Os continuaram a voar, e quando Tom deu por si, já era o dia do seu aniversário. Ele foi acordado por um belo café da manhã na cama feito por Lorena. Ele sabia que ela o amava, mas pelo fato de nunca terem feito uma gentileza dessas pra ele, Tom ficou meio sem reação.

— Bom dia, meu amor! Feliz aniversário! – ela disse entregando a bandeja a ele enquanto ele se sentava. Tom estava com os cabelos despenteados, mas ainda sim era lindo. – é o seu segundo aniversário de muitos que passaremos juntos! Estou tão feliz...

— Obrigado. E é assim mesmo que vai ser. – ele disse pegando a bandeja – mas, se eu pudesse escolher um presente de aniversário, eu escolheria um que estou querendo há muito tempo desde que chegamos aqui.

— E qual seria, meu lindo? Seus desejos, uma ordem! – ela disse enquanto acariciava a nuca dele

— Você! – ele respondeu e ela corou – você não quer desrespeitar a casa dos seus pais, mas bem que podíamos ir para algum lugar fazer. A mansão que o meu pai morava está vazia, podíamos ir lá...

— Tom! Vo-você tem noção dá coisas que está falando? E se alguém escuta? – ela falava nervosa – e eu não quero nunca por os pés lá! Não depois que... – ela não terminou a frase

— Pelo menos daqui a dois dias estaremos de volta a Hogwarts, e ai, Lorena, você não me escapa! – ele disse com um sorriso malicioso no rosto e ela corou ainda mais

Quando Tom desceu para a sala de estar, ele foi surpreendido pelos pais de Lorena que o abraçaram acaloradamente, dando até um presente a ele. Ele nunca tinha recebido afeto paternal na vida, e por não saber o que fazer, ele só agradeceu.

Quando a noite caiu, os familiares de Lorena voltaram a casa para passarem a virada de ano com a família. Miranda foi muito ousada ao reencontrar Tom e fez questão de beijá-lo no rosto, mas bem próximo da boca, sussurrando em seguida na orelha do garoto.

— Quando quiser uma despedida de solteiro, é só dizer!

Tom apenas sorriu com o comentário e considerou realmente a possibilidade de matar a vontade com ela, mas ele não podia correr o risco de perder uma pessoa que ele gostava e que poderia ser um grande trunfo no futuro.

Dois dias depois, Tom e Lorena voltaram à Hogwarts para terminar o ano letivo. Conforme o prometido, ambos foram direto para o quarto de monitor chefe de Tom para saciarem a vontade reprimida.

Todos ficaram surpresos ao verem as alianças de noivado nas mãos direita de cada um. Lorena nunca gostou de popularidade, mas depois que seu noivado com Tom Riddle foi anunciado, as pessoas abriam caminho para ela passar como se ela fosse uma rainha, uma lady das trevas, ela pensou.

Slughorn ao receber a notícia, mandou encomendar o melhor vinho para presentear o casal que acabaram com a garrafa em uma só noite.

Tudo estava perfeito para Tom também. Com todos os objetivos que ele tinha na escola já alcançados, ele buscava aproveitar ao máximo o tempo que restava no único lugar em que fora feliz na vida. Mas, tranquilidade não era eterna, e ele foi descobri isso da pior maneira.

— Milorde, eu preciso muito falar com o senhor. É urgente, estou desesperada! – disse Biancah quando encontrou Tom sozinho, de frente para a lareira, na sala comunal da Sonserina

Tom não queria falar com ela, mas resolveu dar a chance quando viu que o tom de voz dela era urgente e que ela estava prestes a chorar.

— Diga! – ele respondeu frio enquanto brincava com a aliança usando o dedo polegar

— Milorde, minha menstruação atrasou! Ando sentindo enjoos e você foi o último homem que eu tive, e antes do senhor, fiquei muito tempo sem ter relações... – ela dizia nervosa, começando a tremer quando viu o semblante de Tom ficar rigido

— Você tem certeza? – ele prguntava a encarando pela primeira vez naquela noite. Ele não podia ser pai, pelo menos não agora.

— Sim, nós estávamos bebados quando transamos, e não nos protegemos, vamos ter um filho, milorde e meus pais vão me matar! O que vamos fazer? – ela perguntava chorosa

— Encontre-me amanhã na sala precisa às 15:00, seja pontual. Contou sobre isso a alguém?

— Não, milorde, somos os únicos a saber...

— Mantenha assim, porque se você contar, eu vou descobrir e as consequências não serão boas pra você. – ele ameaçou

— Sim, senhor, não contarei. – ela disse se afastando

Aquela fora uma notícia totalmente inesperada. Ele não podia e não queria ser pai naquele momento, logo algums drástica atitude deveria ser tomada.

Pelo fato de ser monitor e de ser ser querido por Argo Filch, Tom podia andar livremente pelo castelo, então ele foi correndo até a biblioteca para buscar nos livros uma solução para o seu problema.

Ele descobriu em um livro sobre poções, uma poção abortiva muito eficiente e fácil de fazer, apesar de que além de abortar, a mulher se tornaria estéril, mas ele não ligava. A poção levaria menos de uma hora pra ficar pronta. Satisfeito com a pesquisa, ele tirou o livro sorrateiramente da biblioteca e voltou para o seu quarto de monitor sem ser visto. 

Lorena não passaria aquela noite com ele porque queria ficar conversando com as amigas, o que era perfeito pra ele preparar a poção sem que ela soubesse.

Para a sua mais completa felicidade, todos os ingredientes podiam ser encontrados no seu estoque de preparação de poções, e sem mais dificuldades, depois de duas horas a poção estava pronta. Tom colheu um conteúdo em um frasco e guardou-o cuidadosamente em uma gaveta. No dia seguinte, esse problema também estaria solucionado.

(...)

— Ainda não me conformo com esse noivado seu com o Riddle! Depois de tudo, Lo, de tudo! – reclamava Juliene sempre que via Lorena olhar fascinada a aliança de noivado

— O amor tem coisas que não podem ser explicadas, e agora as coisas estão diferentes. Tom e eu estamos mais próximos, não há mais mentiras entre nós e eu nunca estive tão feliz! – rebateu Lorena

— Ainda vai acabar morta! Uma hora o sangue vai falar mais alto... – retrucou Juliene

— Deixa de ser amarga, ela sabe muito bem o que ela quer. Ele passou dias na casa dela, ficou rodeado de trouxas e suportou tudo isso por ela. Se ele não a amasse, não faria tudo isso! – disse Kim e Juliene apenas deu de ombros

A Verdade é que a coisa estava indo tão bem que ela meio que pressentia que algo ruim podia acontecer para estragar toda a felicidade que ela estava sentindo naquele momento, mas procurou não pensar. Tentou afastar as ideias ruins da cabeça e mudou o assunto com as amigas. Afinal, depois de sua vida amorosa, os NIEM's era a principal coisa de que elas falavam.

(...)

O dia amanheceu repleto de expectativa para Tom. Enfim, daria fim a sua mais nova e incômoda preocupação. Após se vestir, ele guardou com cuidado o frasco contendo a poção abortiva e desceu para o salão principal para tomar o café da manhã e depois seguir para as aulas.

A primeira aula era a de Slughorn que não se conteve em fazer piadinhas sobre o mais novo casal de noivos de Hogwarts. A aula seguinte foi a de Dumbledore que parecia desgostoso desde que soube que ele se casaria com a filha dele. Isso deixava Tom completamente satisfeito pois detestava Dumbledore.

Não demorou para as 15:00 horas chegar, e a essa hora em ponto, Tom já estava à espera de Biancah que também não se atrasou.

— Já sei como vamos resolver a nossa situação. – ele disse retirando o frasco contendo um líquido dourado do bolso – não vai doer nada, eu prometo.

— Milorde, o que é isso? Eu não penso em tirar o nosso filho... – ela disse amedrontada – eu pensei que talvez o senhor gostasse da notícia, mas eu posso ter esse filho sozinha, ele nunca vai saber quem é o pai...

— Ah, mas não é bom uma criança crescer órfã, eu bem sei disso. – ele agora se aproximava dela, e a cada passo que ele dava pra frente, ela dava um pra trás – não torne as coisas mais difíceis. Não quero ter que usar um feitiço contra você te causando dor...

— Por favor, milorde, piedade! – Biancah pediu ao sentir seus olhos lacrimejarem

— Estou sendo piedoso. Agora beba, eu ordeno. – disse abrindo o frasco e entregando o frasco a ela que hesitou, mas acabou cedendo ao ver os olhos de Tom com um brilho vermelho quase demoníaco

Ele viu a cor sumir do rosto de Biancah sumir, e ela teria caído se ele não a segurasse. Sangue escorria pelas pernas de Biancah e ela havia abortado. Tom sorriu satisfeito ao ver que a poção havia feito o efeito esperado, e então disse a Biancah.

— Calma, vai ficar tudo bem. Vou te levar para a enfermaria e você vai dizer que não sabe como engravidou porque estava muito bebada e não sabe com quem teve relações. E eu vou dizer que a encontrei desse jeito na sala comunal da Sonserina, tá bem? – ele disse dando um beijo de leve na testa dela.

Biancah não respondeu, mas lágrimas escorriam pelo rosto dela. Tom a levou para a enfermaria, mas por ser um assunto delicado, a notícia do aborto não se espalhou pela escola. Mas, ele notou que Biancah nunca mais foi a mesma. Agora ela quieta, retraída e nunca mais tentou nada com Tom. Agora ela o temia mais do que tudo.