginando? – Aos poucos as imagens tomavam forma em minha mente, nunca tive problemas de imaginação pelo menos.

— Estou.

— Muito bem, vamos continuar... Existia basicamente três estados na sociedade da época e em cada estado tinha suas divisões sociais, o terceiro estado constituído por camponeses, banqueiros, grandes empresários e comerciantes, profissionais liberais, artesãos, comerciantes, aprendizes de ofícios, assalariados e desempregados. Esses sustentavam o segundo que era o clero e o primeiro estado a nobreza. Está conseguindo entender até aí?

— Sim. – Sorri com a preocupação dele.

— O primeiro e o segundo estado não pagavam impostos, recebiam pensões e podiam exercer cargos públicos, ou seja, o terceiro estado era quem bancava todo o luxo deles. Para piorar a situação grande parte do terceiro estado vivia da agricultura, e naquela época em especial os agricultores estavam passando por dificuldades, pois o que retiravam da lavoura mal dava para comer. Impulsionados pela fome e pela chegada do iluminismo o terceiro estado se revoltou contra os mandos e os desmandos de seus “superiores” e começou a lutar pela igualdade.

“O rei Luís XVI mais conhecido como o rei sol, aquele homem era imagem da extravagância, tentou reagir inventou inúmeros decretos, mas nenhum realmente dava o que o povo queria, o povo permaneceu unido, tomando conta das ruas gritando o slogan da revolução, liberdade, Igualdade e Fraternidade. Em 14 de julho de 1789 o povo derrubou a bastilha que era a prisão que o rei mantinha preso seus inimigos políticos, o regime feudal caiu, junto com os privilégios do clero e da nobreza. No dia 26 de agosto de 1789 a Assembléia Nacional Constituinte proclamou a Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão e em 1793 o rei Luís XVI foi julgado e guilhotinado por conspirar contra a revolução.” – Essa ultima parte evitei imaginar, não queria ter pesadelos a noite.

— Moral da historia um povo unido pode derrubar um governo abusivo.

— Obrigada. – Abri os olhos encontrando Sky olhando diretamente para mim perdi o foco por alguns segundos. – Você estava falando como estivesse vivido os fatos que estava narrando.

— Fico feliz que goste de minhas habilidades de contador de historias. – Ele deixou escapar um pequeno riso, senti as bochechas corando.

— Melhor colocar no papel agora. – Pigarreei e sentei, esse garoto vai me deixar maluca.


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Notas finais do capítulo

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