— Realmente um homem pode mudar a vida de uma mulher, não é mesmo, Lorena? Quem diria que agora andaria com os amigos de Riddle? – perguntou Juliene um pouco enciumada já que Lorena e Kim meio que a deixaram de lado pra andarem juntos aos comensais.

— Tom não mudou quem eu sou, eu só descobri que eles podem ser legais, às vezes, com exceção de Biancah, mas eu não estou te abandonando, amiga... – respondeu Lorena correndo pra abraçar a menina.

— A Kim eu perdoo porque voltou com o Avery, então é natural que queiram passar mais um tempo juntos nesse iniciozinho de namoro, mas sinto a sua falta, Lo... até porque as férias já estão chegando.

E realmente estavam, dali a algumas horas, todos os alunos estariam voltando para a casa para passar as férias escolares com a família. De todos, o que mais estava animado era Tom Riddle porque poderia, enfim, se vingar de tudo que sofreu no orfanato que morava. Ele pretendia matar todos e colocar a culpa em um bruxo que detestava trouxas e que já ameaçara a diretora do orfanato, e que para a alegria do menono, morava na mesma rua que os órfãos. Após os assassinatos, ele não tinha ideia do que faria no restante das férias, mas pensou em visitar o túmulo do pai e depois viajar pra algum lugar com o dinheiro que poupara. Talvez seria até divertido se levasse Lorena com ele. Ele adoraria tê-la por alguns dias só pra ele, já que as coisas seriam diferentes após terminarem a escola, e talvez nem ficassem juntos. Ficou formulando como a convidaria sem que ela dissesse não. Ele nunca havia se sentido tão próximo dela quanto agora que ela fazia parte do grupo dele e já não reclamava de ter que executar algum feitiço das trevas. Por outro lado, ela também havia conquistado os amigos dele e todos a respeitavam da mesma forma que o respeitavam. Se houvesse a chance de poder dividir a vida com alguém, com certeza seria com ela.

— Vou sentir saudades enormes de você, meu amor – dizia Lorena enquanto jogava os braços ao redor do pescoço de Tom enquanto ele a abraçava pela cintura e a olhava com aquele olhar penetrante

— Mas não me escreva! Só Kim faz isso e já chama muita atenção – pediu o garoto que na verdade pretendia assassinar todos no orfanato e por isso não ficaria ali por muito tempo.

— Farei melhor. Quero o endereço do orfanato pra te visitar um dia desses. Meus pais sabem que eu tenho um namorado, não vão se opor se eu quiser visitá-lo...

— Mas você não vai! – dizia ele convicto

— E por que não? – ela perguntava confusa com a ideia de Tom não querer vê-la

— Porque não quero. Até porque, agora que sou maior de idade, pretendo não ficar muito tempo lá. Quero visitar alguns lugares e depois viajar por algum tempo. Devo passar um tempo com Avery também... – respondeu Tom

— Se Você insiste... – dizia retirando as mãos dele

— Mas, eu estava pensando se você não ia querer passar uns dias comigo, quer dizer, podíamos viajar juntos! – disse enquanto segurava levemente no queixo dela para olhá-la nos olhos

Lorena arregalou os olhos e respndeu:

— Tom, eu adoraria... mas não sou maior de idade e meus pais nunca permitiriam... – respondeu desapontada

— E se eu pedisse a eles?

— Eu te desejaria sorte.

— Bom, se não deixarem, iremos assim mesmo. Kim disse que vai passar alguns dias na casa dela. Eu posso buscá-la lá.

A viagem de volta foi tranquila como sempre. Ela patrulhou os vagões do Expresso de Hogwarts junto aos outros monitores. Juliene ficou com Kim em um dos compartimentos e os amigos de Tom ficaram em outro esperando o garoto voltar.

— Eu nunca reclamei da monitoria, mas hoje estava muito chato patrulhar os corredores... a parte boa é que às vezes eu encontrava Tom no caminho. Tinha que ver o jeito que ele olhou para dois garotinhos do primeiro ano que estavam brigando. – comentou Lorena meio rindo – bastou verem Tom para pararem de se atacar. Um deles até chorou... como ter medo de alguém tão lindinho quanto o Tom Riddle?

— Lindinho, mas intimidador. – acrescentou Juliene – já soube de outros garotos que têm medo dele também...

— Ah, eu acho engraçado. Se eles não tiverem medo dos monitores, como é que vai ser? – perguntou Kim – e falando em como o que vai ser o quê, acabei de convidar a Juli para passar alguns dias das férias em minha casa, por que não vem também, Lo? Aposto que nunca esteve numa casa só de bruxos. Meus pais me deixaram convidá-las. Tenho quartos de hóspedes pra vocês, mas eu iria preferir que ficassem no meu quarto para conversarmos à noite toda antes de dormirmos...

— Você vai, Juli? – perguntou Lorena.

— Vou – ela respondeu

— Então eu também vou.

Kim fez uma pequena comemoração que fez as duas rirem, mas Lorena a interrompeu:

— Kim, sabe onde fica o orfanato do Tom? Quero visitá-lo nas férias... mas não quero pedir pra ele porque quero que seja surpresa... – ela mentiu para conseguir a informação

— Olha, eu vou ver com ele se posso te dar. Tom é muito reservado e sempre responde minhas cartas de má vontade... não sei se ele iria querer uma visita... e sabe como ele é, não gosta que façam as coisas sem que ele saiba... – Kim respondeu quase murmurrando, e Lorena pode perceber que ela também tinha medo dele.

— Mas nem a namorada ele vai querer? – Perguntou Juliene

— Nem a namorada. – confirmou Lorena – eu já tinha pedido o endereço a ele, e ele não quis dar. Disse que não gosta de visitas e que mal vai ficar lá porque vai ter mil coisas pra fazer nas férias, mas não creio que seja verdade.

— Entendi – lamentou Kim – espero que você não se sinta mal por eu me corresponder com ele... somos só amigos, além do mais, agora estou com o Avery.

— Não, sem problemas...Tom e eu já tivemos essa conversa, e nós também.

Passara-se mais uma hora e o expresso de Hogwarts chegou a estação que separava o mundo mágico do mundo trouxa. Como de costume, elas e todos os monitores esperaram todos os alunos descerem para irem em seguida. Quando iam desembarcando, Lorena viu Tom e correu atrás dele arrastando o malão.

— Tom, não vai se despedir se mim? – perguntou a garota levemente desapontada

— Eu ia te esperar lá fora... – respondeu o garoto o que era verdade – mas que bom que está aqui. Atravesse primeiro.

Lorena atravessou a plataforma, sendo seguida por Tom. A rua de Londres estava movimentada como sempre o que dificultou a encontrar os pais acenando pra ela.

— Tom, venha, vou te apresentar meus pais! – falou enquanto puxava Tom pela mão que mal teve tempo de responder. Logo já estavam perto dos pais dela.

— Minha menina! Cada vez te vejo maior quando sai de lá – disse a mãe carinhosamente beijando a filha no rosto. O pai também a beijou em seguida. – e quem é esse rapaz encantador? – perguntou a mãe sorrindo para Tom, embora já soubesse a resposta. Antes que Lorena pudesse responder, Tom se adiantou.

— Sou Tom Riddle, senhora. – o garoto se apresentou enquanto pegava a mão da mãe de Lorena e depositava um suave beijo no dorso da mão dela – encantado em conhecê-los. – agora ele se virava para o pai de Lorena apertando a mão dele.

— Mas é claro que é Tom Riddle, tenho escutado Lorena falar de você desde que ela entrou na escola... agora eu entendi o porquê. Além de lindo, é encantador. É ainda mais bonito do que Lorena me descreveu! Lorena puxou o bom gosto da mãe – disse sorrindo para Tom fazendo Lorena e o pai de Lorena corarem, mas Tom sorriu também.

— Mamãe! O que ele vai pensar? - perguntou Lorena constrangida com o comentário da mãe

— Ah, querida ele não vai pensar nada, ou vai? – a mãe de Lorena ainda sorria e Tom balançou a cabeça em negativa para a pergunta dela – seria um prazer recebê-lo em nossa casa. Lorena nunca teve um namoradinho, seria uma alegria pra mim recebeêlo... para o pai dela não vai ser tão alegre assim porque ele tem ciúmes da filha... – acrescentou rindo

— Agradeço o convite, senhora, seria um prazer até porque quero pedir permissão para que Lorena viaje comigo nessas férias. Será somente por alguns dias. Eu me responsabilizo por ela já que agora sou maior de idade. Garanto que ela manteria os senhores informados sobre o andamento da viagem.

— Ah, querido, não acha que são muito novinhos para programarem algo assim? Lorena tem só 16 anos e você deve ter 17. Daqui a alguns anos não será problema, mas venha a nossa casa. Pode passar alguns dias conosco. – respndeu a mãe de Lorena.

— Obrigado, senhora. Vou pensar sobre isso. Agora preciso ir, a diretora já está me esperando – disse enquanto apontava uma senhora ao longe – foi realmente um prazer conhecê-los, tchau Lorena. 

Dizendo isso, Tom beijou o rosto de Lorena e se afastou em direção à diretora do orfanato para mais alguns dias de tormento naquele lugar que detestava, mas a ideia de matar a todos e de nunca mais precisar voltar lá era um conforto. Agora tinha que planejar tirar Lorena da casa de Kim para viajar com ele.