Okay, talvez eu tenha exagerado. Pensou Tom, após Lorena sair do quarto. Mas, ela mereceu por ter me evitado esse tempo todo.
Ele deixaria pra resolver o assunto no dia seguinte, agora ele se concentraria nas horcruxes. Estava com a ideia de fazer a do anel logo após terminar Hogwarts. O diadema ele já havia descoberto a localização e ele iria buscá-lo assim que terminasse os estudos também. Com isso, só faltariam mais alguns objetos que ele tentaria conseguir trabalhando na Borgin & Burkes para enfim seguir sua busca pelo poder.
Tudo parecia estar dando certo: os amigos o respeitavam cada vez mais, já tinha praticamente 3 horcruxes, só faltava convencer Lorena a abraçar a causa e a viver como ele e tudo estaria completo em sua vida. Talvez até um herdeiro seria bem vindo para reabrir a câmara secreta em um futuro próximo.
Todas essas ideias contribuíram para que ele adormecesse tranquilo, ao contrário de Lorena que fora para o seu quarto de monitora chefe para chorar desesperadamente. Ela nunca pensou que ele fosse tentar forçá-la a algo, ainda mais após salvá-la de Brian no ano anterior. Cada vez mais ela descobria que conhecia menos Tom Riddle.
Nos dias que se seguiram, Tom e Lorena se afastaram. Ainda faziam as aulas em dupla e conversavam sobre assuntos estritamente necessários, mas sempre com muita distância entre eles. Ela não quis contar o que aconteceu para as amigas, apesar de ambas estranharem a situação. Nas reuniões de comensais da morte, Lorena fazia questão de aparecer porque virara um passatempo divertido, mas ela fazia questão de se manter a distância de Tom para a satisfação de Biancah.

— Milorde, não consigo pegar o jeito desse feitiço... – dizia Biancah falsamente durante um dos encontros em que Lorena estava presente

— É simples, deixa eu te ajudar – disse Tom se aproximando para segurar a mão de Biancah para que ela a escutasse o feitiço com perfeição, fazendo Lorena ficar irritada e indo se vingar usando Malfoy

— Abraxas, sua pontaria ficaria melhor se arrumasse a postura... – disse Lorena passando um dos braços pelo ombro de Malfoy, olhando de canto para Tom cujos olhos voltavam a ter o brilho vermelho que ela vira na noite anterior

— Crucio! – disse Tom com ira ao apontar a varinha para Abraxas fazendo o rapaz se contorcer de dor.

— Por que fez isso? – agora Lorena gritava com Tom

— Porque EU quis! E acho melhor se calar se não quiser sofrer a ira de Lorde Voldemort também! – ele gritou de volta

— Pois me torture então! Quero ver você tentar! – desafiou Lorena

— Lorena, não é porque você dorme na minha cama todas as noites que terá tratamento especial aqui ou que poderá falar do jeito que quiser comigo, ainda mais sendo uma maldita sangue-ruim. Crucio! – disse Tom lançando o feitiço sobre a namorada na frente de todos os comensais

Lorena se contorcia de dor, mas o efeito da maldição não durava muito tempo, fazendo Tom repetir o feitiço sob os olhares perplexos dos presentes. Kim e Abraxas suplicavam para que ele parasse em vão. Após a 5° sessão de tortura, Lorena desmaiou e Tom finalmente caiu em si pelo que fizera. Biancah olhava fascinada e aparentemente muito feliz.

— Nott e Black, levem-na até a ala hospitalar. Malfoy, você fica. Os demais estão liberados. – disse Tom e ambos obedeceram.

Lorena ficou 2 dias inconsciente na ala hospitalar. Muitos alunos foram visitá-la na enfermaria durante esse tempo, exceto Tom que não a procurou nenhuma vez. Nott e Black disseram ao diretor Dippet que ela apenas fora encontrada inconsciente no corredor, por isso nunca conseguiram descobrir o que havia acontecido com ela. De todos os professores, Dumbledore fora o mais insistente nas visitas, ficando quase todo o tempo presente na enfermaria, o que não passou desapercebido por todos.
Quando Lorena acordou, ela só queria voltar para o coma de novo, mas as amigas estavam lá para consolá-la.

— Não fica assim, Lo, não vale à pena! Você viveu muitos anos sem o Riddle, pode viver mais alguns sem ele. – disse Juliene.

— Eu tenho medo de nunca conseguir esquecê-lo, Juli, foi muito intenso o que eu vivi com ele. Ele foi o primeiro homem da minha vida, o único por quem me apaixonei, apesar de tudo o que ele me fez, dói. – disse Lorena que à essa altura já havia contado toda a história para Juliene, desde as reuniões de comensais até os ataques aos nascidos trouxas. Juliene, apesar de perplexa, acabou perdoando as amigas.

— Sei que nada justifica, Lo, mas Tom parece arrependido. Durante as aulas, ele fica distraído, e pelo que dizem, ele não sai mais da biblioteca. Ele não marcou nenhuma reunião até agora. – disse Kim

— E o Malfoy? Como ele está? – disse lorena, ignorando o que Kim disse

— Ele é muito corajoso, Lo. Eu soube pelo Avery que o Tom torturou o Malfoy e o ameaçou depois que o Cygnus e o Nott te trouxeram pra cá, e ainda sim ele continuou a vir. Talvez ele apareça mais tarde. Dumbledore também não saiu daqui...

— Agradeça a todos por mim, por favor. A enfermeira disse que ainda terei que passar 3 dias aqui por conta do meu sistema nervoso que ficou mais abalado do que nunca... – disse Lorena

— Só comece a bolar o que vai dizer ao diretor Dippet quando ele perguntar o que aconteceu, caso não queria entregar o seu namorado, o que eu aconselho a fazer porque ele precisa ser parado, Lorena! – disse Juliene – ele me olha com um.olhar assassino sempre que me encontra agora! Ontem mandou aqueles amigos dele fecharem o caminho quando eu passei, e todos ficaram rindo depois.

— Sabe do que me lembrei agora? – disse Lorena – Mariana! Ela disse que eu não conhecia o Tom, será que ele não fez algum mal a ela?

— O caso da Mariana é que ela dava em cima dele, daí levou um fora e não gostou! – disse Juliene.

— Mas, e se as coisas não aconteceram conforme Tom disse? E se ela tiver razão? – disse Lorena – se encontrarem com ela, tem como pedir pra ela vir aqui?

Juliene e Kim trocaram olhares significativos, mas concordaram.