A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 55
É com desprazer que eu apresento os ventos de Éolo


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeey Batatinhas Ambulantes o/

Bom, o Natal é semana que vem, então vou aproveitar para lhes desejar FELIZ NATAAAAAAL! Tô só desejando adiantado mesmo e.e e como presente, bem que vocês poderiam fazer seus lindos comentários me desejando feliz Natal, né? Eu também mereço ter boas festas u-u

Cara, vários leitores me perguntaram se eu ia fazer alguma coisa especial de Natal, mas vocês vão ter que me perdoar porque eu não planejei nada ;-; então o melhor que posso dar é só o capítulo mesmo, então... espero que gostem, foi feito com carinho ^^

No capítulo de hoje - A sala de fumaça o.o

Tenham uma boa leitura o/



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Enquanto todos estavam encarando as iniciais douradas do saco de couro que brilhava, Imma foi mais rápido que todos nós, lançando seu tridente num tiro perfeito em direção à lança de ouro de Zuhal, tirando a lança das suas mãos e prendendo-a entre os dentes do tridente no chão cheio de neve.

— Que seja. Não vai ser duas idiotas que me tirarão a vitória — falei séria, já com a cimitarra em mãos. Não as deixaria vencer essa.

Malek e Imma foram pra cima de Zuhal. Quartina segurou a corda frágil que mantinha o saco de couro preso e no mesmo instante congelei sua mão ao mesmo tempo que investia contra ela, juntamente com Nerea.

A filha de Harmonia faz um gesto com a mão que faz Quartina parar e fazer uma expressão pensativa. É esse segundo de distração que eu aproveito para pegar o saco de couro e jogar na mão de Utae. Aquilo não podia estar em maus cuidados.

Utae aproveita a deixa para lançar uma rajada de vento contra a filha de Éolo que balança a cabeça ao cair em si e acaba começando a voar ao sentir a forte lufada vindo de Utae. O filho de Zeus faz o mesmo, lançando-se no ar e não deixando que ela escapasse por cima.

Quartina não pareceu se incomodar com a batalha e concentrou sua atenção toda no saco que ainda permanecia nas mãos de Utae. Ele, ao perceber isso, jogou o saco de volta pra mim. Os olhos de Quartina logo encontraram os meus e eu lhe dei um sorriso sacana. Ela fechou a mão como tinha feito em Imma. Ela iria retirar o ar de meus pulmões. Então eu simplesmente me deixo cobrir por uma camada de gelo fino na pele, coisa que impede que seu poder saia bem sucedido.

Ela fecha as duas mãos, rompendo algumas partes do meu escudo de gelo. Utae, ao perceber, investe contra ela, fazendo com que a mesma perdesse a atenção em mim, permitindo então que eu desfizesse o escudo. Joguei minha espada para Nerea. O saco que tinha em mãos era mais precioso.

— Me devolva isso! — gritou Quartina e quase não vi quando ela veio voando em minha direção, fazendo com que nós duas rolemos ao chão assim que ela me atinge com tudo.

— Nerea! — gritei enquanto Quartina tentava tomar à força o saco de couro das minhas mãos.

Nerea agarrou o saco, porém, Quartina jogou uma rajada de vento contra ela tão forte que a jogou também no chão, fazendo o saco voar para longe. Como se tudo tivesse sido planejado, Zuhal pega o saco e encerra a luta de vez que estava tendo com Imma e Malek ao também envolve-los numa forte ventania, fazendo-os cair.

Quartina sai de cima de mim voando, indo até Zuhal que pegava sua lança do chão, num sorriso vitorioso. Ela devolve o saco à filha de Éolo que tinha o rosto tomado por um sorriso malicioso. Percebi o que ela pretendia assim que seus dedos tocaram a corda que prendia os quatro deuses.

Ambas acenaram antes de Quartina puxar a corda e de imediato liberar um redemoinho que crescia rapidamente. Logo ambas começaram a correr, exatamente na direção sul, onde a pedra do ar mantinha-se escondida.

Os ventos foram ficando cada vez mais intensos, obrigando os fios do meu curto cabelo a ricochetearem contra minha pele. Não demorou muito até andar começar a ficar impossível e quando eu achei que não podia ficar pior, o vendaval fortíssimo aos poucos foi tirando meus  pés do chão, arrastando-me para o centro onde as coisas eram mais intensas.

Gritei alto, tentando fincar minhas unhas na neve enquanto meu corpo continuava a ser sugado em direção ao redemoinho. Bem, gritar já não era mais tão útil, pois os outros também estavam tendo dificuldades de se manter no chão.

O primeiro a ser sugado foi a Nerea, seguida de Imma, depois Malek. Eu fui a penúltima e não tive tempo de ver se Utae também acabou sendo sugado junto com sua equipe — provavelmente ele deve ter se deixado sugar para não nos abandonar.

Minha cabeça girava a medida que o vento me carregava para lá e para cá. Agulhas perfuravam meu estômago ao mesmo tempo que respirar estava ficando complicado pois meu corpo subia cada vez mais.

Nuvens começaram a se juntar no redemoinho, deixando o ambiente úmido — e consequentemente, me deixando completamente molhada. Trovões se misturaram à dança que o redemoinho ia formando ao nosso redor. Nem conseguia mais ver onde os outros estavam de tanto que a minha visão girava.

Mais agulhadas perturbaram meu estômago e raios passaram a estalar bem ao meu lado, arrepiando tanto meus cabelos quanto os pelos do meu corpo. Logo um alívio tomou conta de mim ao sentir uma mão humana segurando meu ombro. Deve ser Utae vindo me salvar, graças aos deuses, pensei de imediato.

Esse alívio passou ao ver quando virei o rosto, dando de cara com um homem severo, muito semelhante à Quione e seus irmãos. Não demorou muito até eu entender de que aquele se trava do deus do vento norte, Bóreas, pai de Quione e dos seus outros gélidos irmãos.

— Pensei que eles tinham dado um jeito em vocês — disse ele numa voz grave e séria, claramente bravo.

Então o mesmo me ergueu e me jogou contra uma parede de fumaça. Fiz uma careta quando meu traseiro atingiu algo duro. Assim que olho ao redor, percebo estar numa sala feita completamente de fumaça, porém, sólida. Arqueei uma sobrancelha e logo notei que meus amigos estavam todos sentados em cadeiras de fumaças, presos. Pelo jeito eu sou a próxima, pensei em frustração, querendo que alguém me explicasse o que diabos estava acontecendo.

Não se poderia considerar algo consolador o fato dos deuses não estarem presentes — Bóreas havia acabado de sumir.

Bem, isso também não durou muito pois Bóreas reapareceu e novamente segurou meu braço. Mesmo me debatendo, sua expressão impenetrável não mudou. Ele continuou me arrastando até eu estar sentada na última cadeira disponível naquela sala de fumaça — pelo menos não era tóxica (eu espero).

Quando meus pulsos tocaram o apoiador, fumaça sólida prendeu-os.

Bóreas reapareceu na frente da sala, onde nós podíamos todos vê-lo. Logo mais três parecidos com ele apareceram também, ficando cada um lado a lado. Todos usavam armaduras e cada um tinha sua respectiva letra marcada em dourado visivelmente no peitoral da armadura de ferro. Bóreas possuía cabelos brancos, pele pálida e olhos azuis gélidos (vento norte); Euro tinha cabelos azulados, pele azulada e também olhos gélidos azuis (vento leste); Zéfiro tinha as feições menos sérias do grupo e seus cabelos eram brancos com alguns fios cor-de-rosa, sua pele era pálida e seus olhos cinza (vento oeste); por fim vinha Noto com os cabelos cor-de-areia, pele levemente bronzeada e os típicos olhos azuis, porém, mais vibrante do que o dos outros irmãos (vento sul).

— Vocês estão em território proibido — Bóreas foi o primeiro a falar.

Não conseguia entender o fato dos meus amigos se manterem calados.

— Invadir as terras do nosso senhor é proibido — completou Euro.

— Incitar batalha entre os boréades também é proibido — disse Zéfiro.

— E liberar-nos de nosso lar ao mesmo tempo é proibido — falou Noto.

Resumindo: estamos ferrados, foi o primeiro pensamento que correu pela minha mente.

— Por isso vamos chegar à minha parte favorita. — Um sorriso maldoso enfeitou o rosto duro de Bóreas. — Vão levar uma punição.

Abri a boca para começar um debate — sempre era eficiente para se adiar uma morte e me dar tempo para pensar num plano de fuga —, só que nenhuma palavra saiu da mesma. Estranhei e entendi o porquê dos meus amigos se manterem calados. Deve ser algum tipo de magia usada por eles.

— Há uma parte melhor do que essa, irmão: ouvi-los gritar. — Euro parecia tão maldoso quanto Bóreas e bastou um movimento com a mão para que eu sentisse uma leve pinicada na garganta.

— Espero que não tenham medo de altura. — Bóreas também mexeu a mão, transformando a fumaça abaixo de nós em transparente.

Meu coração parou por um segundo ao ver a que distância estávamos do chão — eu daria pelo menos uns quinhentos metros de altura (talvez mais).

— Quais são as suas últimas palavras? — questionou Euro, mantendo seu sorriso assustador.

Não tive tempo de responder pois aquilo que nos mantinha firme, simplesmente desapareceu, obrigando-nos a despencar amarrados do céu.


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Notas finais do capítulo

E aí? Como vocês acham que a Kary e a equipe vão sair dessa? u.u tomara que ela consiga pensar em alguma coisa enquanto despenca do céu x.x

No próximo capítulo - um escorregador de gelo gigante e... tentáculos! o.o

Até o próximo capítulo o/



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