A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 42
Juro que nunca me senti tão poderosa


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey Batatinhas Ambulantes o/

Antes de entregar esse capítulo para vocês,eu gostaria de agradecer e presentear a "KellySparrow" por ter recomendado a fanfic essa semana ^^ muito obrigadaaaa *3* e lembre-se, o capítulo de hoje é para você u.u

No capítulo de hoje - Kary vs o Minotauro u.u

Tenham uma boa leitura o/



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Meu coração batia forte no peito, mas eu sabia que não poderia ficar parada. Meu irmão corria perigo e eu não podia deixá-lo sozinho. As linhas da minha mão direita ficaram num brilho mais intenso e a cimitarra pareceu responder ao comando porque a luz também se espalhou pela mesma. Sabe aquela sensação de poder? Era o que eu estava sentindo e céus... sentir aquilo correndo pelo sangue era bom.

Numa coragem extraordinária, eu corri em direção ao monstro e dei um salto tão alto que sim, aquilo era humanamente impossível — na verdade tive uma ajudinha dos ventos que eu podia controlar. Num golpe só eu parti a madeira do machado, fazendo o ferro cair no chão de madeira da cabana destruída.

Quando meus pés atingiram o chão, a primeira coisa que senti foi o ar quente saindo das narinas do touro. Tanay não estava muito longe de nós dois, só que incrivelmente ele parecia imóvel. Ele estava ajoelhado, Henrietta estava deitada no chão com o arco em mãos e a flecha tensionada no mesmo, assim como Quant estava com uma clava grande nas mãos, pronto pra atacar. Porém havia algo curioso nos três: todos estavam congelados, o que tecnicamente indicava que eu estaria sozinha naquela luta.

Um monstro mitológico gigante e uma simples Jogadora, isso com certeza não é algo justo, pensei enquanto encarava os olhos negros do híbrido à minha frente. Gilbert deve estar rindo vendo isso.

— Tudo bem, monstro. Podemos fazer de um jeito simples: ou você libera meus amigos, ou eu mato você — falei com firmeza.

Eu sabia que o monstro estava me entendendo muito bem. Tanto é que sua resposta foi ficar de quatro, indicando o modo de ataque. Um pequeno sorriso surgiu em meu rosto enquanto no meu corpo corria mais adrenalina e poder do que sangue.

O Minotauro atacou depressa, mas eu fui mais rápida ainda em fazer uma barreira resistente de gelo entre mim e ele. Bem, de primeira havia sido uma ótima ideia, só que ele facilmente conseguiu espatifar a barreira em minúsculos pedaços de gelo. Me surpreendi e aquela surpresa foi suficiente pra ele conseguir chegar centímetros perto de mim. Não fuja. Você não pode fugir pra sempre, pensei, querendo me passar coragem.

Arrisquei usar a cimitarra quando ele veio pra cima de mim com os chifres e o resultado foi bem inusitado: a cimitarra incrivelmente dobrou de tamanho, ficando suficientemente da largura que os dois chifres tinham de distancia. Nisso, a ponta dos chifres ficou pressionada contra minha espada, que era a única coisa que me separava da morte. O brilho da minha mão ficou mais intenso enquanto eu tentava usar minha força pra afastar o touro gigante.

Gotas de suor começaram escorrer pela mina nuca ao mesmo tempo que o brilho ficava mais intenso. O touro não me fazia avançar nenhum passo e vice-versa. Não demorou muito pros seus chifres penetrarem a espada, só que o incrível era que a mesma não estava se partindo.

Uma brisa forte começou a nos rodopiar e o céu a escurecer. O poder correndo nas minhas veias só ficava mais intenso enquanto eu pela primeira vez conseguia dar um passo em direção ao monstro, fazendo ele recuar outro por causa da minha força.

Um sorriso traquino brincava em meus lábios que saboreavam o gosto salgado do suor. Até que um plano insano corta minha mente e eu mal penso nele quando o executo: eu simplesmente me apoio na espada e dou aquele pulo sobrenatural de novo que me faz praticamente voar, me deixando com os pés pro ar antes de eu dobrar o corpo e cair de mal jeito no lombo do animal.

Posso jurar que nunca me senti daquele jeito. Eu me sentia mais poderosa do que nunca.

Minha respiração estava ofegante, mas eu não queria parar. Aquela sensação de poder era tão viciante quanto uma droga.

— Quer continuar brincando? — questionei num sussurro ao ouvido do animal.

Sua resposta foi vários coices. Ele estava tentando me derrubar.

Obviamente eu não fiquei nem um pouco feliz com a sua resposta e isso me fez segurar seu pelo com força pra evitar que eu caísse. A cada coice eu apertava mais, sabendo que aquele tipo de dor não significava nada pra ele. Até que de tanto minha mão brilhar, o brilho foi subindo pelo meu antebraço, depois pro meu braço, ombro, tronco, pescoço... enfim, logo meu corpo inteiro estava tomado por uma luz azulada e branca.

Então o sussurro veio lá do fundo da minha mente. Eu conseguia ouvir uma língua estranha conversando comigo e por mais estranho que pareça, eu estava conseguindo entender aquela língua. Ela estava me pedindo pra escrever. Escrever um... feitiço.

Esse breve momento de distração foi o suficiente pro animal conseguir me derrubar de suas costas, me fazendo atingir o chão. Xinguei baixinho pela dor que senti de primeira, mas que logo foi substituída pela sensação de poder. A ventania ficou muito intensa quando eu fiquei em pé — tanto que eu percebi quando o touro começou a ter dificuldade pra se locomover.

Minha espada ainda estava presa em seus chifres, o que o impedia de me atravessar com eles. O feitiço, Kary. Não se esqueça do feitiço, forcei a me lembrar. Eu precisava de alguma coisa pra escrever antes que fosse tarde.

Tive que morder o dedo até sangrar. Minhas mão tremiam quando tocaram a terra. Droga, aquele pouquinho de sangue não era o suficiente e o touro se aproximava. Mesmo que as rajadas de vento me consumissem, me obriguei a fazer elas mais violentas pra que ele não conseguisse chegar até mim a tempo.

Com um pedaço afiado de gelo que me obriguei a fazer, cortei fundo o antebraço esquerdo que me deu sangue suficiente pra escrever. Gemi e arrisquei a dar gritinhos de dor, mas isso não me impediu de escrever letra por letra, ou, no aulin antigo — a língua que Quione (como não reconhecer a voz dela?) sussurrou ao meu ouvido o feitiço —, artel rop artel.

Quando consegui escrever o feitiço — que estava em aulin antigo —, o mesmo brilhou na mesma luz que havia envolvido meu corpo anteriormente e essa luz consumiu o sangue que eu tinha usado, logo passando a flutuar no ar rapidamente até chegar ao Minotauro que ainda tinha dificuldade pra se locomover com tanta ventania.

A luz ofuscante o envolveu e o fez explodir num pó marrom que me fez tossir diversas vezes quando se espalhou pelo ar. Com isso, aos poucos minha adrenalina foi diminuindo, junto com o brilho da minha mão direita e foi só aí que eu percebi o quanto estava esgotada.

E no segundo seguinte, eu já havia desmaiado.

Não sei por quanto tempo eu fiquei apagada, só sei que quando minha consciência foi retornando, mais eu sentia tanto dor no corpo quanto na cabeça. Por um momento me recusei a abrir os olhos de tanta dor que sentia, mas logo fui abrindo eles devagar pra me acostumar com a luz do ambiente.

Me mexi um pouco, só que me arrependi por ainda estar sentindo dor.

— Tanay, ela acordou — ouvi a voz de Henrietta.

Não demorou muito pros meus olhos focalizarem o rosto de Tanay que parecia estar ajoelhado ao meu lado.

— Como você está? — ele perguntou.

— Dolorida — respondi.

Segundos depois ele estava me ajudando a sentar e foi só aí que percebi que eu estava deitada no chão. Olhei pro lado, vendo a cabana ainda destruída.

— Tem quanto tempo que eu...?

— Eu diria umas duas horas.

Só? Pareceu tanto tempo..., me vi pensando já que eu sentia uma dor absurda.

— Todos vocês estão bem? O que o Minotauro fez? — questionei, parando pra olhar com atenção o estrago que havia ficado nossa cabana.

— Bem, destruiu a cabana, além de arruinar nosso plano de ataque. — Suspirou, se sentando no chão. — Eu me lembro que ele jogou alguma coisa na gente... Foi um feitiço, eu tenho certeza.

— Imagino — digo, me referindo ao feitiço.

— Mas eu e Henrietta estávamos conversando e decidimos atacar a cabana da Olivia mesmo assim.

— E quanto ao nosso plano?

— Acabou, Kary. — Tanay balançou a cabeça e desviou o olhar do meu, encarando algo ao longe. — E mesmo se não conseguirmos muita coisa, pelo menos tentamos.

— Como é? — Arqueei uma sobrancelha. Aquele realmente não parecia meu irmão falando. — Tanay, você tá bem? Ou é o efeito do feitiço ainda?

— Eu estraguei tudo.

— Não foi culpa sua. Não fazíamos ideia que nossa mãe ia arranjar um problema daqueles.

Tudo o que ele fez foi suspirar em resposta. Revirei os olhos e ousei dar um tapa na sua bochecha.

— Se continuar nesse humor, juro que arrebento sua cara sem dó — ameacei, esperando que ele recuperasse a sanidade.

Vi um pequeno sorriso surgir em seu rosto. Pelo menos era algum sinal.

— Que delicada — ele soou irônico.

— Aprendi com o melhor. — Pisquei pra ele. — Agora me ajuda a ficar de pé porque temos muitas coisas pra resolver.

Juro que achei que ele iria dizer que eu não poderia me esforçar e que era melhor eu ficar descansando pra recuperar as forças, entretanto, ele simplesmente se levantou e ofereceu sua mão, logo me ajudando a levantar. Era por isso que ele era um bom líder.

— Foi por isso que eu beijei você.

O antigo assunto me fez corar.

— Não que eu vá fazer de novo porque eu me arrependi feio.

Embora estivesse um pouco envergonhada, acabei soltando uma risadinha.

— Ah, para. — Empurrei seu ombro.

— Desculpa interrompê-los — era Henrietta se aproximando de nós dois. — Mas tenho más notícias.

Aquilo me fez arquear uma sobrancelha. Eu odiava más notícias.

— A tripulação de Olivia está por perto. E não vai demorar muito até que sejamos atacados.


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Notas finais do capítulo

Parece que as coisas estão ficando cada vez mais complicadas, não é mesmo? o.o

No próximo capítulo - a volta de Quione ~ou quase...

Até o próximo capítulo o/



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