A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 43
O sonho e o começo do ataque


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeey Batatinhaaaas o/

Brotei aqui com mais um capítulo quentinho e para recompensar minha pequena demora, queria compartilhar com vocês uma tirinha feita pela Angela *3* é bem curtinha e retrata o Malek e a Kary ~então vocês já podem ir imaginando uma discussão entre os dois kk~ e como a maioria adora ver esses dois juntos... Podem ir lá conferir:

https://www.facebook.com/KashinabiFarron/posts/2065495506996772

No capítulo de hoje - a volta de Quione ~ou quase...

Tenham uma boa leitura o/



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Aquela notícia realmente me pegou desprevenida. Acho que até a Tanay.

— Não tem problema, Henri — falou Tanay, agora sério. — O melhor a fazer agora é nos esconder e ver quantos estão vindo com ela. Só estamos em três porque a Kary tá fraca.

Lembram do que eu tinha pensado a respeito do Tanay ser um bom líder por não me julgar fraca? Bem, retiro tudo o que disse.

— Eu não to fraca — protestei. — Eu consigo lutar.

Ouvi meu irmão suspirar, mas ele apenas ignorou meu comentário.

— A gente pode armar uma emboscada — Quant deu a ideia e só aí vi que ele estava bem ali.

— O que pode fazer pela gente, pequeno gênio? — questionei.

— Algumas armadilhas simples de caçador pra poder dar um susto em algumas pessoas da tripulação dela. Pode até servir pra atrasar, mas vai depender de quanto tempo temos.

— Talvez uma meia-hora — estimou Henrietta, dando de ombros.

— Dá tempo — havia um pequeno sorriso no rosto de Quant. — Só vou precisar do material.

— Eu ajudo — me ofereci.

— Você vai descansar — falou Henrietta, séria. — Precisa estar preparada pra luta e um membro fraco na equipe é o que menos precisamos agora. Não deve ter sido fácil pra você chegar ao nível dez tão rápido. Pulou quatro níveis, deve ter se esforçado demais.

Nível dez?, só então parei pra olhar pra cima e me deparei com o nível 10 bem acima da minha cabeça. Fiquei surpresa, encarando o número, sem nem entender como havia evoluído tão rápido. Segundos depois eu estava encarando minha armadura, vendo que estava completa, cobrindo tudo o que no começo do jogo era exposto. Dos pés aos ombros eu estava protegida pela minha armadura que além de ser nas tradicionais cores azul e cinza, agora tinha alguns pontos em dourado.

Eu não me lembrava muito do que tinha acontecido na luta contra o Minotauro. Só sabia que tinha ganho e que o final disso foi meu corpo completamente exausto por tanto esforço.

— Eu ajudo você, Quant — agora era meu irmão se oferecendo e indo com o mesmo.

— Descanse — falou Henri assim que os dois partiram.

Suspirei, sabendo que não adiantaria discutir com ela. Logo eu estava me deitando no chão, voltando a sentir a exaustão do esforço.

— Como é que você fez? — ouvi ela questionar depois de um tempo.

— O quê?

— Acabou com o Minotauro sozinha.

Fiquei um tempinho ponderando sobre o assunto.

— Posso ser sincera? Eu não sei.

— Como não sabe? Até evoluiu quatro níveis.

— Er... bem... — Céus, eu realmente não fazia ideia do que eu tinha feito. — Sério, eu queria lembrar, só que tudo não passa de um borrão na minha cabeça.

— Tudo bem. — Ela balançou a cabeça. — Agora durma. Vai te fazer bem.

— Você tá cheia de ordem hoje, hein — comentei, tentando descontrair.

Henrietta nem sequer sorriu.

— É uma guerra, Karysha.

O tom sério e cortante que ela usou, tirou meu pequeno sorriso do rosto e acabou me fazendo pensar na visão que eu tinha visto da minha mãe explodindo em dourado, mas ao mesmo tempo ela também sussurrou coisas no meu ouvido. Coisas que eu podia jurar estarem em outra língua, porém eu as entendia com facilidade.

Deitada na grama, comecei a encarar o céu estrelado, tentando ser capturada pelo sono. Confesso que a frase da Henri me deixou inquieta. Eu sabia que era uma guerra — e pelos céus, estava me esforçando pra ganhar —, mas não é legal estar de mau-humor o tempo todo. Embora eu fosse assim quando comecei a jogar.

Não demorou muito até eu ser vítima do sono.

Quando abri os olhos, estava sentada. Era o mesmo local em que eu vivia treinando com Tanay e coincidentemente eu estava sentada no mesmo tronco de sempre. Só que o local estava mais iluminado do que o habitual, mas logo isso também fez sentido quando a "luz" foi ganhando forma de uma deusa. Seus cabelos brancos ondulados foram ganhando vida e seu vestido branco e azul esvoaçando. Era uma forma serena, diferente da que eu havia visto horas atrás.

— Finalmente. Você demorou muito pra dormir.

— Desculpe. Eu acho... — falei sem entender o por que dela estar ali.

— Vim agradecer. — Então a deusa se virou, revelando os olhos gélidos, serenos. — O quê? Acha que deuses também não podem ser educados?

— Não, é que... — Balancei a cabeça. — Eu gostaria de saber porque é que você enviou o Minotauro. Podia ter nos matado.

— Essa é a questão. Podia. Mas não matei.

Acabei me levantando do toco e ousando caminhar até ela.

— Então por que fez isso?

— Porque eu queria que soubesse o quanto é forte. — Percebi um minúsculo sorriso em seu rosto. — Você se achava fraca demais. Tive que mudar isso.

— Por quê?

Dei mais um passo em sua direção. No máximo um metro nos separava.

— Você faz perguntas demais. — Quando Quione colocou um sorriso doce nos lábios, a magia da persuasão foi tão forte que fiquei paralisada por um momento. Agora percebia que minha persuasão não era nada comparada com a dela.

Comprimi os lábios e fechei os olhos, respirando fundo. Não podia me deixar levar, precisava de respostas.

— Quem é Alexia?

Senti uma mudança leve na magia. O ruim daquele poder era isso. Se não estivesse concentrado o suficiente, poderia acabar arruinando tudo.

— Do que você está falando? — sua voz ficou doce e seus olhos gélidos inocentes.

Aquilo era muito tentador.

— Alexia. A deusa. Filha de Zeus e Hera.

O ar ficou denso. De repente senti dificuldade pra respirar.

— Quem te contou sobre ela? — agora ela usava um tom cortante.

— Ela... — Tentei não entrar em desespero por não conseguir respirar, só que não demorou muito até meu coração estar martelando no peito.

— Alexia esteve aqui? — rosnou ela.

Toda aquela raiva só fez o ar ficar mais pesado, até que eu me obriguei a ajoelhar pra ver se conseguia um pouco mais de ar. Até que Quione fez um gesto com a mão que imediatamente fez o ar voltar ao normal. Nunca fiquei tão aliviada por poder respirar de novo.

— Quando? Onde? — ela questionava de maneira autoritária, desesperada por respostas.

— Faz tempo — digo, tentando me recuperar do susto.

— Já chega. — Ela me deu as costas. — Trate de acordar. A conversa está encerrada.

— Peraí, mas quem é ela? — perguntei.

— Acorde.

— Quione! — gritei, pois sua imagem começava a desaparecer.

Inutilmente eu tentei correr atrás da imagem, mas quando consegui tocá-la, ela se dissolveu.

— Nunca ouse me chamar pelo nome, mortal — é a última coisa que a ouço dizer.

E nunca ouse me deixar sem respostas, deusa menor.

Acordei num sobressalto. Meu coração batia forte. Henrietta não estava mais ao meu lado. Possivelmente havia ido ajudar Quant e Tanay. Passei as mãos pelo rosto, percebendo o quanto estava suado. Não sabia por quanto tempo havia dormido, mas o céu estava roxo, dando indícios de que amanheceria em poucas horas.

Levantei devagar, assim que senti que o susto havia passado. Respirei fundo e caminhei em direção a cabana, procurando por eles. Nenhum sinal.

Senti as linhas da minha mão pulsarem. Eu conhecia aquela sensação. Indicava que Tanay estava em perigo. Procurei minha espada com o olhar e nada dela, então resolvi que iria de mãos vazias. Eu consegui derrotar um monstro gigante sozinha, conseguiria salvá-lo do que quer que fosse agora.

Eu: Tanay, Tanay... Consegue me ouvir?

Ele: Olivia. Ataque. Ajuda.

Não acredito que até nos pensamentos ele é objetivo, ele ficava assim sempre que se metia em alguma luta. Não demorou muito até ele me dizer as coordenadas da maneira objetiva que eu já conseguia decodificar.

Enquanto eu corria, esperando que desse tempo de chegar, eu me lembrei do que Utae tinha feito uma vez. Ele havia conseguido voar com auxilio do vento e... Se Quione era deusa da neve e dos ventos, acho que também conseguiria fazer algo parecido.

Abri um pequeno sorriso e pulei, fazendo vento surgir em seguida. Aí deve vir a seguinte pergunta na sua cabeça: é legal voar? Bem, de fato dá toda aquela sensação de liberdade, mas não vou mentir: também dá um friozinho na barriga.

Engoli o medo de altura e me coloquei o mais alto que eu conseguia — sem ter um surto, claro —, vendo se conseguia achá-los por cima. E achei.

A cabana parecia a mesma, mas tinham, pelo que eu conheci contar, uns dez tripulantes, contando com a Olivia. Tanay estava usando minha espada, mas não me importei. Agora que me achava tão forte, conseguiria me virar.

Consegui pousar quase ao lado dele — e bem desajeitadamente —, até o distraindo da sua luta com um tripulante conhecido: Hardin. O segundo de distração fez ele levar outro corte no braço — você leu certo outro —, porém eu não deixei isso barato, então simplesmente fiz surgir uma adaga de gelo — estava ficando experiente em fazer coisas — e cravei na junta do joelho de Hardin, fazendo-o cair, enquanto Tanay cravava a espada na sua cabeça.

— Cadê os outros dois? — questionei.

— Estão se virando.

— Por que vieram sem mim?

— Eu e Henri achamos melhor. Você estava muito debilitada.

Revirei os olhos. Aquele assunto de novo.

— Só passa a espada. Quero recompensar o tempo perdido.

Sem hesitar ele me jogou a cimitarra e fez a sua mais nova espada de dois gumes surgir.

— Vá em frente, heroína.

Lhe lancei um meio sorriso e meneei a cabeça pra esquerda, indicando pra que ele fosse pra aquele lado que eu iria pela direita. Eu tinha conseguido uma boa visão por cima, então sabia por onde seria melhor cada um ir. A sorte é que estávamos no fundo da cabana e que Tanay era o único por ali — era nosso plano inicial eu e ele atacarmos pelos fundos com a distração acontecendo na entrada.

Assim que dei alguns passos na direção que eu havia escolhido, levo um susto ao ver a figura bem na minha frente.

— Onde é que você pensa que vai?

E lá estava Nerea, a ex-admiradora do cara que eu "matei".


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Notas finais do capítulo

Hmmmm, ando sentindo cheiro de vingança, hein...

No próximo capítulo - finalmente a diferença entre as equipes u.u

E vocês? Já têm algum palpite sobre qual é a diferença entre as equipes?

Até o próximo capítulo o/



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