A Phantom Troupe's Secret Santa escrita por Myara, Drafter


Capítulo 12
Feitan




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Era um dia mais quente que o normal para aquela época do ano, em que as temperaturas caíam facilmente para abaixo de zero. Naquela tarde, no entanto, o termômetro marcava alguns graus positivos e abafava o vidro da pequena cabine, fazendo a neve acumulada derreter aos poucos.

O responsável pelo plantão daquele dia estava alerta como de costume. Seu rígido treinamento militar fazia com que manter a postura e a atenção fosse uma tarefa fácil mesmo em momentos de paz como naqueles frios dias de inverno.

E a calma era tanta que, mesmo com sua vigilância cuidadosa, o soldado demorou a crer no que via. Um sujeito baixinho, um vulto negro, que caminhava tranquilamente em linha reta na direção do portão que este mesmo soldado guardava de sua guarita.

O soldado esperou, acompanhando com os olhos o que pensou se tratar de um engano. Alguém perdido buscando orientações, talvez. A base militar não estava aberta para visitações no momento e certamente ninguém importante se aproximaria da caserna desse modo, a pé, sem um veículo oficial ou qualquer tipo de credencial.

Certamente um engano.

Esperou o sujeito se aproximar. Franzino, coberto de vestes pretas da cabeça aos pés, apenas os olhos finos à mostra.

— Posso ajudá-lo? — ele perguntou pelo interfone quando o indivíduo de preto chegou perto da cancela.

O homem se virou para o vidro de onde saía a voz e mirou com indiferença para o rosto do soldado.

— Estou procurando o arsenal.

O praça travou ao ver o olhar frio que ele lançava através da vidraça. Não parecia estar armado, tampouco ter força física, mas ainda assim, uma espécie de pavor rastejou dentro dele, seguido de um frio tão intenso que era como se o aquecimento interno da cabine tivesse simplesmente desligado.

— Pa-parado! Identifique-se ou serei obrigado a tomar medidas extremas — ele conseguiu dizer.

O sujeito de preto permaneceu no lugar, sem sequer alterar sua expressão. Ao mesmo tempo, o soldado se esforçava para não evidenciar o medo irracional que se apossava dele. Temendo o que aquele ser (pois aquilo não podia ser humano, ele pensou) pudesse representar, ele passou a mão pelo comunicador e ligou para o ramal do quartel, na esperança de alertá-los sobre o invasor.

Do outro lado da linha, a pessoa que atendeu ouviu apenas o silêncio.

O soldado já estava morto, a cabeça cortada entre os pedaços de vidro quebrado e o sangue pingando junto da neve derretida.

(...)

Feitan não precisou torturar ninguém para encontrar o arsenal, já que aquela base era incrivelmente bem sinalizada. Ele não teria se importado se precisasse fazê-lo, mas os homens que o atacaram eram tão fracos que certamente nenhum resistiria por muito tempo de qualquer maneira.

Ele chegou a achar risível quando o pelotão, assustado pelos golpes assassinos que Feitan distribuía sem cerimônia, tentou se proteger com veículos militares e armamento pesado. Nenhum deles entendeu que todo aquele aparato era completamente ineficaz contra um usuário de Nen experiente.

Ao terminar de se livrar daqueles que se colocavam em seu caminho, Feitan limpou a fina lâmina da sua espada manchada de sangue e olhou para os corpos, os contando mentalmente. Sorriu com o número que conseguiu.

— Desnecessário — alguém falou atrás dele — Você está roubando.

Feitan identificou o dono aquela voz antes mesmo de se virar.

— Acho que ganhei — ele disse para Phinks, que acabava de entrar pelo portão desprotegido da instalação militar.

— A competição continua — resmungou, incomodado ao ver que o baixinho o superava na disputa que travavam sobre quem angariava mais mortes.

— Vamos, pare de reclamar e me ajude a escolher algo.

Feitan começou a caminhar na direção indicada pela placa que apontava o Arsenal. Phinks o seguiu, ainda com os braços cruzados, mas com uma das sobrancelhas arqueadas, curioso para ver o que o amigo pretendia.

Pararam de frente para um edifício alto, de portas de madeira grossa e pesados cadeados de ferro — que não tiveram o menor problema em arrombar. No interior, prateleiras que iam do chão ao teto eram organizadas por categorias, contendo todo tipo de equipamento bélico.

Munições diversas, armas de todos os calibres, granadas e apetrechos que nem mesmo eles conheciam.

— Armas? — Phinks perguntou — Desde quando você precisa disso?

— Não é pra mim.

Feitan continuou andando, mantendo as mãos nos bolsos da veste e passando os olhos apertados pelas fileiras de armamentos. Tinha a mesma placidez de alguém que passeia pelo corredor de um supermercado com uma lista de compras muito clara na cabeça.

— Ah! — ele enfim disse, interrompendo os passos.

"Metralhadoras," dizia o letreiro de identificação daquele compartimento.

Feitan olhou rapidamente para as armas enfileiradas até se deter em uma. Uma Gatling Gun, estilo de metralhadora automática de canos rotativos, repousava na prateleira na altura de sua visão. Ele a pegou com cuidado e analisou por um instante.

Se virou para Phinks, que continuava com a expressão intrigada.

— Acha que Franklin vai gostar?

O loiro enfim sorriu, compreendendo. A arma realmente ficaria ótima na coleção do colega.


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Notas finais do capítulo

Escrito por @Drafter ;)

O Franklin é muito incognita, ninguém sabe muito sobre ele >.<

Conversando com a Myara (porque eu precisava de ideia urgentemente), ela comentou que ele talvez se interessasse por armas, já que escolheu isso para ser o poder dele e tals. Como era o que tinha pra hoje, acabei utilizando a ideia, fazendo um pequeno headcanon onde ele colecionasse armas pesadas. Por que não, né mesmo?

Enfim, espero que tenham gostado! Vão se preparando pra se despedir da fic, afinal o próximo capítulo é o último ='(

E aproveitem o Carnaval por mim, seja sambando ou descansando, pois onde eu moro não tem dessas coisas, hehe.

Beijos e abraços!



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