A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 25
Apresento a vocês "idiotas-babando-por-uma-garota"


Notas iniciais do capítulo

Hey Batatinhas Ambulantes o/

Pra começar eu gostaria de agradecer e dedicar esse capítulo a "Luk Yu" que recomendou minha fanfic nessa semana u.u sério, muuuuuuito obrigada, as recomendações me deixam muito motivada e ansiosa para receber outras ^^ agradeço também aos comentários :3

Aliás, eu fiquei muito contente da participação de alguns leitores no post que eu fiz na minha página e.e até me animei a fazer mais coisas do tipo pra que vocês pudessem participar, sabe? Amo isso *3*

E eu ando notando que muita gente anda comentando aqui no Nyah e eu to ficando muuuuuuuito, feliz, séééério :3 como já disse, adoro quando há essa interação bacana entrei leitor e escritor *3*

No capítulo de hoje - uma Kary muuuuito brava e.e

Tenham uma boa leitura o/



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Minha primeira reação foi puxar a cimitarra da bainha improvisada e apontar em direção à mulher. Sentia uma magia forte correndo no ar, indicando que possivelmente ela era uma Elemental. O único problema é que eu não conseguia ver nenhum colar no seu pescoço.

A propósito, a mulher era linda.

Possuía cabelos longuíssimos negros que caíam cheios até seus pés e um rosto bem pálido — acho que até da minha cor. O que havia em destaque no seu rosto eram os olhos roxeados no mesmo tom dos de Utae, só que eram tão mais belos que pareciam ter vindo de outro mundo. Uma coroa de flores brancas se misturava em seus cabelos no topo da sua cabeça. As roupas que usava eram frescas, se limitando a um vestido esvoaçante branco que a fazia brilhar em meio à escuridão.

Ela sorria — e que inveja me deu daquele sorriso doce.

— Quem é você e o que quer? — questionei num rosnado, apontando minha cimitarra em sua direção.

Dessa vez seria eu que protegeria Utae. Nós dois levantamos na mesma hora, em alerta a qualquer coisa a mais que poderia acontecer além da presença daquela mulher.

— Abaixe essa espada, Karysha, filha de Quione. Não sou uma ameaça.

Ela estava descalça — na neve?! —, percebi isso quando deu um passo em nossa direção. Em resposta, dei um pra trás. Utae não me seguiu. Olhei pra ele e foi só aí que entendi por quê. Ele estava hipnotizado pela mulher e a encarava com admiração — cara, uma hora eu tenho certeza que ele vai literalmente babar.

— Como posso confiar em você? — questionei com a voz carregada em desconfiança.

Antes de responder, a mulher caminhou graciosamente em direção a Utae. Eu estava morta de medo e minhas mãos tremiam, mas me recusei a recuar um passo sequer. Me mantive ali, apenas uns dois ou três passos de distância de Utae. Tive raiva dele por nem sequer se mexer. Ele apenas continuava ali, contemplando a beleza da mulher.

Quando ela se aproximou o suficiente, ela tocou o rosto de Utae delicadamente e aproximou ambos os rostos. Ela vai beijar ele?, foi meu primeiro pensamento e realmente aconteceu. Só que foi na bochecha e eu vi um brilho minúsculo piscar por milésimos antes dela afastar o rosto e me encarar.

— Por que não confiaria? — Ela soltou o rosto dele. — Ele confia.

Seus olhos eram os mesmos de Utae, só que, como eu disse antes, bem mais belos. Um raio minúsculo cruzou o céu imaginário da íris e eu soube quem ela era de imediato.

— Filha de Zeus. — Me permiti dar um passo pra trás.

Só que não havia um colar e tatuagem nenhuma. Eu conseguia achar qualquer coisa que pudesse indicar isso.

— Veio tentar nos matar? — questionei, o que, segundos depois, percebi que foi idiota.

É óbvio que ela tá aqui pra te matar, sua burra, me repreendi mentalmente.

— Claro que não. — Ela sorriu e estendeu a mão. — Me chamo Alexia.

Ela não possuía armadura e sua magia parecia muito carregada. Meu alerta estava completamente ligado. Eu não conseguia confiar naquela garota e Utae mal parecia perceber o que acontecia. Ele era uma estátua humana, encarando o nada. Apertei sua mão com cuidado, embora isso não tenha me feito largar a espada.

Durante o aperto, senti pequenas descargas elétricas correrem por meu braço. Não foi tão forte a ponto de me dar um choque, mas foi o suficiente para arrepiar os pelos do meu braço.

— Acho que não preciso me apresentar — digo, me referindo a ela já saber quem eu era. — O que fez com ele? — Meneei a cabeça em direção a Utae.

— Não querendo ser esnobe, mas... é que minha beleza faz isso com os homens as vezes.

Revirei os olhos, tentando não sentir inveja.

— Será que dá pra fazer ele voltar ao normal?

Alexia soltou uma risadinha antes de estalar os dedos e fazer Utae balançar a cabeça, até que finalmente seu olhar deixa de ser vazio e ele encara a mulher ao nosso lado — não que sua cara de idiota-babando-por-uma-mulher tenha sumido.

— Quem é você?

— Alexia. — Ela riu. — Sou sua irmã, então nada de pensamentos impróprios sobre mim.

— Irmã? Eu... irmã? Tenho? — as palavras iam se misturando umas nas outras.

Alexia afirma com a cabeça, provavelmente querendo cair na gargalhada com as caras que Utae fazia. Bufei. Eu não tinha tempo pra apresentações.

— Já que não está aqui pra nos matar, então por que veio?

A expressão divertida do rosto dela sumiu e ela assumiu uma de decepção.

— Gilbert fez a maior besteira da vida dele. — Ela passou as mãos no rosto.

— Quem? — questionei, ponderando se um personagem de jogo poderia saber o nome do meu professor.

— Gilbert, o professor de vocês. — Alexia balançou a cabeça. — Tudo isso aqui... — Por um momento ela olhou pra trás. Pra floresta. Mas eu senti que não era só aquilo que ela se referia. Segundos depois ela voltou a olhar em nossa direção. — Será que poderiam me levar até a cabana de vocês? Quero conhecer sua equipe.

— Por que faríamos uma coisa...?

— Claro — Utae me interrompeu.

Lancei um olhar interrogativo pra ele, claramente furiosa. Ele nem pareceu notar minha expressão quando passou um braço por cima do ombro da garota e começou a caminhar com ela, me deixando pra trás. Ela lançou um sorriso em minha direção como se dissesse “você não vai vir?”. Me limitei a revirar os olhos.

Durante todo o curto caminho, decidi manter minha espada desembainhada, embora não tenha feito tanta diferença já que Alexia nem sequer deu sinais de que iria atacar alguém. Ela e Utae ficaram conversando aos montes durante o caminho e parecia ser algo bem descontraído já que ambos riam com frequência.

Parece que a concorrência anda ficando acirrada. Mais uma vez perdi o título de “garota favorita”. Possivelmente vou perder o título de vice-líder também, pensei, tentando não parecer ciumenta, mas falhando. Era a segunda vez que era substituída por uma novata.

Utae abriu a porta da cabana pra ela e a mesma entrou, admirando o local com um sorriso.

— Malek, Imma e Rian, apresenten-se — disse Utae alto o bastante pra que eles pudessem ouvir (isso se estivessem nesse andar).

Não demorou muito até os três estarem no local que chamávamos de “sala” já que era ali que fazíamos nossa refeições. Os três olharam com admiração para a convidada. Rian foi o primeiro a se aproximar de verdade e ter a ousadia de pegar a mão dela e beijá-la suavemente.

Embora Malek e Imma nada tenham feito de especial para a convidada, isso não impediu deles ficarem com aquela típica cara “idiota-babando-por-uma-garota”. Finalmente embainhei de mal jeito a espada na cintura e cruzei os braços. Estava farta de bancar a guarda-costas daqueles idiotas.

Não demorou muito até os quatro estarem enfeitiçados novamente e eu me perguntava se ela não seria na verdade filha de Zeus e Afrodite. Talvez seja mesmo, pensei distraidamente, querendo achar algum defeito nela. O único que saiu do feitiço sozinho foi Imma que veio parar do meu lado na porta.

— Filha de Zeus?

Confirmei com a cabeça.

— Sabia — ele murmurou pra si mesmo. — Ela pode ser muito bonita, mas Zeus e Poseidon nunca foram os melhores amigos do mundo. — Imma balançou a cabeça. — Não confio nela.

— Bem-vindo ao clube — digo num tom irônico.

Alexia não estava presente quando o feitiço da beleza foi quebrado. Naquela hora ela já tinha caminhado curiosamente até a sala de treinamento. Provavelmente escolhendo uma arma pra usar pra nos matar, sério, eu ainda queria achar algum defeito nela.

Os três bocós, mesmo fora do feitiço, ainda correram atrás dela, começando a oferecer coisas aleatórias como “quer que eu massageie seus pés?”; “quer que eu te carregue?”; “quer que eu vá buscar algo para você comer?”. E assim foi por alguns minutos — nisso, eu já tinha batido minha cabeça algumas vezes na porta.

Eu teria continuado minha tortura interna se Imma não tivesse me puxado pra longe.

— Que tal irmos caçar? Precisamos debater algumas coisas.

— É, eu realmente preciso procurar alguma coisa de bater pra dar na cara dela — rosnei enquanto era arrastada pra fora da cabana.

Imma e eu não fomos caçar de verdade. Apenas ficamos dando algumas voltas na floresta até que minhas pernas começaram a doer e eu insisti para que voltássemos — claro que ainda tive que prometer não dar um soco em Alexia antes.

Quando chegamos na cabana, tudo estava apagado, exceto uma tocha que foi deixada acessa na lateral da porta — provavelmente deixaram quando notaram nosso sumiço. Peguei-a e entrei em casa.

— Acho que eu precisava disso.

— Se sente mais relaxada agora?

— Talvez eu fique mais relaxada se ela não estiver dormindo na minha cama.

Imma pressionou os olhos por um momento — posso jurar que ele estava orando aos deuses para que Alexia realmente não estivesse dormindo na minha cama. E pra nossa surpresa, ela não estava dormindo nela, o que era bom. Só que ela não estava em lugar nenhum, o que era ruim.

Eu já tinha visto isso antes.

Vibeke, o nome correu pela minha cabeça antes mesmo que eu pudesse andar pelo dormitório inteiro e descobrir onde ela estava.

— Consegue ver ela em algum lugar? — questionei num sussurro para Imma.

— E você consegue ver Utae em algum lugar?

Minha primeira reação foi o desespero. Não acredito que o idiota se deixou ser sequestrado de novo, xingamentos brotaram na minha cabeça, todos quase saindo pela boca de tão brava/desesperada que fiquei.

Vasculhei todas as camas e todas me davam uma resposta negativa sobre Utae e Alexia. Ou esses dois estão ********* ou ele realmente foi sequestrado por ela, outras opções também corriam pela minha mente, mas eu estava brava demais pra parar e pensar se eram coerentes.

— Que droga! — exclamei baixo, só que isso não impediu de ser carregado de ódio.

Então eu fiz uma das maiores besteiras da minha vida: joguei a tocha no chão por impulso. A sorte foi que Imma foi rápido o bastante para apagá-la antes que eu começasse um incêndio na cabana só por causa do desaparecimento de Utae.

— Kary, será que dá pra se acalmar? — Imma segurou meu braço antes que eu fizesse mais alguma besteira.

Puxei meu braço pra mim com força e pra minha surpresa, ele simplesmente me soltou, quase me fazendo cair por causa da força que eu havia usado.

— Eu vou tentar ir atrás dele — falei decidida.

— Não, você não vai.

— Tenho uma arma agora e posso fazer o que eu quiser — falei malcriada. Não ia ficar sentada esperando Utae aparecer. Agora eu tinha uma arma pra me defender e era uma nível 5.

Malek e Rian se remexeram na cama, claramente incomodados com o barulho. Bem, nem minha fala e nem os dois incomodados impediu Imma de segurar meu braço de novo e dizer:

— Então eu vou com você.

Abri um pequeno sorriso.

— É assim que se fala.

E nós dois subimos apressados, saindo pelo alçapão e num segundo estávamos do lado de fora da cabana — não sem antes Imma ir pegar seu tridente na sala de treinamento.

— Não acredito que estou indo com você — ele disse como se estivesse prestes a fazer uma grande besteira.

— Ei! — Empurrei seu ombro. — Vai dar tudo certo, tá legal?

— Deveríamos ter chamado Malek. Ou pelo menos Rian. Já viu como o cara luta?

Revirei os olhos.

— Não confia em mim?

— Não confio na sua intuição — ressaltou ele. — Sempre alguma coisa dá errado.

— Não é verdade! — protestei.

— Diga isso pra todas as suas aventuras.

Acabei ficando quieta. Tá, talvez você tenha um pouco de razão, pensei, mordendo o lábio inferior. Até que à meio-caminho para chegar na floresta, eu simplesmente parei por ter escutado um barulho. Não. Barulho não. Uma conversa. Discussão.

Meneei a cabeça, indicando a parte de trás da cabana. Tínhamos que pelo menos vasculhar tudo antes de que partíssemos atrás de Utae e sua irmã Alexia.

Quanto mais andávamos em direção à parte de trás da cabana, mais as vozes ficavam altas. Desembainhei minha espada e Imma tirou seu tridente das costas. Estávamos preparados pra atacar até que ouço apenas uma frase que não deixa só eu paralisada, mas todos que conseguiram ouvir:

— Pelos deuses, Utae. Será que não consegue entender? Eu sou uma deusa, filha de Zeus e Hera.


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Notas finais do capítulo

É NESSE CAPÍTULO QUE EU QUERO VER MUUUUITA TEORIA u.u séééério, o que uma deusa está fazendo naquela cabana, afinal? u.u aiai, to até vendo gente bugando mais ainda com o próximo capítulo...

No próximo capítulo - um soco na bochecha divina KKK

Até o próximo capítulo o/