A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 62
Malek, "sinto" dizer que os hipocampos te odeiam


Notas iniciais do capítulo

Hey Batatinhas Ambulantes o/

QUE A MARATONA COMECE!

Gente, eu to de fato empolgada *3* aliás, eu NÃO vou responder os comentários do capítulo 61 até completar a maratona, ok? Fiquem tranquilos que depois vou responder todos os comentários com carinho como sempre faço :3

Não sei quem vai aguentar passar a madrugada comigo, mas enfim, espero que leiam os capítulos no dia seguinte kkk pra quem reclamava da espera, bem, agora já não tem mais o que reclamar u.u

No capítulo de hoje - o retorno de Olivia u.u

Tenham uma boa leitura o/



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O barulho não deixou apenas eu assustada. Os outros três também ficaram assustados por aquilo ter acontecido tão repentinamente. Nossa primeira reação foi correr — nadar — pelos corredores, na direção do portão de entrada para entendemos o que diabos havia acontecido.

Assim que chegamos do lado de fora, não consegui esconder a frustração de meu rosto ao ver que nada tinha de especial, a não ser poeira caindo do local atingido.

— Acho que a ameaça vem da superfície — sugeriu Imma.

— E conseguiu atingir tão longe? — indagou Utae, afinal estávamos fundo no oceano.

— Se é uma grande ameaça, não tem como duvidar disso.

— Então precisamos subir depressa — Malek completou o pensamento de ambos.

Meneando a cabeça para o lado, Imma começou a nadar à nossa frente, provavelmente procurando alguma coisa. Nisso, uma das torres do castelo caiu, fazendo meu coração disparar. Porém, tentei respirar fundo e apenas seguir o filho do deus dos mares. Eu tinha que me sentir segura...

Paramos numa espécie de estábulo, onde vários hipocampos permaneciam presos e sendo bem alimentados — e não me pergunte o que diabos aqueles bichos comiam porque nem eu entendi. Imma soltou quatro deles. Pelo jeito iríamos montá-los.

— A carruagem é lenta — informou enquanto prendia a rédea de um.

Se a carruagem é lenta, a velocidade desses animais deve ser..., engoli em seco ao pensar. Não tinha o costume de montar cavalos e agora teria que dar um jeito de montar um "cavalo-sereia".

Outro estrondo preencheu nossos ouvidos antes do Imma definitivamente terminar de prender a sela em todos os cavalos. Escolhi um verde-azulado com barbatanas indo mais para um verde-escuro. Sua pele era escamosa, lembrando-me um pouco da pele áspera de Tifão. Alguns cortes já haviam cicatrizado ao menos.

Xinguei baixinho quando acabei fazendo um corte no nariz por causa da barbatana em sua cabeça — se fosse um cavalo normal, seria a crina. O animal tinha virado a cabeça sem me levar em consideração.

Olhei para os lados, querendo saber se todos estavam montados. Eu tinha escolhido o menor para facilitar a hora de descer lá em cima. Então, um relincho alto foi ouvido e assim que vi o cavalo se desentendendo com Malek... tive que soltar uma risadinha. O filho de Héstia já estava montado, só que o cavalo não parava quieto com ele. Malek parecia montar um touro, não um hipocampo.

Acabei rindo mais alto quando Utae também achou graça da cena. Até Imma arriscou uma risadinha.

— Poih, es-emlaca! — Arqueei uma sobrancelha ao ouvir Imma falando em aulin. Aquilo sim me deixou surpresa.

O hipocampo aos poucos foi se acalmando, embora não parecesse feliz em carregar um Jogador filho do fogo.

Percebendo que tudo parecia sob controle, Imma colocou seu hipocampo a frente do nosso e enfim começou a cavalgar no mar, seguido por mim e Utae e bem atrás, Malek — sua montaria parecia ignorar seus comandos.

Bem, de qualquer forma, o filho de Poseidon tinha razão em uma coisa: a carruagem era muito lenta comparada a velocidade incrível dos animais aquáticos. Eu tive que me segurar para não acabar caindo da montaria — e ainda assim ganhei alguns cortes no nariz por causa da maldita barbatana do bicho.

A viagem foi tão rápida que mal percebi quando tínhamos chegados próximos a superfície. Como os hipocampos não poderiam sair da água, tivemos que abandoná-los antes de nadarmos em direção ao ar. As águas por ali continuavam violentas, então nos deixamos ser jogados pelo mar até estarmos na areia, numa espécie de praia.

— Como foi a viagem, Malek? — questionei num tom de divertimento.

Recebi bem "educadamente" um dedo do meio de resposta.

Naquela praia, o céu estava coberto de nuvens negras, ameaçando chover a qualquer momento. Não havia nenhum sinal de cabana, por isso as árvores seriam nossas melhores amigas agora.

Ventos rebeldes brincavam com meu cabelo azul que embora molhado, possivelmente deveria estar ainda mais desarrumado. Os cabelos dos outros também não pareciam em condições melhores.

Logo pingos de chuva tocaram minha pele e fomos obrigados a escolhermos uma árvore grande o bastante para poder nos abrigar. Mesmo assim, aquilo não foi o suficiente para impedir que nos molhássemos ainda mais.

— Acho que é um Elemental que está fazendo isso — sugeriu Imma.

Nós já estávamos sentados debaixo da árvore, usando-a como abrigo. Minhas costas apoiavam-se na dura casca da mesma.

— Eu não duvido disso. Água, ar... Só tá faltando o fogo, não é, Malek? — impliquei.

— Quero ver se vai continuar debochando quando estivermos no fogo de verdade. — Sua expressão não foi a das melhores.

— Pode ser um filho de Poseidon também — Utae jogou a teoria, ignorando a briguinha infantil.

— Olivia? — Imma pareceu duvidoso. — Odd talvez sim, mas ela? Por que diabos ela atacaria o castelo de nosso pai?

— Não é uma teoria tão louca assim, Imma — falei. — São quatro pedras Elementais espalhadas pelo jogo, certo? Eu já peguei uma. Faltam três. E uma dessas três é a da água. E se ela foi atrás dessa pedra, afinal, quem suspeitaria de uma filha de Poseidon destruindo o próprio reino do pai?

Os três ficaram remoendo minhas palavras por algum tempo.

— Ela tem uma tripulação grande. Pelo menos tinha antes. Imagina a força dela, um Elemental e vários outros Jogadores? — Malek completou a teoria.

— Então quer dizer que... se for mesmo Olivia, a luta vai ser grande?

Utae confirmou com a cabeça, respondendo a dúvida de Imma.

— Droga, a gente precisava de mais aliados — ouvi Imma murmurar.

— Se a gente souber se organizar, talvez não — digo.
 

— Mas primeiro a gente precisaria saber se de fato é a Olivia — comentou Malek.

Para aquilo, ninguém tinha uma resposta concreta. Teríamos que esperar a chuva passar para que pudéssemos procurar saber sobre seu paradeiro. Abracei meus joelhos, agradecendo aos deuses por não sentir frio. Embora, ver meus amigos quase tremendo pelo mesmo, não fosse muito animador, afinal, eu nada podia fazer por eles.

Enquanto eu me perdia em meus próprios pensamentos, em meio ao barulho das gotas atingindo as folhas das árvores, ouvi um gemido de longe. Olhei para os lados, querendo saber de onde vinha.

Eu e Utae trocamos olhares em seguida.

— Eu vou — avisou.

Afirmei com a cabeça. Queria descansar um pouco. Não estava a fim de ver outra morte acontecer bem na minha frente.

Malek e Imma acompanharam Utae levantando e se enfiando na mata. Não demorou muito até acabarmos ouvindo-o:

— Ahá! Achei você!

— Por favor... — Não tive tempo de identificar a voz, pois Utae jogou o garoto na nossa direção como se fosse um peso morto.

Fiquei surpresa quando vi quem era. Quant.

— Pelos deuses... — murmurei, indo até ele.

Era um alívio saber que seu nível 3 brilhava em azul, indicando que ele era da nossa equipe.

Ajoelhei ao seu lado, passando a mão por seu rosto. Quant estava muito ferido. Seu rosto possuía hematomas roxeados, no nariz torto havia sangue e... cheiro de putrefação emanava dele. Não queria descobrir qual parte debaixo do corselete estava podre.

— O que houve com você? — questionei, chocada.

Apenas gemidos escapavam da sua boca. Pelo jeito devia estar sentindo muita dor.

Kary, acalme-se. Se o Quant está aqui, significa que Tanay já deve ter passado por aqui também. Ele deve estar em algum lugar..., respirei fundo, guardando aquela faísca de felicidade que acendia em meu coração. Tinha que ter um motivo claro para Quant estar a beira da morte.

Mas Tanay vive naquele lugar quente. Tive que voar de pégaso e andar quilômetros até conseguir voltar pra minha cabana de origem. Fora a enorme distância que custou chegar aqui. Será que Tanay tentou vir atrás de mim?, os pensamentos pareceram inquietos.

Me sentei no chão e coloquei a cabeça de Quant no meu colo. Os outros três se achegaram e percebi as perguntas brilhando em cada olhar.

— Ele era da outra equipe — respondi antes que falassem.

— Não adianta perder seu tempo. Ele vai morrer logo, Kary — informou Malek.

— É algum filho de Hades pra saber? — digo com agressividade. — Quant não vai morrer se eu não deixar.

Embora verbalmente eu parecesse otimista e esperançosa, pouco disso refletia no que se passava dentro de mim. Seus olhos mal se mantinham abertos e moscas começaram a voar em torno dele. Quant tossiu e me pareceu que algo líquido acumulava na sua garganta. Quando um pouco de sangue escorreu pela sua boca, soube que sua situação era grave.

— Quant, por favor, me conte o que houve — implorei. Estava começando a ficar assustada com sua situação.

Aos poucos suas pálpebras foram se fechando, fazendo lágrimas se acumularem em meus olhos. Não tinha se passado um dia e mais uma morte acontecia bem na minha frente, sem eu nem poder fazer nada para impedir.

— Ah, vejo que achou meu brinquedinho? — aquela voz me fez cerrar os punhos. Era óbvio. Aquilo só podia ter vindo dela. Olivia.

Entretanto, não fazia ideia de onde ela estava. Os garotos olharam ao redor, tão curiosos quanto eu. Até que um monstro gigante começou a emergir do mar agitado. Seu pescoço alongado se mostrava maior do que as árvores da terra onde nos abrigávamos.

Num movimento rápido, o monstro abocanhou Quant, ocasionando um grito alto vindo de mim pelo susto. O primeiro a segurar meu braço foi Utae, tentando evitar que eu fosse abocanhada junto com o filho de Hefesto. Por pouco eu não ia junto com ele.

Observei horrorizada o monstro mastigar com prazer Quant entre seus dentes afiados. Ainda queria saber onde Olivia se encaixava naquilo tudo.

— O que diabos você está fazendo aqui? — questionou Imma num tom sério.

— Ah, meu irmão, isso não é óbvio?

Levou alguns segundos até eu a ver sentada numa espécie de trono feito de água, elevado á nossa altura para que ela pudesse nos olhar com clareza — devia estar estudando nosso estado. O mostro estava bem ao seu lado. Todos os dentes afiados à mostra.

Olivia estava um pouco diferente. Suas mechas azuis brilhavam, assim como sua tatuagem na clavícula. Seus olhos tinham um diferente brilho e deboche brincava em seus lábios. Ela apoiou o cotovelo no descanso de braço e o queixo encontrou apoio na sua mão fechada em punho.

— Papai estava me devendo um presentinho. Só estou vindo buscar o que é meu.

— E sua tripulação? Onde está? — perguntei, cruzando os braços.

— Isso diz respeito a você, filha de Quione? — a ironia saiu como um veneno da sua boca.

— Seu querido papai nos pediu pra acabar com a ameaça. Então sim, diz respeito a mim.

A filha de Poseidon revirou os olhos, parecendo entediada.

— Carib, dê um jeito neles. É o seu jantar.

Como num clique, liguei os pontos que estavam faltando. Mas é claro! Monstro dos mares... Quem mais poderia ser?

— Vai ser um prazer brincar com você, Caríbdis. — E então, deixei um sorriso debochado completar meu sarcasmo.


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Notas finais do capítulo

E aí está ela, a diva dos mares u.u ela adora fazer entradas triunfais, não é mesmo? u.u

No próximo capítulo - vamos escalar uma árvore!

Até o próximo capítulo o/



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