Guardiões escrita por Godsnotdead


Capítulo 28
Uma nova razão.




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Estava furiosa, como ele ousou mexer com minha cabeça ainda mais do que já vem mexendo? Com que direito Edward apagou minhas memórias? Quem ele pensa que é? Rosnei mentalmente enquanto andava de um lado para outro em frente a porta parecendo uma leoa enjaulada. Algumas crianças que passavam pelo hall me olhavam com estranheza. Engoli o ímpeto de mostrar a língua para elas em mandá-las procurarem algo para fazer e me deixarem ficara com raiva em paz.

            O pior era essa vontade de querer ouvir as explicações dele, deveria está amaldiçoando a existência daquele ser egoísta. E não querer ver aquele guardião nem pintado de vermelho com bolinhas amarelas. O pior é que no primeiro momento em que minha memória foi restaurada era exatamente o que queria; porem quando cada lembrança retornou a seu devido lugar o alivio tomou conta de mim.

            Essa raiva toda que estou sentindo é frustração por está dividida em mandá-lo para o raio que o parta e perdoá-lo.

— Quer saber? Que ele vá para essa maldita viagem não me importo! – Grande mentira, só a idéia de ficar longe dele por tempo indeterminado foi suficiente para fazer meu coração se contrair. – Coração idiota... – Bufei. Abri a porta a tempo de vê-lo virando as costas para ir embora. – Espere... – Ele virou e olhou para mim, um pequeno sorriso esperançoso surgiu em seu rosto. Vou fingir que não isso não teve nenhum efeito sobre mim. – Você tem uma chance... – Saí da frente da porta para que ele entrasse.

            O guiei para meu quarto. Lá poderíamos ter mais privacidade e teria uma gama maior de objetos que poderia jogar nele caso precisasse extravasar minha raiva. Esperei que ele sentasse, permaneci em pé.

— Por que decidiu me ouvir? – Edward agora está sério.

— Talvez... – Hesitei. Ele havia me pego de surpresa. – Queira acreditar... – Fechei os olhos. Dana-se, serei sincera. – Preciso acreditar que você teve um bom motivo para fazer o que fez.

— Tenho um motivo... Mas creio que esteja longe de ser altruísta. – Ele desviou o olhar parecia envergonhado. – A verdade que tive medo. – Franzi o cenho. – É irônico como um ser imortal poderoso pode ficar indefeso... Só em imaginar quem ama ferido. – Edward suspirou e retornou a olhar para mim. – Fiquei imaginando se algo te acontecesse, de como minha vida é perigosa e de como não tenho o direito de envolver você nisso tudo. Então pensei que tirando suas lembranças relacionadas a mim e aos outros resolveria e que você seguiria em frente... Foi uma idéia idiota. 

— Foi uma péssima idéia. – Cruzei os braços segurando-me para não sentar ao lado dele e abraçá-lo. O que sinto por ele não mudou; mas o que ele fez foi errado e não vou sair correndo para os braços dele. Edward vai ter que provar o que sente, pois não pretendo sofrer por ele de novo. – Você não tinha o direito de decidir por mim.

— Eu sei... Percebi isso depois. Peço desculpas. Não podia ir embora sem te pedir perdão.

— Vou com você.

— Ham... Não é uma boa idéia.   

— Eu já tinha tomado essa decisão antes de você mexer com minhas memórias. — Falei firme Edward abriu a boca para protestar, mas fui mais rápida. — Não irei ficar aqui enquanto você está indo não sei para onde sem ter a certeza de que vou vê-lo novamente. — Não estava em meus planos que minha voz tremesse.

— Vai ser perigoso, não sei o que nos espera. – Ele contra-argumentou. Não vai ser tão fácil assim meu caro.

— Não importa. — Retruquei. — Você pode me ensinar a me defender... E está me devendo. — Senti-me mal por está usando o arrependimento dele como moeda de barganha. E o olhar ferido dele só me fez sentir pior. Droga! Não era para eu me sentir assim. — Edward... Aqui não é mais meu lugar... Leve-me com você. — Ele me encarou, quase podia ouvir as engrenagens em sua cabeça girando enquanto racionava.

— Tudo bem... – O guardião se deu por vencido. Sorri verdadeiramente quase esquecendo o quanto estava magoada com ele.

— Ótimo. — Minha tentativa de disfarçar a euforia foi um fracasso completo. — O que preciso levar? — Dei dez passos indo para a cômoda e abrindo a gaveta. Só então lembrei que ele não havia deixado minhas malas no dia em que me trouxe Para cá. Nas gavetas só estavam às roupas que eu usava antes de ser seqüestrada girei nos calcanhares e olhei para ele esperando por explicações. — Onde estão minhas coisas?

—Ham... Estão em casa. Não tive coragem de me desfazer delas. — Edward ergueu os olhos constrangido. Acho que vou facilitar as coisas para ele.

— Tudo bem... Assim não preciso levar muita coisa. — Retornei a olhar para os objetos na cômoda.

— Não precisa se preocupar em levar muita coisa. Para onde estamos indo elas não serão necessárias. – O olhei por cima do ombro.

— Não entendi.

— Não queremos chamar atenção então vamos nos vestir como os habitantes locais. Ou pelo menos tentar. — Faz sentido.

            Coloquei mais uma mudas de roupas e roupas intimas em uma mochila junto com os porta-retratos com as fotografias de meus pais. Então descemos para o primeiro andar; antes de ir precisava fazer uma coisa.

— Espera um pouco?

— O tempo que quiser. – Ele parecia ler em minha testa o quanto esse novo passo era novo e importante para mim. – Estarei lá fora.

            Parei na frente da porta do escritório da senhora Allen, não podia ir embora sem me despedir dela.  Respirei fundo então bati na porta. Dois minutos depois a voz abafada dela mandou entrar. Hesitante girei a maçaneta e então entrei.

— Lizie minha querida. Já voltou. – Ela mostrou a cadeira vazia em frente a seu birô. – Ocorreu tudo bem?

— Ham... Sim. – Sentei ainda sem saber como contaria a ela.

— Então por que está com essa carinha desconsolada? – Os olhos perspicazes da senhora nunca deixaram nada passar.  

— Senhora Allen... Lembrei de tudo. – Não enrola Elizabeth. Repreendi-me mentalmente.

— Isso é ótimo querida! Mas não é por isso que está aqui não é?

— Estou indo embora...

— Porque Lizie? – Ela levantou de sua poltrona extra grande deu a volta no birô e se pós ao meu lado. Levantei-me para olhá-la nos olhos. – Você sabe que pode ficar aqui o quanto precisar e... O que você lembrou? – Agora a senhora rechonchuda me olhava desconfiada.

— Senhora Allen... Encontrei uma razão para minha vida. – Pela primeira vez desde que meus pais se foram tinha a certeza de algo em meu futuro e não iria abrir mão dele. – Preciso ir.

— Oh querida. – Ela me abraçou forte. – Boa sorte querida. E se precisar de um lugar para voltar, já sabe.

— Obrigada por tudo senhora Allen. – Algumas lágrimas teimosas rolaram por meu rosto sentiria falta dela e desse lugar que me acolheu em um dos momentos mais difíceis de minha vida. Era doloroso, mas preciso.

            Com o coração na mão saí do escritório e atravessei o hall quase correndo estava ansiosa, Edward não ousaria ir embora e me deixar. Ousaria? Abri a porta e irrompi por ela. Para meu alivio ele estava de pé na calçada de costa para mim. A mochila cor de rosa em um dos ombros a cabeça meio levantada como se observasse o céu e os cachos sendo bagunçados por uma brisa leve. Bem que ele poderia ser menos arrasadoramente lindo.

            Saltei de dois em dois degraus até que chegasse a calçada olhei para os dois lado da rua sem ver nem sombra de seu carro.

— Onde está seu carro?

— Não vim dirigindo. – Ed voltou sua atenção para mim, as esmeraldas que eram seus olhos reluzindo com humor.

— Veio de ônibus? 

— Também não.

— Voando?

— Quase. – Um meio sorriso brincalhão apareceu em seus lábios. Seus braços sem aviso circundaram minha cintura trazendo-me para mais perto dele. Fiquei sem fôlego por alguns instantes

— O que está fazendo... – Não gagueje! Espalmei as mãos em seu peito sentindo os músculos sob a camisa. Que droga Edward!

— Estamos indo embora. – O divertimento era evidente em sua voz. – Vamos transladar, por isso peço que segure firme.

— Transladar?

— Transportar de um lugar a outro. – Ele explicou.

— Ah... Tipo aparatar.

— Isso. – Ele riu, oh por que ele tinha que tinha um riso tão contagiante? – Agora segure-se, não queremos estrunchar.

            Na verdade transladar jogou minha expectativa por água abaixo, mal sentir quando deixamos a rua do orfanato. O processo todo não deve ter durado mais do que cinco minutos. Quando abri os olhos estávamos em pé no meio de um grande gramado verde e atrás de nós uma mansão de aparência antiga se erguia.

— Pode me soltar agora. – Essa proximidade é demais para meu auto-controle.

— Ham... Certo. – senti-me estranhamente desamparado ao ficar longe do calor dele, sacudi a cabeça para clarear os pensamentos e tentar focar em outra coisa que não fosse o imortal dolorosamente bonito.

— Porque vocês guardiões gostam de casas exageradamente grandes e antigas?

— Essa casa é de lorde Sky desde o final do século passado a maioria de suas propriedades são antigas porque nós... Somos tão antigos quanto. – As feições jovens e o jeito descontraído camuflavam a profundidade e a experiência evidente em seu olhar perscrutador. Senti-me insignificante diante de todas as coisas que ele já havia vivido.

Estava perdida em pensamentos quando um barulho característico sugou-me de volta para a realidade. Um pouco escondidos pela lateral do edifício três cavalos pastavam calmamente o gramado verde e antes imaculado.

— Por que vocês têm cavalos no jardim da frente? – Franzi o cenho.

— Acredite... Eles nãos estavam aí quando parti hoje cedo. Eles estão devorando meu gramado! Sabem a trabalheira que dá deixar essa grama verdinha e aparada?! – Não contive o riso, a expressão indignada dele era mais engraçada do que qualquer outra coisa. – Oh é bom ouvi-la rindo. – A expressão facial mudou para o divertimento. – Estou com a impressão que esse ser de cachos fez de propósito. – O olhei desconfiada, mas deixei para lá.

O segui para o interior da mansão o lugar era tão grande quanto seu exterior não sei como conseguem viver em um lugar tão imenso.

— Onde estão Sky e Mady? – Só ouvia o silencio e uma brisa ocasional que entrava por alguma fresta aberta.

— Estão nos fundos. – Ed inclinou a cabeça como se tentasse ouvir os sons mais longínquos. – Eles vão gostar de vê-la. – Edward puxou-me pela mão até uma porta de correr que dava para outra parte do jardim. Lá estavam Sky e Madison... Lutando.

Sky se lançou em direção a Madison em uma velocidade assustadora ele não passava de um borrão. Ela permaneceu parada no lugar, no segundo seguinte o moreno estava parado do lado de Mady. Sky girou e se lançou para ela novamente, só para aparecer atrás dela no minuto seguinte.

— O que estão fazendo? Estão dançando ou lutando?

— Um pouco dos dois. – Edward sorriu divertido. – Se concentre na Mady não em lorde Sky.

Fiz o que ele pediu. E surpreendi-me ao perceber que ela estava se mexendo, eu é que estava distraída observando Sky investindo contra ela e não percebi. Madison deu um passo para trás no exato momento em que Sky investia contra ela. Os braços dele agarraram o nada. Os dois começaram a se mover em igual velocidade girando, contornando e ondulando. Realmente era uma dança que em um combate real seria letal para os adversários daqueles dois.

— Isso é impressionante... – Arfei quando Mady mudou sua postura defensiva e se lançou contra seu parceiro em uma postura meio agachada os braços finos circundando os quadris dele o jogando no gramado os dois caíram rindo divertindo-se alheios a nossa presença.

— Bem vinda ao meu mundo. 


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Notas finais do capítulo

Olha a sumida aqui o/ desculpem a demora, é que só percebi ontem que os capítulos agendados já haviam todos sido postados sorry.
Mas e aí como estão? Estão gostando do rumo que Guardiões está tomando.



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