A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 68
Ninguém acredita em mim


Notas iniciais do capítulo

Hey Batatinhas Ambulantes o/

Estou tentando adiantar as postagens direitinho kkk por eu ter dormido, me atrasei um pouco, mas juro que vou recompensar, calma e.e to arrumando direitinho aqui, fiquem tranquilos u.u meu cochilo não vai atrapalhar as coisas por muito tempo u-u

No capítulo de hoje - as ruínas do castelo de Poseidon x.x

Tenham uma boa leitura o/



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Possivelmente ficamos ainda uns dois dias usando aquele castelo como abrigo — não dava para saber quanto tempo se passava debaixo d’água, ainda mais dentro do jogo. Utae passou pela mesma estranheza que eu e Malek: o sonho. Tivemos que explicar pra ele e eu logo aproveitei a oportunidade para dizer o que eu achava daquilo tudo. Assim como Malek, ele apenas disse que tudo não passava de mais uma invenção maluca de Gilbert, ou seja, fiquei como a doidona do grupo de novo.

Outra questão que perturbava minha cabeça era a fumaça que havíamos visto no horizonte na primeira noite que decidimos dormir por aqui. Desde então não tenho mais tido "notícia" daquilo. Vez ou outra eu subo na superfície e a encontro no mesmo lugar. Sempre me pergunto o que ela significa e pareço não conseguir encontrar a resposta. A única maneira de você entender o que acontece é indo até lá, a ideia me ocorreu naquela manhã.

Eu estava sentada na portaria, vendo o mar andando pra lá e pra cá ritmadamente. As vezes eu até imaginava Tritão usando sua harpa para controla-las. Talvez elas até tenham sido "educadas" a ficarem nesse ritmo. Vez ou outra eu invocava o poder da pedra Elemental da água, tentando manter algum controle sobre ela. Eu não tinha lá muito sucesso porque meu poder sobre o gelo sempre interferia. Com o ar foi mais fácil pois de certa forma, esse poder já corria nas minhas veias, só sofreu um upgrade.

As águas faziam meus cabelos roçarem levemente o início de minhas costas — pois é, ele deu uma boa crescida nos últimos tempos. Chegava a ser relaxante aquele momento, mas eu bem que queria que o reino de Poseidon estivesse normal. Se eu não precisasse tanto da pedra Elemental, a colocaria no lugar para que ele pudesse voltar para seu reino.

— Já desistiu da sua ideia maluca? — reconheci a voz de Malek de imediato.

Ele se sentou do meu lado e começou a observar as águas.

— A ideia não é maluca. — Revirei os olhos. — É quase uma verdade.

— Estou começando a achar que você é uma contratada do Gilbert para me convencer disso...

Abri um pequeno sorriso ao perceber que ele só estava brincando. Empurrei seu ombro de leve.

— Quando eu conseguir reunir mais provas sobre isso, vou esfregar na sua cara. — Deixei um sorriso convencido me escapar.

— Tudo bem então. Vai ter que dar um jeito de me fazer acreditar nisso tudo.

Afirmei com a cabeça, confirmando que iria dar um jeito.

Por um segundo, quando caímos no silêncio, meus pensamentos se dirigiram para Imma. Possivelmente seria com ele que eu faria esse tipo de aposta. Saudade preencheu meu coração, ansiando ver aquele sorriso mais uma vez...

— Saudade do Imma?

Levei um pequeno sobressalto ao ouvir a voz de Malek.

— Arghhhh, odeio essa sua Conexão Mental.

— Não foi a Conexão — disse, achando graça. — É que você ficou triste do nada.

Balancei levemente a cabeça.

— Ainda não consigo acreditar no que aconteceu, só isso... Mas pode ficar tranquilo. Aconteceu a mesma coisa quando o Kameel morreu. Levei um tempo pra conseguir digerir essa informação.

— A vingança de Xander... — ouvi ele murmurar.

— Ainda me pergunto se ele está atrás de mim. Ou de Rian. Deve estar atrás dele já que ele já cobrou sua vingança de mim.

— Pretende "devolver o troco"?

— É a minha meta mais importante do jogo. Assim que encontra-lo, vou cobrar aquilo que me foi tirado. Ah, ele não matou o Kameel atoa. Quanto a Olivia que matou Imma, ela já teve o que merece.

— Odd também teve uma participação.

Ponderei por alguns segundos.

— Eu sei e essa foi a coisa que eu mais achei estranha. Tempos atrás ela tinha me dito que ele havia traído-a. Sabe-se lá por que. — Dei levemente de ombros.

— Talvez naquela época ele tenha vindo buscar a pedra Elemental da água?

Suspirei, negando com a cabeça enfim.

— São muitas possibilidades. Desde a última luta com... — interrompi a frase pouco antes de citar aquele nome. O nome do meu irmão. Aquele a quem eu abandonei com aquela maldita filha de Poseidon. — Tanay...

Passei as mãos pelo rosto, me censurando por dentro. As marcas da Conexão já havia muito tempo que tinham sumido. O sentimento de culpa preencheu meu peito. Eu deixei ele lá sozinho, nunca me importei em voltar, comprimi os lábios enquanto os pensamentos corriam pela minha mente. Olivia deve tê-lo matado quando teve a chance. Se eu tivesse voltado com Nerea para ver o que tinha acontecido... Com certeza teríamos conseguido salvá-lo, como não havia pensado nisso antes? Tomara que ele ainda esteja vivo. Mãe, por favor, não o deixe morrer..., foi meu último pensamento de esperança.

— Kary? — Abri os olhos que até então não tinha percebido que havia fechado. — Tudo bem? Quem é Tanay?

— Deixa pra lá... — falei num murmúrio e minha expressão longínqua já indicava que eu não queria falar sobre o assunto no momento. — Só tenha em mente que... aconteceram muitas coisas desde que eu fui embora da cabana de vocês.

— Ah, disso eu nunca tive dúvida. Ainda quero saber porque cortou o cabelo.

Abri um pequeno sorriso, passando as mãos nas pontas que cresceram.

— Choupos — respondi simplesmente.

Abri um pequeno sorriso, passando as mãos nas pontas que cresceram.

Afirmei com a cabeça distraidamente com um sorriso brincalhão no rosto.

— Um dia mostro pra você, pro Utae e pro Imma... — Levei as mãos à boca por ter pronunciado o nome dele sem querer.

— Não começa a ficar triste de novo.

Balancei levemente a cabeça em negação, levantando-me enfim.

— Eu preciso ser forte agora.

Malek também acaba levantando e eu acabo dando-lhe um meio-sorriso. Não acredito que estou achando graça dele ser mais alto que eu. Olhei pra cima para encará-lo.

— Eu to bem, é sério — digo.

— Vou acreditar em você então — disse, também me dando um meio-sorriso.

Tudo estava correndo bem naquela manhã como nos dias que passamos hospedados aqui, entretanto, um estrondo me fez virar o rosto na direção do som, curiosa para saber o que o havia causado. Logo vejo que mais um pedaço do castelo de Poseidon tinha caído. Seu reino em breve iria virar apenas ruínas. Fiquei me perguntando por um momento o que tinha acontecido com os tritões e sereis que haviam fugido.

— Ouviram isso? — Um Utae alarmado saiu de dentro do castelo.

Nós dois confirmamos com a cabeça.

— Mais um pedaço do castelo caiu — informei.

— Deve ser o sinal para darmos o fora daqui.

— Todos os dias cai alguma parte do castelo, Utae. Fica tranquilo.

— Esqueceu do que aconteceu com o reino de Éolo? Um reino se sobrepõe ao outro. Nunca se sabe que reino pode se sobrepor a esse.

— Falta o do fogo e o da terra... — raciocinou Malek.

— Fogo? — Um frio correu pela minha espinha.

— Relaxa, garota. Com seu poder sobre a água, enfrentar o reino do fogo vai ser moleza. — Malek empurrou meu ombro.

Isso não fez meu sorriso reaparecer.

— Será que a fumaça queria dizer que o reino do fogo estava invadindo? — Comecei a juntar as pecinhas do "quebra-cabeça".

O sorriso de Malek desapareceu.

— Não pode ser...

— Temos que dar o fora daqui — Utae reforçou a ideia. — E rápido.

Dessa vez nós dois acabamos concordando com ele.

Outro pedaço do castelo acabou caindo, fazendo meu coração saltar no peito. Será que o reino do fogo finalmente estava chegando?

— Vamos pra superfície e de lá damos um jeito de arranjar outro lugar seguro — ordenou Utae.

Concordamos com a cabeça mais uma vez antes de sairmos da entrada do palácio e irmos para o último portão, bem a tempo de ouvir mais um estrondo vindo do castelo.

Corremos. Eu e Utae fomos os primeiros a sair pelo último portão. Olhei para trás, procurando por Malek. Ele havia parado e tinha os olhos fechados.

— Malek! — Utae foi o primeiro a chamá-lo.

Então os olhos alaranjados se abriram e ele correu na nossa direção. O mesmo respirou fundo antes de dizer:

— A água está esquentando. Talvez vocês não sintam ainda, mas daqui a pouco vocês vão acabar cozinhando.

— Então para de ficar parado feito besta e vamos logo! — exclamei.

Fui a primeira a começar a nadar na direção da superfície. Invoquei tanto meu poder sobre a água quanto sobre o ar para nos impulsionar mais rápido. Pelo jeito o reino do fogo logo logo tomaria o da água agora destruído.

Os poderes nos ajudaram a chegar lá em cima em questão de minutos, o que foi bom. Meus pulmões pareceram ter se livrado de uma enorme pressão quando a bolha estourou e eu pude respirar por mim mesma. Era bom sair da água.

Olhei pro horizonte, querendo saber mais ou menos a localização da fumaça e logo consegui ver que estava mais próxima do castelo de Poseidon do que deveria. Pelo jeito já estava na hora de sairmos daquele lugar.

— E agora? — digo. — Vamos esperar o fogo chegar para irmos atrás da pedra Elemental?

Utae negou com a cabeça.

— Vamos ir até o fogo. É possível que não só a água seja consumida, mas a terra também.

— Então como vamos conseguir pegar a pedra desse jeito, Utae?

— Antes nós não tínhamos Imma conosco? Pois bem, agora temos Malek.

Eu queria continuar insistindo, tentando lhe explicar que não seria a mesma coisa, mas tinha certeza de que Utae não me daria ouvidos — eu já devia ter perdido alguns "créditos" com ele por causa da minha insistência sobre a veracidade dos Guardiões.

— Se não vamos esperar pelo fogo, como vamos chegar até lá? — questionei, querendo fazê-lo mudar de ideia.

Confesso que parte da minha magia correu pelo ar. Eu estava tentando persuadi-lo. Ao me encarar, sua expressão estava séria.

— Já te falei que eu odeio quando usa a persuasão comigo. — Minhas bochechas esquentaram com a acusação. — Acharemos um caminho por terra. Iremos mais rápido assim.

Suspirei alto, decidida a não insistir mais. Ele realmente não me daria ouvidos, nem se eu usasse toda persuasão do mundo. Acabei concordando e não demorou muito até iniciarmos nosso caminho por terra.

— Está com medo de enfrentar o fogo, é? — Malek implicou num sorriso debochado.

Sabia que o lado "gente boa" dele não iria durar para sempre.

— Se eu morrer, quando você chegar ao inferno, vou fazer você se arrepender — digo, bufando.

Ele pareceu rir.

— Quem te garante que eu irei pro inferno?

— Deve ser seu lugar favorito, Cabeça Quente.

— É meio irônico você dizer isso. Você tem mais cabeça quente que eu.

Respirei fundo, decidindo mentalmente não dar ouvidos a Malek. Pouca paciência era o que eu menos precisava agora. O engraçado é que Utae simplesmente ignorava nossas conversas.

Para distrair enquanto caminhávamos, abri o relógio e descobri que felizmente não faltava muito até chegarmos na pedra Elemental do fogo. Ela se movia a medida que ia tomando o reino do fogo para si. Acho que a alcançaríamos em uns três dias de viagem. Sem nenhum imprevisto, claro.

Ouvindo um som estranho de trovoada, olho para o céu, percebendo enfim que nuvens pretas — literalmente! — começam a enegrece-lo. Aquilo de fato chamou a atenção.

E eu sentia que algo estava errado.


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Notas finais do capítulo

Hmmmm, novamente algo parece errado... Céus, o que será que tá pra acontecer agora? o.o

No próximo capítulo - chuva de fogo x.x

Até o próximo capítulo o/



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