A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 30
Meu contrato de morte


Notas iniciais do capítulo

Hey Batatinhas Ambulantes o/

Gente, sério, eu queria pedir mil desculpas ;-; eu ando atrasando demais os capítulos, né? ;-; é que ultimamente eu ando MUITO ocupada na sexta e se derem uma olhada, minhas postagens passaram a ser de madrugada ;-; vou me esforçar mais pra postar mais cedo, ok? ♥

Ah, eu queria dedicar esse capítulo para "Hunter of Shadows" por ter recomendado a fic essa semana *3* sério, eu ando impressionada com vocês porque toda semana alguém recomenta a fic e juro que vocês querem me deixar sem voz porque quando chega mais um comentário... uma recomendação... Eu já dou aquele grito básico de felicidade KKK então mais uma vez obrigada por ter recomendado e aproveite o capítulo "Hunter of Shadows" porque ele é pra você hoje u.u

No capítulo de hoje - um "contrato de morte" kkkk e.e (aquele mistériozinho básico u.u)

Tenham uma boa leitura o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/717157/chapter/30

Eu não aguentava mais correr. Minhas pernas doíam e tanto meu pulmão quanto meu coração pareciam que iam explodir de tanto que eu respirava. Sinceramente, eu preferia quando Utae era meu líder porque ele pelo menos não me obrigava a correr milhões de quilômetros — e ele também era como um irmão pra mim.

Quando parávamos pra descansar, Tanay gritava no nosso ouvido, querendo que corrêssemos cada vez mais. Até as meninas que possivelmente conviviam a mais tempo com ele do que eu, pareciam já estarem cansadas de tantas ordens e corridas.

Felizmente perto de um lago — não aquele que víamos da entrada da cabana, esse daqui parece estar muito além da visão que tínhamos antes —, Melina gritou com Tanay e ele aceitou que dormíssemos ali naquela noite. E sim, já havia escurecido. Nunca tinha corrido tanto na minha vida.

Sentei na grama, sentindo meu corpo se desmontando aos poucos. Logo eu estava deitada, encarando o céu e tentando recuperar meu fôlego que eu havia perdido há horas. O incrível era que Tanay nem sequer parou. Depois do meu pequeno descanso, eu me sentei novamente e lá estava ele tentando fazer fogo com gravetos e pedras.

— Se você acender uma fogueira, juro que vou derreter — falei, me sentindo exausta e com algo incomum: calor.

Ele pareceu ignorar meu comentário porque continuou concentrado nos seus gravetos e pedras.

— Não adianta discutir — Melina se sentou do meu lado. — Quando Tanay quer alguma coisa, ninguém pode impedir ele.

— Deve ser por isso que somos irmãos.

Melina pareceu achar graça.

— Você foi louca de ter tentado ficar. Ele me contou — informou ela quando eu fiz uma cara tipo “como você sabe?”.

— É que... na minha antiga equipe eu sempre era a idiota que nunca conseguia fazer nada pra ajudar, entende? Parece que tudo o que eu tenho é isso. — Apontei pra minha testa, querendo indicar meu cérebro.

— Ah, então você gosta de “dar uma de heroína” assim como Tanay? — Juro que percebi ela querendo rir.

— Talvez seja. — Dei de ombros. — Mas não adiantou muito eu ter ficado. Eu não sei lutar, então sempre me torno inútil.

— Por que não disse antes? Posso te ensinar algumas coisinhas, pelo menos a defesa básica. Um membro de nossa equipe nunca pode ser alguém indefeso.

Abri um pequeno sorriso.

— Valeu, Melina.

Ela também sorriu e eu passei a observar as outras duas garotas que pareciam conversar, sentadas perto do lago. A loira analisava as unhas enquanto falava e a de coque encarava o lago — acho que até estava um pouco alheia á conversa.

— Como elas se chamam? — perguntei depois de um tempo.

— Oh, céus, que bobagem a minha. Nem cheguei a  apresentá-las, não é? — Melina balançou a cabeça como se estivesse decepcionada consigo mesma. — A de coque é Henrietta, filha de Ártemis. A loira, ou cachinhos dourados, como gosta de ser chamada, é a Daniela, filha de Afrodite.

— Elas mandam muito bem no arco e flecha — elogiei.

— São natas por causa da mãe divina — explicou Melina.

Não demorou muito até o fogo de Tanay finalmente dar certo. Ele se afastou do fogo — é, bem, chega até ser estranho um filho de Quione criando fogo — e se sentou comigo e Melina.

— Definitivamente, você é a garota mais burra que eu já conheci na vida — disse ele ao se sentar.

— Não acredito que eu achei que você sentaria aqui pra dizer algo útil. — Balancei a cabeça, fingindo decepção.

— Tanay! — Melina o repreendeu.

— O quê? Só estou sendo sincero. Quem em santa consciência ficaria fica no meio de uma luta quando se tem oportunidade de fugir? — ele dizia como se fosse a coisa mais idiota que um ser-humano pudesse fazer.

— Você — respondi em ironia.

— Eu sou o líder. Sou feito pra esse tipo de coisa. Você é só mais uma, não tem que sair por aí se arriscando atoa.

Cerrei os punhos quando ele disse que eu era apenas “mais uma”.

— E não adianta ficar bravinha porque você sabe que é verdade. Está vendo alguma nível cinco aqui além de você?

Por um momento fiquei sem saber o que responder.

— Daniela é uma seis — argumentei.

— E fez mais diferença na luta que você — ele foi arrogante dessa vez. — Me surpreende que tenha chegado ao nível cinco sendo tão indisciplinada e estúpida.

— Tanay! — Melina o repreendeu outra vez.

— Está tudo bem, Mel — falei, porque não queria alguém me defendendo naquela hora. — Eu cheguei ao nível cinco porque sou muito mais do que um treinamento físico. Eu tenho isso aqui. — Então apontei pra minha cabeça.

— Ah, é mesmo? Até agora você não mostrou nem um pingo de inteligência.

O tom de deboche dele me tirou do sério. Eu me lembro que uma vez, Imma me deu a lição de que numa briga, eu nunca deveria perder a calma porque eu sempre estaria em desvantagem em comparação ao oponente. Bem, Tanay já deveria ter dominado essa técnica porque ele parecia muito mais calmo do que eu — e a qualquer momento eu juro que vou dar na cara dele.

— Você é tão infantil. — Melina revirou os olhos e se levantou. — Me chame quando você parar de criticar a Kary.

Logo ela foi embora, em direção ao fogo, provavelmente só querendo um lugar pra ficar longe de nós dois — e isso com certeza vai acabar virando rotina porque eu e Tanay como irmãos... não parece estar dando muito certo.

— Agora quero que me conte qual é o seu problema.

— Como? — Arqueei uma sobrancelha ao perguntar.

— Por que ficou?

— Eu era vice-líder na minha cabana. Acho que... tinha funções parecidas — omiti.

Tanay balançou a cabeça.

— Você é pior do que eu pensava. — Suspirou. — Um vice-líder não faz a função de um líder. Se o líder manda fugir, o vice também foge pra que possa assumir lá na frente, entende? Enquanto o líder estiver fora, o vice precisa assumir e não ficar na missão suicida do líder.

Não queria admitir que possivelmente ele estivesse certo.

— Não se preocupe com isso. Melina prometeu que vai me ensinar a defesa básica. Daqui alguns dias eu vou estar melhor.

— Melina não vai treinar você.

— Ela vai — falei com certeza.

— Não. — Ele novamente balançou a cabeça. — Eu vou.

COMO É?!?!?!?!, quase acabei gritando de verdade.

— Por quê? — por sorte consegui não dar tanta intensidade na pergunta.

— Porque eu sou o líder e essa é a minha função.

— Você é assim sempre tão democrático?

— Será que ninguém te ensinou sobre disciplina?

— Na minha antiga equipe, trabalhávamos como um só — menos Malek que era um bocó, pensei em desgosto. — Acho que... todos nós tínhamos uma certa função de líder.

— Bobagem, esse tipo de coisa nunca dá certo. — Tanay também negou com a cabeça enquanto falava. — Numa guerra, sempre uma pessoa comanda um exército. Se não há ninguém à frente ou se todos são à frente, a batalha é perdida. Disciplina é a diferença crucial numa guerra.

— Acho que você está exagerando. Aqui não é uma guerra...

— Mas é um jogo — ele me cortou. — E você viu o jeito que Olívia lida com as coisas. Não podemos ser menores do que ela. Temos que ser mais. Temos que vencer. E eu vou fazer de tudo.

Ouvir ele falar daquele jeito, fazia eu me lembrar de mim mesma. Talvez não seja atoa que tenham colocado ele como meu irmão. Somos muito parecidos, me vi pensando e pela primeira vez eu meio que sentia orgulho dele.

— Só que pra vencer, você precisa de mim.

— Preciso? — o tom de deboche voltou.

— Você tem a força e eu tenho a inteligência.

Juro que percebi que ele estava querendo rir do que eu tinha acabado de dizer.

— Se você me provar que tem um pouquinho de inteligência, eu te aceito na equipe.

— E se ocorrer o contrário...?

— Eu mato você.

Abro um sorriso, disposta a aceitar o desafio. E eu sabia que estava assinando um contrato de morte porque Tanay parecia nunca voltar atrás na sua palavra.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

HAUSHSUHSAU será que a Kary conseguirá cumprir esse desafio? u.u

No próximo capítulo - o primeiro treinamento kkk e.e

Até o próximo capítulo o/