Jovem Tom Riddle escrita por Milahr


Capítulo 39
Explicações


Notas iniciais do capítulo

O maior capítulo da fic e o que eu mais gosto também. :P



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Faltavam dois meses para que o natal chegasse. O ano passava muito rápido, já deixando vestígios de nostalgia nos alunos que estavam para se formar. Tom era um deles. Não queria deixar o Castelo porque ali viveu os momentos mais felizes da vida dele. Ali teve seus talentos reconhecidos, conseguiu seguidores que o veneravam, encontrou o seu propósito, e se apaixonou.
Hogwarts, o local que marcara a vida dele pra sempre, mas que infelizmente teria de deixá-lo assim como deixaria Lorena também. A relação entre os dois voltara a ser cordial, e embora doesse ver Abraxas perto dela, ele sabia que eles nunca teriam nada, não enquanto ele ainda fosse presente na vida dela.

Biancah nunca se conformou que a noite que dormira com Tom nunca passou de uma noite pra ele, mas após uma sessão de tortura na sala precisa, ela decidiu acatar a decisão.

Com um futuro garantido, seguidores que se manteriam fiéis a ele até morte e com o passado vingado, Riddle so esperava concluir a educação para que, enfim, pudesse viajar o mundo em busca de poder. Agora parecia que nada mais o impediria.
Chegava ao final mais uma tediosa aula de poções quando ouviu o professor Slughorn o chamar.

— Tom, meu querido, por que não vem até aqui? – o professor perguntou e Tom obedeceu – eu estava conversando com o professor Dippet sobre o seu futuro, e ele me autorizou que eu marcasse um encontro entre você e o assistente do ministro da magia para discutirmos o seu futuro lá. Como eu disse, talentoso do jeito que é, é capaz de chegar a ministro da magia em 15 anos. Jamais conheci um bruxo como você, Tom. – completou Slughorn

— Obrigado, senhor, mas é com grande pesar que digo que não estou interessado no seu oferecimento. – respondeu Tom – não tenho interesse em trabalhar no ministério, na verdade ainda não sei o que eu quero, mas pretendo tirar um tempo para descobri.

— Isso é inesperado! Muitos garotos matariam por uma oportunidade dessas! A sta. Thompson também negou está oportunidade que tentei oferecer a ela. Embora eu ache que ela não chegará a ser ministro da magia como você, ela também teria futuro no ministério. Aliás, o caso de vocês é mesmo sem volta?

— Ela nunca se interessou mesmo por política. – disse Tom dando um sorriso fraco – e eu não gosto de falar sobre isso, senhor.

— Ah, tudo bem, me perdoe a intromissão. Se mudar de ideia sobre o ministério, é só me procurar, está bem? – disse o professor meio desconsertado pelo corte e Tom se virou para sair.

Ele já havia se conformado com o término. No fundo seria melhor assim já que ela estava o fazendo amolecer de modo a abrandar os ataques aos nascidos trouxas na escola. Agora a movimentação deles na enfermaria estava menor e tudo se devia ao fato de Lorena pedir pra ele parar, mas as coisas precisavam voltar a ser como sempre foram. Mas, toda a convicção desse pensamento se foi quando ele encontrou Lorena conversando até muito à vontade com Malfoy. Sem conseguir se conter, ele se aproximou dos dois.

— Sta. Thomson, preciso falar com você! – ele a chamou – assuntos da monitoria. Vamos dar uma volta pelo castelo e no caminho eu te explico!

— Tudo bem. – disse ela se levantando e indo até ele, apesar do olhar hesitante de Malfoy

Caminharam a passos lentos. Riddle mantinha as mãos dentro dos bolsos e Lorena caminhava indiferente ao lado dele.

— Sabe, eu menti. Não é sobre a monitoria que eu quero falar. – ele confessou – é sobre nós.

— E o que tem nós? – ela perguntou tentando parecer indiferente, mas ficando ansiosa.

— Tudo. Eu quero uma chance de me explicar pra você. Você me negou isso quando fugia de mim, acho que eu mereço essa chance. – ele respondeu

— Então pode começar. – agora ela estava apreensiva

— Aqui não é lugar pra isso. Precisamos conversar de verdade e com calma. O que acha de me encontrar na Torre da Astronomia após a nossa ronda de hoje? Não precisa ter medo, pode avisar a um dos seus amigos que vai se encontrar comigo porque se eu te fizer algo, eles vão saber quem foi. Ainda mais agora que estou impopular entre eles.

— Eu não tenho medo de você, sei me defender. E por que diz isso sobre os meus amigos?

— Porque é óbvio que contou a Julinene tudo sobre mim, inclusive sobre as reuniões. Agora ela me olha com medo é desprezo. Malfoy falta borrar as calças quando me vê, e a desprezível da Mariana com quem você fez as pazes anda me evitando pelos corredores.. – ele suspirou e Lorena empalideceu porque não esperava que ele fosse descobrir – posso contar com você?

— Pode. Mas, podemos ir juntos pra lá? Eu fiquei receosa de andar sozinha tão tarde depois do incidente do Harss no ano passado... – ela disse

— Tudo bem. Hoje você estará no 4° andar, certo? Eu te encontro lá e seguimos juntos.

— Feito.

 

(...)


A ronda dos monitores se encerrava às 23:00, e quando Lorena dava sua última volta pelo corredor, ela encontrou Tom Riddle recostado em uma das paredes, com a cabeça baixa e os braços cruzados. Estava tão lindo e cada vez mais parecido com um lorde. Ela suspirou e foi ao encontro dele para que juntos pudessem seguir até a torre da astronomia.

— Vamos então? – ela perguntou.

Ele apenas assentiu e ofereceu o braço para ela segurá-lo. Caminharam em silêncio durante todo o trajeto, como duas sombras na escuridão. Ambos estavam tão absortos em seus próprios pensamentos que não perceberam quando chegaram ao local. Foram até o canto mais afastado da escada, como se aquilo fosse proporcionar mais privacidade a ambos e se sentaram com as pernas dobradas e ambos abraçando os próprios joelhos.

— E então, sei que deve ter muitas perguntas a fazer, mas antes de começarmos, eu gostaria de tornar a me desculpar pelo meu comportamento com você desde aquele dia no meu quarto. Eu estava muito tenso e acabei descontando em você, e daí pra frente as coisas só pioraram. Então me desculpe por tudo o que eu fiz ou falei desde então. – ele disse baixinho.

— Como já lhe disse, eu já te perdoei por tudo, mas confesso que nada vai mudar as coisas que você me disse, você me magoou muito, Tom. Eu não sinto mais raiva de você e nem ressentimentos, somente uma profunda tristeza. – ela respondeu no mesmo tom de voz embora a voz tenha começado a ficar embargada no final pelas lágrimas que começaram a rolar.

Ele ficou em silêncio e fitou o chão porque saber que ele era o responsável por aquelas lágrimas doía de um jeito que ele nunca pensou que fosse doer algum dia. Ao ver que ele não falaria nada, ela prosseguiu.

— Mas sei que também tenho um pouco de culpa porque eu fugi de você quando tivemos a nossa última conversa civilizada. E sim, tenho muitas perguntas, a começar pelo o porquê de estarmos aqui, por que se importa de me explicar algo se eu não passo de uma sangue ruim? – ela perguntou tentando manter a voz firme.

— Você não é uma sangue ruim, não totalmente, mas eu prometo explicar depois. Na verdade, Lorena, estou tão surpreso quanto você. Nunca imaginei que alguém chegaria a ter metade da importância que você tem pra mim. Acho que no meio das trevas que eu vivo, você é a minha luz no fim do túnel. – ele respondeu.

— Uma luz que não te impediu de matar pessoas porque sei que foi mais de uma– ela disse tristemente

— Sim, matei mais de uma pessoa. A primeira delas, você chegou a conhecer. Foi a Murta que estudava aqui. Eu juro que foi um acidente, ela não era o meu alvo, apesar de também ser uma sangue ruim. Eu sou o herdeiro de Slytherin, Lorena. – ele disse orgulhoso – mas a morte de Murta foi um acidente, não era ela que eu queria matar, na verdade eu estava começando a lidar com a Câmara Secreta, então juro que foi um acidente.

Ela tentou parecer surpresa porque não queria complicar a pessoa que já havia contado a ela. Ela respirou fundo e respondeu.

— Hagrid levou a culpa. Eu gostava dele, você não se sente mal por fazer alguém levar a culpa pelo que você fez? E não se sente mal pela morte que causou? – ela perguntou

— Hagrid não era tão bonzinho assim, ele criava uma acromântula na escola! Cedo ou tarde aquele bicho comeria alguém e daria no mesmo. Sinceramente? Estamos sendo sinceros aqui, eu não sinto remorso pela morte da Murta. – ele confessou e Lorena apenas suspirou

— Bom, e a outra ou as outras pessoas que matou? – ela perguntou

— A segunda pessoa que matei foi o meu pai. Não, espera! – ele disse quando Lorena soltou uma exclamação de horror e tentava se afastar dele – antes de eu vir pra cá, as únicas coisas que eu sabia é que minha mãe morreu assim que eu nasci, sem ao menos tentar lutar para viver por mim, e sabe o porquê? Porque meu pai a abandonou grávida. Eu pensava que ele era bruxo, então eu procurei exaustivamente pela família Riddle nos registros da escola, até me dar conta de que ele nunca viera pra cá, mas eu sabia que meu avô materno se chamava Servolo, assim como eu, foi então que eu descobri que tinha o sangue de Salazar Slytherin, embora meu pai fosse trouxa...

Ele foi interrompido por Lorena que passou um braço ao redor do pescoço dele em um gesto de carinho. Naquele momento ela o tinha perdoado. Então ele continuou.

— Não tardei a descobrir onde o meu avô morava, então fui até lá pra saber um pouco mais sobre mim, mas descobri que ele já havia morrido. Só encontrei o meu tio na casa, e foi ele que me disse que o meu pai se casou com a minha mãe e depois a abandonou grávida de e na miséria. Ele dizia que ela era louca porque era bruxa. Minha mãe fugiu com ele e levou uma relíquia da família junto com ela, mas ainda restou um anel, aquele que você gostou. Então estuporei o meu tio, peguei o anel e fui atrás do meu pai que morava ali no mesmo vilarejo. E Lorena, meu pai era rico! Minha mãe passou necessidade e morreu enquanto ele era rico! Quando eu cheguei a casa dele, eu vi que ele era muito parecido comigo.Olhar pra ele era como olhar pra mim quando eu fosse mais velho. Meu pai disse que eu não deveria ter nascido, que me odiava e que a minha mãe fez bem em morrer. Meus avós paternos também estavam lá e concordaram com ele, então eu acabei matando os três.

— Então você matou todos os familiares que ainda lhe restavam... – ela disse acompanhando o raciocínio dele

— Matei e não me arrependo. Me senti muito leve depois disso. Foi como vingar a minha mãe e vingar todos os anos que eu passei naquele orfanato. Eu odiava aquele lugar! Todos diziam que eu era louco só porque eu era diferente. Muitos médicos iam me ver e nenhum dos garotos gostavam de mim. A diretora do orfanato dizia que eu era uma aberração e que não via a hora de se ver livre de mim. Antes de eu entrar pra Hogwarts, eu podia usar magia, então eu me vingava deles, eu os fazia sentir dor, enforcava os bichos de estimação deles e os ameaçava, mas depois que fui para Hogwarts, eu não pude mais fazer isso, então eles implicavam comigo o tempo inteiro.

— Eu sinto muito, Tom, eu não imaginava que tenha passado por isso... – ela disse num tom de voz que expressava pena e Tom odiou

— Não vai ser difícil imaginar que matei todos eles também. Arquitetei bem o plano para culpar um bruxo que vivia por lá e que já havia ameaçado a diretora. Então após os assassinatos, eu o encontrei e modifiquei a memória dele.É claro que ele tentou lutar, mas eu fui muito melhor. Agora você já sabe todos os meus segredos. – mentiu porque não pretendia contar sobre as horcruxes

— Embora eu ache que matar seja um extremo, eu consigo entender a sua motivação. A vida tem sido cruel demais, mas saiba que você não está sozinho. – ela disse enquanto começava a afagar os cabelos dele

— Então case-se comigo. Você é a única pessoa que eu tenho e me importo. Não prometo um felizes para sempre, mas eu serei bom pra você. – ele disse olhando-a seriamente nos olhos

Lorena não esperava por aquilo. Tentou digerir o pedido e então respondeu:

— Mas, casamento? Agora? Tom, eu não sei se...

— Se é o que você quer? – ele a interrompeu – eu sei que você me ama, eu vejo isso nos seus olhos. Agora não haverá mais segredos entre nós.

— Não nego que eu te ame, mas o que vai ser de mim quando você se cansar de mim? Aliás, sou uma sangue-ruim...

— Não, você não é! E eu nunca vou me cansar de você! Eu já tenho um emprego garantido quando terminar a escola. Vou trabalhar na Borgin & Burkes, e com o dinheiro que eu ganhar poderemos ter uma casa modesta para construirmos a nossa vida. Tudo o que eu desejo é você, uma casa com um jardim, filhos talvez e uma cobra de estimação!

— Borgin & Burkes? Uma cobra de estimação? – agora ela ria com o último desejo dele – Meus pais não se agradariam com essa ideia assim tão cedo...

— Seus país nem ao menos são sinceros com você! Não queria ser eu a te revelar isso, mas na noite em que eu te salvei do Harrs, eu escutei aquele velho do Dumbledore e o professor Dippet conversarem sobre você ser a filha de Dumbledore, e faz todo o sentido já que os seus olhos são iguais aos dele, embora eles sejam lindos em você e detestáveis nele, e você é tão extraordinária quanto ele, embora eu odeie admitir isso.

Lorena empalideceu e se lembrou da proteção e do cuidado que Dumbledore tinha com ela, das vezes que a alertou sobre Riddle e por ter a visitado todos os dias quando estava na enfermaria.

— Tom, você tem certeza? – Lorena perguntava trêmula – Meus pais nunca me disseram que eu era adotada... eu não entendo... como foi isso? Isso é verdade mesmo?

— Eu juro que sim! Eu não diria isso se fosse mentira. Podemos fazê-lo confessar. Torturamos Dumbledore até ele contar e depois o matamos juntos!

— Tom! - ela o repreendeu

— Desculpe – ele disse rindo – mas é sério, ou vi o professor Dippet dizer que o velho é o seu pai.

— Eu não sei o que fazer sobre isso, na verdade não quero nem pensar agora, Dumbledore é o meu pai?

— Sim, ele é, e você vai casar comigo? – ele tornou a perguntar tentando ser paciente, mas já ficando irritado.

— Só se você me mostrar a Câmara Secreta – ela disse sorrindo, o que ele entendeu ser um sinal verde para que ele a beijasse.

Foi naquela noite que se tornaram noivos.


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