Por Toda Minha Vida escrita por kryyys


Capítulo 18
Capítulo 18 - Inesperado




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Rolei de um lado pro outro na minha cama querendo voltar a dormir. O despertador tocava insistentemente ao meu lado e eu fazia de tudo para ignorá-lo. Esfreguei meus olhos mais uma vez  pronta para levantar-me quando um flash de noite passada me ocorreu. O sorriso foi inevitável. Logo após nosso jantar, Edward me trouxe pra casa.

Simples, porém inesquecível. Logo após nosso beijo, Edward manteve um contato físico antes inexistente entre nós. Não sei realmente se foi em função de David ou se era por que ele realmente queria manter as mãos nas minhas, queria me beijar toda hora, queria sorrir a tudo que eu falava... É, eu não sei. Mas sei, que graças a Edward, foi o encontro mais inesquecível de minha vida.

  - “Bella, acorda!” - Emmett gritou do lado de fora para em seguida dar um chute em minha porta. Suspirei pesadamente e conformei-me com o fato que hoje tinha escola.


      Levantei mecanicamente de minha cama e fui ao banheiro fazer minha higiene pessoal. Tomei um banho extremamente quente e lavei meus cabelos. (Alice me mataria por ir de cabelos molhados para aula, mas eu não ligava). Vesti uma calça jeans justa, que moldava-se perfeitamente ao meu corpo, e duas blusas. Uma de manga comprida totalmente branca e outra roxa com o símbolo da paz por cima. É não estava mal.

Passei um pouco de rímel nos olhos, gloss na boca e desci para tomar meu costumeiro café da manhã.

Emmett já estava lá. Comia seus ovos com bacon mecanicamente, sem nenhuma animação. Minha mãe sorria por algum motivo aparentemente desconhecido. Quando eu via minha mãe em um estado de felicidade assim? Sorrindo para o nada? Nunca!

Meu pai como já era de costume não estava em casa. Charlie quando dormia em casa sai cedo, antes das cinco da manhã. Em sua maioria preferia ficar no trabalho, dava plantão cinco vezes na semana no mínimo. É claro que nenhum de nós acreditava nisso. Já até me perguntei se meu pai poderia ter outra família ou no máximo uma amante, mas deixei essas idéias de lado. Meu pai não poderia ser assim podia? Charlie poderia ser o que for, mas minha infância foi feliz do jeito que foi graças a ele.

Sempre fui o xodó de meu pai, sempre. Era claro como cristal (n/a: mas eu não sou clara. Sou morena! ok, piadinha off) a preferência do chefe Swan por mim. Talvez por eu ter sido a filha que todo pai gostaria de ter. Amorosa, chorona, risonha e muito, muito apegada ao pai. É por isso que até hoje sofro com a mudança repentina de meu pai. Até meus onze anos meu pai era o melhor do mundo, porém algo mudou. Ele se afastou de tudo e de todos, passou a ser uma pessoa fria, chata, e em sua maioria irritante. Não culpo minha mãe pelo término do casamento afinal o culpado fora meu pai.

- “Bom dia.” - sorri levemente.
- “Bom dia, meu amor!” - minha mãe cantarolou feliz levantando-se da mesa levando consigo seu prato. – “Dormiu bem?” – perguntou enquanto me dava um beijo.

Ok, tinha alguma coisa realmente errada aí.

- “Sim.”  - falei arrastando minha cadeira para me sentar. – “Bom dia, Emm.” - dei um beijo em sua bochecha e começando a me servir com meus costumeiros cereais

- “Dia.” - respondeu com sua boca cheia. Minha mãe apesar de já ter lavado toda louça sentou-se conosco na mesa e ficou tamborilando os dedos na mesma. Olhava impaciente de um lado a outros e em seguida pra nós.
- “Vocês vão demorar muito pra ir?” - perguntou do nada.  – “Vão se atrasar...”
- “Mãe, o que tá pegando? Você nunca se importou se estávamos atrasados ou não...”  - Emmett falou começando a se levantar. – “E está toda nervosa..”
- “Eu?” - Renée perguntou espantada. – “Não é nada meu amor é só que eu não quero que percam aula. E também... eu vou... vou fazer uma grande venda hoje, não posso perder. “ – murmurou se enrolando nas palavras.

Sim, eu não fora a única que percebeu. Minha mãe estava estranha.

- “Vamos, Emm?” - falei limpando minha boca com guardanapo. – “Mamãe está certa, vamos nos atrasar.”
- “Tá, só vou pegar meu material.” –

- “Aproveita e pega o meu no meu quarto? Está no armário do meio.” – gritei para ele me esparramando no sofá enquanto ele subia as escadas.
- “Folgada.” – ouvi ele resmungar. Emmett desapareceu e segundos depois e ficamos somente eu e minha mãe na sala.
- “E como foi? Ontem eu quero dizer...” – ela sentou ao meu lado com os olhos brilhantes.
- “Hm... foi tudo bem mãe.”  - sorri meio sem graça.
- “Ele não tentou nada, não é?” – perguntou receosa.
- “Não mãe.” - falei rindo. – “Edward sabe ser legal quando quer.”
- “Ah sim! Sempre achei Edward um menino de ouro! Lembra-se quando ele brincava aqui em casa com seu irmão? Eram tão lindos! É claro que Edward era mais comportado... Sabe que Emmett sempre foi um capetinha, mas meu Deus, eram tão amigos! Até hoje são, sabe como é. “ - falou cruzando as pernas em sinal de nervosismo. – “Edward ainda vive aqui... O que me surpreende que só agora tenha começado a sair com você. Quero dizer, ele sempre frequentou nosso casa, por que só agora? Enfim, estou muito feliz meu amor, muito mesmo! Só não deixe a piranha da mãe dele estragar tudo por que você sabe como Esme é... Argh!”

- “Conhece Esme Cullen, mãe?” - perguntei ajeitando-me do sofá.
- “Quem não conhece aquela jararaca?” - falou rindo. – “Ai Bella, eu não suporto aquela mulher!” - Renée falou como se me confidenciasse algo surpreendente.
- “Então somos duas.” - confessei baixo.
- “Ah Meu Deus, o que ela bruxa fez com você, meu anjo?” - Renée falou segurando minhas mãos.
- “Não foi nada...” – sorri amarelo.
- “Isabella, conte-me agora.” - Ela falou de repente autoritária.

Oh Deus, havia algo realmente errado com minha mãe. Não sei por que, mas agora, era como se ela estivesse voltando a ser a Renée de antes. A Renée feliz. Quero dizer, logo após o relacionamento dela e de meu pai irem para o buraco, minha mãe se fechou.


As conversas que antes tínhamos desapareceram. A preocupação comigo e com Emmett antes exagerada também, o carinho, os sorrisos, a alegria contagiante que antes era igual à de Alice, a curiosidade por tudo, a vontade de ser participativa em nossas vidas... Tudo acabou quando ela e Charlie começaram a travar uma guerra em pleno casamento. Agora era como se ela estivesse voltando a ser o que era. O motivo eu não sabia, só queria que ela continuasse assim.

- “Eu não acredito nisso!” - ela praticamente gritou quando terminei de contar o que Esme havia feito comigo. – “Mas eu vou matar aquela mulher!” - falou se levantando nervosa.
- “Mãe, por favor!” - ri. – “Passou, ok? Eu não vou voltar mais naquela casa mesmo, do que adianta?”
- “Mas com que direito ela fala assim com você? COM QUE DIREITO? Puta? Puta só se for ela!” - Renée falou com as mãos na cintura. – “Uma puta das boas que casou com Carlisle por conta do dinheiro, isso sim! Ah, minha filha... Deixa eu ver essa mulher na rua que eu acabo com ela!” - falou ameaçadoramente enquanto eu ria de seu palavreado.
- “Mãe o que está acontecendo?” - perguntei querendo saciar minha curiosidade. – “Por que você está... assim?”
- “Assim? Assim como?” - falou sentando-se novamente.
- “Não sei. - confidenciei. – “Feliz, talvez...Qquero dizer, você nunca se importou comigo e com Emmett, pelo o menos não de uns tempos pra cá. É... Estranho ver você alegre de novo.”
- “Oh meu Deus... Eu fui muito ruim não fui? Quero dizer, eu sei que fui uma péssima mãe...”
- “Não é isso! É só que é muito bom ver você feliz de novo. É bom ver antiga Renée de volta.” - falei rindo.
- “Antiga Renée?” - perguntou rindo.
- “Sim, a Renée que fala pelos cotovelos.” - falei gargalhando.
- “Ah sua pestinha!”  - falou rindo e começando a fazer cócegas em mim.
- “Olha, eu não queria ser estragas prazeres, mas nós estamos atrasados.” - Emmett falou com a cara fechada ao pé da escada.
- “Onw, meu amor, está com ciúmes?” - Renée perguntou risonha.

- “Eu? Jamais! Não preciso disso...” - Emmett falou dirigindo-se pra porta.
- “Ah, vem cá, pimposo da mamãe!”  - ela murmuou indo até Emmett e cobrindo-o de beijos.
- “PIMPOSO, MÃE? Pelo amor de Deus, esquece esse apelido!” - ele falou rindo. O ar me faltava de tanto rir. Pimposo... Eu não me lembrava disso. Foi só minha mãe lembrar o apelido carinhoso que tia Genoveva deu a Emmett que todas as lembranças me voltaram.


Foi nesse momento de descontração que o telefone tocou.


- “Alô?” - perguntei ainda rindo.
- “Renée?” - uma voz grossa do outro lado perguntou.
- “Não, é a filha dela.” - falei de repente interessada. – “Quem gostaria?”
- “Poderia passar pra ela, por favor?” - a pessoa repetiu, de repente nervosa
- “Quem gostaria?” - insisti.
- “Quem é, filha?” - minha mãe perguntou desconfiada.
- “Não sei, não quer dizer.”
- “Me dá isso aqui.” - Emmett veio para meu lado e tomando o telefone de minhas mãos.
- “Não, Emmett!” - Renée falou correndo para o nosso lado e tentando tomar o telefone de Emmett que se esquivava abilidosamente. – “Me dá isso aqui!”
- “Alô? Quem tá falando?” - falou sério. – “Quem? Phill? Quem é você?”

Foi quando minha mãe repentinamente tomou o telefone de Emmett e saiu falando no telefone. Troquei um olhar desconfiado com Emmett, aquilo tava muito estranho. Minutos depois minha mãe voltou toda afobada e... Corada?

- “Quem era?” – Emmett perguntou depressa.

- “É... O cliente de qual lhes falei,” – ela fez uma cara estranha. – “Que eu vou atender...” – aquela história tava muito mal contada. Olhei no relógio e me distraí completamente.

- “EMMETT! Olha que horas já são... Vamos perder a primeira aula!” – eu gritei enquanto pegava minhas coisas e me preparava pra sair. Não queria me atrasar, minha primeira aula era biologia... Edward fazia essa aula comigo.

Emmett pareceu esquecer do tal Phill também, dei um beijo na minha mãe, um tapa na minha cabeça e saiu correndo na minha frente. Antes de sair pela porta, virei para Renée.

- “Mais tarde a gente conversa.” – falei séria. Fechei a porta, ainda a tempo de ver seu olha temeroso.

(...)

Eu corria – ou tentava correr, já que tropeçava constantemente – para dar tempo de chegar na sala. Esbarrei minha mão na porta, antes que senhor Banner fechasse ela. Ele me lançou um olhar desaprovador para mim.

- “Que bom que resolver se juntar a nós, senhorita Swan. Antes tarde do que nunca, não é?” – senti meu rosto corar. A sala inteira olhava pra mim. Caminhei rapidamente com a cabeça baixa para a primeira fileira, sentando na única carteira vaga que havia, procurando nem olhar para quem estava ao meu lado. Arrumei de pressa meu material, e tentava achar a página do livro...

- “Bom dia”. – aquela voz aveludada, que eu reconheceria em qualquer lugar, soou pertíssimo do meu ouvido, seguido de um beijo no meu pescoço que me arrepiou inteira. Olhei para o lado, meio chocada com a demonstração de afeto na frente de todos. Ele nunca tinha feito isso...  E agora sorria calmamente como se nada estivesse acontecendo.

- “Bom dia”, respondi baixinho ainda em dúvida, mas sem deixar de sorrir. Meu sorriso se alargou mais ainda ao ver Tanya do outro lado da sala nos fuzilando com os olhos. Edward acompanhou procurou o motivo da minha risada, e quando encontrou rolou os olhos em despreso.

- “Ignore ela.” – disse simplesmente, entrelaçando nossas mãos e colocando em cima da mesa, deixando a mostra para todo mundo – inclusive Tanya Denali – ver.

Embora eu estivesse completamente corada e envergonhada pelo fato da sala inteira estar olhando e comentando da gente, eu não conseguia parar de sorrir. Esse, definitivamente, estava sendo o melhor dia da minha vida.

(...)

Olhei para o relógio pela milésima vez. O sinal bateu. Preparei-me psicologicamente para enfrentar a escola inteira na hora do intervalo.

Levantei da cadeira respirando fundo, juntei minhas coisas e caminhei até o refeitório de cabeça baixa. Entrei lá, imediatamente procurei Edward, ele estava em uma mesa afastada de onde costumava sentar. Ele piscou pra mim e fez sinal para me aproximar. De começo, eu quis gritar de alegria, mas isso logo foi substituído pelo pânico, já que a escola INTEIRA olhava para minha cara.

Andei rapidamente até ele, que sorria me acompanhando com o olhar. Eu provavelmente devia estar um vermelho escarlate. Puxei a cadeira na sua frente e sentei, nunca desviando nossos olhares.

- “Bem, isso é diferente...” – murmurei na tentativa de quebrar o silencia desconfortável que se instalava.

- “Achei que você iria querer sentar comigo, sabe... Ter um pouco de privacidade.” – ele sorriu torto. – “Se é que isso é possível.” – ele fez um gesto demonstrando que todo mundo olhando pra gente. Captei o olhar interrogativo de Emmett sobre a gente, lancei um sorriso tranqüilizador em sua direção. – “Coma.” – falou empurrando uma bandeja repleta de coisas para mim. Eu o olhei estranho.

- “Você pegou tudo isso pra mim?”

- “Eu não sabia o que você gostava, resolvi pegar um pouco de tudo.” – deu ombros, sem se importar.

- “Bem... Obrigada.” – peguei uma maçã.

- “Você parece preocupada.”

- “Não... Na verdade surpresa.” – confessei. – “O que tudo isso quer dizer?”

- “Cansei de tentar ficar longe de você.” – ele falou, se inclinando para mais perto de mim.

Olhei para baixo, fixando meus olhos na maçã. Meu coração estava acelerado.

- “O que está pensando?” – ele perguntou de repente. Encarei seus olhos... O verde esmeralda estava ainda mais brilhante hoje. Tão lindo... Pisquei várias vezes, lembrando-me como respirar. Era tão fácil se perder em seus olhos...

- “Você tem que parar de fazer isso.” – resmunguei, desviando o olhar novamente, meio que fugindo de sua pergunta.

- “Fazer o que?” – ele pareceu confuso.

- “De me deslumbrar.” – ele riu alto, eu corei.

- “Eu deslumbro você?!” – perguntou sorrindo largamente. Isso agradava ele?

- “Frequentemente.” – admiti. Dei uma mordida na maçã.

- “Bem... Isso acontece comigo também.” – Edward parecia desconfortável de confessar aquilo. Não pude evitar de sorrir.

Eu deslumbrava ele? EU?! Deus, mais nem nos meus melhores sonhos eu podia imaginar que um dia estaria ouvindo isso dele. Nunca, nunca mesmo. E pela décima vez só nesta manhã, eu já tinha certeza que esse era o melhor dia da minha vida.

- “A menos que vocês querem matar aula, é melhor ir logo.” – Emmett gritou, se aproximando de nós. Desviei toda a atenção de Edward – que pareceu mais aliviado – para meu irmão idiota. Ele pegou um pedaço de pizza da bandeja e com três mordidas acabou com ele. Pegou outro, parecendo se irritar com o fato de nem um dos dois se mexerem.  –“Anda Edward!” – resmungou ainda mastigando e deu um soco nele. – “A gente tem Educação física, cara!”

Edward bufou. – “Eu sei, eu sei, vai na frente que eu já vou indo.”

Olhei em volta e reparei que haviam muitas poucas pessoas no refeitório. Fiquei em pé, enquanto Emmett ia embora.

- “Matar aula não seria uma idéia tão ruim assim...” – ele murmurou, sorrindo malicioso, se aproximando de mim. Sorri também.

- “Ah, seria sim.” – não, seria não.

- “Porque você tem que ser tão certinha?” – ele estreitou os olhos, entrelaçando seus braços em minha cintura, colando nossos corpos.

Revirei os meus. – “Para de reclamar e me beija logo.” – ele riu antes de juntar nossos lábios.

(...)

O resto das aulas passaram voando. Já arrumava minhas coisas para ir embora, quando Edward apareceu na porta da minha sala, sorrindo.

- “Deixa que eu levo pra você.” – ele pegou todos meu livros com uma mão, e segurou a minha com a outra. Eu estava um pouco atordoada. Eu e Edward estávamos andando de mãos dadas pela escola. Eu precisava me beliscar... Tudo parecia tão surreal...

Todos os estudantes olhavam para nossa direção.

- “Todo mundo ta olhando pra gente.” – sussurrei completamente desconfortável. Eu odiava chamar atenção. Ele riu.

- “É bom que todo mundo saiba que nós estamos juntos.” – ele falou, colando seus lábios em meu ouvido, e mordendo-o em seguida. Eu me arrepiei e sorri.

Qualquer dia, ele ainda iria me matar.


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Notas finais do capítulo

Olá, queridas! Estão bem?
Bom, eu e a Krys estamos ótimas e VIVAS, embora não pareça né, rs ;)
Bom, minha visita é breve hoje, já que fiquei de recuperação de Física e tenho que estudar pra prova. Mas, por favor, alguém me responda... Por que física existe? D:
Mas enfim, gostaram? Odiaram? Chorem por aqui!

Beijos, Bia s2