A Phantom Troupe's Secret Santa escrita por Myara, Drafter


Capítulo 9
Nobunaga




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Nobunaga o espreitava há alguns minutos, praticando seu Zetsu com maestria. Se aproveitava das sombras que aquele ambiente irregular formava, os olhos e ouvidos aguçados, atentos. Seu alvo estava aparentemente distraído, com as costas voltadas para ele e ocupado com algo que tinha nas mãos. Nobunaga estreitou os olhos, tentando enxergar  que seria. Poderia ser exatamente o que estava procurando.

O objeto, porém, também se ocultava parcialmente pelas sombras, e ele precisou dar um passo adiante para ter a chance de ao menos vislumbrá-lo.

Tinha uma tela brilhante, isso ele conseguia captar. Os ruídos eletrônicos também já eram audíveis daquela distância. Agora Nobunaga tinha quase certeza. Talvez se chegasse só um pouco mais perto...

— Procurando alguma coisa, Nobunaga? — o rapaz, sentado de costas, falou.

Nobunaga quase se assustou ao ouvir a pergunta. Não esperava ter sido notado com tanta facilidade.

— Não — ele desconversou. Se aproximou do jovem, que agora se virava para ele. As franjinhas loiras quase cobriam seus olhos verdes — Não é nada, Shal.

Shanark riu e se voltou para o objeto que tinha nas mãos. Parecia um game portátil, ou talvez um celular de última geração, vai saber. Nobunaga não sabia distinguir um do outro, já que Shalnark parecia ter um dispositivo diferente a cada momento. Ou pelo menos era essa a impressão que ele tinha desde quando começou a prestar atenção nos passatempos do amigo.

— O que é isso, jogo novo? — perguntou, se sentando do lado do companheiro.

— Mais ou menos — respondeu — O jogo é antigo, mas consegui uma expansão que adiciona mais uns cem mapas e vários itens novos.

— Uhum… — murmurou.

"Expansão", Nobunaga pensou. Precisava começar a memorizar aquelas expressões.

— Parece divertido. Você gosta?

— É ok. Muito fácil, na verdade.

Nobunaga continuou olhando atentamente o objeto, tentando ver algum nome, alguma palavra, qualquer coisa que desse uma pista sequer. Os gráficos na tela se moviam rápidos demais, fazendo uma explosão de cores e sons impossíveis de acompanhar ou decifrar (e que o faziam se perguntar qual diabos era a graça que Shalnark via nessas coisas).

Quando, dias atrás, Nobunaga viu que havia tirado Shalnark no amigo-secreto, sorriu satisfeito. Seria fácil arrumar um presente para ele. Afinal, sabia que o amigo adorava esses aparelhos eletrônicos, celulares, joguinhos e qualquer coisa do tipo. Bastava afanar o celular de algum incauto na rua ou de uma dessas lojas especializadas. Realmente, parecia moleza.

Só parecia. Nobunaga não fazia ideia de que existiam milhares de modelos e marcas diferentes. Claro, ele e o resto da trupe se comunicavam bastante pelo celular, mas ele nunca se dera ao trabalho de acompanhar as mais recentes novidades tecnológicas ou os últimos lançamentos da área. Para ele, bastava algo que fazia ligações e mandava mensagens de texto. Para todo o resto, Nobunaga não tinha o menor interesse.

O que fazia sua situação naquele bendito amigo-secreto pior do que ele julgara de princípio. Que tipo de aparelho dar para alguém que era um verdadeiro entendedor do assunto? Dar um modelo antigo ou ruim para Shal seria como dar uma faquinha de manteiga para um espadachim — não teria serventia nenhuma.

Nobunaga suspirou, diante da sua ignorância. Shalnark, por sua vez, permanecia imerso no jogo. Era como se já até tivesse esquecido que Nobunaga estava ali.

— Bem, eu vou indo — falou, tentando se conformar. Não ia conseguir arrancar nada desse jeito. Talvez devesse ir na sorte mesmo. Procurar pelo modelo mais recente e torcer para não errar feio o presente.

Shalnark nem respondeu. Continuava com os olhos totalmente pregados na tela. Os dedos se moviam com rapidez entre os botões, fazendo o aparelho produzir mais flashes luminosos e sons estridentes.

— Você me tirou, não foi? — Shalnark perguntou de repente. Nobunaga já tinha começado a se distanciar quando ouviu a pergunta e parou imediatamente entre um passo e outro.

— O que você disse?

Shalnark riu mais uma vez e se virou para o amigo.

— Não precisa se preocupar tanto — ele falou — Eu não sou tão exigente assim.

Nobunaga se atrapalhou por um momento, sem saber como responder. Sua intenção estivera mesmo tão evidente?

— Eu não sei do que está falando. Só estava tentando puxar papo.

— Tudo bem — Shalnark disse com seu sorriso costumaz antes de se voltar novamente para o jogo.

Nobunaga continuou o olhando por um tempo, levemente irritado consigo mesmo. Mas parando para pensar, talvez ele tivesse razão. Não se lembrava nunca de ter visto Shal com outra expressão no rosto que não fosse um sorriso amigável.

Quando saiu à cata do seu presente, Nobunaga já estava bem mais tranquilo. E, quem diria, bem mais motivado. Chegou a rir de toda aquela sua apreensão  — algo completamente exagerado, ele agora percebia.

Shalnark talvez não fosse mesmo tão exigente assim, mas Nobunaga estava decidido: daria para o amigo o melhor presente que pudesse encontrar.


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Notas finais do capítulo

Por Drafter ;*

E aí, alguém acertou o palpite sobre o amigo-oculto do Nobunaga? xD

E o próximo capítulo será o último da nossa querida Myara por aqui! Ela se despede escrevendo sobre o Shal (e eu estou ansiosa para ver como vai ser). Depois desse, todos os outros serão de minha autoria (foram 7 personagens para ela, e 6 para mim).

Agora que as opções estão acabando, alguém arrisca adivinhar quem o Shalnark tirou?

Beijos, até o próximo!



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