A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 39
Consegui dominar Tanay, finalmente!


Notas iniciais do capítulo

Hey Batatinhas Ambulantes o/

Entãããão, eu fiquei pensando por muito tempo se reescrevia esse capítulo... Eu to um pouco insegura com ele, mas como eu percebi que existe muita gente que acaba shippando esses dois, eu pensei "ah, por que não?" por isso acabei arriscando deixar esse capítulo intacto ~embora tivesse vontade de reescrevê-lo pela insegurança e.e~

Eu sei que algumas pessoinhas vão me matar, mas né kkkkk

Aliás, to com medo também de vocês estarem desistindo da fic ;-; acham que eu to enrolando nos capítulos? ~ain, to de TPM, imagina como a pessoa ta dramática agora kkk~ se tiver algo errado, faleeeem ;-;

No capítulo de hoje - patinação no gelo u.u

Tenham uma boa leitura o/



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Os dias que se seguiram foram de puro luto. Henrietta estava arrasada e se afastara de todos — até de mim — desde o dia em que queimamos o arco de Daniela. Eu me sentia mal por ela porque perder alguém diante dos seus olhos é algo horrível. Ah, Kameel, como eu tenho saudades de você, pensei tristemente.

— Kary, será que poderia vir comigo? — questionou Tanay, me acordando de meus pensamentos.

Era tarde e Henrietta o ajudava a ajeitar a fogueira para noite. Ela havia saído pra caçar sozinha — eu e Tanay concordamos que era melhor pra ela — e trouxera alguns coelhos para comermos. Quant se mostrava bem útil nos últimos dias porque vivia criando algumas invenções pra nos auxiliar — como uma panela e uma espécie de chapa que funcionava como um fogão quando colocado em cima da fogueira.

Provavelmente agora Tanay estava me chamando pro treinamento da noite — meu irmão passou a treinar Quant pela manhã e me colocou a noite (que era de tardezinha) desde que Daniela morreu. Mesmo que o garoto não levasse muito jeito com a espada, seria bom que ao menos tivesse noção de como se defender.

Eu estava ocupada carregando as madeiras — Tanay que cortou — pra dentro da cabana pra ficar de reserva tanto pra fogueira quanto pra lareira, embora nunca usássemos ela — o que mais fazia por aqui era calor.

Deixei elas na sala, perto da lareira e saí da cabana, encontrando Tanay perto da futura fogueira que Henrietta estava arrumando. Logo nós dois estávamos caminhando juntos em direção à floresta perto do lago onde costumávamos treinar.

— A Henri tá melhor? — questionei já que não possuía tanto contato com ela.

— Na medida do possível, sim. — Ele suspirou.

— A droga é que aquelas malditas Fúrias nunca morrem — murmurei.

— Já tinha enfrentado elas antes?

Afirmei com a cabeça.

— Foi quando eu provoquei Equidna. Na época quem me salvou foi meu amigo-irmão.

Ficamos um bom tempo caminhando juntos, sem ter o que dizer um ao outro.

— Sabe, eu sei o que é perder alguém — me vi dizendo. — Perdi meu namorado uma vez.

— Em pensar que a maior perda que tive até agora foi meu hamister. — Ele balançou a cabeça, fingindo decepção consigo mesmo.

Soltei uma risadinha.

— E eu achando que você era um monstro antipático quando te conheci... — Empurrei seu ombro.

— Eu sou. — Vi um pequeno sorriso no canto do seu rosto. — Só que com as pessoas certas, tipo uma irmãzinha insuportável que minha mãe arranjou.

Mostrei a língua pra ele.

— Ainda bem que não cheguei a dizer que você é um cara legal, porque já estou me arrependendo de ter pensado nisso.

— Na verdade, acho que você vai mudar de ideia daqui a pouco.

Arqueei uma sobrancelha ao ouvir ele dizer aquilo, mas decidi ignorar, me limitando apenas a um dar de ombros enquanto continuávamos nosso caminho.

Foi só quando chegamos que eu entendi o que ele queria dizer. Arregalei os olhos ao ver o lago congelado — e eu logo soube que aquilo foi obra dele porque não tinha como algo congelar num local tropical.

— Por quê...?

— Eu decidi que hoje seria melhor descontrairmos. Todo o luto de Henrietta está me deixando louco. Toda frieza tem limite. — Ele balançou a cabeça.

— Chega até ser engraçado ouvindo algo assim saindo de você. — Havia um pequeno sorriso irônico no meu rosto.

Tanay revirou os olhos.

— Agora será que dá pra me explicar o que diabos significa um lago congelado?

— Ah, qual é... Qual é a primeira coisa que passa pela sua cabeça?

— Sei lá. — Dou de ombros, ainda confusa. — Talvez que você seja maluco?

Meu irmão suspirou.

— Será que não passou pela sua cabeça que poderíamos... — enquanto ele dizia, o mesmo caminhou até o lago e começou a patinar — patinar no gelo? — completou ele.

— Mas eu nunca patinei — argumentei.

E com isso, caminhei pra perto do lago, me sentando na grama pra observá-lo patinar.

— Ah, é mesmo? — Havia um sorriso traquino em seu rosto.

Então ele veio pra grama e me puxou, me obrigando a ficar em pé — mesmo que eu tenha relutado. Só que eu não esperava que ele fosse simplesmente me puxar pro lago e quando vi já estava toda desengonçada em cima do gelo.

Aquilo era a maior ironia que se podia ver. Uma filha de Quione mal conseguindo se equilibrar no gelo — as botas de metal escorregavam muito! Com isso, eu tive que me obrigar a me apoiar no Tanay pra não cair feito uma idiota no chão — não que eu já não fosse por não conseguir dominar o meu elemento.

Pelo menos ele fez a gentileza de colocar lâminas de patins — de gelo — nos meus pés, o que já ajudou muito no meu equilíbrio — as vezes Tanay conseguia ser bondoso, sabia?

— Tanay, me tira daqui — grunhi.

— Por que eu leveria?

— Porque você é meu irmãozinho e sei que me ama.

Era ridículo o jeito que eu era obrigada a me apoiar nele pra não cair.

— Kary, você está no gelo. Deveria saber patinar.

— Mas não sei — resmunguei.

Ouvi uma risadinha vindo dele.

— Eu te ensino.

— Quê?!

Mal tive tempo de reclamar antes dele começar a me puxar pelo lago, só me fazendo ter mais medo daquilo.

— Tanay eu vou cair!

— Não vai.

— Vou sim!

— Eu te seguro.

Suspirei. Sabia que não adiantaria discutir com ele porque ele era tão teimoso quanto eu.

Demorou muito tempo até eu realmente me acostumar com os patins e principalmente com o gelo nos meus pés, só que aquilo passou realmente a ficar divertido. Fiquei contente quando consegui me soltar do Tanay e patinar sozinha — mas ele sempre dava um jeito de me derrubar por eu ser iniciante.

Tiveram alguns momentos em que fui mesmo obrigada a me agarrar nele de novo, só que esses momentos foram diminuindo com o passar do tempo, o que fez a diversão reinar pelo resto da tarde.

— Estou patinando mais rápido que você! — debochei dele, usando meu controle sobre o vento ao meu favor.

— Você está roubando. Assim é fácil.

Mostrei a língua pra ele enquanto continuava a patinar na sua frente — estávamos meio que numa corridinha besta.

Até que aquilo aconteceu de novo. Ele jogou vento contrário pra cima de mim, fazendo com que eu me embolasse toda e caísse no gelo. Soltei um xingamento — biiiiiiiiiip! — e com dificuldade me coloquei em pé. É claro que, lá estava ele de novo, me ajudando a levantar.

— Perdeu.

Bufei com seu deboche.

— Você estava...

— Roubando? Sério? — ele soou irônico, não querendo assumir a culpa da lufada de vento que tinha jogado na minha cara.

— Te odeio — resmunguei.

Foi nesse exato momento que uma das lâminas sumiu do meu pé e eu caí exatamente em cima dele — na verdade me apoiei nele pra não cair no gelo mais uma vez.

— O que foi que você disse? — pelo seu tom de voz, sabia que havia sido obra dele.

— Que te odeio, seu imbecil.

Tanay retirou a outra lâmina, me fazendo ficar mais dependente do seu corpo pra não cair. Tudo bem, aquela situação já estava começando a me deixar vermelha porque estávamos "abraçados" demais.

Soltei mais alguns xingamentos, tentando me manter de pé até que percebi um leve desconforto vindo dele. Isso aconteceu exatamente quando eu encostei na nuca dele sem querer.

— O que foi? Te incomoda? — questionei ao tocar em cima da sua tatuagem.

Ele fez uma careta em resposta. Abri um sorriso maldoso e continuei tocando sua tatuagem, fazendo daquilo a minha vingança.

— Kary, para... — ele ainda tinha uma careta no rosto, mas que ia se suavizando cada vez que eu tocava a tatuagem.

— Quer dizer então que você sente cócegas na nuca?

— Não é cócegas.

— Então o que é?

Tanay se recusou a me responder de primeira. Tive que brincar com a tatuagem mais um pouco antes do mesmo dizer:

— É bom.

— Bom?

— Existem muitas coisas... sobre a Conexão que eu não sei. Essa é uma delas. — Ele manteve a careta, embora bem mais suavizada.

Soltei uma risadinha com aquilo.

— Isso é bizarro — comento.

Mesmo assim eu não resisti. Continuei tocando a tatuagem. Era bom finalmente achar uma coisa que me fizesse dominar meu irmão.

E foi naquele momento de insistência que Tanay me deu um beijo.


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Notas finais do capítulo

Sério, eu to muito incerta sobre os comentários que eu vou receber kk

No próximo capítulo - a montagem do plano de contra-ataque u.u ~contra quem? Vocês estão lembradoooooos? u.u

Até o próximo capítulo o/