Por Toda Minha Vida escrita por kryyys


Capítulo 11
Capítulo 11 - Mudanças




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[Bella]

 

Bati a porta de casa e um sorriso se formou em meus lábios. Era inevitável. Edward Cullen estava sim, caidinho por mim, como eu por ele. Suspirei.

 

- “Onde você estava?” - Uma voz ruidosa veio da escada. Olhei pra frente e vi meu irmão vindo em minha direção.

- “Estava com o Edward.” - falei simplesmente. Passei por ele porém o mesmo segurou meu braço, dessa vez não botando tanta força.

- “O que você estava fazendo com ele?” - perguntou ameaçadoramente.

- “Por que não pergunta pra ele, Emmett?” - perguntei sarcástica. Tentei livrar meu braço porém ele apertou mais forte.

- “Qual é o seu problema? Dá para me soltar?!”

- “Bella, você não entende que eu quero o melhor para você?”

- “Faça-me rir, Emmett” - falei ironicamente.

- “É verdade Isabella, eu quero o melhor pra você, pois afinal você é minha irmã e o Edward não é o melhor para você!”

- “Pensei que você o defenderia... Afinal ele não é seu melhor amigo?”

- “Isso não muda as coisas.” - falou tentando se esquivar. Suspirei derrotada.

- “Emmett, não está rolando nada. Nós somos apenas... amigos”

- “Eu sei que isso não é verdade” - falou soltando meu braço. – “Mas não vou te impedir de nada.”

- “Não se preocupe Emmett, eu sou responsável.” - sorri de leve. Por incrível que possa parecer recebi um abraço de Emmett em troca.

- “Trégua?” - perguntou com um meio sorriso.

- “Vou pensar no seu caso...” - falei rindo e pela primeira vez, me permitindo dar um beijo em sua bochecha. Virei meu corpo para escada e a subi com um sentimento bom.

 

Emmett pela primeira vez na vida preocupara-se comigo. Parecia tolo, eu achar isso bonito, mas eu achava. Parecia que pela primeira vez meu irmão mais velho se preocupara comigo.

 

Entrei em meu quarto e deitei em minha cama. Fiquei minutos imensuráveis olhando para o teto e pensando nele.

 

Peguei meu Ipod e coloquei uma música qualquer. Porém quando me permiti prestar atenção na letra percebi que ela retratara tudo o que estava acontecendo. Retratara Edward.

 

(Naturally - Selena Gomez

 

Como você escolhe se expressar
É do seu jeito próprio, e dá para dizer
Que vem naturalmente, vem naturalmente

Você segue o que sente por dentro
É intuitivo, você não tem que tentar
Vem naturalmente, mmmm vem naturalmente 

E isso me tira o fôlego
O que você faz, tão naturalmente 

Você é o trovão e eu sou o relâmpago
E eu amo a maneira que você sabe quem você é
E para mim é emocionante
Quando você sabe que é para ser
Tudo vem naturalmente, vem naturalmente
Quando você está comigo, baby

Tudo vem naturalmente, vem naturalmente
Baby baby baby

Você tem uma maneira de me mexer
Uma força da natureza, a sua energia
Vem naturalmente (Você sabe que vem)
Vem naturalmente
Yeah Mmmm

E isso me tira o fôlego (Toda vez)
O que você faz, tão naturalmente

Você é o trovão e eu sou o relâmpago
E eu amo a maneira que você sabe quem você é
E para mim é emocionante
Quando você sabe que é para ser
Tudo vem naturalmente, vem naturalmente
Quando você está comigo, baby 

Tudo vem naturalmente, vem naturalmente
Bay bay baby 

Quando nós colidimos, faíscas voam
Quando você olha nos meus olhos, me tira o fôlego

Você é o trovão e eu sou o relâmpago
E eu amo a maneira que você sabe quem você é
E para mim é emocionante
Quando você sabe que é para ser
Tudo vem naturalmente, vem naturalmente
Quando você está comigo, baby

Tudo vem naturalmente, vem naturalmente
Baby baby baby)

 

Suspirei derrotada. Deus, agora tudo me lembrava Edward Cullen. Instintivamente abri minha gaveta e peguei algo que deveria ter jogado no lixo.

 

Peguei seu 'presentinho'. Olhei para camisinha dentro do pacotinho e comecei a rir abobada. Meu celular tocou e eu o peguei ao lado da mesinha de minha cama. Vi no visor e constatei que era Alice.

 

- “Oi, Alice” - falei feliz.

- “Hm... que felicidade é essa?” - falou rindo.

- “Bom... eu consegui seduzi-lo e sair ilesa e depois... Emmett e eu visemos uma trégua.”

- “Trégua?”- perguntou desconfiada.

- “Bom... mais ou menos isso... não sei bem como irá ser, mas vamos tentar parar de conviver dentro de um campo de guerra.”

- “Fico feliz por vocês” - e então de repente, Alice começou a ficar histérica no telefone. – “Bella, Bella, BELLA!”

- “O que foi?!”

- “Jasper, Jasper, JASPER!” - cantarolou. Sentei na cama em choque.

- “Oh Meu Deus, não me diga que...”

- “Sim! Ele... ele... Ele me chamou para sair Bella!”

- “Alice isso é... isso é MARAVILHOSO!” - exclamei realmente feliz.

- “Sim, eu sei! Estou tão nervosa! Não sei nem o que vestir!”

- “Meu Deus, isso é inédito!” - brinquei.

- “Não brinque Bella, é sério.! Não sei o que fazer, o que vestir, o que falar... Amiga eu vou ficar muda!”

- “Calma! Alice, para falar a verdade eu pensava que de nós duas, era eu que tinha problemas com o sexo masculino!”

- “E é. Mas nem por isso eu vou deixar de ficar histérica, né? Bella, o homem dos meus sonhos me chamou para sair! Você tem noção do que é isso?!”

- “Tenho” - confidenciei sorrindo boba.

- “Você tem, é?” - riu – “O que você está fazendo? Vem me ajudar...”

- “Bom, Edward me deixou em casa agora... ia estudar um pouco...”

- “Mudou por fora, mas não por dentro” - Brincou. Apenas ri. – “Ok, eu me viro aqui, beijos!”

- “Beijo e obrigada por tudo!”

- “Deixa de ser boba! Amigas pra sempre, lembra?” - riu lembrando-se de nosso juramento de criança.

- “Sim, amigas para sempre.”

 

Continuei deitada sem vontade de estudar, porém depois de um longo suspiro me levantei e peguei meu material de álgebra. Tentei pensar só em números, cálculo, retas e etc, pelo o menos assim, eu o tiraria um pouco da minha cabeça.

 

Comecei a estudar as seis e só terminei quando minha mãe veio me dar boa noite. Renée me deu um beijo na testa e elogiou meu novo visual. Apenas agradeci com um sorriso. Por fim o sono me dominou e eu me rendi a ele.

 

Tomei um banho quente antes de ir me deitar e apaguei a luz do abajur. Coloquei o grosso edredom a minha volta e quando estava quase caindo na inconsciência o barulho do meu celular me acordou. Era uma mensagem.

 

Estava sem a menor vontade de ir lá, porém a curiosidade me dominou. Quem me mandaria uma mensagem à uma e meia da manhã?

 

A luz do visor ardeu em meus olhos. Olhei mais atentamente e não acreditei quando li.

 

De: Edward

Para: Bella

Boa Noite, sonhe comigo.

E.

 

Quase tive um aneurisma quando li. Meu coração acelerou e o sono se dissipou.

 

De: Bella

Para: Edward

Bom, na verdade eu estava quase dormindo e sim, estava sonhando com você.

Digo o mesmo, sonhe comigo Edward. 

Boa noite,

Bella

 

Esperei ansiosamente por uma resposta, porém ela não veio. Castiguei-me mentalmente por ainda ter a audácia de espera algo vindo dele. Idiota, mil vezes idiota!

 

Deitei em minha cama novamente e esperei dormir. Quem disse que o sono veio? Fiquei olhando de tempos em tempos em meu celular esperando uma mensagem... uma ligação... Nada. Absolutamente nada.

 

Por fim, lá para as quatro da manhã, minhas pálpebras ficaram realmente pesadas e eu deixei a inconsciência me levar por completa, já não esperando mais nenhum sinal de vida de Edward Cullen.

 

Acordei no outro dia um caco. Pra falar a verdade eu não acordei. Houvera dormido menos de três horas por culpa dele e meu humor não era dos melhores. Vesti-me automaticamente - claro, vestindo-me bem com minhas novas roupas deixando meus antigos trapos pra lá - penteei o cabelo em um rabo de cabelo deixando minha franja de lado. Passei apenas um gloss rosa, - Alice houvera me ameaçado de morte se eu não saísse pelo o menos com um batom de casa - e desci as escadas como quem ia para forca.

 

Estaquei quando vi a cena a minha frente. Meu pai, Emmett e minha mãe comiam todos juntos em um agradável silêncio na mesa do café da manhã.

 

- “Bom... Dia.” - falei temendo que qualquer coisa que falasse estragasse o estranho momento de paz.

- “Bom dia filha.” - minha mãe falou sorridente. Levei um susto com isso.

 

Emmett sorriu de canto e meu pai piscou uma vez pra mim tirando os olhos do jornal por meio segundo o voltando a ler.

 

- “Ahn... gostaria de informar que hoje chegarei mais tarde em casa.” - meu pai falou desconfortável.

- “Aonde você vai?” - minha mãe perguntou desconfiada tirando por completo o sorriso do rosto.

- “Vou trabalhar até tarde hoje.” - falou seco.

- “Não minta pra mim, Charlie!” - pediu levantando com tudo da mesa.

- “O que?” - perguntou revoltado. – “Acha que estou mentindo?! Eu trabalho duro para colocar comida nessa mesa e você ainda vem com essas suas desconfianças?!”

- “Eu sei que você está mentindo!” - falou a ponto de chorar. – “Aposto que vai sair com uma dessas vagabundas que você costuma usar não é?!”

- “Cale a boca, Renée!” - falou levantando-se e levantando a mão pra ela.

- “Vai me bater?!” - Perguntou desafiadora, mas assustada.

- “É o que eu tenho vontade para calar essa sua boca imunda!”

- “Imunda?! Você é o imundo Charlie, saia daqui!’

- “Eu não vou sair da minha própria casa!” - minha mãe em um ato impensado e raivoso deu um tapa estalado no rosto de meu pai. Olhei para Emmett em pânico e o mesmo me encarava assim.

- “Parem... por favor!” - implorei a ponto de chorar.

- “Nunca mais...” - meu pai falou aproximando-se de minha mão com o dedo em seu rosto. – “Nunca mais, toque em mim me ouviu?!” - falou segurando forte em seu braço.

- “Emmett!”- implorei.

 

Emmett rapidamente foi para o lado de meu pai e o segurou tirando a mão dele do braço de minha mãe.

 

Renée olhou para Charlie com os olhos cheios de fúria e se eu bem conhecia minha mãe, ela chorava de raiva. Virou as costas e sai pisando duro. Charlie rapidamente pegou sua farda, a arma e saiu batendo a porta.

 

Sobramos Emmett e eu na cozinha. Ele ainda em pé e eu sentada. Não agüentei e despenquei.

O choro era irracional. Era impossível eu me segurar. O sentimento de impunidade se apossava de mim. Eu queria fazer algo por meus pais mais o que?

 

Fazer o que se eles nada faziam para se ajudar. Por que então não se separam logo? Por que não acabam logo com essa farsa de casal feliz?

 

Por que para os outros, para quem via de fora, Charlie e Renée eram um casal como qualquer outro. Felizes, e principalmente normal.

 

Normalidade era coisa que não se via a tempos em nossa casa.

 

Chorei por continuar nessa situação. Chorei por não poder fazer nada. Chorei por ver que minha mãe sofria mais do que deveria. Chorei por saber que ela ainda amava meu pai e chorei por saber, no fundo no fundo eu sabia, que Charlie não a amava mais.

 

Senti uma mão afagando meu cabelo e levantando minha cabeça que estava baixa. Olhei com os olhos transbordando de lágrimas para Emmett e o mesmo me abraçou.

 

Por um momento me deixei levar pelo abraço sincero e companheiro de Emmett. Ele sentia o mesmo que eu. Era meu irmão, vivia comigo nessa casa e por mais que tentasse evitar, sempre como eu presenciava essas brigas intermináveis que começavam por verdadeiras bobeiras.

 

- “Eu não aguento mais, Emmett.” - falei entre soluços.

- “Shhh, calma Bellinha”. - falou sorrindo esperando eu me tranqüilizar. Isso de fato aconteceu. Emmett usara o apelido antigo que me dera, quando apenas éramos crianças que brincavam de lama e de castelos de areia. – “Tudo vai melhorar...”

- “Você sabe que não vai.” - falei baixando o olhar. Ele pegou minha mão.

- “É bom ter um pouco de esperança, sabia?” - falou fazendo graça e conseguindo. Soltei uma pequena risada. Então comecei a ver o outro lado de Emmett.

 

O lado que eu me esquecera a muito.

 

O lado gentil, amoroso e solidário. Sim, meu irmão - que às vezes eu preferia esquecer que era gêmeo - era uma boa pessoa. Claro que tem e muitos defeitos que eu deixara sobressaltar sua qualidades, mas vendo agora, eu me arrependo por todos esses anos não ter tido um bom relacionamento com ele.

Ele poderia ter sido meu porto. Poderia ter sido meu braço amigo, o que me consolaria todas as vezes que eu chorei descontrolavelmente pelas crises de Renée e Charlie.

 

- “Vamos?” - perguntou sorrindo.

- “Pra onde?” - perguntei rindo.

- “Pra escola! Vai dizer que Isabella, a santa padroeira do altruísmo vai faltar aula?”

- “Não claro que não, mas você...”

- “Sim, eu vou te levar se é isso que está estranhando.” - falou rindo. – “Já está na hora de fazer o papel de irmão mais velho.”

- “Emmett fale sério! Você só é quatro minutos mais velho!” - falei rindo.

- “Não! Quatro minutos e cinqüenta e dois segundos mais velho, quase cinco minutos então por isso, você me deve obediência, pirralha.” - falou de um jeito engraçado. Despenquei a rir e quando menos espero, Emmett me agarra pela cintura e joga-me sob seus ombros.

 

Saiu correndo comigo porta a fora e rindo sob meus protestos me atirou no banco de carona de seu carro. Ainda com a respiração entre cortada e rindo muito, ele entrou no carro e apertou uma de minhas bochechas.

- “Idiota.” - falei respirando com dificuldade.

- “Deve ser por isso que sou seu irmão.” - riu. Dirigiu rapidamente pelas ruas de Forks e uma parte bem pequena de minha mente se perguntou se isso era coisa de homem...

- “Sabe, desde que eu me entendo por gente, você foi assim sabia?”

- “Assim como?” - perguntei sorrindo.

- “Chata.” - confidenciou. Dei-lhe um tapa nos ombros. – “Ah qual é Bella?! Quando nós éramos crianças você era sempre a filha perfeita... a responsável, a limpinha, a arrumadinha, a obediente o modelo ideal americano de filha e o que sobrava pra mim?” - riu. – “Só por que eu não era perfeito mamãe me puxou muito mais a orelha.”

- “Claro! Você era o capeta em forma de gente, Emmett!” – eu sorri. – “Lembra daquela vez que você quebrou o vaso de cristal que era da avó de Renée e colocou a culpa em mim?”

- “E aquela vez que você tacou lama no cabelo do Edward e ele veio com tudo pra cima de você?” - falou rindo de se contorcer.

- “Sim.”- suspirei. – “Se você  não tivesse o segurado eu poderia jurar que ele teria me batido.”

- “É, ele teria.” - riu. – “Aquele cabelo dele é mais bem cuidado do que eu! Sabia que ele passa creme?” - o olhei incrédula. – “Puta merda, esquece o que eu disse!” - falou estacionando o carro. – “Se ele souber que eu contei a alguém ele me mata.”

- “Esquecer?” - gargalhei. – “Vai sonhando! Vou perguntar pra ele se é verdade.”

- “Bella!” - falou rindo. Sai do carro correndo e gritando e indo em direção a mesa dos atletas. - “Bella!” -  gritou mais uma vez, não sabendo se corria ou se ria.

 

Todos pararam para olhar, porém eu continuei correndo e quase caindo de tanto rir. Eu mais ria do que corria por isso não foi difícil para Emmett me alcançar e me jogar novamente por seus ombros.

Bati em suas costas enquanto ele começava a caminhar calmamente comigo em suas costas.

 

- “Me sooooooolta!” - berrei. Sentia olhares em nós, porém pelo o menos uma vez me deixei ser feliz com meu irmão.

 

Passamos em frente à mesa dos atletas, onde ele se sentava e todos riam da cena cômica e inédita que era eu, nos ombros de Emmett o esmurrando e pedindo por socorro. Inédita sim, pois na escola Emmett e eu mal interagíamos e agora, bom agora ele brincava comigo como um verdadeiro irmão.

 

- “Edward é verdade que você...” - falei ainda de cabeça pra baixo no colo de Emmett.

- “Bella!” - ele gritou ainda rindo de mim. – “Não é pra contar pra ele!”

- “Contar o que?” - Edward falou levantando-se e saindo da rodinha que se formava a sua volta.

- “Nada!” - Emmett falou apressado.

- “Que você usa....” - nessa hora me balançou de um lado para o outro e eu senti vertigem.

- “Emmett, me solta se não eu vou vomitar!” - apelei.

 

Ele mais do que rápido me tirou de seu colo. Cambaleei como bêbada pelo chão e se Edward não tivesse me segurado pela cintura eu teria caído no chão com tudo.

 

- “Seu idiota.” - falei ainda rindo um pouco de Emmett. – “E eu ainda vou contar pra ele.”

- “Você não se atreveria.” - falou ameaçadoramente.

- “Veremos então.” - falei dando-lhe um beijo na bochecha e arrancando arfar de todos que nos olhavam.

 

Nisso, Edward me puxou pela cintura e me afastou de todos da mesa. Eles nos olhavam com olhares especulativos e maliciosos, pois as mãos de Edward me rodeavam e seus lábios beijavam meus cabelos.

 

Ele nada disse, apenas me conduzia junto a seu corpo pelos corredores do colégio. Percebi que nos levava a nossa próxima aula. Biologia. Que ele fizera questão de "trocar" de lugar com Alice. Sentamo-nos e ele nada disse, apenas ficou me olhando com um sorriso malicioso nos lábios. Deitei minha cabeça em meu fichário e deixei minhas pálpebras se fecharem lentamente...

 

- “Com sono?” - perguntou. Abri meus olhos em choque.

- “Sim... um idiota resolveu me acordar ontem a noite a não consegui voltar a dormir...” - sorri.

- “Um idiota?” - perguntou divertido.

- “Sim... quem em sã consciência manda uma mensagem para outras pessoa as duas da manhã, Edward?’

- “Eu.” - falou divertido. – “E não eram duas da manhã, era uma e meia, Isabella.” - bufei. Fechei os olhos novamente, porém senti seus lábios perto de minha orelha. – “Eu sei que você gostou... aposto que ficou pensando em mim a noite toda e não conseguiu dormir por minha causa.”

 

Como ele sabia?

 

- “Você é muito convencido, Cullen... e não foi por sua causa.” - menti. – “Caso não saiba eu tenho insônia de vez em quando...”- não era bem uma mentira.

- “Já disseram que você mente muito mal?” - não disse nada. Apenas fechei meus olhos novamente e corei até a raiz de meus cabelos.

- “Atenção.” - chamou o professor. Levantei minha cabeça com desgosto e olhei para frente. Vi sentados a nossa frente Alice e Jasper que agora faziam dupla. Alice sorria de ponta e Jasper a olhava... bem a olhava como Edward me olha. De um jeito... malicioso talvez?

 

- “Atenção.” - pediu novamente. – “Quero que todos separem suas carteiras das dos colegas, pois irão fazer uma prova surpresa agora no valor de dez pontos. Será sobre todas as matérias especialmente questões relacionadas a matemática em si. As questões serão de gabarito ou seja, você irão responder apenas questões de A, B,C e D. Apenas as questões relacionadas a matemática, física, álgebra e etc., serão escritos números, fora isso, as questões serão apenas de múltipla escolha.Sugiro que não tente colar, nem nada parecido pois se não a prova será tomada e o devido aluno castigado.Agora, por favor, afastem-se um dos outros. Entregarei as provas daqui a dois minutos.”

 

Foi só ele dizer isso que a sala explodiu. Eram gritos de reclamações, revolta e etc. Ninguém fora avisado da prova e todos sabiam que sem estudar era impossível de fazer uma prova como aquela. Edward ao meu lado passou a mão pelo cabelo, nervoso. Separei minha carteira da dele e sentei a sua frente. Atrás de Alice.

 

- “Bella eu estou ferrada!” - falou desesperada se virando pra mim.

- “Calma Allie. Você sabe a matéria...”

- “Não sei Bella! Eu não sou super dotada como você! Para eu aprender eu tenho que estudar muito e não foi o que eu fiz! Como eles podem passar uma prova assim?”

- “Eu sei é muita sacanagem, mas...” - falei tentando distraí-la. – “Como foi o encontro ontem?”

 

A sala estava uma bagunça por isso ainda conversávamos. Era gente arrastando cadeira, pedindo caneta emprestada, estudo a jato, fazendo colas improvisadas, gritando por socorro e etc.

 

- “Foi... mágico” - falou sonhadora. Soltei uma risadinha. –“ Ai amiga, tenho tanto a te contar! Ele foi tão perfeito!”

- “Imagino...” - falei rindo.

- “Atenção, a partir de agora quero o mais perfeito silêncio. Qualquer tipo de conversa será prejudicial ao resto do grupo e o devido a partir de agora, a prova será tomada e o devido aluno ficara com zero.”

 

Sr. Banner começou a entregar as provas e eu pela minha visão periférica via todos em total estado de pânico. Ninguém estava preparado para aquela prova. Nem eu... quer dizer, eu estava. Nunca deixei de ser a “nerdizinha” só comecei a me cuidar melhor, porém ainda era estudiosa. Estava mais bem preparada para aquela prova como nenhum outro e sentia-me no dever e na obrigação de ajudar minha melhor amiga. Que sempre estivera ao meu lado. Pra tudo.

 

Após alguns minutos da prova ser entregue, comecei a fazê-la com a mais perfeita calma. Nunca ficara nervosa, pois sabia que havia estudado e tendo estudado faria qualquer coisa. Dei graças aos céus por ter estudado ontem pois a matéria inteira de álgebra fora passada a dois dias atrás e se eu não a tivesse revisado ontem, não conseguiria - como os demais - fazer nenhuma questão.

 

Aprova estava difícil, sim estava. Mas não impossível. Demorei a fazer algumas questões mais complexas de álgebra e de matemática, porém de resto fora tudo muito fácil. As áreas humanas são as que eu sou melhor por isso não achei tão difícil assim. Terminei minha prova e percebi que nenhum outro chegara perto disso. Via todos da sala, suando frio, com os lábios na boca, fazendo cálculos e mais cálculos sem chegar a lugar nenhum.

 

Foi nesse momento que me senti orgulhosa de mim mesma.

Sim, eu podia ser nerd, mas me orgulhava disso - não muito- mas me orgulhava de estudar, de construir um futuro a minha frente Vi Alice a minha frente completamente perdida. Vi seus cálculos na mesa e vi exatamente a questão que ela fazia e que estava completamente errada. Passei minhas respostas para o gabarito e depois disso, peguei discretamente de meu bolso um pedaço de papel.

 

Sempre andava com poesias, frases bonitas nos bolsos de minha calça. Sempre quando me sentia só, tirava do bolso algo que sempre - ou quase sempre - me alegrava. Então, dessa vez, as folhinhas salvariam minha vida. Não exatamente a minha e sim a de Alice.

 

Olhei discretamente para frente e vi que o professor olhava um artigo em sua mesa. Rapidamente comecei a escrever todas as respostas no papel. Depois de passadas, peguei discretamente na mão de Alice que estava ocasionalmente atrás da carteira. Coloquei o papelzinho lá dentro e deitei minha cabeça em minha mesa como se nada tivesse acontecido.

 

Ele me olhou de relance curiosa e desconfiada. Quando viu do que se tratava quase explodiu de felicidade. Deu-me um sorriso caloroso de agradecimento e vi que estava a ponto de chorar de felicidade.

Alice virou-se para frente para não dar bandeira, e começou a passar diretamente todas as respostas para o gabarito. Depois de um tempo, a tolerância mínima havia passado. Alice me devolvera o papel com as respostas e eu o guardei devidamente em meu bolso. Levantei-me e vi todos os olhares lampejarem pra mim. Peguei minha prova, meu gabarito, e minha mochila.

 

Virei para trás discretamente e rapidamente peguei o papelzinho de meu bolso. Joguei rapidamente no meio da prova de Edward. Ele me olhou confuso, porém pegou o papel. Dei uma piscadinha pra ele e sai.

Entreguei a minha prova ao senhor Banner com um sorriso e ele apenas acenou de volta. Sai para os corredores da escola e os mesmo estavam vazios. Todos estavam fazendo prova ainda. Era uma das únicas estudantes que havia terminado.

 

Fui para o meio externo do colégio e sentei-me em de baixo de uma árvore. Coloquei meus fones e peguei meu livro. Comecei a ler "O morro dos ventos uivantes" sem dúvida não vi a hora passar.

 

- “Bella!” - ouvi me gritarem. Tirei meus olhos do livro e olhei diretamente na direção que Alice vinha correndo feliz. Levantei-me às pressas e quando estava ereta, Alice derrubou-me no chão com um abraço esmagador.

- “AH! Eu te amo Bella, eu te amo muito!” - ri.

- “Só por causa da cola?”

- “Não, claro que não! Não foi apenas uma cola, foi a minha vida! Se tem idéia que se eu tivesse feito aquela prova sozinha eu teria tirado zero?!”

- “Allie não exagera... Você acertaria as questões de história, literatura...”

- “Uma ova! Teria errado tudo! Comparei as que eu tinha feito com as suas e tava tudo errado.”

- “Ás vezes eu estava errada.” - ela me olhou com desdém.

- “Mas enfim... Você é a melhor amiga do mundo inteiro!” - falou dando um beijo estalado na minha bochecha.

- “Sim, eu sei eu sei.” - falei me gabando igual a ela. Alice riu e se sentou ao meu lado de baixo da árvore. – “Mas eu quero algo em troca.” - ela me olhou desconfiada. – “Quero saber tudo o que aconteceu ontem com Jasper!” - falei rindo. O rosto de Alice se iluminou e ela começou a contar minuciosamente sua noite.

 

Contou como ele foi cavalheiro abrindo a porta do carro – Edward também fazia isso – como ele fora gentil, - Edward era - como ele insistira a pagar a conta, - Edward também pagava - como pegara em sua mão gentilmente - Edward também pegava na minha... - em como ele não tentara ultrapassar os limites... - Não posso dizer o mesmo de Edward - em como chegaram ao primeiro beijo e em como ela teve que se segurar para não matar a garçonete que interrompeu. E contou que ele era bem safado em seu íntimo. - Sim, Edward também era.

 

- “Acho que todos os caras são assim Allie.” - falei mordendo mais um pedaço da pizza que comia.

A essa altura, tinha mais gente do lado de fora, mas nada comparado ao movimento normal de Forks High School. Alice e eu havíamos pedido uma pizza e ela aceitara sair de seu regime apenas por hoje, aproveitando seu estado de felicidade.

- “Eu sei, Bella, mas sabe, eu também sou virgem e...” - engasguei com um pedaço da pizza e Alice teve que bater em minhas costas para eu parar de tossir.

- “Você o quê?!”

- “Você sabia!”

- “Juro que não.” - falei em choque.

- “Então, sabe, quero que a minha primeira vez seja especial. Não quero que seja com qualquer um em qualquer lugar sabe? Tenho medo dele não me querer depois que souber que eu nunca... que eu nunca...”

- “Se ele gostar mesmo de você isso não vai acontecer!”

- “Mas eu tenho medo!”

- “Eu também...” - confidenciei algo que nem pra mim mesmo dizia.

 

Quantas vezes Edward e eu nos beijamos? Quantas vezes chegamos quase lá? Muitas. Eu conseguiria? Levaria meu plano adiante? Eu teria coragem de me entregar a ele? Eu conseguiria? Eu me sentiria segura? Confiante o bastante? 

 

- “Bella!” - ouvi alguém gritar. Virei-me junto com Alie e vi Emmett correndo em minha direção com Edward atrás com um sorriso torto que fez meu coração acelerar.

 

Meu irmão veio em minha direção e quando chegou perto de mim. Agarrou-me pela cintura e me rodopiou no ar. Fechei meus olhos de medo. Por fim Emmett me pôs no chão beijando toda extensão de minha face. Quando meus pés estavam seguros no chão, os vejo sumir de repente.

 

Edward tomou seu lugar e ainda com seu sorriso, deu-me um beijo estralado na bochecha e, discretamente, um no canto de meus lábios. Por fim, levantou-me, como fizera Emmett, segurando-me por meus quadris.

 

- “Me solta!” - pedi gritando

- “Emmett, pega!”

- “Não!” - gritei. Era tarde.

 

Edward havia me arremeçado a Emmett. Vi o ar passar por mim e gritei de pavor. Emmett pegou-me e eu podia jurar que em minha pele quase translúcida iria ficar as marcas de sua mão.

 

- “Vocês...” - arfei. – “Vocês ficaram doidos?!”

- “Bella, eu te amo, garota! Você salvou minha vida!” - Emmett falou vindo pra cima de mim de novo.

- “Pode parar aí, moçinho”. – recuei para trás, antes que o chão sumisse de meus pés novamente. – “E como eu salvei sua vida?”

- “Edward me passou depois as respostas. Ou você acha mesmo que ia me deixar de fora?”

- “Não, não isso. É que você estava longe e...”

- “Bella, eu te amo." - Edward falou beijando minha testa. Meu coração bateu mais rápido. 

Sabia que era brincadeira, mas aquelas palavras proferidas de sua boca eram como a melodia mas bonita do mundo.

- “Aposto cem pratas que vamos ser o únicos a passar nessa prova.” - Emmett falou.

- “Duvido. Alice passou pra Jasper também e você para Rosalie.”

- “Nós seis vamos ser os únicos, então.” – Emmett revirou os olhos. Edward sorriu olhando para mim.

- “Bom, como eu sou a salvadora da pátria, vou pedir licença. Vocês interromperam o meu almoço e a minha conversa com Alice.”

- “Almoço?” - Emmett perguntou. - "Isso seria pizza de calabresa?”

- “Aham” – respondi rolando meus olhos. Não era óbvio?

- “Minha preferida!” – os olhos de Emmett brilharam? – Edward, venha! Vamos sentar.” - dito isso Emmett e Edward sentaram-se conosco de baixo da nossa árvore e começaram a devorar a nossa pizza.

- “Você são muito folgados, sabia?” - eles não responderam. Estavam com a boca cheia. – “Por que não vão sentar com o time de vocês? Alice precisa me contar umas coisas...”

- “Sem chance. Eu não trouxe dinheiro para o almoço e aqui a comida é de graça. E também... eu quero passar um tempo com a minha irmãzinha!” - Emmett falou apertando minhas bochechas. Bufei.

- “O que de tão importante você estão falando que nós não podemos saber?” – Edward falou pegando mais um pedaço. Alice, com a maior cara de pau do mundo, virou para ele com um sorriso cínico e respondeu.

- “De você, Edward.” – engasguei com a água.

- “Alice!” - repreendi.

- “Bella estava me contando sobre...” - tapei sua boca.

- “Mentira. Estávamos falando sobre o Jasper...” - nisso Alice tapou minha boca. A situação seria cômica se não fosse desorientadora. Eu tapava sua boca ao mesmo tempo em que ela tapava a minha.

- “Falando de mim?” - Jasper chegou sentando-se conosco. Alice corou.

- “Parece que sim.” - Edward riu.

- “Ahn... Obrigado Bella.” – Jasper falou sem jeito.

 

Rapidamente percebi que ele falara da cola. Apenas acenei com a mão livre um sinal de positivo. Destapei a boca de Alice ao mesmo tempo em que ela a minha. Fui pegar um pedaço de pizza e...

 

- “Você comeram toda pizza?!” - perguntei em choque. Emmett, Edward e Jasper agora, tinham cada um, um pedaço de pizza na boca e outro na mão.

- “Nós precisamos de força para o treino, precisamos comer muito.” - Emmett falou cuspindo sem o menor pudor a metade do conteúdo que se encontrava em sua boca.

- “Que nojo, Emmett” – murmurou Rosalie, enquanto sentava ao seu lado, com o nariz franzido. Ele limpou os lábios e ajeitou a postura, sentando corretamente sobre a cadeira e não jogado como ele estava e largou o pedaço de pizza sobre a mesa.

- “Desculpe.” – Edward riu ao meu lado.

- “Bella.” - me chamaram. Olhei para cima e vi Jessica Stanley sorrindo pra mim.

- “Oi Jessica.”

- “Oi.” - ela falou emocionada por falar... comigo? – “Bom... ér...é...” – gaguejou corada. – “Hoje a Maddie vai dar uma festa e ela pediu para eu vir te convidar. A você, Alice e Rosalie.”

- “Obrigada pelo convide, mas eu não...”

- “Nós vamos.”- Alice respondeu por mim

- “Ok.” - a garota falou emocionada. – “Vou avisar a ela.”

- “Ei!” Emmett falou enquanto a garota saia. Ela virou-se em choque. Claro, pelo fato de Emmett Swan estar falando com ela. Que gente idiota... – “Não está esquecendo nada não?”

- “O-O que?!” – ela gaguejou, suas mãos tremiam. Rolei meus olhos e Edward riu baixinho, atraindo sua atenção para ele. Jessica ficou paralisada alguns instantes enquanto o olhava e isso me irritou mais do que deveria.

- “Vocês não vão nos convidar?!”- Emmett disse-lhe como se fosse óbvio, ela voltou a olhá-lo.

- “Desculpe, mas é uma festa para meninas.”

- “Que tipo de festa é essa que não vai homem?”

- “Vão homens” – ela riu. – “Se vão...” - falou maliciosa. Virou-se para mim e para Alice. – “Maddie contratou alguns go go boys.” - disse e piscou. Abri a boca para falar, mas fui interrompida.

- “Você não vai a essa festa.” - Edward declarou ao mesmo tempo que Emmett falava isso para Rosalie.

 

Olhei para ele e me decisão foi tomada imediatamente. Sim, eu iria aquela festa. Colocaria meu plano em ação. Enlouqueceria Edward Cullen.


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Notas finais do capítulo

Hey peoples :)
Então, quem vos fala desta vez é a Bia, but o capítulo é da Krystal, portanto todos os créditos desse capítulo maravilhoso (sim, eu sou puxa saco dela :D) vão todos pra ela!
Gostaram? Odiaram? Gritem por aqui!
Beijos&Queijos,
Bia.

ps: autoras movidas a reviews, indicações e estrelinhas. Quanto mais rápidos eles vem, mas rápidos os capítulos vem. Dica ;)