Guardiões escrita por Godsnotdead


Capítulo 30
Restaurando a confiança perdida.




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Esperava lorde Sky e Madison saírem da pousada junto com uma Elizabeth emburrada que insistia em me dá tratamento de silêncio. Ok. Sei que mereço, mas não significa que esteja gostando.

Seus olhos castanhos seguiam cada movimento meu enquanto colocava a cela e os arreios em Argos.

— Precisa providenciar uma montaria para mim. — Olhei para ela e franzi o cenho. — E me ensinar a usar essas armas que estou carregando. — Lisie tamborilou os dedos no cabo da espada de maneira displicente.

— Está tão incomodada em dividir a cela comigo? — Cutuquei a barriga do alazão marrom para que soltasse o ar que estava estufando seu abdômen. Argos bufou contrariado por ter sido descoberto. Os cavalos costumam fazer isso para que cela fique frouxa é queda na certa.

— Ham... — A morena pareceu sem graça. — Só estou pensando em caso precisarmos sair apresados, seu cavalo estará mais lento por carregar nós dois.

— Então. — Aproximei-me dela. — Não é tão ruim me ter perto? — Centímetros nos separavam. Vi Lizie ofegar ao ter a pele tocada por mim. — Tem todos os motivos em está me dando esse gelo e não vou tornar as coisas mais difíceis para você. Mesmo que esteja doido para tomá-la em meus braços neste exato minuto. Esperarei seu consentimento por que te amo demais para ferir seus sentimentos novamente. — Afaguei a maçã de seu rosto e depositei um beijo em sua testa.

— Obrigada. — Ela repousou a mão sobre a minha e um pequeno sorriso apareceu em seus lábios tentadores.

— Na Próxima cidade há um mercado compraremos um cavalo para você. Depois do almoço começaremos seu treino. — Seu cheiro de hortelã estava turvando meus sentidos despertando meus instintos mais íntimos.

— Obrigada... De novo...

— Não há de quê minha fada.

— Podemos ir... Estamos interrompendo alguma coisa? — Mady parou na entrada do estábulo junto com lorde Sky. Ambos alternavam o olhar entre mim e Elizabeth. — Se quiserem podemos voltar outra hora. — A garota loira parecia o gato da Alice no pais das maravilhas tamanho era seu sorriso de segundas intenções.

— Sossega gatinha risonha. – Afastei-me de Elizabeth a garota parecia querer esconder a cara em um buraco.

— A culpa é sua. Minha namorada está sendo influenciada por seu sarcasmo. — Lorde Sky começou a colocar os arreios em seu garanhão.

— Minha? Sou completamente inocente. - Subi no cavalo e estendi a mão para Lizie ajudando-a a subir.

— Tão inocente quanto uma planta carnívora pode ser. 

— Até você meu amor? - Passei os braços em volta dela e segurei as rédeas. Ouvi seu coração acelerando. 

Logo nós quatro pegamos a estrada. Hoje ainda viajaríamos juntos só amanhã iríamos alcançar a bifurcação onde cada dupla pegaria um caminho diferente. Ficaria mais fácil encontrar respostas sem levantar suspeitas e será a oportunidade perfeita para me aproximar de Elizabeth.

Conforme adentrávamos naquele mundo meus sentidos se desligavam cada vez mais da Terra. Logo não saberia dizer a quanto tempo a deixamos para trás. Tudo era tão parecido e ao mesmo tempo tão diferente. O sol se erguendo no horizonte ficando cada vez mais quente, o ar ligeiramente mais pesado. Era nesses momentos de descobertas que me dava contar de quão maravilhoso era ser um guardião.

Claro que havia seus percalços como por exemplo, está sendo seguido há mais de uma hora por um ser que não tinha a menor noção de como ser discreto.  Esporeei Argos para que ficasse emparelhado com os outros dois cavalos.

— O que houve? — Elizabeth se assustou com a repentina mudança de velocidade.

— Nada para se preocupar. — Sussurrei em seu ouvido. - Meu senhor. - Mantive o tom de voz baixo.

— Também percebi Ed.

— Deixe-me cuidar disso.

— Fique a vontade meu amigo. — Lorde Sky assentiu e eu abri um grande sorriso. Mady nos observava interrogativa.

— Meu senhor. Empresta-me seu arco e a flecha número 04?

— Tudo bem. - Ele me entregou seu grande arco longo e a flecha de ponta arredondada feita de bronze. Não perfurava, mas doía para caramba. A coloquei dentro da bota estva na hora de um pouco de ação.

— Segure, por favor? - Passei as rédea para Lizie.

— O que está fazendo seu maluco?

— Meu trabalho amor. Só continue guiando Argos me juntarei a vocês rapidinho. — A ouvi bufar e resmungar ri sacudindo a cabeça.

Segurei-me na cela para manter o equilíbrio não seria nada heróico cair de cara no chão. Retirei os pés dos estribos; passei a perna por cima do lombo de Argos ficando sentado de lado. Então saltei para o chão, rolei para amortecer a queda e por fim fiquei de pé. Corri para o outro lado da trilha escondendo-me atrás de uma árvore de tronco frondoso suficientemente largo para manter-me escondido. 

Retirei a flecha de dentro da bota e posicionei no arco. Escondi-me na sombra e esperei ouvindo meus companheiros se afastando e o nosso perseguidor se aproximando. Alguns minutos se passaram até que o barulho forte de cascos batendo contra o chão ficou mais claro. Espiei por de trás da árvore. Vendo um grande cavalo de batalha negro se aproximando. Em seu lombo uma criatura mirrada trajando um colete de couro cru tão grande que o sujeito praticamente desaparecia dentro.

Parece que não precisarei gastar para conseguir outro cavalo. Sorri com a ideia que se formava em minha mente. Esperei que ele passasse pela árvore e estivesse a certa distância. Então saí de meu esconderijo puxei a corda e mirei em um ponto logo abaixo do ombro do animal em cima da cela. Poderia fazer com que o cavalo o derrubasse. Mas o eqüino era inocente nessa história. Com um movimento instintivo soltei a flecha, a assisti viajando pelo ar e o acertar bem no alvo. O berro de dor poderia ser ouvido há quilômetros. O cavalo assustado empinou e derrubou seu cavaleiro já machucado direto para o chão.

Corri até onde o homem estava choramingando com a mão no ombro. Ele olhou para cima quando minha sombra pairou sobre ele.

— De onde você saiu?! - Ele guinchou apavorado. O homem tinha a aparência de quem não se alimenta de maneira apropriada há tempos. A pele macilenta e o olhar amedrontado quase me fez ter pena dele. Mas conhecia muito bem esse tipo de gente, são traiçoeiros e covardes.

— Saí de seus piores pesadelos! - O agarrei pelo colarinho e o fiz levantar não importando-me com seus protestos e choramingos. Mais adiante lorde Sky e as garotas retornavam, não tardou para que nos alcançassem o guardião trazia com ele o cavalo fugitivo pelas rédeas.

— Bela pescaria Ed! - Lorde Sky fez seu cavalo parar a centímetros do prisioneiro. - Então meu caro. Porque estava nos seguindo?

— Não estava os seguindo senhor... – O sujeito engoliu em seco. Por que esses tipos gostam de insultar a nossa inteligência?

— Olha... - Lorde Sky suspirou fingindo impaciência. - Você tem duas opções. Fala a verdade por livre e espontânea vontade, ou vou te dependurar pelos calcanhares de cabeça para baixo naquela árvore até que seu sangue vá parar na cabeça e resolva para de nos  fazer de bobos! - Só para completar o tom ameaçador do auto-guardião seu cavalo resfolegou na cara do homem.

—Tu... Tudo bem... Meu chefe... Bordash me mandou segui-los. Ele quer vingança por ter sido humilhado por essa garota aí. - Ele apontou Mary que apenas ergueu uma das sobrancelhas.

— Sinto em dizer, mas seu chefe não precisa de minha ajuda para ser humilhado. – A loira se ajeitou na cela procurando por uma posição mais confortável.

— Seu chefe desmiolado deveria saber que quem meche em vespeiro é sabendo que vai levar ferroada. – Completei.

— Faremos o seguinte. Vamos soltá-lo e você dará um recado meu a seu chefe. É o seguinte. Se ele sabe o que é bom para ele vai esquecer essa história, caso contrário estaremos esperando por ele e acredite em mim não será nada agradável para ele. – Lorde Sky lançou um olhar para mim e soltei o dito cujo. Caminhei para o cavalo negro que agora era mantido no lugar por Madison. Peguei as rédeas e montei.

— Esse... Esse cavalo é meu... – Oh homenzinho protestou.

— Era, agora é meu. Pode ser que de agora por diante pense duas vezes antes de sair de seguindo as pessoas. – Tentei ignorar o olhar de reprovação do alto-guardião.

— Ed...

— Certo, certo. – Peguei duas moedas de ouro de dentro de uma bolsa de couro que trazia escondida debaixo da camisa e joguei para o ex-prisioneiro. – Agora dá o fora!

            Esperamos até que tivéssemos certeza de que ele não iria mais nos seguir. Por precaução não fizemos uma parada muito longa para o almoço. Adiando o primeiro treino de Elizabeth para mais tarde. Continuamos mantendo um ritmo constante até que o sol começou a descer no horizonte era hora de procurar um lugar para passar a noite.

— Ouviram isso? – Perguntei.

— Sim! – Mady e Lorde Sky falaram ao mesmo tempo.

— Do quê estão falando? Não ouço nada alem do vento. Não me digam que estão nos seguindo de novo. – Elizabeth olhou para cada um de nós buscando por respostas.

— Fica tranqüila Lizie. Só ouvimos o som de água, deve haver um riacho aqui por perto. – A tranqüilizei.

— Por aqui. – Seguimos lorde Sky para fora da estrada. – Vamos em fila indiana, as garotas ficam no meio. – Fiquei na retaguarda preparado para eventuais surpresas.

            Nos embrenhamos na floresta por cerca de meia hora antes de finalmente encontrar o riacho. Que na verdade era um lago de tamanho médio. Desmontei e em seguida ajudei Elizabeth a fazer o mesmo. Tiramos os arreios dos cavalos e os deixamos pastarem a vontade, em seguida dividimos as tarefas. Fiquei encarregado do jantar, Lizie e Mady de pegar água e lorde Sky de pegar lenha.

            Esperei que as duas terminassem para dá a primeira lição de combate de Elizabeth.

— Fada. – A chamei.

— Ham... Sim? – Ela colocou o balde próximo de onde seria a fogueira e veio em minha direção.

— Pegue sua espada. – Hesitante Lisie obedeceu. Peguei a minha e a guiei para longe da fogueira. Tirei minha lamina de dentro da bainha e esperei que ela fizesse o mesmo. – Primeiro segure a empunhadura com firmeza.

— Assim?

— Isso mesmo, só coloque menos força; - Ela se corrigiu. – Muito bem. Agora observe. – posicionei-me pronto para o ataque. – Ataque, golpe lateral e cortada a direita. - Ditei a seqüência de golpes que queria ensinar a ela. – Entendeu?

— Acho que sim.

— Agora tente reproduzir a mesma seqüência. – Ela assentiu.   

— Ataque... Golpe lateral... Cortada a direita.

— Relaxe mais os braços. – Mais uma vez ela obedeceu concentrada no que estava fazendo. – Muito bem. Continue.

            A deixei praticando por conta própria, pela visão periférica vi Mady quase babando enquanto assistia lorde Sky cortando um feixe de lenha. Ele havia se desfeito da camisa. Mereço isso.

— Ei baixinha. – A chamei.

— É comigo? – A loira corou percebendo que foi pega em flagrante.

— Com certeza. Não vai ficar aí só apreciando a vista. Pegue sua espada também vou te ensinar um truque novo.

— Estraga prazeres. – Ela revirou os olhos, mas fez o que pedi. Nos fusionamos um de frente para o outro com as espadas desembainhadas.

— Me ataque. – Ela hesitou. – Vamos Mady você já fez isso antes lembra?

— Certo. – A loira investiu. Sua espada descrevendo um arco cintilante em minha direção, com um movimento de pulso bloqueei o ataque, Madison parou surpresa provavelmente o impacto fez o braço dela tremer.

— Continue.

            Mady obedeceu. Golpes atrás de golpes vieram em minha direção cada vez mais fortes a medida que a garota ficava frustrada por está sendo rechaçada. O suor caía em sua testa sua camisa de linho encharcando tinha certeza de que no atual estado em que ela se encontrava não hesitaria em me ferir.

            Quando a respiração dela ficou entrecortada mudei os movimentos de bloqueio. Minha espada se chocou contra a dela e então descrevi um pequeno movimento circular, fazendo que minha lamina ficasse por cima. Em seguida com um barulho estridente deslizei a lamina ao longo da espada de Madison obrigando a ponta da espada de minha aprendiza a vira para o chão. Quando a lamina tocou o chão coloquei o pé sobre ela a prendendo.

— É isso Mady. – Olhei dentro de seus olhos para enfatizar que o combate havia acabado. Ela prendeu meu olhar por alguns segundos antes de assentir a respiração voltando ao normal.

— Como fez isso?

— Está tudo na coordenação. Você ainda mantém o braço muito travado ao atacar, quando você desfere o golpe tudo que preciso é esperar e com um pequeno contra giro me defendo. Só seguro a espada com mais força no ultimo momento entendeu?

— Acho que sim, mas se eu calcular mal na hora do bloqueio?

— Bom, então há uma grande de eu arrancar sua cabeça.

— Sempre tão animador. – Ela revirou os olhos.

— Calminha ferinha. O lance é que sua defesa deve se tornar instintiva e isso só acontece com...

— Prática é mais prática.

— Exatamente. Está pronta? – Perguntei entusiasmado.

— Sim.

— Ótimo. Vamos lá. Um, e dois, gire o pulso, três e quatro. Bom, muito bom mesmo, continue assim.

Satisfeito em vê minhas duas aprendizas de exercitando ocupei-me com o jantar, quando aquelas duas acabarem estarão a ponto de devorar um boi.

— Elas tem jeito para a esgrima. – Lorde Sky sentou ao meu lado bebendo grandes goles de água de seu cantil

— Com mais práticas ficarão formidáveis.

— Ham ram. Só tome cuidado para não acabar com uma orelha a menos quando estiver treinando Mady... Ela é meio impulsiva. – O alto-guardião sorriu divertido.

— Oh... Eu sei, não caçôo mais dela durante os treinos depois da surra que levei na semana passada. Ainda sinto minhas costelas doerem. Mas mudando completamente se assunto. Parece que está preocupado com algo.

— Andei estudando o mapa novamente e percebi que para entrarmos nas dimensões sombrias precisaremos passar pelo mundo dos elfos.

— Hum... Isso pode ser um problema.

— É o que também acho.

— Se é algo inevitável acho que não adiantará ficar nos preocupando antecipadamente daremos um jeito. Sempre damos não é.

— Espero que esteja certo. – Ele suspirou e olhou para o céu que começava a ficar escuro com a chegada da noite. Também esperava está certo, porque não seria nada agradável enfrentar um bando de elfos orgulhosos. Eles tem o péssimo habito de atirar primeiro e perguntar depois.


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