Guardiões escrita por Godsnotdead


Capítulo 17
Saindo do script.


Notas iniciais do capítulo

Uma narração do Ed só para vocês



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Peguei a direção contraria a do lorde Sky e subi para o segundo andar do estabelecimento, deixei todos os meus sentidos ficarem em alerta. Conforme avançava encontrava garotas vestindo pedaços minúsculos de tecido. Essas só faltaram me despir com os olhos, nessa parte a profissão mais antiga do mundo se fazia presente sem nenhum pudor.

O mais constrangedor eram os sons adversos que vinham de toda parte quando passei por um corredor cheio de portas, atrás delas sussurros e gemidos atingiam minha audição como se eu próprio estivesse dentro de um daqueles quartos. Nesse momento desejei não ter super audição

Caminhei rapidamente para outra escada no fim do corredor, essa dava acesso ao que parecia ser um agrupamento de diferentes jogos de azar, pareciam pequenos cassinos. De frente para cada porta aberta estava um segurança corpulento e mal encarado.

Continuei minha procissão até que em um dos aposentos um som chamou minha atenção. Nesse havia duas mesas de bilhar e outras duas mesas de carteado cada uma com quatro homens jogando o que parecia ser poker, todos os presentes eram humanos, no fundo ficava um bar improvisado, minha atenção estava toda no bar.

Um homem parrudo tentava fazer com que uma garota sentasse em seu colo a força, esta por sua vez tentava a todo custo evitar. O terror estampado em sua face deixava mais do que claro que ela não queria estar ali.

— Vai ficarr aí parrado garroto? - O segurança brutamontes parado ao lado da entrada questionou, seu sotaque forte tornava as palavras quase incompreensíveis.

— Claro. - Respondi ao mesmo tempo em que o barulho de um tapa chegou a meus ouvidos, pelo canto do olho vi a garota se encolher com a mão na face que provavelmente estava marcada de vermelho. Vou entrar; mas tenho certeza de que não vai gostar do que irei fazer aí dentro.

 Entrei quase sem fazer barulho, a fumaça de cigarro e o cheiro de bebida e suor fez meus olhos e nariz arderem. Mais uma vez o homem estapeou a garota, trinquei os dentes, agora sei como lorde Sky se sentiu na noite em que salvou Madison.

— Não faça isso. - Pedi com a voz calma, sempre fui elogiado por conseguir manter a aparência tranqüila, mesmo quando estava prestes a arrancar o braço de alguém.

— Ah é? Porrque? - Para meu desgosto, ele não estava embriagado, derrubando por terra a única chance que ele tinha de sair inteiro dali. Só para me desafiar ele a acertou de novo. - Non é homem suficiente parra verr uma vagabunda apanharr. - Ok, você pediu por isso.

— Homem? Você pode até ser um macho, mas homem não. - Caminhei quase sem pressa até uma das mesas de bilhar.

Fazia muito tempo desde a última vez que me meti em uma confusão por causa de uma humana, da ultima vez não acabou bem para nenhuma das partes.

— Muito bem esperrtinho, agorra focê me irritou! Vamos verr se tem sorrte suficiente parra sairr daqui inteirro. - Ele jogou a garota para o lado e se pós de pé.

— Eu tenho sorte, vamos descobrir se você a tem, porque será muita sorte se eu apenas deixá-lo com cinco dedos amenos ao invés de tirar essa sua vida miserável. - Peguei uma das bolas de bilhar e a joguei em direção a ele.

A esfera girou com tanta força que ao atingi-lo no ombro o atirou contra o balcão assustando o bar man. O berro abafou o som dos ossos do braço se estilhaçando.

Caminhei em direção ao "homem" que choramingava no chão, não ostentava mais a pose de macho alfa de alguns minutos atrás. Continuei em alerta, sabia que em lugares como aquele não existia lealdade; porém se estiver preparado para o pior, não seria pego desprevenido.

— Amerricano imundo! – Ele vociferou segurando o braço arruinado.

— Ainda tem fôlego para chegar? - O segurei pelo colarinho e o fiz olhar dentro de meus olhos. - Da próxima vez que pensar em encostar um dedo que seja em uma garota, lembre-se de mim, por que se eu souber que andou maltratando uma mulher que seja, não importa se está pagando ou não, irei me certificar de que nunca mais sinta desejo por uma. - Soquei o seu nariz quebrando-o, com certeza ficaria torto. O larguei e virei para a garota.

— Por favor... Tire-me daqui. - A falta do sotaque denunciou que ela não é dessas bandas, os olhos castanhos chocolate e os cabelos escuros deixavam isso bem claro.

A forma com que tentava esconder a quase nudez e as marcas escuras na pele exposta diziam que aquela garota ao contrario das outras no andar de baixo estava ali obrigada. Suspirei sabendo que não iria sair dali a deixando para trás.

            Puxei o zíper do casaco o retirei em seguida e a entreguei, não poderia levá-la para o frio cortante com ela vestindo essa minúscula roupa.

— Esperre o quê esta fazendo? – Por um segundo cogitei a hipótese de sair daqui sem mais transtornos, já deveria saber que as coisas não funcionam dessa maneira.

— Estou indo embora e irei levar a moça comigo. – Dei de ombros.

— Non seja burrro. – O bar man colocou o trapo sujo cujo usava para enxugar os copos sobre o balcão e cruzou os braços. – Saia, antes que arrume uma confuson de verrdade.

— Sinto muito, mas não sairei sem ela. – Estendi a mão para pegar a mão dela e sairmos daquele lugar fedorento; porem fui segurado pelo pulso, olhei para mão grande em meu pulso e para o careca atrás do balcão, pus a mão livre sobre o braço dele e o puxei por cima do balcão. – Desculpe, não é nada pessoal. – Os olhos claros se arregalaram de surpresa, nocauteei o homem rapidamente.

            Senti um deslocamento de ar a minha frente, levantei a cabeça encontrando o segurança brutamontes projetando um soco em minha direção. Parei o punho do grandalhão com a mão espalmada, a força poderia ter derrubado um homem comum; mas eu não era comum.

Fechei a mão em volta do punho grande dele, o forcei a recuar até se ajoelhar, pequenos estalos chegaram a meus ouvidos, era o som dos ossos da mão dele se partindo com minha força. 

— O que é focê? – Ele perguntou entre os dentes trincados por causa da dor.   

— Isso não importa agora. – O chutei jogando-o contra uma das mesas de carteado, todos os homens levantaram e dirigiram olhares de ódio em minha direção. - Vá para de trás do balcão, isso aqui vai ficar feio. – Pedi sem tirar a atenção dos homens que se aproximavam parecendo cães raivosos querendo um pedaço meu, ela me obedeceu prontamente.

            Senti a pressão de usar a arma estrategicamente colocada em meu quadril, respirei fundo relaxando os músculos tensos. Não iria e nem podia perder o controle, são apenas humanos, são a escoria da escoria; mas ainda sim humanos, não seria hoje que quebraria meu juramento.

            Um taco de bilhar surgiu do meu lado esquerdo, o segurei sem dificuldade e olhei para meu atacante, esse era franzino o nariz parecia ter sido quebrado algumas vezes, puxei o taco o retirando das mãos ossudas dele. Girei minha nova arma acertando o oponente mais próximo na lateral da cabeça, continuei desferindo golpes com força suficiente para deixar meus oponentes fora de combate e com alguns hematomas.

            Enquanto combatia ouvi o clique familiar de uma arma sendo destravada, golpeei o cara que estava obstruindo minha visão impedindo que visse quem estava prestes a atirar em mim, a força fora tanta que quebrei o taco nas costelas do pobre coitado que já caiu gemendo meio inconsciente.  

            A uma distancia de três metros avistei o atirador, havia outros quatro todos sacando pistolas automáticas.  Larguei o que sobrou de minha arma improvisada e corri, saltei por cima do balcão no instante que uma sucessão de tiros foi disparado.

— Que noite em? – Sorri para a garota encolhida no canto, ela apenas olhou-me parecendo chocada demais para que pudesse formular uma resposta. Esperei pelos cliques que denunciavam que estavam recarregando as armas e ao ouvi-los levantei. – Minha vez. – Saquei minha pistola e atirei dez vezes, atingindo cada um duas vezes, certifiquei-me de não atingir algum ponto vital, o que antes era uma sala de jogos parecia agora com um cenário de guerra. – Vamos embora.

            A ajudei a pular o balcão e saímos para o corredor, podia ouvir ao longe vozes se aproximando. Minha habilidade de guardião possibilitou identificar os que se aproximava eram três humanos e um vampiro. E a coisa só melhora.

— Sabe onde fica a saída para o telhado?

— Se... Sei.

— Ótimo, leve-me até lá.

— Mas...

— Não temos outra escolha, acredite em mim. - Ela hesitou. – Não temos tempo a perder.

— Certo. – Uma pequena centelha de coragem se acendeu em seus olhos castanhos.

            Corremos na direção contrária dos nossos perseguidores, toquei na parte de trás orelha buscando pelo comunicador escondido.

— Ei pessoal. – O chiado indicou que tinha alguém na escuta.

— Edward o que está havendo? – A voz de lorde Sky soou sussurrada, como se tentasse não chamar a atenção.

— O que fez Ed? – Era a voz risonha de lorde Orion.

— Só... Um pequeno imprevisto. – Atenuei os fatos. – Irei precisar sair por cima.

— Ok, nos encontramos do lado de fora. – A voz de lorde Sky retornou ao tom normal, o zunido de estática cessou os comunicadores deles foram desligados.

— Mady, está na escuta? – Fez-se alguns segundos de silencio, antes de ouvir a voz dela envolta em estática.

— O que ta pegando?

— Vou precisar de cobertura, estou indo para o telhado, tem uns quatro caras em minha cola.

— Nem vou perguntar o que deu errado, estou te sentido estarei pronta. – O riso abafado me fez rir junto. – A propósito, quem está com você?

— Longa historia, depois conto.

— Beleza Bond, se apresse estão te alcançando.

            Madison tinha razão, teria que apressar o passo se quisesse sair dali rápido, peguei a garota no colo e corri, mal sentia seu peso. Ela só podia está muito abaixo do peso considerado saudável. Mais um motivo para querer pegar aquele guardião desertor.

            Subi dois lances de escada correndo, consegui aumentar um pouco a dianteira ao chegar a porta de metal que levava para o telhado forcei a maçaneta, a porta nem se mexeu, estava trancada. Coloquei a morena no chão e pedi que se afastasse um pouco, chutei a porta que abriu com um barulho capaz de acordar até os mortos.

— Mady, estamos no telhado.

— Estou vendo. – Puxei a jovem para o lado oposta da porta. – O que está fazendo?

— Escute, preciso que confie em mim.

— E quando foi que não confiei?

— Quero que atire no primeiro que sair pela porta e o atinja no peito.

— Mas...

— Você disse que confia em mim.

— Tudo bem. – A ouvi suspirar.

— Se abaixe. – Pedi para minha resgatada.

Nos escondemos nas sombras, não adiantaria muito contra um vampiro ele ouviria nossos corações e respiração, mas ficaria mais fácil para Mady.

— Com quem estava falando? Você é policial? – Parece que alguém decidiu conversar, infelizmente escolheu à hora errada

— Shhhhhhhhhhhh, explicações depois.

            Poucos segundos se passaram quando o vampiro passou pela porta, já havia lutado contra alguns de sua espécie antes e não foi algo agradável, não poderia arriscar minha acompanhante em uma luta assim.

             Assim que a criatura chegou ao meio do telhado vindo direto em nossa direção, um zunido cortou a noite e o acertou, instantaneamente o sangue suga explodiu em pó, é, Mady ficou mesmo boa com o arco. A jovem quis gritar, mas coloquei a mão sobre sua boca, pois três humanos haviam acabado de irromper pela porta. Outras três flechas cortaram a noite, cada uma se cravou em uma das pernas dos três homens.

— Agora sim. – Caminhei para a beirada. – Podemos ir.

— Ir? Como? – Sorri olhando para baixo calculando a queda. – Não! Você é louco?!

— Às vezes. – Estendi a mão. – Venha, hora de ser livre.

            Olhei dentro de seus olhos ela parecia em conflito, olhou para trás pensei que ela correria de volta para aquele lugar, seria uma baita de uma decepção se ela fizesse isso, então fui surpreendido pela morena ao segurar em minha mão com força.

— Qualquer coisa é melhor do que voltar para lá. – Sorri com seu tom decidido

— Bem pensado, suba em minhas costas. – Esperei até que ela estivesse segura. – Segure firme e feche os olhos. - Seus braços se apertaram em volta de meu pescoço, subi na beirada do telhado. Mirei no poste há pouco mais de meio metro de distancia e pulei, agarrei-me na estrutura de concreto e desci por ela, dentro de mim o sentimento de dever cumprido enchendo meu peito.       


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Notaram a diference entre Sky e Edward?
Pessoal vocês devem ter notado que algumas palavras tem um "r" amais ou o "v" foi substituído por um "f" não é um erro de digitação, tentei reproduzir o sotaque russo.



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