Guardiões escrita por Godsnotdead


Capítulo 10
Descobertas.


Notas iniciais do capítulo

Reviravoltas em 03, 02, 01 o



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Mais uma vez me pergunto como Mady consegue arranjar tanta confusão. Quase foi seqüestrada por um lobo caçador, e quando acho que ela estará segura dentro da escola; a encontro com um corte no queixo.

— Sky... - Suas bochechas estavam incandescentes. - Estamos atraindo a atenção de toda escola. - Contive o riso e a soltei.

— Perdão senhorita Clark. - Tardiamente percebi a garota ao lado de Mady. Os olhos estavam tão arregalados que pareciam dois pires prestes a pularem fora das órbitas.

— Sky essa é Helena, Helena esse é Sky. - Fomos apresentados por uma Madison parecendo querer enfiar a cabeça dentro de um buraco.

— Olá! - A cumprimentei com um manear de cabeça. A garota ainda parecia em choque, só não entendi porque.

— Ham... Nos vemos segunda. - A garota lançou um olhar esquisito para Mady, acenou para mim timidamente e se foi como estivesse indo apagar algum incêndio.

— Helena vai me submeter há um longo interrogatório. - A Garota loira a minha frente choramingou.

— Tenho certeza de que não será tão ruim quanto os acontecimentos de hoje mais cedo.

— Tem razão... - Ela fez bico, esse pequeno gesto não deveria ter um efeito tão intenso quanto teve em mim. - O que faz lembrar que você me deve explicações.

— Tem toda razão.

A acompanhei até o carro. Sentei com ela no banco traseiro, Edward nos observava pelo espelho com uma expressão divertida no rosto.

— Pronto para a primeira pergunta. - Declarei.

Madison colocou a mochila a seus pés e Ed deu partida. Ela me encarou por alguns segundos parecendo tomar coragem.

— Você é um anjo? - Ela corou até o último fio de cabelo. No banco de motorista Edward abafou uma risada.

— Não. Não sou um anjo. - Tentei manter a expressão mais séria possível. - Se caso fosse... Estaria prestes a perder as asas. - Ela pareceu não entender a analogia. Dei de ombros mentalmente, teria tempo para explicar.

— Então o que você é? Não que isso seja importante.

— Não é importante? - Arqueei uma das sobrancelhas.

— Não... É mais por curiosidade. - Ela deu de ombros relaxada.

— Então ficarei feliz em satisfazer sua curiosidade. - Edward parou o carro, havíamos chegado a casa dela.

— Ótimo, pode começar agora mesmo. - Mady saltou para fora do carro.

Fui logo atrás junto com Edward. Ambos atentos como dois galgos.

Madison girou a maçaneta abrindo a porta; porém não entrou.

— Algum problema? - Não obtive resposta. Ela irrompeu porta a dentro, entrei logo atrás.

Parecia que um furacão havia passado pela sala de estar, tudo estava de cabeça para baixo. Mady correu escada a cima, indo para o segundo andar.

— O que raios aconteceu aqui? - Mal Edward terminou o questionamento, um grito de horror ecoou do segundo andar seguido de uma detonação que sacudiu toda a casa.

— Mady! - Exclamei.

Ao chegarmos ao último degrau fomos atingidos por uma aura poderosa. O poder era tão denso que chegava a ser palpável. Seguimos o rastro até um cômodo no fim do corredor. A porta pendia segura apenas por uma das dobradiças.

No meio do que havia sido um quarto estava Mady. Ajoelhada em meio do que havia restado da mobília. Ela soluçava agarrada há uma folha de papel. Toda aquela energia estava vindo dela. Naquele momento isso não importava, meu coração estava apertado ao vê-la dessa maneira.

Andei até ela e ajoelhei-me ao seu lado. O terror estava estampado em sua face angelical.

— Levaram minha mãe. - A voz não passava de um sussurro. Peguei a folha de suas mãos trêmulas, havia apenas uma única frase escrita e eram suficientes para acender minha ira.

"Você será a próxima!"

— Trarei sua mãe de volta. - A abracei. Deixei que chorasse contra o meu peito, enquanto afagava seus cabelos e murmurava palavras de consolo.

— Meu senhor... - Edward rompeu o silêncio. Ergui a cabeça e olhei para ele. - Olhe.

Até aquele momento ainda não havia notado que um móvel estava inteiro.

A mesinha de cabeceira estava intacta contrastando com o resto do cômodo. Ao concentrar-me naquele objeto senti uma energia familiar fluindo dele.

— O que... Foi? - Mady fungou.

— Acho que podem ser respostas. - Levantei e a ajudei a levantar.

Tomei a frente e caminhei até o móvel. Estendi a mão e toquei o puxador; uma corrente de energia subiu por meu braço causando arrepios, tirei a gaveta.

Retirei todos os objetos de dentro; mas não encontrei o que procurava. Arranquei as laterais deixando somente o fundo, estreitei os olhos.

— Sky, o que está fazendo?

— Só mais um minuto Mady.

Como suspeitei havia um fundo falso. Com os dedos desprendi a placa de madeira descobrindo um compartimento oculto. Dentro estava um envelope pardo endereçado a Mady. A energia estava vindo dele.

— Sky... - Ela parecia está impaciente e não era para menos. Tirei o envelope de dentro da gaveta, sentindo a energia provinda dele arrepiar meu corpo inteiro. Virei-me para ela.

— É para você. - Entreguei a ela.

— É a letra da minha mãe. - Madison fungou novamente. - Porque ela teria tanto trabalho para esconder isso?

— Só há uma forma de saber. - Posicionei-me ao lado dela e Edward atrás de nós espiando por cima do meu ombro. Madison abriu o envelope e retirou uma folha de papel escrita a mão.

Querida Mady, se você encontrou essa carta é porque a hora de saber a verdade sobre seu pai e você chegou.

Foi quando eu ainda estudava. Em uma bela tarde ensolarada enquanto saia da 

faculdade. Fui quase assaltada, felizmente fui salva por um estranho que apareceu do nada. Naquela época ainda não sabia que aquele homem seria meu primeiro e único 

amor.

Ele era a personificação da gentileza, não tardou para que eu me encontrasse irremediavelmente apaixonada por ele e por um milagre ele também estava apaixonado por mim. Seu pai era o príncipe que tanto esperei, na verdade ele era muito mais do que um príncipe.

Ele é um guardião. Por motivos maiores que não posso relatar nesta breve 

carta, não poderei entrar em mais detalhes, pois é necessário que antes de tudo você precisa saber que ele nunca quis nos deixar. Foi obrigado a isso, seu pai mais do que tudo queria vê-la nascer.

Antes de partir ele te deixou um presente, está dentro do envelope em que está carta estava. De alguma forma seu pai sabia o quão especial você seria. Quero que 

saiba que não importa o quanto as coisas estejam esquisita, sei que se sairá bem e nunca esqueça que a amamos. Fique segura minha querida.

Todos no recinto ficaram em silencio. Na minha cabeça varias peças do quebra-cabeça Madison se encaixaram, embora outras lacunas surgissem.

Ela dobrou a carta silenciosamente e entregou a mim, em seguida colocou a mão dentro do envelope e retirou de lá uma correntinha prateada onde um pingente de asas balançava inocentemente. Ao mesmo tempo eu e Edward prendemos a respiração.

— O que é isso? - Seus olhos alternavam entre nós dois buscando respostas.

Levei a mão para dentro da camisa tirando uma correntinha semelhante, Ed fez o mesmo. Há única diferença entre os três pingentes eram as pedras preciosas que incrustavam as asas. Nas asas do meu eram safira, nas de Edward esmeraldas e nas de Mady diamantes.

— Eu... Eu... Não compreendo o que significa tudo isso. - Vi em seus olhos banhados em desespero e confusão.

A abracei esperando que esse simples gesto fosse suficiente para lhe trazer conforto.

— Meu senhor, creio que seja prudente sairmos daqui, antes que seja lá que foi que levou a senhora Clark resolva voltar.

— Tem razão. - Suspirei. - Mady, vamos pegar algumas roupas suas antes de irmos.

— Não tenho para onde ir. - Sua voz não passava de um sussurro.

— Você ficará em minha casa o tempo que for necessário para resolver essa confusão, tudo bem? - Ela assentiu lentamente. Aproveitei para limpar as lágrimas que manchavam sua pele alva. - Assim que chegarmos lá e a acomodarmos, tentarei explicar tudo da melhor maneira.

Nos pusemos a pegar algumas roupas que estavam espelhadas pelo quarto. Enchemos uma bolsa de mão que Edward encontrou no quarto da senhora Clark.

Estávamos quase na escada quando ouvimos murmúrios e resmungos vindo do andar de baixo. Tomei a frente ficando em alerta.

Ao pé escada uma criatura verde, de mais ou menos meio metro de altura; garras afiadas e vestindo uma cota de malha enferrujada escancarou a boca mostrando os dentinhos pontiagudos rosnando desafiador. Logo meia dúzia de seres iguais pontilharam o pé da escada.

—Ah que ótimo! Um lobo caçador e um bando de goblins no mesmo dia. Não vou nem perguntar se tem como esse dia ficar pior. - Segurei o pingente que já pendia para fora da camisa, segundos depois estava usando minha armadura. - Podem vir! - Saquei minha espada ao mesmo tempo que uma onda verde subia a escada urrando. - Ed, Tire-a daqui.

— Sky não!

— Confie em mim Mady. Estarei logo atrás de vocês. - Pelo canto do olho vi Edward levando-a pela mão de volta para o quarto de onde havíamos saído a pouco.

Dei dois passos para trás no instante em que três goblins atingiram o segundo andar e saltaram para cima de mim. Com um golpe lateral acertei o primeiro cortando-o ao meio. Girei a arma acima do ombro decapitando o segundo. O terceiro estava perto de mais, saltou mirando minha garganta. Dei um passo para o lado, a criatura passou direto por mim sem causar qualquer dano. Antes que entendesse o que aconteceu o golpeei mortalmente. Não tive tempo para respirar porque os companheiros deles estavam quase em cima de mim.

Espero que já tenha dado tempo para aqueles dois saírem. Embainhei a espada e corri pelo corredor direto para o quarto vazio onde a janela estava escancarada. Saltei pela abertura, inclinei o corpo pronto para rolar assim que atingisse o solo.

Mal havia tocado a terra firme corri para o carro preto esperando com a porta do carona aberta. Em movimento toquei onde deveria está o colar, fazendo a armadura desaparecer instantaneamente e então saltei para dentro do carro batendo a porta em seguida.

— Pé na tábua Edward! - Ofeguei.

O porsche cantou pneu rua acima deixando para trás um bando de goblins furiosos.

— O que eram aquelas coisas? - Os olhos dela pareciam dois pires de tão arregalados que estavam. - Também estavam atrás de mim?

— Eram goblins, creio que estavam atrás dos nossos colares. Os três juntos deixaram aquelas criaturas em frenesi. - Ela ainda me olhava sem entender. Chutei-me mentalmente claro que ela não entendeu, tudo isso ainda é novidade. - Goblins são criaturas ambiciosos, sentem cheiro de materiais preciosos a grandes distâncias. Nossos colares são feitos com o melhor ouro e a melhor prata.

— Acho que entendi... Eles não vão nos seguir?

— Poderiam; mas estou passando nesse exato momento pela rua onde estão as melhores joalherias de L.A. - Não estava vendo, mas podia jurar que Edward estava com um sorriso matreiro de orelha a orelha.

Pegamos o caminho mais longo para minha casa. Rodamos por mais duas horas por precaução antes de finalmente estacionar o carro na garagem de casa, o sol quase se punha. Levei as coisas de Mady para um dos quartos vazios.

— Fique a vontade, daqui a pouco trago algo para você comer.

— Obrigada Sky... Acho que vou tomar um banho. - Estava mais do que óbvio que ela queria ficar sozinha.

A deixei com seus pensamentos e fui para meu próprio quarto, onde tomei um banho rápido e vesti roupas limpas. Só então fui em busca de algo para comer.

Ed estava na cozinha, colocava um prato com cookies e um copo com leite em uma bandeja.

— Creio que a senhorita Clark esteja faminta. - Ele serviu outros dois copos com leite e entregou-me um.

— Obrigado Edward. - Suspirei contente enquanto o líquido morno descia por minha garganta. Peguei um cookie e mordi. As papilas gustativas saltaram em êxtase. - Você está cada vez melhor.

— Eu tento.

— Sua modéstia me encanta. - Engoli o último pedaço e sorvi o restante do leite.

Peguei a bandeja e rumei para o quarto de minha hóspede. A porta estava entreaberta.

— Posso entrar?

— Sim. - A voz sussurrada chegou até mim.

Abri a porta com o pé e entrei no aposento. Mady estava sentada na cama com as costas recostadas na cabeceira e as pernas estiradas sobre o móvel. Ela vestia uma calça de moletom cinza e uma blusa regata branca. A atenção dela estava inteiramente na correntinha que segurava como se fosse uma corda de salvação. Coloquei a bandeja no criado mudo e sentei ao lado dela.

— Estava pensando em minha mãe... Se ela está bem... - A voz dela morreu aos poucos antes de terminar o que estava falando. A abracei pela cintura, ela deitou a cabeça em meu ombro.

— Irei encontrar sua mãe Mady, nem que seja preciso procurar debaixo de cada pedra existente. - Ficamos em silêncio por alguns minutos.

— Mamãe queria que eu ficasse segura, mas como posso fazer isso se nem ao menos sei quem sou?

— Posso ajudá-la nisso. Você perguntou o que sou, minha resposta também dirá o que você é. - Antes de começar a falar usei o braço livre para lhe entregar o leite e os cookies. - Vai em frente. Ed é um exímio cozinheiro. —
Madison arqueou uma das sobrancelhas Incrédula. - Sua desconfiança me choca. - ela revirou os olhos e então mordeu um cookie. A expressão de surpresa em sua face era cômica.

— Isso é bom.

— Só não fica repetindo isso. Edward pode ficar metido. - Esperei satisfeito que ela comesse mais um pouco.

— Assim como seu pai também sou um guardião.

— Ouvi aquele lobo chamar você assim; mas continuou sem saber o que isso significa, há única coisa que me vem a cabeça são aqueles filmes... Guardiões da galáxia e a lenda dos guardiões, acho que deveria ter outro...

— Já entendi. - Segurei a vontade de rir. - Primeiro você precisa entender que há outros mundos além da terra e esses mundos estão separados por uma fina barreira a "realidade". Os guardiões são seres imortais que controlam o fluxo de viajantes e protegendo esses mundos de quem não tenha boas intenções ou causem algum tumulto.

— Acho que... Entendi; mas não consigo imaginar por que meu pai teve que ir embora. E porque estão atrás de mim.

— É inimaginável a dor que seu pai sentiu ao deixar vocês duas. Porque uma vez que um guardião se apaixona é para sempre e fará tudo para proteger a quem ama. - Olhei dentro de seus olhos por alguns segundos, foi suficiente para sentir meus batimentos cardíacos acelerarem. - Antes do dia de hoje pensei que o motivo pelo qual estão atrás de você era a sua sensibilidade. - Quebrei o contato visual antes que ela ouvisse meu coração descontrolado. - Mas agora já não tenho certeza.

— E o colar?

— O colar é um catalisador. É uma ponte para nossos poderes.

— Então... Se eu colocar, poderei usar meus poderes?

— Vai consegui controlá-los melhor, por que os usou e quase vaporizou seu quarto.

— Isso não foi nada gentil. - Medy fez bico, o bom humor parecendo retornar.

— Ok... Você redecorou o quarto, amei o que fez com os móveis. - Ela encarou com aqueles olhos que pareciam dois diamantes. Então riu e abraçou-se a mim escondendo o rosto em minha camisa.

— Obrigada Sky. - Ela murmurou contra mim.

— Não há de quê. - De bom grado inspirei o cheiro doce de seus cabelos.

— Sky...

— Sim?

— Coloca para mim? - A olhei por alguns instantes. Sabia que no momento em que o colar fosse colocado, ela deixaria de ser somente humana.

— Tem certeza? - Recebi um manear de cabeça em confirmação. Ela virou as costas e afastou os cabelos. Como previ assim que o colar foi colocado senti a metade guardiã dela se expandindo. Mady deitou a cabeça em meu colo, olhando diretamente para mim. Ela parecia exausta.

— Você deveria dormir um pouco. - Desenhei os contornos de seus olhos com o polegar.

— Talvez... Nunca mais consegua dormir.

— Posso dar um jeito nisso. - Sorri com a expressão confusa dela. Inclinei-me para frente. Os lábio ficando a centímetros de seu ouvido; a senti se retraindo. - Relaxe Mady.

— Ham... Tenho a sensação de que está fazendo isso errado. - Captei seu corpo arrepiando-se não consegui prender o riso. - Sky...

— Desculpe. - Inspirei procurando concentração era a primeira vez que estava fazendo isso. - Relaxe, deixei seu corpo descansar. - Transmiti o máximo de confiança em cada palavra. - Está segura aqui. - Fiquei satisfeito ai ouvir sua respiração ficar lenta e compassada. - Descanse pequena gremlin.


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Notas finais do capítulo

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