A guardiã do gelo escrita por Kashinabi Chan


Capítulo 24
Ganhei uma espada finalmente!


Notas iniciais do capítulo

Hey Batatinhas Ambulantes o/

Vamos lá, acho que essa nota vai ser grande KKK enfiiim, primeiramente eu queria agradecer a "tatachenck" por ter recomendado a fic *---* sério, obrigadaaaa u.u isso só mostra o quanto é minha leitora fiel e eu me sinto muuuito lisonjeada por isso ♥

Bem, a segunda coisa é que lembram que eu falei que escolheria os melhores comentários que eu li sobre o capítulo 22? Entãããão, eu realmente fiz isso u.u e olha, recebi mais de 50 comentários e escolher só 10 foi muuuito difícil ahsuhasusahua então eis a pergunta: será que você está entre esses 10? Vai ter que conferir pra descobrir:

https://www.facebook.com/KashinabiFarron/posts/1964044350475222

Façam comentários por lá, principalmente se você foi um dos escolhidos u.u quero saber quem sãããão hasuhsauhsauhas e se puderem deem sugestões pro próximo post u.u

E mais uma vez eu agradeço os comentários de todos e quero dizer que não importa onde você comente, seu comentário sempre acaba sendo especial pra mim de alguma forma porque sempre me dá ânimo pra continuar ♥

No capítulo de hoje - Uma espadaaaaaa u.u

Tenham uma boa leitura o/



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Utae havia ficado meio deprimido nos últimos dias, enquanto eu tentava me recuperar do choque da morte de Kameel. Malek já tinha voltado ao normal, implicando comigo como sempre e Imma e Rian continuaram sendo meus parceiros de caçadas. Bem, não que isso significasse que Rian havia parado de ser o melhor amigo de Malek. Pelo contrário, os dois se tornaram mais amigos, até — e estavam quase arrastando Imma junto.

Dava um pouco de pena do Utae porque ele não estava conseguindo se adaptar à nova vida. Encontrei ele na sala de treinamento, sentado no chão e olhando sua espada à sua frente, parecendo pensativo.

— Ocupado? — questionei assim que entrei.

Ele balançou a cabeça em negação, mantendo aquela expressão. Me sentei ao seu lado e olhei pro toco que sobrara. Já havia parado de sangrar, graças àquela técnica de cauterização com fogo — e eu esperava que ele não adquirisse uma infecção. Mesmo assim, o toco estava enfaixado pela pele ainda estar sensível demais.

— Eu não posso mais lutar — ouvi ele murmurar.

— Por causa da sua mão? — perguntei, indicando que havia ouvido seu murmúrio.

Utae confirmou com a cabeça. Coloquei uma mão em seu ombro.

— Olha, eu perdi meu namorado...

Parei a frase assim que ouvi seu suspiro alto feito de propósito.

— Eu sei, Kary, mas isso não afeta quem você é ou o que pode fazer depois. Isso aí são ferimentos internos e eles podem ser superados. Só que os externos como meu problema, eu nunca vou ter cura. — E ergueu o toco enfaixado na minha direção.

Mordi o lábio. Seria difícil dar ânimo pra ele.

— Mas os ferimentos internos a gente nunca esquece... — Ok, eu sabia que estava começando a dizer besteira. Quem também não esqueceria de uma mão decepada?

Ele me olhou, esperando que eu continuasse, só que me contive em apenas balançar a cabeça como se dissesse “deixa pra lá”.

— Eu sei que você só está tentando me ajudar, Kary — disse por fim. — Mas vamos encarar os fatos: eu não tenho mais minha mão de espada. Como vou me defender? Com míseros raios?

— E a outra mão?

— Quê? Lutar com a mão esquerda? Eu não consigo nem escrever com ela, muito menos lutar.

Revirei os olhos.

— Bem, tudo o que eu to vendo agora é um garoto preguiçoso demais pra pelo menos tentar.

Ele me encarou como se estranhasse o que eu acabara de dizer — na verdade, nada do que eu disse foi estranho de verdade, ele só ficou incomodado de eu ter chamado ele de “garoto”.

— Garoto? — Eu não disse?

— Muito infantil e preguiçoso. — Eu usava a persuasão agora. — Se quer mesmo ser líder dessa equipe, vai ter que ser muito mais do que isso.

Se tinha uma coisa que Utae odiava era ser rebaixado aos outros. Famoso orgulho de Zeus.

— Não é verdade... — ele disse num tom hesitante. Estava dando certo.

E ele nem tinha percebido a magia correndo no ar.

— Como não? Imagina se sua equipe precisar de alguém pra defendê-la, mas seu líder mal sabe erguer uma espada? E se você for o único sobrevivente? Vai morrer porque se recusou a usar a mão esquerda?

Utae ficou sério e parecia remoer bem as palavras. Não sei se naquele momento ele notou que eu estava usando a persuasão, mas se notou, não disse nada. Apenas continuou pensativo por alguns minutos até soltar um suspiro.

— Talvez tenha razão...

— Talvez? Utae, se pessoas aprendem a usar os pés como mãos, lutar com a mão esquerda não pode ser impossível!

Peguei sua espada que estava bem à nossa frente — e por incrível que pareça, ela agora parecia leve pra mim — e estendi pra ele.

— Agora é você quem decide. Vai ser um preguiçoso ou um líder de verdade?

Fiquei aliviada ao ver um pequeno sorriso no canto do seu rosto. Ele pegou a espada da minha mão e a brandiu desajeitadamente com a única mão que lhe sobrara.

— Um líder, é claro. Eu nasci pra isso.

Soltei uma risadinha e me levantei devagar, sentindo que havia cumprido meu dever.

— E você também, vice-líder.

Aquilo me pegou de surpresa. O encarei com uma sobrancelha arqueada.

— Como?

Ele se levantou antes de responder:

— Acho que estava mais que na hora, Kary. — Utae embainhou a espada e deu dois tapinhas no meu ombro. — Benigna foi uma boa vice-líder enquanto estava viva e você também vai ser.

Acabei abrindo um pequeno sorriso e embora ele tenha se limitado a dois tapinhas, simplesmente pulei no seu pescoço num abraço apertado.

— Ainda não entendi porque demorou tanto pra perceber que ótima vice-líder eu seria — digo num tom esnobe de brincadeira e ele ri.

— Minha boa vontade ainda não acabou.

Soltei ele e novamente lhe lancei um olhar que questionava silenciosamente o que ele queria dizer com aquilo. Ele meneou a cabeça pro local onde ficavam algumas armas reservas pro caso de urgência — embora elas não fossem tão boas assim — e lá estava uma espada que me chamou atenção. Era toda feita de gelo e simplesmente mortal num formato de cimitarra de ponta larga e com espinhos grossos de ferro em toda lâmina.

— Você se lembra dela? — questionou ele ao pegar a espada.

— Foi...

— A que você usou pra quase matar Malek — completou ele.

Eu ainda estava surpresa com o que ele tinha em mãos. Peguei a cimitarra delicadamente. Ela era leve e o cabo parecia ter sido feito pra mim — quer dizer, eu que fiz ela né?

— Consegui convencer meu pai a encantá-la antes que descongelasse. Consegui manter ela inteira graças à magia.

Coloquei a cimitarra onde estava na mesinha e simplesmente pulei em seu pescoço como agradecimento.

— Valeu, Utae — digo em meio ao abraço apertado.

— De nada, de nada. Agora será que dá pra me soltar? — Ele estava fazendo uma careta ao dizer.

Soltei uma risadinha antes de dizer:

— Desculpa, foi a emoção.

— Duas vezes no mesmo dia? Acho que estou sendo bonzinho demais com você.

— Bonzinho demais comigo? — me fingi de desentendida. — Que nada. — Faço um gesto como se aquilo fosse besteira.

Ele pareceu achar graça.

— Aliás, agora só falta dar um jeito de arranjar uma bainha pra essa coisa. — Ele meneia a cabeça em direção à minha mais nova arma.

— Respeita minha arma. — Dou língua pra ele. — Pode deixar que isso eu resolvo.

Claro que eu ia pedir ajuda pro Imma ou pro Rian.

— Mas por enquanto, será que dá pra ser minha guarda-costas? Quero ir lá fora um pouco.

— Você? — Arqueei uma sobrancelha. — Pensei que fosse o mais do contra a sair durante a noite que todos.

Sim, era noite naquela hora e todo mundo sabia que coisas boas nunca aconteciam quando se saía da cabana durante a noite.

— Meu humor não é o dos melhores agora. Se eu vou morrer ou não hoje, não faz diferença.

Revirei os olhos.

— Ah, claro, mas se alguém nos atacar lá fora e eu morrer também não interessa, não é?

Cruzei os braços enquanto falava.

— Vai ser minha guarda-costas ou não?

Fiquei um bom tempo em silêncio antes de responder:

— Tá, eu vou.

Não gostava de negar muita coisa a ele, ainda mais agora que ele estava tão pra baixo por causa da mão de espada que perdera. Dei um jeito de amarrar a cimitarra na cintura — usei uma corda qualquer pra prender — e fui com ele pro lado de fora da cabana.

Estava tudo escuro, então acabei optando por levar uma de nossas tochas. A neve do local estava batendo quase no joelho de tão funda, mas isso não impediu Utae de caminhar até um toco não muito longe e sentar no mesmo. Ele chegou um pouco pro lado pra que eu sentasse também.

— Por que aqui? O toco te faz lembrar da sua mão? — tentei soar engraçada pra tirar o clima pesado.

— Você me acha um bom líder? — a pergunta dele me pegou de surpresa.

— É claro que sim! — a resposta foi imediata. — Céus, tem muito tempo que você é nosso líder, Utae. Você mesmo disse que nasceu pra isso!

— Só que perdemos dois na luta com Xander, Kary. Estávamos em sete contra um. Como foi que perdemos? Além do mais, eu sou um nível nove. Eu deveria estar à altura de Xander uma hora dessas.

— Ele tinha o colar Elemental — relembrei-o. — E o que aconteceu com aqueles dois foi... Foi um erro deles, Utae. Sabe, um descuido. Uma ferida. Não foi culpa sua.

— Talvez se tivéssemos treinado mais do que ficássemos parado... Teríamos uma chance melhor. Teríamos salvado Kameel e Benigna.

O nome do meu namorado ressoou pelo meu ouvido durante um bom tempo — e mal consegui dizer alguma coisa durante esse tempo em que relembrei o quanto doeu vê-lo morrer bem na minha frente.

— Utae, será que dá pra parar de falar besteiras? — Peguei sua única mão que sobrara. — Lamentar agora pelo que já passou não vai adiantar nada. Se continuar remoendo o passado, seu futuro nunca vai ser diferente. Por favor, Utae me escuta. — Eu estava encarando ele agora. Não haviam raios cruzando o céu imaginário da sua íris. Tudo que havia nos olhos roxos era o brilho da lua. — Você precisa ser forte agora.

Recitar o que Imma havia dito pra mim deu um nó na minha garganta. Tive que morder o lábio pra que não começasse a chorar por Kameel de novo e me forcei a não pensar no jeito que ele tinha morrido.

O pequeno sorriso que surgiu no rosto de Utae me deixou bem mais calma do que antes só que quando aquele sorriso foi desaparecendo, o meu, que acompanhara o dele até então, também foi sumindo.

— E se não tiver mais esperança?

Quando abri a boca pra responder, uma luz ofuscante veio de algum dos lados da floresta. Eu teria visto de onde se aquilo não tivesse me feito fechar os olhos por instinto.

— Eu sou a sua esperança, Utae.

E só quando eu abri os olhos, vi que havia uma mulher exatamente na nossa frente.


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Notas finais do capítulo

Tudo bem, vocês são as pessoas mais chatas de toda face da Terra... VOCÊS ACERTARAAAAM ARRRGH! Sim, a espada foi pra Kary, satisfeitos? u-u depois reclamam que eu não sou boazinha u-u

No próximo capítulo - uma Kary muuuuito brava e.e

E ah, a partir do próximo capítulo... Ah, deixa que eu falo no próximo.

Até o próximo capítulo o/