Guardiões escrita por Godsnotdead


Capítulo 40
Loba.




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Ontem a noite estava tão exausta que nem vi quando adormeci, depois do jantar subimos, vesti uma roupa mais apropriada para dormir em modo sonâmbulo e simplesmente apaguei ao deitar na cama. Agora despertando não sentia um único vestígio desse cansaço ou das dúvidas que encheram minha cabeça ontem. Poderia arriscar a dizer que nem sei mais porque entrei naquela maré de desespero irracional.

Bocejei longamente e sorri contente sentindo o calor gostoso provindo do corpo de meu namorado. Aconcheguei-me mais sobre seu peito  nu agradecendo pela noite de ontem ter sido suficientemente quente para que ele dormisse sem camisa.  Não queria m sair nunca mais dali. Inalei seu cheiro único e pensei como seria fácil me acostumar com isso. Acordar todos os dias ao lado dele.

Ergui a cabeça tendo a visão perfeita de sua face de anjo dormindo pacificamente. Agradeci por poder vê-lo melhor agora. Pouco a pouco minha visão se restaurava e sentia-me menos inútil. A vontade de ficar admirando-o tornou-se maior do que a vontade de voltar a dormir.

Apoiei-me nos cotovelos para poder ter uma melhor visão da face adormecida dele. Os cabelos extremamente negros estavam em uma desordem que não deveriam ser tão bonito, mas aquela visão para mim era digna de ser eternizado por um pintor. Contornei seus lábios entreabertos com o polegar.

Cogitei a hipótese de rouba-lhe um beijo como uma bela adormecida as avessas. Ri desse meu pensamento travesso. Céus como as coisas mudam! Quando o conheci nunca sonharia em ter a metade da coragem que tenho agora. A Mady de meses atrás jamais teria tais pensamentos a respeito de um rapaz. Agora tenho de usar todas as minhas forças para não agarrá-lo a todo momento.

Com o coração pulsando em expectativa aproximei meus lábios dos dele. Os toquei com leveza tive apenas um resmungo como resposta. Como pode ter um sono tão pesado?

— Vamos guardião. Acorde, não é cavalheiresco deixar sua dama esperando. - Ergui o dorso para alcançar sua orelha direita aproveitando meu rompante de ousadia mordi o lóbulo de sua orelhar.

Surpreendi-me ao sentir as mãos dele segurar minha cintura. Voltei a atenção para a face dele. O guardião ainda estava com os olhos fechados, mas o sorriso travesso em seus lábios denunciava que estava acordado.

Meu coração disparou um pouco mais quando os olhos dele finalmente se abriram. Revelando as pedras preciosas que eram seus intensos olhos azuis. Se fosse escolher qual parte do corpo dele mais amo diria com certeza os olhos. Sempre me perco nesse mar azul profundo e sereno.

— Bom dia meu imortal. – Desenhei o contorno de sua cace com a ponta dos dedos.

— Bom dia minha bela dama. - O sorriso dele também é algo fora de série.

— Você estava acordado? - Estreitei os olhos.

— Não tenho o sono tão pesado assim. - O encarei indignada. - Não me olhe assim sininho, você sabe como me acordar. – Isso foi um sorriso malicioso?

— Espertinho você. - Espalmei as mãos sobre os músculos rijos do tórax. Com contentamento o senti arrepiando sob minhas mãos. Ainda levada pela ousadia que me acometera hoje pela manhã mordi seu lábio inferior o puxando de leve.

A satisfação ao ouvi-lo arfar foi indescritível era bom saber que tenho o mesmo poder sobre ele que ele tem sobre mim. Porém, não pude comemorar por muito tempo porque o ar fugiu de meus pulmões e o quarto girou quando Sky inverteu as posições. Arregalei os olhos surpresa. Ofeguei ao ter as mãos presas a cima da cabeça pelas dele. Mordi os lábios abafando o gemido que veio por ter o lóbulo de minha orelha mordiscado por ele.

Os dentes roçaram na curvatura de meu pescoço deixando um rastro de fogo por onde passavam. Engoli em seco com beijo deixado no ponto de pulso. Céus! Como se respira?

— Sky... – Murmurei incoerente.

Já havia perdido totalmente a capacidade de raciocínio. O som do riso dele arrepiou-me até o ultimo fio de cabelo para então soltar minhas mãos e sair de cima de mim voltando a deitar de barriga para cima ainda rindo. Demorei alguns segundos para meu cérebro voltar a funcionar corretamente.

— O quê... Foi isso? – Ainda estava tonta.

— Só continuei o que a senhorita começou. – A vontade de tirar aquele falso sorriso inocente dos lábios dele era grande, mas não me responsabilizaria por meus atos. Achei melhor me controlar.

— Foi maldade. – Resmunguei e deitei-me de lado para poder vê-lo.

— Tuchê. – Suspirei com o toque delicado das pontas de seus dedos em minha face. – Você me faz sentir coisas que nunca cogitei em sentir. – Os olhos azuis reluziram transbordando sinceridade. – Desculpe se exagerei...

— Não ouse se desculpar. – O impedi de continuar tocando seus lábios com o indicador. – Estamos em um ponto de nosso relacionamento que... Você pode terminar o que eu comecei. – Será que ele entendeu o quê quis dizer? - Céus isso constrangedor. – Ri de nervoso.

— É novo para mim também meu amor. – O guardião trouxe-me mais para perto de si. De bom grado aconcheguei-me contra a lateral de seu corpo. – Quero mergulhar de cabeça nisso junto com você.

— Juntos. – Sorri bobamente. - Então... Qual cronograma para hoje?

— Vou dá uma olhada no Edward, depois vamos tomar café da manhã e podemos fazer uma tour pela cidade.

— Hum... Acho que podemos trocar essa tour por mais algumas horas de sono.

— Minha nossa que namorada mais manhosa essa minha. – O riso gostoso dele encheu o cômodo.

A contra gosto o deixei levantar. Esperei que ele saísse para só então arrastar-me para fora da cama. Troquei-me rapidamente e fui para o corredor esperá-lo e então irmos ver como Edward está.

Batemos duas vezes na porta antes que houvesse um consentimento para entrarmos. Encontramos Ed já acordado. O sorriso brincalhão e as faces levemente coradas mostravam que estava se recuperando bem. Elizabeth sentada na beirada da cama parecia mais calma até podia ver o vestígio de um sorriso em seu rosto cansado.

— Como estamos hoje? - Sky não escondeu o contentamento de ver o amigo melhor.

— Ótimo. Pronto para outra. – O guardião cacheado bateu no próprio peito.

— Claro super-homem. – Elizabeth revirou os olhos. – Você não sai dessa cama até está completamente recuperado.

— Sim senhora. – Edward bateu continência nos fazendo rir.

— Palhaço. – A namorada deu um tapinha na testa dele antes de olhar para mim. - Mady... Posso conversar com você? A sós.

— Claro Lizie. - A morena levantou e foi até a porta ainda aberta.

— Comporte-se e faça o que Sky mandar.

— E tenho escolha? – Edward resmungou.

Rindo a guiei para o quarto onde estava hospedada. Sentei-me na cama e esperei pelo que ela tinha a dizer. Elizabeth permaneceu de pé com os braços cruzados parecendo desconfortável.

— Você Está bem?

— Sim. - Estranhei a pergunta dela. – Por que não estaria?

— É que... Edward sentiu sua aura descontrolada ontem. - Elizabeth mal olhava para mim.

— Está tudo bem. Foi apenas um momento de confusão. - A olhei atentamente. - Lizie o que há?

— Eu... Imaginei que talvez eu fosse à causa... Desculpe.

— Céus amiga! Não estou entendo nada. - Franzi o cenho. - Olhe para mim, não consigo conversar assim.

— Estou envergonhada Mady... - Ela continuou evitando meu olhar. Levantei e a puxei pelo braço para que sentasse ao meu lado.

— Agora diga exatamente porque está envergonhada. Porque não consigo lembrar de nada que fez para que se sentisse assim.

— Como não lembra? - Agora ela olhou para mim indignada. Já é um começo apesar de continuar não entendendo nada. - Eu a ataquei e... Ainda feri Edward!

— Você estava enfeitiçada... - A morena me interrompeu.

— Você não entende! - Ela fechou as mãos em punho os olhos castanhos marejaram. - A bruxa tinha razão... Só fui dominado porque ciúmes e inveja... De você. - A última sentença foi dita aos sussurros.

— Ham... Ciúmes? De mim? - Acho que perdi alguma coisa. 
— É bobo e infantil eu sei. - Ela riu sem humor. - Não compreendo essa ligação que Edward tem com você. Deixei a insegurança nublar a razão. 
— Ah... Entendi. - Pensei por alguns segundos buscando pelo que diria a seguir. - Sinto muito por não ter percebido que você estava desconfortável. - Repousei a mão sobre a dela. - Não foi minha intenção. É que vejo Ed como o irmão que nunca tive entende? Nunca imaginei que isso estava te incomodando.

— Não precisa se desculpar Mady. – Ela negou com a cabeça minimamente. – Você não fez nada de errado. Eu que sou insegura. Mas de agora por diante isso vai mudar. - Queria remover qualquer resquício de dúvida que ainda tivesse em seu coração.

— É assim que se fala! – Apertei de leve a mão dela para deixar claro que não estava chateada com ela. - Deixe-me contar um segredo. – Falei em tom conspiratório. - Um guardião só se apaixona uma única vez e é para sempre. Ed entregou o coração dele a você é nada e nem ninguém pode mudar isso.

— Ah Mady... Não mereço sua amizade.

— Deixa de história. Claro que merece. - A abracei sei como é se sentir insegura e não iria deixar que isso corrompesse nossa amizade. - Não enfrentei vampiros e tomei um tiro para deixar uma amizade acabar por causa de um mal entendido.

— Não vou mais deixar que nada interfira no que sinto por meu Edward e nem em nossa amizade. 

— Isso aí cunhadinha. Aquele guardião não podia ter achado alguém melhor. - Sorri ao vê-la também sorrir. - Só mais uma coisa.

— O que?

— Inveja? É sério Lizie? - Arqueei uma das sobrancelhas. - A morena corou. - Céus Elizabeth! Definitivamente nem eu sentiria inveja de mim mesma. Sou uma adolescente de quase dezenove anos com a visão de uma senhorinha de oitenta.

— Isso foi um grande de um exagero. - Ela juntou os lábios segurando o riso.

— Não foi mesmo. Sou uma idosa no corpo de uma adolescente. - Ri deitando na cama sendo acompanhada por uma Elizabeth risonha.

— Tem certeza que não tem nenhum parentesco com meu namorado? Porque vocês dois são impossíveis não sei quem tem o senso de humor mais duvidoso e as piadas piores.

— Ah com certeza Edward ganha facilmente.

— Sinceramente tenho minhas dúvidas.

As nossas risadas continuaram enchendo o cômodo por longos minutos, até que Sky retornar e ficar nos encarando rir sem um motivo aparente.

— Ham... Interrompo o momento fraterno das duas?

— Não... - Respirei fundo engolindo a risada.

— Que bom. Tenho boas noticias. O ferimento está cicatrizando e sem vestígio de qualquer infecção.

— Ótimo! – Elizabeth suspirou aliviada. Esse dia ficava cada vez melhor.  

— Agora podemos ir tomar café da manhã.

— Perfeito. Estou faminta! - Sentei arrumando os cabelos. 
— Vocês guardiões vivem com fome. - Elizabeth revirou os olhos.

— Claro que sim. Tem coisa melhor do que comer? – Levantei. - Vem com a gente?

— Depois vou.

— Ok.

Descemos para a taberna enquanto Lizie voltou para a companhia de seu amado. Eu quase conseguia sentir o sabor de minha refeição matinal. Estávamos quase na taberna quando ouvimos vozes exaltadas.

— Antes do café da manhã não. - Choraminguei.

— Vamos ver do que se trata. - Sky tomou a frente. E continuamos a descida, agora com cautela tomando cuidado para não chamarmos a atenção.

— A que devo a honra da presença da guarda do senhor do castelo do norte? - Espiei por entre o braço de Sky. Pude ver um grupo de saldados trajando armaduras completas enchendo o pequenos espaço lá embaixo. Os elmos impediam que víssemos seus rostos.

— Recebemos informações de quê um grupo de viajantes está hospedado aqui. – Isso parece meio óbvio meu caro, afinal isso aqui também é uma estalagem. Revirei os olhos mentalmente. É cada uma.

— Ah meu senhor. Nós sempre estamos recebendo visitantes.

— Estou me referindo aos viajantes responsável pelo fim da bruxa do bosque. – Opa! - Estão falando de nós. - Cochichei.

— Ham ram. Vamos descer mais um pouco. - Descemos mais dois degraus.

— Veja bem senhores... - O pobre taberneiro ficou nervoso.

— Não tente nos enrolar. Sabemos que estão aqui! Vá chamá-Los! - O homem de armadura bateu com o punho no balcão de madeira fazendo com que o homem do outro lado saltasse de susto.

— Melhor fazermos alguma coisa.

— Também acho. - Sky empertigou-se é desceu os últimos degraus. - Creio que estão a nossa procura. - Todos sem exceção olharam em nossa direção.

— Em que podemos ajudar? - Postei-me Ao lado do imortal cruzando os braços tentando imitar a postura confiante de meu namorado.

O que parecia ser o líder olhou para mim por alguns instantes não pude ver a expressão de seu rosto, pois não teve a educação de tirar o elmo.

— O senhor do castelo do norte solicita a vossa presença. - A voz abafada não deixava margem para contestação. Ah mas se ele pensa que vai sair mandando assim estão muito enganado.

— Primeiro. Tenha um pouco de educação e tire esse elmo. Me recuso a conversar com alguém cujo não consigo ver o rosto. - Pelo canto do rosto vi Sky esboçar um pequeno sorriso.  O homem não se moveu. O que se tem de fazer para ser levada a sério?

— Se eu fosse você é faria o que ela pede. - Não sei se foi o tom grave ou pelo fato de está recebendo a ordem de alguém do mesmo sexo, mas agora o homem fez o que foi pedido e tirou a proteção da cabeça. Revelando um rapaz que aparentava nem ter chegado a maioridade. Mas como as aparências enganam não me deixei levar por esse pré- julgamento.

— Bem melhor. - Sorri satisfeita. O rapaz não se dignou a olhar para mim e para completar sorriu com desdém. Respirei fundo e fechei os punhos.

— Vocês virão conosco. - Mais uma vez o tom autoritário e jocoso inundou a fala dele. 
— Sinceramente não sei porque deveríamos acatar esse convite tão "amigável" - Sky fez aspas com os dedos e arqueou uma das sobrancelhas deixando bem claro que as tentativas de nos intimidar falharam miseravelmente.

— Não é sábio recusar um convite do nosso senhor.

— Também não é sábio subestimar que não conhece. - Estreitei os olhos ameaçadoramente.

— Não podemos fazer nenhuma viagem agora. Nosso companheiro está ferido e não é aconselhável que monte até que se recupere e não iremos a lugar nenhum sem ele. – Sky continuou irredutível. Não era meia dúzia de guardas que nos diria o que fazer.

— É justo. - Os olhos âmbares do cavaleiro reluziram como se já esperasse por essa resposta. – É de nosso conhecimento o estado de seu companheiro por essa razão meu senhor lhes enviou uma carruagem ele seja transportado com mais conforto.

— Sendo assim. - Sky trocou olhares comigo. - Vamos nos preparar para a partida. – Escondi a surpresa, mas a guardei para mim.

— Estaremos esperando. – O jovem assentiu cheio de si orgulhoso da pequena façanha.

Dei uma última encarada no presunçoso antes de seguir o imortal de volta ao andar superior. Esperei estarmos fora do alcance de ouvidos curiosos para falar.

— Poderíamos fugir não é? Porque vamos com aquele projeto de tirano? – Estava inconformada.

— Ah com certeza poderíamos. Mas eles vão nos fazer um favor não precisaremos lutar para entrar em contato com esse misterioso senhor do castelo do norte.

— Pensando por esse lado... – Ele tinha razão. Não podíamos perder essa chance.

Subimos para o terceiro andar onde fomos primeiro avisar Edward e Elizabeth da nossa partida.

— Vamos ter que ir. Estão! Solicitando a nossa presença. – Os dois olharam para meu namorado sem entender.

— O quê?  Antes do café da manhã? - Ed parecia quase ofendido.  - Quem ousa fazer tal atrocidade? - Fiquei na dúvida se ria ou se ficava com dó. Nunca se sabe até onde vai o humor desse guardião.

— O tal do senhor do castelo do norte quer nos ver. - Elizabeth olhou para mim buscando por uma afirmativa melhor.

— O sujeito que estão suspeitamos ser o Lesath? Bom sendo ou não ele já entrou na minha lista negra quem já se viu fazer pessoas decentes sair assim às pressas e ainda de barriga vazia?!

— Ham... Vamos arrumar nossas coisas. Precisam de ajuda? - Sky cortou as lamúrias do amigo.

— Não. Posso fazer isso enquanto Edward me conta quem é esse tal de senhor não sei das quantas. - A morena olhou para o namorado longamente. Alguém vai ficar levemente encrencado.

Arrumamos nossas roupas nas mochilas sem muita pressa. Afinal, era ele que queria a nossa presença não o contrário esperar nunca matou ninguém. Não é mesmo? Descemos os quatro ainda sem pressa. Meu alvo de preocupação parecia realmente bem disposto apesar de está um pouco emburrado.

O taverneiro se recusou a receber por nossa estadia. Pareceu ofendido quando insistimos. Só conseguimos que ele aceitasse uma compensação pelo espelho que quebrei e ainda nos presenteou com comida para a viagem.

— Espero vê-los novamente meus jovens amigos e espero que façam uma boa viagem.

— Nós que agradecemos sua generosidade. - Sky apertou-lhe a mão. O homem robusto nos acompanhou até saída onde nos deparamos com uma tropa de trinta homens montados e armados até os dentes. Das duas uma, ou eles achavam que éramos muito importantes ou muito perigosos.

— Entreguem as armas. - Como se eu precisasse delas para arrancar esse sorrisinho desdenhoso da cara desse ser odioso.

Sem objeção um a um entregamos nossas armar. Apesar de que quando entreguei as minhas permaneci com minha faca extra de atirar escondida dentro da bota.
Nenhum deles pareceu desconfiar e eu fiz minha melhor cara de inocente.

Montei em flecha e atrelei os arreios de Argos a minha cela. Sky fez o mesmo com tempestade. Elizabeth e Edward entraram na carruagem que possuía apenas dois lugares. Quando estávamos prontos para partir os soldados se dividiram em dois grupos ficando um de cada lado da estrada.

Viajamos o dia todo fazendo pequenas paradas ocasionais para os cavalos descansarem e esticarmos as pernas. Tive a nítida impressão que eles estavam com pressa para chegar e essa impressão se tornou certeza quando anunciaram que não pararíamos para dormir quando a noite caísse.

Dormir sobre a cela de um cavalos definitivamente entrou para a lista de coisas que não irei repetir. Foi a pior noite de sono que já tive. E olha que um guardião dorme feito pedra, acordei diversas vezes com a sensação de está caindo da cela. Sky pediu varias vezes para pararmos, mas a resposta que teve era que não era seguro e depois do incidente da bruxa achava mesmo isso possível.

O resultado da noite péssima foi um corpo dolorido e um mau humor de botar medo. Não sabia o que seria capaz de fazer se fosse irritada.

Um castelo suntuoso apareceu no horizonte perto do meio dia quase suspirei aliviada ao entrarmos no pátio onde alguns criados esperavam para levar os cavalos para as baias para serem alimentados. Não vi sinal de nosso anfitrião em lugar nenhum.

Estávamos prestes a entrar no Castelo quando os soldados nos cercaram. É agora que as intenções deles serão reveladas. Puxaram a mim e Elizabeth para longe dos rapazes e começaram a nos levar para direções contrárias. 

— Tirem suas mãos de mim! - Desvencilhei do primeiro par de mãos que seguravam-me sem um pingo de delicadeza. A poucos metros de mim os rapazes também tentavam se livrar de seus captores. Porem pouco a pouco outros homens armados surgiam para tentar nos conter. 

— Não! Parem! - Elizabeth não conseguia se livrar dos que a seguravam. 

Minha paciência estava no limite. Puxei o guarda que mantinha Elizabeth prisioneira o jogando contra o chão de pedra. Esquivei-me de outro que tentou me dominar, soquei a lateral de sua armadura deixando um amassado com o formato de meu punho.

Virei para o lado quando alguém me pegou pelo pulso. Reconheci mesmo com o elmo o rapaz que fora nos buscar. Minha ira contra ele se acendeu com força total movida pela vontade de fazê-lo pagar pelas afrontas que cometeu contra nós esmurrei o capacete metálico o afundando um pouco contra a cabeça dele tonto ele me soltou. Mal notei minha mão ferida e sangrando.

            Urrei irada ao ser segura por vários braços ao mesmo, me contorci buscando me soltar. Sky e Edward que estavam na mesma situação que eu. Sentia que iria perder o controle a qualquer momento. Tinha certeza de que se isso acontecesse não seria bom para ninguém.

— Parem! - Aquela voz assustadoramente familiar trouxe-me de volta da nuvem de raiva fazendo-me para de me debater contra quem me segurava. - Deixem-nos agora! - Instantaneamente os guardas nos soltaram e se retiraram. – Olhei atordoada para a entrada do castelo não acreditando no que estava a poucos metros de mim será que era um truque de minha visão avariada. 

— Mãe? 


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