The Lost Daughter escrita por Miadixxon


Capítulo 2
Alone




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/717241/chapter/2

Atualmente.

Grace

Eu estou caminhando há alguns dias pelos trilhos, depois que eu perdi meu grupo, eu resolvi continuar sozinha tentar sobreviver, não seria a primeira vez de qualquer jeito. Procuro esse lugar que dizem ser um santuário, Terminus. Eu e meu grupo antigo achamos placas com coordenadas que nos levaria até o tal santuário. Pra mim, não existem santuários, não mais. Só há dor, mortes e mortos por ai.

Já perdi a idéia de quantas horas eu devo estar caminhando, mas devem ser bastante desde a hora que eu acordei do meu pequeno acampamento em uma arvore, o sol já esta em seu auge e com ele vem minha cabeça fritando, vem o calor e vem a sede. Eu já estou no fim da minha ultima garrafa de água, logo eu vou precisar parar pra reabastecer elas. Eu também vou precisar de algo pra comer, não cai nada no meu estômago desde que minha ultima sardinha enlatada acabou, há dois dias, estou faminta.

Eu paro um pouco da minha longa e cansativa caminhada para recuperar o fôlego. Tiro a minha mochila que eu carrego nas costas para tentar relaxar meus músculos, o que eu não faria por apenas uma noite em uma cama, troncos de arvores não é o que eu chamo de confortável.

Abro minha mochila à procura da minha garrafa meio vazia ou meio cheia, depende do ponto de vista de cada um, pra mim é meio vazia, como a minha vida tem sido desde que essa merda aconteceu, vazia. Eu encontro algumas peças de roupas meio ralas, um livro de suspense que eu encontrei quando eu e meu grupo limpávamos uma casa e meu coelho de pelúcia, eu ganhei de aniversario quando fiz seis anos do meu pai. Sim, sou uma adolescente de 14 anos em um apocalipse que tem um coelho de pelúcia. Julgue-me se puder.

Tomo os últimos goles da minha garrafa de uma vez só e a jogo de volta para minha mochila, junto com as outras duas vazias. É oficial agora, terei que procurar água de novo, e comida, estou a ponto de comer minhocas!

Adentro a floresta seguindo uma trilha, provavelmente leva até algum rio ou riacho ou algo do gênero. Eu me pergunto como eu nunca me perdi dentro delas, quer dizer, eu me perdi uma vez, quando eu resolvi sair da maldita caminhonete pra procurar meu pai e tio, me arrependo até hoje, pois se não tivesse saído, saberia se eles estavam vivos ou não.

Continuando minha caminhada eu encontrei uma pequena casa com um cercado, a grama estava baixa ainda e aparentemente não tinha ninguém la. Morto ou vivo. Eu dou a volta na casa com minha arma empunhada para verificar se isso não passava de um sonho, pelo menos no lado de fora era.

Eu bato fortemente na porta para ver se alguma coisa aparecia, como não ouvi nada, abro a porta lentamente e continuo minha verificação da casa, primeiro nos cômodos do primeiro andar e depois vou para o anda de cima. Tudo limpo, por agora.

—-------------------------------------------------------------------------------------------------

Já é noite e a casa onde estou parece ser agradável. É claro que você se sente solitário, mas entre a solidão e os bichos comedores de carne, prefiro a solidão. O terreno possui um poço então eu pude pegar um pouco de água pra beber e para me lavar, nossa eu não sentia água no meu corpo a semana. Encontrei também umas nozes e pêssegos, não é muito, mas é alguma coisa pra quem não come há dois dias, mas amanha consigo um cervo, eu sei que não tenho a besta do papai, mas minha arma basta, eu acho.

Desligo a lareira que já estava baixa e depois verifico as fechaduras das portas novamente, não quero ninguém morto ou vivo invadindo a casa enquanto tento dormir um pouco em algum lugar mais confortável. Aconchego-me no sofá da sala, acho que é mais seguro, caso eu precise fugir dali rapidamente. Pego meu coelho e aperto contra meu peito e olho para as brasas da lareira, lembrando do meu pai.

— Sinto tanto sua falta, papai. —Digo para mim mesma antes de deixar a exaustão tomar conta do meu corpo.

—------------------------------------------------------------------------------------------

Daryl e Beth

(pov. Daryl)

— Eu tinha uma filha, Grace. —Eu disse, cortando o silêncio entre nós depois do meu fiasco bêbado. Estávamos sentados nas escadas que nos levava a porta da casa. Já era noite e Beth olhou para mim com espanto, mas não falou nada, como se fosse um incentivo para que eu continuasse a minha história. —Ela tinha 12 anos quando tudo isso aconteceu.

—Merle tinha esse traficante. Um branquelo de merda. Um doidão. —Digo enquanto coço meu braço e continuo. — Certo dia estávamos

na casa dele. Assistindo TV... Grace já estava na escola e não era nem meio-dia e estávamos bêbados.

— Merle estava chapado. Estávamos assistindo um programa e o Merle falava umas coisas idiotas do programa.

—Acontece... Que era o programa favorito do filho do cara.

— Então o doidão deu um soco na cara do Merle. E daí eu comecei bater nele, ele colocou uma arma na minha cabeça... Eu pensei que nunca mais veria minha garotinha. —Eu disse abaixando minha cabeça enquanto me lembrava de Grace, só de pensar que ela pode estar morta ou como uma dessas coisas aperta meu coração.

—Quando... Quando a Grace chegou naquela tarde e viu o Merle com o olho roxo, ela imediatamente pegou um pouco de gelo e começou a cuidar dele, o Merle perguntou o porquê dela estar cuidando dele de vez ir fazer a lição de casa dela, sabe o que ela respondeu? — Beth olhou pra mim e acenou a cabeça negativamente.

—Ela disse: Somos uma família, a família cuida um do outro.

 —Quer saber o que eu era antes disso tudo? Eu era um idiota, andando com um idiota maior ainda e uma filha pra tentar criar, isso o que eu era.

 — Ela morreu? — Beth me perguntou depois de ouvir tudo o que eu havia dito para ela.

—Eu não sei, não sei se ela esta morta, não sei se ela virou uma dessas coisas, não sei se ela esta viva, eu não sei. Eu prometi cuidar dela sempre e agora eu nem sei o que aconteceu com ela. — Aquela conversa havia reaberto feridas profundas que estavam tampadas com uma fina camada e agora, nada poderia fechá-las novamente, pois nada seria minha garotinha, nada.

—-------------------------------------------------------------------------------------------------

Grace

 Eu volto da minha caçada em busca de um cervo e tudo que consegui foi a incrível quantidade de um coelho, eu deveria ter conseguido um arco pra mim, seria imensamente mais fácil. Olho pra cima e ainda vejo a fumaça subindo, ela está la desde a hora que eu acordei, mas não me preocupei em verificar, desde que fique longe de onde estou, não ligo.

Aproximando-me da saída da floresta, avisto duas meninas loiras sentadas no banco em frente à casa, uma delas segurava um bebê e a outra, uma arma.Elas devem estar acompanhadas de mais pessoas para estarem simplesmente sentadas la, eu queria dar meia volta e sair dali, mas minhas coisas estão nessa casa, vou precisar confrontá-las.

—Merda— Eu sussurro quando avisto um desses bichos cair da varanda da casa e rastejar em direção as meninas em choque. Corro para as meninas e avisto a menor com a arma apontada pro bicho, mas sem conseguir atirar, ela esta travada.

—VAI, ATIRA! ATIRA LOGO! — A menina olha pra mim em choque, mas não consegue atirar, então eu faço algo que meu pai chamaria de idiotice idiota, eu arranco a arma da menina e disparo contra o bicho, finalmente matando-o.

Abaixo a arma e vejo a menina com o bebe começar a chorar. Ela não está chorando por causa do bicho, está? Penso comigo. No mesmo instante ouço mais passos vindos da casa, aponto a arma imediatamente para porta, esperando mais bichos, mas em vez disso, aparece uma mulher com cabelo grisalho curto e homem grande negro.

A mulher correu para as meninas imediatamente e o homem continuou apontando um rifle em minha direção e eu, obviamente, a pistola em sua direção.

—Olha, que tal abaixarmos nossas armas? Não precisamos delas agora. — O homem me disse abaixando seu rifle. Eu hesitei por uns instantes, olhando em seus olhos, esperando algum truque, para que eu abaixe minha guarda e atire em mim, mas não encontrei nada que indicasse isso. Abaixei a pistola lentamente e a coloquei no cós de minha calça.

 — Você as salvou, obrigada. — A mulher me dirigiu a palavra, depois de verificar as meninas, provavelmente suas filhas. Eu assenti minha cabeça para ela. Eu estava há um tempo sem ver ninguém, é estranho ter contato com as pessoas.

—Meu nome é Carol, esse é o Tyreese, as meninas são Lizzie e Mika e a bebê se chama Judith. E o seu nome?

—Grace.

—Grace. É um nome bonito, Grace. —A mulher me disse sorrindo. —Você está sozinha? Está vivendo aqui?

Eu apenas assenti para ela de novo, eu não sei o que pensar deles ainda, mas talvez não sejam tão maus, talvez só estejam tentando sobreviver como eu.

A mulher, Carol, olha para o homem, como se estivessem tendo uma conversa silenciosa. Ele balança a cabeça positivamente para ela e Carol vira pra mim novamente.

—Grace, quantos walkers você já matou?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

OIE VOLTEI!! Espero que gostem, até a proxima ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Lost Daughter" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.