A Phantom Troupe's Secret Santa escrita por Myara, Drafter


Capítulo 2
Bonolenov


Notas iniciais do capítulo

Escrito por Myara



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Quando leu o nome no pequeno pedaço de papel em sua mão compreendeu os discretos suspiros aliviados que observou anteriormente. Aquele que quase todos parecia querer evitar acabara se tornando seu amigo secreto. Bonolenov, porém, não se abalou. Não pertencia nem ao grupo que questionava os motivos por ele estar ali, e nem ao grupo dos poucos que o defenderia por sua força.

Admitia, no entanto, que possuía certa admiração pela estranha figura. Ainda que fosse solitário e seu caminhar dissonante do restante das patas da aranha, Hisoka era inegavelmente um guerreiro, e seu amor pela batalha era visível e real. Seu estilo fazia Bonolenov lembrar-se de uma tribo inimiga da sua, cujos lutadores destemidos e impiedosos atribuíam poderes mágicos aos seus adornos e, especialmente, à maquiagem que utilizavam. Os desenhos que pintavam em seus rostos eram ícones da destruição e da morte que deixavam em seu rastro, e como oponentes, eram fortes e valorosos.

Levaria em conta essa característica em seu amigo secreto, os símbolos que pintava em seu rosto e tornavam-se sua marca registrada. Não sabia o significado que Hisoka atribuía aos desenhos, provavelmente não eram os mesmos da antiga tribo, mas eles eram certamente seu ícone, e isso por si já os dotava de certa mágica.

Assim que pôde, Bonolenov disfarçou-se com agasalhos e luvas, mantendo visível somente as ataduras de seu rosto sob o capuz, e foi às ruas. Não se importava se seus colegas o censurassem por aquilo, mas havia decidido comprar o presente em vez de roubá-lo. Era apenas maquiagem, afinal, e, muito sinceramente, não saberia escolher sozinho.

Entrou em uma loja de departamentos com a cabeça baixa e buscou a seção de cosméticos onde, de fato, encontrou-se perdido como imaginara que se encontraria em tal lugar. Vagou por algumas misteriosas prateleiras até ouvir a voz do anjo que o salvaria em sua missão.

— Precisa de ajuda, senhor? Procurando algo para sua esposa? - A voz melodiosa perguntou, fazendo-o virar-se para encontrar a jovem mulher loira, bela e sorridente até o momento em que viu as ataduras em seu rosto. Sua expressão então passou de alegre simpatia para surpresa, e logo após seus olhos azuis tornaram-se doces, com uma estranha empatia. - O que houve com você?

A última pergunta foi feita em um sussurro, e ela olhou para os lados brevemente como se pudesse ser punida por aquele atrevimento caso alguém o presenciasse. Bonolenov não pôde evitar sorrir perante o interesse dela. Fosse qualquer outra pessoa, aquilo o incomodaria, mas conseguia sentir nela uma rara pureza de intenções.

— Não se preocupe com isso, e não, não procuro para minha esposa, senhorita. Procuro para um amigo.

— Oh… - Ela não pareceu convencida, provavelmente acreditava que ele procurava para si mesmo, para cobrir o motivo que o levava a cobrir o rosto. Ainda assim agiu como se acreditasse nele. - E está procurando o quê, especificamente? Corretivo, base, talvez pó?

Ele não sabia exatamente o que eram os itens que ela listara, mas imaginou que servissem para cobrir a pele, de acordo com a necessidade que ela considerava ser dele.

— Você poderia me mostrar estes, por gentileza?

— Claro! - O rosto dela iluminou-se em um sorriso novamente, antes dela virar-se. - Me acompanhe, por favor! Chegaram algumas bases ótimas da M.C.A., ficam super naturais, e nem precisam de corretivo para disfarçar imperfeições.

Ele a seguiu até o balcão em silêncio, divertindo-se discretamente com a forma como ela conduzia as coisas.

— Qual é a cor da pele do seu amigo? - Perguntou quando se colocou atrás do balcão, dispondo diante dele algumas caixinhas retangulares.

— A pele de meu amigo é bem clara, quase branca, como a cera de uma vela.

Ela pensou por um momento, então escolheu uma das caixinhas para retirar dela um vidrinho cheio de um fluido de cor clara.

— Assim? - Ela derramou um pouco daquele fluido nas costas da própria mão e espalhou para mostrar a ele a cor final.

— Mais claro do que isso, desculpe. Creio que ele use algo que artistas de circo devem usar, você sabe o que é, senhorita?

— Ah, sim… O nome disso é pancake! - Ela sorriu e abaixou-se para alcançar caixinhas menores desta vez.

Bonolenov jamais sonharia que aquilo que Hisoka usava pudesse ter o nome de uma comida. A mulher era realmente uma intervenção divina naquele momento. Dessa vez, ela mostrou a ele um objeto circular, e dentro dele, o pigmento claro como a cera de uma vela.

— Bem, não temos nada mais claro do que isso. - Ela declarou como se estivesse fazendo um pedido de desculpas.

— É perfeito! - Ele assegurou com um sorriso que ela não pôde ver, sob as ataduras. - Vou levar, obrigado.

Quando a compra já estava feita e ele caminhava em direção à saída do estabelecimento, ouviu a voz do anjo novamente dirigindo-se a ele.

— Senhor, espere! - Ela o alcançou, estendendo a ele um pequeno cartão. - Desculpe por me intrometer, mas eu faço um trabalho voluntário com vítimas de acidentes que as deixaram… desconfiguradas… - Falou com cuidado, ficando vermelha ao dizer a palavra. - Maquiagem pode parecer uma coisa boba, mas pode realmente mudar a vida de uma pessoa. Se algum dia quiser me contar o que houve, eu posso ajudar. Te garanto que não precisará dessas ataduras comigo.

O olhar dela era tão gentil e seu sorriso tão meigo que, mais do que o cartão, Bonolenov tomou sua mão na dele.

— A senhorita tem um espírito muito bom e puro. - Foram suas palavras finais a ela, antes de deixá-la sozinha à porta da loja.


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