Guardiões escrita por Godsnotdead


Capítulo 23
Operação Rapunzel.




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Estávamos sacolejando dentro de uma van cujo a origem era desconhecida. Em uma tarde Orion chegou e disse: "Resolvi o problema do transporte" e puf a van estava na garagem.

Por via das duvidas achei melhor não perguntar. Pelo pouco que conheço do platinado, já deu para perceber que quebrar regras não é um problema para ele.

— Alguém quer repassar o plano? — Orion nos olhou pelo espelho do veículo. Ele parecia bem animado com o que estávamos prestes a fazer.

— Eu e Mady vamos libertar as garotas. Deixaremos os vigias humanos que estiverem por lá 
Bem presos a espera da polícia. – Sky protegeu a cabeça quando o carro deu um solavanco ao passar por um buraco e nos fez pular nos assentos. — Pretendo chegar inteiro irmão.

— Não seja ranzinza maninho. — O caçador riu relaxado. — A minha parte e a de Ed é esperar por vocês dois para só então invadirmos aquele estabelecimento clandestino e mal freqüentado. Então chutaremos alguns traseiros. Se tivermos sorte também pegaremos aquele renegado de uma figa. — Definitivamente Orion estava animado só faltava cantarolar. — Vocês não amam essa tensão que antecede uma luta?

— Ham... — O que devo responder? — Não.

— Não seja estraga prazeres igual a seu namorado loirinha. – Pelo espelho do carro o vi estreitar os olhos comicamente. – Não concorda comigo Ed?

— Ham... O quê? — Edward sacudiu a cabeça meio aéreo.

— Iiiiih já vi tudo. – O guardião prateado bufou e encerrou a conversa retornando a prestar atenção na estrada. Agradeci mentalmente não estava a fim de testar se sou imortal ou não.

            Era por volta das 21horas quando o veículo escuro estacionou no final de uma rua escura longe de olhares curiosos. A poucos metros ficava o prédio onde garotas eram mantidas presas. Rua acima, mais precisamente dois prédios depois estava o bordel.

— Ora do show. – Orion desligou o veículo. – Estão com seus colares?

— Pode apostar. Não queremos estragar a surpresa não é mesmo? – Abri a porta do carro e saltei para fora aterrissando em um amontoado de neve. Como sinto falta de Los Angeles.

— Vamos lá moça. – Sky deu a volta e ficou ao meu lado. – Pronta?

— Com certeza. – Cruzamos a rua sorrateiramente nos camuflando nas sombras. Nos abaixamos atrás de um camburão de lixo a poucos metros do nosso alvo. – Espere meu sinal antes de entrar.

— Sim senhora. – Ele bateu a mão na testa em sinal de sentido. Revirei os olhos e me preparei para dar inicio a operação Rapunzel. – Tome cuidado. – Ele me selou.

“Ei pombinhos! Trabalho primeiro diversão depois.” Deveria ter desligado esse comunicador. Bufei mentalmente e deixei Sky em seu esconderijo e corri para a lateral do prédio. 

Conseguia sentir a presença de no mínimo vinte pessoas espalhadas pelos quatro andares da construção decadente. Meu alvo era o ultimo andar, segundo Elizabeth as garotas estavam presas lá. Olhei para cima encontrando uma escada de incêndio enferrujada.

— Vamos lá Mady. Todos contam com você. – Saltei e me agarrei ao degrau suspenso e comecei a subir.

            A subida foi mais demorada do que gostaria; mas não podia me dar ao luxo de fazer barulho e botar tudo a perder. Estava agachada de frente para uma janela gradeada no ultimo andar. O aposento do outro lada da vidraça suja estava escuro, porem graças a minha visão melhorada conseguia enxergar vultos encolhidos no extremo oposto do quarto.  

            Levantei e segurei duas das barras de ferro cada uma com uma das mãos e as forcei. Com um rangido mais alto do que gostaria arranquei as duas peças de metal. Do lado de dentro sussurros de surpresa soaram. Não perdi tempo e forcei a janela para cima abrindo-a e saltei para dentro. Aos poucos minha visão se adaptou ao escuro do local e pude distinguir a silhueta de seis garotas, ok, está faltando uma.

— Shhhhhhhh. Fiquem calmas estou aqui para ajudá-las.

— Co, co, como fez aquilo? Como nos achou?

— Não há tempo para explicações. Precisam que me digam onde está a outra garota? – Mais um murmúrio de espanto percorreu o quarto.

— Foi levada... Está naquele lugar... – Não pude distinguir qual delas falou, mas estava claro que estava com medo.

“O que está havendo aí dentrro garrotas? Espero que não estejam aprrontando de novo, non serria nada agrradavel para focês.” Uma voz nasalizada soou do outro lado da porta junto com passos pesados.

— Certo ora de tirar vocês daqui. – Toquei no comunicador atrás da orelhas. – Estou pronta Sky.

“Estou entrando!” A resposta foi imediata.

            Ouvi um click nada simpático em seguida o tilintar de chaves batendo. O sujeito estava armado. Fiz sinal para que as garotas saíssem de perto da porta e me posicionei atrás dela e esperei. Uma fresta foi abeta deixando um pouco de luz entrar no quarto, em seguida uma mão segurando uma pistola entrou pela fresta. O segurei pelo pulso e o joguei no chão. No instante em que o homem bateu com as costas no chão o golpeei no nariz. O sujeito desmaiou em meio a um gorgolejo estrangulado.

— Amarrem esse ai e esperem pelo meu sinal. - Tirei um rolo de fita adesiva de dentro de um bolso lateral do casaco e joguei para elas. Peguei a pistola que estava no chão e a joguei pela janela. Saquei a minha de dentro do coldre e saí para um corredor meio iluminado. Meia dúzia das lâmpadas ou estavam queimadas ou piscavam de maneira irritante, parecia aqueles corredores de filme de terror.

Sacudi a cabeça afastando tal pensamento não era hora para distrações. Estava indo em direção ao primeiro lance de escada quando senti a presença de alguém atrás de uma porta em meu lado esquerdo.

Fastei para o lado no momento em que a porta abriu e um homem baixo e atarracado saiu com pressa. Ele nem soube de onde veio a pancada que o levou ao chão já desacordado. Conforme avançava ouvia estampidos e vozes exaltadas vindo do andar de baixo. Sky estava fazendo a parte dele.

— Venham garotas! - Esperei que todas estivessem atrás de mim.

Descíamos cautelosamente mantinha-me atenta a qualquer um que não tivesse descido para enfrentar meu namorado. Alcançamos o último lance de escada estávamos no topo de onde podia ver Sky imobilizando alguns homens que ainda lutavam contra ele. Pela visão periférica vi quando um homem saindo sorrateiramente de uma porta lateral apontando uma arma para as costas do guardião.

Não pensei duas vezes atirei em sua perna direita. Sky olhou para trás vendo o homem choramingando com a mão no ferimento. Meu guardião acenou em agradecimento e fez sinal para que descêssemos.

Saímos para a rua que nos recebeu com o sopro gelado do vento. Guiamos a seis garotas para onde a van estava estacionada. Sky bateu com os nós dos dedos na janela fumê no lado do motoristas que se encontrava fechada como todas as outras.

— Qual é a senha? - A voz abafada de Orion soou do lado de dentro.

— Mereço isso. - O imortal batel com a mão na testa. - Orion é o maioral. - Abafei o riso com uma das mãos ainda não acreditava que Orion levou a idéia de Edward a sério. As portas traseiras foram abertas.

— Podem entrar. - As encorajei. As seis nos olhavam com uma mistura de desconfiança e espanto. - Elizabeth que nos disse onde vocês estavam. É por ela que estamos aqui. – Não tiro a razão delas de estarem com o pé atrás conosco haviam passado por sofrimentos inimagináveis.

— Elizabeth? Onde ela está?! Eles disseram que ela estava...
— A que parecia ser a líder do grupo tomou a palavra.

— Ela está segura. Assim como vocês também irão ficar. Confiem em nós. - Como se fosse possível recusar qualquer pedido do moreno em pé ao meu lado.

— Tudo bem... Mas e Ana?

— Vamos tira-la de lá também. - Edward saiu do veículo juntamente com Orion. As seis garotas pareciam atordoadas olhando para os três rapazes. Era compreensível.

— Tudo bem. - A líder pareceu ter se decidido.

Esperamos que todas estivessem devidamente acomodadas dentro do carro.

— Se algo dê errado não hesitem em dar o fora daqui. - Orion travou as portas. - Ok pessoal hora da festa!

Nos separamos ao chegarmos ao bordel. Orion entrou pela porta da frente enquanto eu e os dois rapazes escalamos a parede indo para o telhado. Iríamos esvaziar aquele lugar de cima para baixo.  Entramos pela porta do telhado a mesma pela qual Edward havia escapada a apenas alguns dias atrás.

            Descemos até chegar ao primeiro corredor não sentia a presença de ninguém por ali. De acordo com Ed essa andar estava vazio na vez em que passou por aqui. Aparentemente o pessoal daqui já havia esquecido a visita de meu amigo cacheado.

Continuamos até chegar ao próximo andar onde ficavam as salas de jogos ao contrário do andar superior este estava bem movimentado. Os cinco quartos que funcionavam como cassino estavam abarrotados.

— De onde focês sairram?! – Um dos grandalhões que monta montava guarda na frente da entrada alternou o olhar entre mim e meus companheiros. – Focê! – Ele apontou o indicador para Edward. – Foi focê que atacou Dimitrri.

— Ham... Não foi nada pessoal. – Ed deu de ombros. – Você sabe se uma garota chamada Ana está por aqui? Temos um recado para ela.

— Non é da conta de focês e se non quiserrem arrumar uma grrande confuson saim daqui enquanto podem. Isso vale parra focê mocinha. – Agora o brutamontes apontou o dedo para mim. – Ouvi Sky suspirar pesadamente e rápido como uma cobra ele segurou o dedo do homem que ainda se encontrava apontado em minha direção e o puxou para frente. Em seguida dobrou o braço do homem para as costas em um ângulo nada confortável. – Seu moleque!

— Não seja mal educado e responda a pergunta de meu amigo. Onde está Ana? – Com certeza a calma de Sky assustava mais do que qualquer outra coisa.

— Vá se ferrrar!

— Resposta errada. – Ouvi o estalo do ombro sendo retirado do lugar junto com o berro de agonia do russo que já não parecia tão disposto em contrariar o rapaz que o mantinha preso. – Melhor falar. Você tem ossos grandes que podem ser quebrados em muitos outros pedaços. – Há algumas semanas atrás essa fala vindo de meu namorado me assustaria; mas agora sabia que ele só faria se caso não tivesse outra escolha.

— No bar... Ana está no bar.

— Obrigada por sua colaboração. – Sky o soltou não antes de colocá-lo a nocaute. – E quanto a vocês. O jogo acabou. – Todos os presentes olharam para nós e riram. Cinco deles levantaram e sacaram armar e as apontaram para nós.

— Por que ninguém nos leva a sério? – Edward olhou para o teto.

— Deve ser porque para eles somos só três adolescentes metendo o nariz onde não devem. – Dei de ombros.

— Certo. Deixem que esvazio esse andar. – Edward transladou para trás de um dos homens que estava armado e o desarmou, e seguiu assim até que os todos estivessem indefesos.

            Fizemos como ele pediu e seguimos para o próximo andar. Nesse se encontravam várias garotas usando roupas minúsculas. Prefiro nem comentar que tipo de ruídos chegavam a meus ouvidos sensíveis, meu rosto corou enquanto tentava me manter concentrada em minha tarefa.

— Todas para baixo! – Ordenei. Elas simplesmente me ignoraram completamente. Ok eu tentei ser civilizada. Tirei a pistola que se encontrava estrategicamente guardada no coldre na parte de trás de minha cintura e atirei para o alto. Todas sem exceção correram para o andar de baixo.

            Enquanto isso jogava granadas de fumaça dentro dos quartos de onde saiam toda espécie de pessoas tossindo e coçando os olhos. Desde homens e mulheres semi-vestidos a seres em igual situação, um desses seres era um vampiro que não parecia nada satisfeito em ter sido interrompido. Os lábios estavam tingidos com o sangue de alguma de suas vitimas.

            O bebedor de sangue rosnou e saltou sobre mim com as presas amostra não esperei duas vezes e atirei contra o seu peito. A criatura se desfez em pó boa parte caiu sobre mim.

— Eca! – Sacudi os cabelos tentando me livrar do que sobrou do vampiro.

— São ócios do oficio meu amor. – Sky bagunçou minha franja derrubando mais um pouco de pó de vampiro.

— Engraçadinho. – Cerrei os olhos. – Vamos logo acabar com isso quero sair desse lugar.

            Seguimos o fluxo de pessoas que se dirigiam para o bar, aparentemente Ed obteve sucesso no andar superior, pois vários outros desciam apressados do andar das salas de jogos.

            Chegamos ao bar no primeiro andar, estava cheio e a confusão era grande pude ver a cabeleira prateada de Orion na porta. Ele obstruía a passagem enquanto segurava pelo colarinho um homenzinho de aparência estranha. Um bando de brutamontes apontavam armas para o caçador que exibia um sorriso relaxado no rosto.

            Olhei em volta procurando pelo guardião renegado e por Ana; mas estava mais do que claro que ele não estava ali. No bar avistei um homem ruivo segurado uma jovem enquanto apontava uma arma para sua cabeça. Senti meus poderes se rebelando dentro de mim, não podia ficar parada somente olhando. Se eu pelo menos soubesse como transladar.

            E foi como quando estava treinando com Orion. Tudo ao meu redor diminuiu a velocidade e então no minuto seguinte estava sentada no balcão bem atrás do ruivo que não percebeu minha chegada. Ainda me aproveitando de minha velocidade aumentada puxei a arma da mão dele e o acertei atrás da cabeça com a coronha ele desabou como uma fruta podre.

— De onde você saiu?! – Ana tinha os cabelos castanhos e olhos da mesma cor que estavam tão esbugalhados que tive medo que saíssem das orbitas.

— Não importa agora. Somente se abaixe e proteja-se.

            A boate estava uma confusão de tiros e gritos quem não tinha nada com os donos do lugar buscava lugar para se esconder enquanto os vilões faziam de tudo para nos tirar de seu caminho.

            Fiquei em pé no balcão e saltei em cima de um que mirava em Edward. O derrubei com meu peso e saltei novamente agora chutando outro que tentou agarrar meus cabelos. O tumultuou continuou até que todos os bandidos estivessem fora de combate.

            Orion arrastou o baixinho até uma cadeira e o fez sentar. Me juntei a eles após guiar Ana até a van onde suas amigas estavam apreensivas a nossa espera.

— Muito bem Shrek comece a falar. – Edward cruzou os braços o fuzilando com o olhar sentia a tensão emanado do corpo dele. Tanto Ed quanto Sky estavam frustrados por não termos encontrado o guardião renegado.

— Non sei de nada.

— E eu sou a princesa Fiona. – Orion deu um tapa estalado na careca do homem. – Onde está o seu chefe? – O careca cerrou os lábio em uma clara mensagem que não estava disposto a falar. – Olhe bem para mim meu chapa! – Ele obedeceu a contra gosto. – Se está achando que seu patrão é um problema está redondamente enganado. Em instantes esse lugar aqui vai ser invadido por uma equipe de limpeza do conselho dos guardiões.- o Homenzinho arregalou os olhos. – É isso aí! Você está mais do que encrencado.

— Eu... Ele não está na terra. – O homem se deu por vencido. – Lesath só aparece por aqui para conferir os lucros, mas ultimamente nem isso tem feito.

— Pula para aparte em que nos conta onde aquele inseto se esconde. – Edward segurou nosso informante pelo colarinho.

— Calma meu amigo. – Sky repousou a mão sobre o ombro do outro guardião.

— Não sei a localização exata do esconderijo dele. Lesath sempre foi muito discreto. – Não seria um mercenário se não agisse nas sombras. – Só sei que fica em algum lugar na dimensão sombria.

— Tipico! Como não cheguei a essa conclusão antes?! – Orion jogou os braços para ao alto. O olhei sem entender bulhufas. – A dimensão sombria é o único mundo cujo o conselho não exerce sua autoridade é o lar de todo tipo de criatura. Obvio que um guardião renegado se esconderia por lá.

— De qualquer forma já temos o que queremos. Vamos deixar que o conselho faça seu trabalho. – Sky suspirou.

— E quanto a mim?! – O careca nos encarou apreensivo.

— Vai esperar como todos os outros. – Orion o acertou no queixo com tal força que o derrubou com cadeira e tudo. – Vamos embora.

            Havíamos chegado a porta quando ouvi vários disparos seguidos de um resmungo “morram malditos!” Minha audição captou o zunido de inúmeros projetei vindo em nossa direção. Cada um saltou para um lado escapando das balas; porem não fui rápida suficiente. Uma dor indescritível queimou em meu ombro, caí arfando e sangrando.

— Mady! Não! - Minha visão estava embaçada por causa da dor mal enxergavam o rosto de Sky. – Fique calma.

— Ai. – Gemi quando fui pega em seu colo. – Nos filmes isso não dói tanto.      


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Notas finais do capítulo

Uma pequena curiosidade: Vocês perceberam que o nome do guardião misterioso foi revelado certo? Lesath é o nome de uma estrela na constelação de escorpios significa garras de animal venenoso em árabe. Caiu como uma luva para o nosso renegado não acham?

O que acharam das revelações desse capítulo? Mais uma aventura está se iniciando e com ela novos acontecimentos que estou louca para colocar no papel.



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