Passei por ele e fui em direção a porta. Meu coração martelava em meu peito e minhas mãos suavam. Santo Deus, até quando vou me sentir assim por ele? 

Depois de ser rejeitada tantas vezes eu devia dar um pé na bunda dele e falar pra ele sumir da minha frente. Nunca mais dirigir a palavra a mim ou algo do tipo, mas para tudo tem-se um porém. Eu não conseguia dizer não para Edward Cullen.

Eu não conseguiria agora, que ele começara a se interessar por mim, aproveitar o que eu sempre quis e nunca tive. A atenção de Edward. Não posso simplesmente ignorá-lo sabendo que ele me deseja. Que ele quer; que ele tem vontade... ok, vamos ser francos como ele foi. Edward tem vontade de transar comigo e nada mais, é o máximo que vou conseguir.

Sei que uma hora ou outra ele vai conseguir o que quer, pois sei que não sou forte o bastante para dizer não. E sei que eu não quero dizer não. Pois no fundo no fundo, eu também quero o que ele tanto deseja. Eu também quero tê-lo.

– “Bella?” - me chamou. Pisquei atônita e olhei pra ele rapidamente.

– “Falou comigo?” - Edward me olhou incrédulo e começou a gargalhar. – “O que foi dessa vez?” - perguntei nervosa.

Ele não tinha condições de responder. Ainda dobrava-se de rir enquanto caminhávamos para seu carro. Irritada, virei de volta na direção de minha casa e o deixei pra trás.

– “Ei!” - exclamou. Continuei andando sem nem olhar pra trás. Edward puxou-me pelo braço bom e me rodou até eu ficar de frente pra ele. – “Aonde você pensa que vai?”

– “Vou para minha casa.” - falei tentando me libertar de seu braço.

– “Ah, Bella, deixa de ser dramática! Eu só ri porque...” - então começou a gargalhar novamente. – “Por que...”

– “Edward!” - gritei.

– “Me... me... me desculpa!” - pediu ainda se dobrando de rir.

– “Será que dá pra parar? Edward eu juro que se você não parar de rir de mim eu não vou a lugar nenhum com você e...”

– “Está bem, está bem! Mas a culpa foi sua, Isabella.” - falou ainda sorrindo.

– “Minha?!” - perguntei revoltada. – “O que foi que eu fiz?”

– “Bella.” - falou devagar como se estivesse explicando a uma pessoa com problemas mentais. – “Eu estava te chamando a meia hora e nada de você responder! Em que você estava pensando?” - perguntou curioso.

Em você, pensei. Acho que ele pensou a mesma coisa que eu, pois deu seu sorriso malicioso e se aproximou sorrateiramente de mim. 

– “Deixa-me adivinhar.” - falou trazendo minha cintura para si. Abaixou sua cabeça ao nível da minha e sussurrou em meu ouvido.- “Você estava pensando em mim não é?” - perguntou rindo em meu ouvido. Se a risada dele não fosse tão sexy eu juro que o estapeava ali mesmo.

– “Estava.” - respondi simplesmente entrando em seu joguinho. – “Mas você não vai saber sobre o que exatamente eu estava pensando.” - falei na ponta dos pés para alcançar seu ouvido. Lentamente deixei minha língua lamber seu lóbulo, sensualmente.

Separei-me dele sorrindo e perguntei inocentemente como se nada tivesse acontecido.

– “Vamos, Edward?” - perguntei sorrindo. Ele me olhou com os olhos ferozes. Ardiam de desejo. Santo Deus, eu fui cutucar a onça com a vara curta e olha no que deu... Comecei a andar na frente com medo dele me agarrar ali mesmo.

O que eu mais temia aconteceu. Edward puxou meu braço, me fazendo dar me volta. Meu corpo se chocou com força no seu. Sua mão foi para a base de minha cintura e os meus braços ficaram ao lado de meu corpo. Uma de suas mãos envolveu minha nuca e ele aproximou meu rosto do seu.

– “Você acha que pode me provocar e sair ilesa?” - perguntou irônico.

– “E-eu n-não...”

– “Você sabe que sim, Isabella.” - falou mordendo minha orelha. Arrepiei-me de imediato.

– “E-Edward é... é melhor nós irmos...”- comecei a falar e fui impedida de continuar, pois, sua boca me calou no mesmo segundo. Em choque por seu ato, fiquei paralisada.

Edward tentava invadir minha boca com sua língua, sua mão apertava minha cintura e seus olhos estavam fechados. Ainda em choque, de olhos abertos e na ponta dos pés, retirei meus braços ao lado de meu corpo e direcionei minhas mãos para seu cabelo.

Sabia que era errado, insano e doentio, mas no momento que os lábios dele se chocaram com os meus, toda razão, todo pensamento de racionalidade que restava em mim simplesmente se evaporou. Sabia que ia me auto flagelar depois desse beijo porém iria aproveitar enquanto ainda tinha ar em meus pulmões.

Então o retribuí.

Agarrei seus cabelos com força e os puxei pra mim. Era terrivelmente incômodo ficar na ponta dos pés porém eu não me importei. Tudo de que me lembrava era que estava beijando nada mais nada menos do que Edward Cullen. Abri passagem e sua língua invadiu minha boca com vontade.

Já não era tão inexperiente igual há uns dias atrás. Sabia de pequenas coisas que o deixavam fora de si. Durante o beijo suguei seus lábios, e ele apertou minha bunda com vontade. Santo Deus que pegada era essa?

Sabia que se não parássemos agora pararíamos em outro lugar e não era isso o que eu queria. Na verdade eu queria muito, mas era errado. Era muito errado. Mas eu queria tanto!

Separei-me de Edward sem fôlego e atordoada. Deus, esse homem me deixa literalmente sem ar!

– “Edward... eu... quer dizer...” - Edward não quis saber de conversa, puxou-me de novo de encontro a seus lábios e calou-me.

Não, não, NÃO! Dê um basta nisso, Isabella!

Afastei-me dele ofegante. Ele tentou me trazer de volta, porém eu recuei imediatamente.

– “Você prometeu...” - falei sem fôlego. – “Sem graçinhas.”

– “Foi você que começou...” - ele falou ainda sem ar.

Sorri embasbacada e continuei a andar tentando recuperar o ar perdido. Chegamos ao lado de seu carro que ele fez o favor de estacionar dois quarteirões de minha casa. 

Cheguei perto do banco do carona e quando estava prestes a abri-lo Edward abriu pra mim. Ergui uma sobrancelha cética e ele apenas deu seu sorriso torto arrebatador. Entrei e encostei a cabeça no encosto do banco tentando clarear a mente.

CONTROLE-SE ISABELLA!

Não se deixe seduzir pelos lábios dele, pelo cabelo sedoso, pelos olhos verdes, pela pele macia, pelo cheiro maravilhoso, pelo peitoral musculoso pelo... Controle-se!

Balancei a cabeça e percebi tardiamente que já andávamos pelas ruas de Forks como um foguete.

– “Edward você quer nos matar?” - perguntei depois que ele deu uma freada brusca daquela que se ouve a cinco quilômetros de distância para parar o carro em um sinal.

– “Relaxa, Isabella...” - falou maroto. Bufei irritada e olhei para fora. O carro recomeçou a andar novamente rápido de mais e eu me segurei sutilmente no banco.

– “Sabe, às vezes eu penso que você tem uma idéia errada sobre mim...”- ele falou depois de virar uma curva a cento e dez por hora.

– “Edward, diminua, por favor!’ - supliquei.

– “Não que você esteja errada, mas eu me pergunto o porquê de tanto medo de ficar comigo Isabella...” - falou ignorando-me completamente.

– “Eu juro que se você não diminuir a porcaria de carro nunca mais ando nesse Volvo com você!”

– “Então você tem planos de voltar a esse carro?” - perguntou malicioso.

– “Não mais agora.” - falei seca. Relutantemente vi ele frear o carro aos poucos. O ponteiro caiu do cento e cinqüenta para os cem. Deus nós morávamos em Forks! Pra que correr?

– “Satisfeita?” - perguntou mal honrado.

– “Ainda não.”

– “Faça-me o favor, Bella!” - falou com desdém. Fechei a cara e olhei para janela. – “Como eu estava dizendo...” - falou depois de um tempo. Espera, ele disse alguma coisa antes?

– “O que você estava dizendo?” - perguntei alheia.

– “Que você tem uma impressão errada de mim.” - falou dirigindo os olhos a mim.

– “Eu tenho?” - perguntei sarcástica. – “Puxa! Descobriu só agora?”

– “Eu não sou tudo isso que você imagina!”

– “Ah não?” - perguntei irônica. – “Então o que você é?”

– “Bom... eu sou...”

– “Eu sei o que você é Edward. Todos sabem. Você é o cara que ama sair com todas e não ficar com nenhuma, é o capitão do time de futebol, é o cara mais bonito e popular de Forks, tem galinha no meio do nome e aposto que está só saindo comigo, pois quer me colocar na sua lista não é?”

– “Puxa, acho que você sabe mais da minha vida do eu próprio. Acho que pode escrever meu best-seller o que acha?” - perguntou irônico.

– “Acho ótimo, querido, mas saiba que eu não estarei na sua lista.” - sorri ironicamente.

– “Isso é o que veremos, Isabella.” - falou malicioso.

– “Cara, qual é o seu problema?” - perguntei revoltada. Ele me olhou sem entender. – “Eu já disse que prefiro Bella!” - ele sorriu em provocação.

– “Eu sei disso.”

– “Então por que me chama de Isabella? É só pra me irritar?!”

– “Exatamente.” - falou simplesmente piscando um olho pra mim.

– “Ótimo me chame de Isabella.” - falei sorrindo.- “Já decidi aonde quero comer, Anthony.” - falei gargalhando internamente. Edward freiou o carro com tudo.

– “Que porra é essa de Anthony?” - perguntou revoltado olhando pra mim.

– Oras, seu nome do meio não é Anthony? Então, a partir de hoje só te chamarei assim.” - falei saindo do carro. Por incrível que pareça, estávamos no restaurante mais jovem e mais movimentado de Forks.

Fui para frente do carro quando fui puxada por Edward, que dizer que a partir de agora era Anthony.

– “Não se atreva a me chamar de Anthony, Swan!”

– “E por que não? Você não me chama de Isabella? Nada mais justo do que eu...”

– “Ok, Bella.” - falou contrariado. Dei um sorriso em troca. – “Vamos?”- falou indicando o caminho para porta.

– “Vamos Edward”. - falei categoricamente.

Entramos no restaurante que era mais uma lanchonete e ela estava abarrotada de gente. Praticamente todos os alunos de Forks High School estavam aqui inclusive... Ah não. Suspirei de desgosto.

– “Algum problema?” - perguntou ao meu lado.

– “Emmett.” - respondi simplesmente. Uma menina da nossa idade veio nos atender. Se não me engano ela estudava comigo, porém não sabia quem era exatamente.

– “Oi Edward, oi Bella. Gostariam de uma mesa aonde?” – ok, como essa menina sabia meu nome? Acho que depois da minha repentina mudança eu devo ter sido assunto de fofoca... simplesmente perfeito! Bufei irritada.

– “Vamos Bella?” - ele perguntou. Pegou em minha mão e me conduziu até nossa mesa. Fiquei em estado de choque.

Como que ele publicamente pega na minha mão? Sem contar o fato de meu braço formigar com nosso recente contato e meu estômago dar luppins de felicidade.

Durante todo trajeto de nossa mesa, Edward segurou minha mão e me conduziu até a cadeira como um perfeito cavalheiro. Afastou a cadeira e eu me sentei. Ele se sentou em minha frente e antes de pedir ficou olhando para o meu rosto durante um bom tempo.

– “Pediremos depois Lauren, por hora traga-nos apenas uma coca pra nós.”

– “Nada mais, Edward?” - perguntou se aproximando dele com um sorriso tremendamente malicioso. Fiquei realmente surpresa disso me incomodar tanto.

– “Não, obrigado.” - falou mais duro. A moçinha saiu insatisfeita enquanto eu soltava uma risadinha baixinha. Ainda bem que ele não ouviu...

– “Edward, eu vou ao banheiro.” - falei depois de perceber que Emmett nos olhava de longe.

– “Beleza, eu vou ali na mesa dos caras e já volto pode ser?” - perguntou.

– “Aham...” - falei me levantando e seguindo para o banheiro.

– “Ei!” - falou trazendo-me de volta pra si. – “Não me de o bolo Isa... quer dizer, Bella.”

– “Não darei.” - falei marota. Desgrudei seu corpo do meu e fui para o banheiro.

Entrei em uma cabine e respirei com dificuldade. Deus, aonde eu estava com a cabeça quando aceitei o convite dele? Todos nos viram entrar juntos, todos viram ele segurando minha mão e todos, repetindo, todos alunos do colégio estão aqui!

Sai da cabine decidida a pedir para Edward para me levar embora. Não valia apena todo essa constrangimento...

– “Bella?” - uma voz soou ao meu lado. Olhei e fiquei rígida.

– “A-Alice?” - gaguejei.

– “Amiga, o que você faz aqui? Você disse que não queria vir...”

– “Eu... eu...”

Nisso entra Jessica Stanley correndo feito um foguete pelo banheiro. Ela passou por mim sem perceber e puxou Alice.

– “Alice você não vai acreditar quem está aqui com Edward Cullen?!” - falou animada.

– “Quem?” - Alice perguntou atordoada.

– “Isabella Swan! Dá para acreditar? A nerd saindo com o cara mais popular de Forks!” - Alice me mandou um olhar fulminante na hora, era frio. Ela saiu de perto de Lauren, agarrou meu pulso e me puxou-me para uma cabine.

– “O que significa isso?” - perguntou revoltada.

– “O-oque?” -perguntei desentendia.

– “Como assim o que Bella?! Como você pode sair com ele?!”

– “Alice é que...”

– “Quer saber? CHEGA! Faça o que quiser de sua vida Bella! Eu já cansei de avisar, se você quer se machucar , se machuque! Pois é só isso que você conseguirá vindo dele!”

– “Mas que merda Alice, eu não sei o que fazer!” - falei caindo no chão com as mãos no rosto e começando a chorar. – “Eu o amo Alice!”

Ela abaixou-se comigo e me consolou.

– “Eu sei amiga, mas ele não te merece...”

– “E se ele tiver mudado?” - ele me olhou cética.

– “Bella, por favor, não se iluda.”

Dito isso eu chorei ainda mais. Será possível que eu não podia tê-lo sem me machucar? Será que ele não poderia mudar?